A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 23
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

FINALMENTEEEEE! Desculpem a demora, é que eu estava realmente sem tempo. :$



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- Sesshoumaru, espere! - gritou Inuyasha com os olhos âmbares arregalados, ainda completamente atordoado com a ideia que lhe surgira.

Ignorou o pedido do irmão e seguiu pronto para desferir-lhe um golpe que acabaria de vez com sua insignificante existência.



- FIQUE CALADO ENQUANTO EU ACABO COM VOC... - antes que concluísse, foi interceptado.



- EU DISSE PRA ESPERAR, SEU ANIMAL!



Incrivelmente, Inuyasha saltou e atacou o daiyoukai. As espadas colidiram. A Tessaiga foi mais forte e manteve seu curso de ataque, enquanto a outra cedeu e caiu, indo parar longe.



Era realmente impressionante! Alguém que mal conseguia se mexer segundos atrás fizera tal gesto com tanta facilidade! A verdade era que o meio-youkai tornava-se bastante forte quando motivado, e não havia motivação maior que sua amada e sua própria ignorância.



Sesshoumaru parecia realmente surpreso com tal ato.



- Mas como você conseguiu fazer isso, seu sangue ruim?!



- ESCUTA AQUI, SESSHOUMARU! EU NÃO TENHO TEMPO PARA PERDER COM VOCÊ! EU PRECISO SALVAR A KAGOME, ESTÁ ENTENDENDO?



- Huh, seu lerdo. Será possível que ainda não entendeu que aquela maldita humana está MORTA?!



- Eu sei, mas se você for um bom irmão pelo menos UMA VEZ NA VIDA e me emprestar a Tenseiga, eu posso...



- SE ACHA MESMO QUE VAI ENCOSTAR NA ESPADA QUE O NOSSO PAI FORJOU PARA MIM, ESTÁ MUITO ENGANADO!


- Eu sabia que não ia ajudar... Por isso, tenho uma proposta para você.


- Proposta? Que proposta?! O que um fraco como você tem para oferecer ao grande Sesshoumaru? Patético...



- Você quer me ver morto, não quer?


- Inuyasha, por que você ainda insiste em perguntar o óbvio?


- DANE-SE, SESSHOUMARU! ME ESCUTE! - estava ficando cada vez mais difícil manter a calma com seu irmão, afinal, ambos eram ignorantes, mas o mais velho ainda tinha um complexo de superioridade. - Se você me emprestar a Tenseiga por um dia, um único dia, eu estou disposto a deixar que... Que... Que você me mate. - bufou.



- Lhe emprestar a Tenseiga, a espada dos deuses, para você ressuscitar aquela fêmea humana repulsiva e depois eu matar o meu irmão caçula em troca desse empréstimo? Huh, Inuyasha... Não sabia que você era tão burro ao ponto de abrir mão da sua vida para salvar a vida dela.


- É. - respondeu entre os dentes.


- Me parece uma proposta tentadora... - um sorriso malicioso brotou em seus lábios.


- É mesmo, não é? - a confiança era perceptível no olhar do hanyou. - E então, Sesshoumaru, o que acha?



- Inuyasha... VOCÊ NUNCA VAI ENCOSTAR ESSAS SUAS PATAS IMUNDAS NA TENSEIGA!



- MAS POR QUÊ, SESSHOUMARU?! PARE DE SER UM IDIOTA E ME DÊ LOGO ESSA MALDITA ESPADA!



- Inuyasha... Até parece que eu, o senhor Sesshoumaru, preciso de uma proposta idiota para conseguir o que eu quero... E EU QUERO QUE VOCÊ MORRA AGORA!



Correu até onde a Bakusaiga foi arremessada. Arrancou-a da terra. Embainhou-a calmamente. Parecia que estava sem pressa. Olhou para o irmão caçula. Era a última vez que iria vê-lo inteiro, pois iria mutilá-lo com as próprias garras. Era como se fosse a última lembrança que teria dele.



De repente, seus olhos adquiriram um tom vermelho-sangue, as garras e presas cresceram, assim como seu corpo. Uma pelagem branca dominava-lhe o corpo e seu rosto humanóide perdeu-se em meio aos traços completamente caninos. Sesshoumaru transformara-se em sua forma youkai original: um enorme cachorro branco.


Aquela enorme fera corria em direção a Inuyasha com uma enorme hostilidade no olhar, o desejo eminente por mutilação. O hanyou, por sua vez, permanecia imóvel mesmo com a aproximação de sua morte. Sentia medo? Não. Para ser bem sincero, ele não sentia nada, apenas um vasto alívio.



"Kagome, nos encontramos no outro mundo." pensou antes de fechar os olhos e esperar que sua vez chegasse.



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O vilarejo ainda estava em choque. Tudo estava deserto. Uma linda festa de casamento dupla, estragada pela invasão de um youkai. Pelo menos, este fora destruído pouco tempo atrás.

- Aldeões, podem sair! Não há mais perigo! - gritava o monge enquanto a exterminadora passava de casa em casa avisando de que já era seguro sair.

Aliviados, deixavam as crianças saírem para brincar e os adultos saíam para resolver seus afazeres ou conversar. Em pouco tempo, tudo já havia voltado ao normal, como se nada houvesse acontecido. Alguns reconstruíam as casas, reparavam danos, outros conversavam, outros lavavam roupas e cuidavam da casa... Havia muito a ser feito.

Os amigos entraram na choupana da Senhora Kaede. Esta estava preparando uma estranha pasta de ervas e infestara o ambiente com um estranho cheiro, mas interrompera seus afazeres para recebê-los.

- Senhora Kaede? Precisamos falar com a senhora. - disse Miroku num tom sério.

- Miroku? Sango? Shippou? E então, destruíram o Naraku? E a jóia de quatro almas? Onde está o Inuyasha e a Kagome? - a velha Kaede procurava o casal com seu olho bom, entretanto, não os encontrara.

- Senhora Kaede, - sua voz parecia embargada pelo choro. - tenho um pedido a fazer a senhora. A senhora... A senhora... - lágrimas formavam-se em seus olhos azuis-marinho.

Percebendo que o marido não conseguiria, Sango tomou a palavra.

- Anuncie a todos do vilarejo que a Kagome está morta. E o Inuyasha também. - desabou no choro ao proferir tais palavras.

A anciã estava em choque. Inuyasha? Morto? Não, havia algo errado! A morte de Kagome já era algo esperado, devido à sua coragem extrema e a facilidade por arranjar confusão... Mas, Inuyasha?! Aquele dali era mais teimoso que uma porta! Como poderia estar morto? Não era possível! Depois de lacrado por cinquenta anos continuara inteiro! Iria morrer tão facilmente para um youkai?

- Tem certeza de que os dois estão mortos? - perguntou a velha com uma vasta esperança no olhar.

- Nós vimos quando a Kagome morreu e o Inuyasha estava muito ferido depois da batalha contra o Naraku e depois ainda foi lutar contra o Sesshoumaru, ele não tem chances de sobrevive...EEEEEEEEEEEEEEEEEER! AQUELE BURRO! BURRO! BURRO! BURRO DO INUYASHA! AQUELE IDIOTA! BUÁAA! VOVÓ KAEDE! EU QUERO O INUYASHA E A KAGOME DE VOLTAAAA!

- Calma Shippou... - tentou acalmar o pequeno kitsune colocando-o no colo, mas nada iria adiantar naquele momento.

"Inuyasha," pensou ela, "você que é tão teimoso... Por favor, teime para ficar vivo. Nós precisamos de você!"

E uma tímida lágrima rolou por seu rosto.

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Os passos das enormes patas brancas de Sesshoumaru eram ouvidos a quilômetros de distância. É, era o fim de Inuyasha.

De repente, este para de correr em direção ao irmão. A princípio, Inuyasha não entendera o motivo do ato, mas logo ouviu uma voz infantil gritando:

- NÃO FAÇA ISSO, SESSHOUMARU-SAMA! NÃO FAÇA ISSO! VOCÊS SÃO IRMÃOS! POR FAVOR, NÃO FAÇA ISSO! - gritou Rin.

- MENINA IDIOTA! NÃO INTERROMPA O ATAQUE DO SSENHOR SESSSHOUMARU! ELE ESTAVA PRESSTESS A ACABAR COM O SSENHOR INUYASSHA!

Era uma cena ridícula. O hanyou abriu um de seus olhos somente para presenciá-la. Uma menininha de quatro ou cinco anos cruzava um enorme campo para impedir um daiyoukai de matar seu irmão mais novo. Ela era seguida por um desengonçado monstrinho verde que segurava um cajado com duas cabeças em seu topo. É, essa garotinha era Rin, e o outro era Jaken, o fiel servo de Sesshoumaru.

Sesshoumaru lentamente recobrou a consciência de seus atos, assim como sua forma humana.

- O que faz aqui, Rin? - perguntou com a costumeira voz fria.

- Por favor, Senhor Sesshoumaru, tenha compaixão do Inuyasha! Ele é seu irmão! E, por favor, Senhor Sesshoumaru, empreste a Tenseiga para ele! E...

- Rin, não se meta em meus assuntos. - seu olhar foi desviado da pequenina e focou-se no lacaio - Jaken, seu imprestável... Não consegue nem tomar conta de uma criança? Seu idiota! Tire a Rin daqui. Vou acabar com esse desgraçado com as minhas próprias mãos e não quero que ela veja!

- Sim, Ssenhor Sessshoumaru! Venha, Rin!

- POR FAVOR, SENHOR SESSHOUMARU! TENHA PIEDADE DA KAGOME! ELA NÃO FEZ NADA E O SENHOR ESTÁ DEIXANDO ELA MORRER! POR FAVOR, SENHOR SESSHOUMARU, POR FAVOR! EU SEI QUE O SENHOR É UM YOUKAI BOM, EU ACREDITO MUITO NO SENHOR! POR FAVOR! NÃO MATE O INUYASHA E AJUDE A KAGOME, SENHOR SESSHOUMARU!

- Jaken, já disse para tirar a Rin daqui! - a raiva era perceptível em seu tom de voz.

- Esstou tentando! -  puxava inutilmente o vestido colorido da menina, mas esta forçava seu corpo para frente, insistindo em permanecer.

- VOCÊ É BOM, SESSHOUMARU-SAMA! EU SEI QUE É! POR FAVOR, NÃO ME FAÇA MUDAR DE OPINIÃO!

- RIN, CALE-SE! - bradou enfurecido.

- Por favor... - os enormes olhos negros da garotinha estavam completamente marejados.

Inuyasha apenas observava. Seria possível que Sesshoumaru abandonaria seu orgulho e ouviria a uma garotinha humana?

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Silêncio. Aquele incômodo silêncio invadira o ambiente. Inuyasha arregalou os olhos.

" Será possível que o Sesshoumaru está mesmo PENSANDO em me ajudar? Como isso é possível? O que aquela garotinha tem de mais?! " pensou o hanyou pasmo.

Sesshoumaru encarava a pequenina que mal continha as lágrimas. Jaken desistira de arrastá-la e apenas fitava o amo, assim como o meio-youkai, completamente chocado com a atitude.

" O Ssenhor Sessshoumaru nunca fesz isso antess! Eu acompanho o meu messtre há maiss de mil anos e nunca vi o Ssenhor Sessshoumaru ter compaixão de um adversário! Muito menoss por causa de um humano! O que a menina Rin tem de maiss?" não conseguia conter os ciúmes.

Na mente do daiyoukai, passavam-se tantas coisas! Estava tão confuso...

" Eu preciso ceder, se não a Rin vai começar a chorar e isso não pode acontecer! Mas, eu, o grande Sesshoumaru, não posso mudar de ideia só para seguir os caprichos de uma humana... Mas o que a Rin tem de especial? Por que ela me faz sentir assim? SESSHOUMARU, PARE DE TER SENTIMENTOS! NO CAMINHO DA DOMINAÇÃO, NÃO HÁ ESPAÇO PARA TOLICES COMO ESSAS! Mas... Só uma vez... E o Inuyasha, o Inuyasha é meu irmão... E aquela garota... O que aquela garota tem? Parece que só sabe se meter em confusão! "

O vento soprava e fazia com que a grama dançasse. Os cabelos negros da pequenina brincavam com seu rosto, mas sua expressão era triste, o que incomodava Sesshoumaru.

"Já está decidido! Eu vou emprestar a Tenseiga para Inuyasha. Mas... Como eu posso entregá-la sem mostrar fraqueza? Um daiyoukai como eu não pode simplesmente mudar de ideia por causa de uma fêmea humana. Pense rápido, Sesshoumaru, pense! "

- EI, SESSHOUMARU! - gritou o hanyou - VAI ME MATAR DE UMA VEZ OU NÃO VAI?

- Huh... - " Ele está me pedindo para morrer! "

- Por favor, Senhor Sesshoumaru, entregue a espada para o Inuyasha! - suplicou, pela última vez, Rin. - Por favor...!

- Inuyasha... Acho que posso adiar a sua morte. Tome, seu imundo.

Sesshoumaru arrancou a Tenseiga de sua bainha e atirou-lhe aos pés de Inuyasha, este que ficou estático com tal gesto.

- Aquela menina morreu tentando matar o meu adversário. Não devo mais nada a ela. Vamos, seu hanyou repulsivo, use logo a espada e me devolva.

- Se... Sesshoumaru? É VOCÊ MESMO?!

- USE LOGO ANTES QUE EU MUDE DE IDEIA!

- OBRIGADA, SESSHOUMARU-SAMA! - gritou a pequenina completamente eufórica.

- Não foi por sua causa, Rin. Já disse, você não deve se meter nos meus assuntos. Só estou ajudando aquela humana porque ela ajudou a matar o Naraku, eu devia algo a ela.

- Sim, Senhor Sesshoumaru! - disse sem esconder o sorriso doce que se formara em seu angelical rosto de menina.

O meio-youkai tomou a espada em suas mãos, porém, sentiu uma enorme energia impedindo-lhe de mover-se. O lacre. O maldito lacre que seu pai colocara na Tenseiga! Maldição!

- O que foi, irmãozinho? Não consegue usá-la? - Sesshoumaru desafiou o irmão mais novo, sem conseguir esconder o pequeno sorriso de superioridade que brotara em sua face. - Já deveria saber que esta espada não pode ser usada por fracos como você, Inuyasha.

- CALE A BOCA, SEU MALDITO! - bradou enquanto tentava, inutilmente, deslocar-se até Kagome e salvá-la.

- Me dê a espada.

- NÃO!

- ME DÊ A ESPADA!

- NÃO!

- PARE DE SER TOLO E ME DÊ LOGO ESSA MALDITA ESPADA! SE VOCÊ QUER MESMO SALVÁ-LA, PRECISA ME ENTREGAR PARA QUE EU FAÇA ISSO POR VOCÊ! PARE DE SER TÃO MESQUINHO E QUERER FAZER TUDO SOZINHO, ME ENTREGUE LOGO ESSA ESPADA, SEU MISERÁVEL!

Olhou para o cadáver e para o irmão mais velho. É, não tinha escolha. Devolveu a Tenseiga ao seu verdadeiro dono e deixou que este fizesse o serviço sozinho.

Sesshoumaru aproximou-se do corpo de Kagome, sentiu o poder de sua arma e cortou os pequenos youkais que levariam a alma da miko para outro mundo, estes, no momento, estavam acorrentando a mulher. A sacerdotisa, para alívio geral, voltou a apresentar pequenos sinais vitais com o feito.

O hanyou não conseguia conter a alegria e euforia, movendo freneticamente as orelhinhas. Olhou para o irmão mais velho e disse:

- Keh... Obrigado! Te devo uma, seu...

- Huh... Você não me deve nada. - virou-se e seguiu para a direção oposta ao vilarejo. - Jaken, Rin, vamos.

- Ssim, Ssenhor Sessshoumaru! - disse o lacaio enquanto seguia o mestre.

Inuyasha tomou sua protegida em seus braços e correu desgovernadamente para a choupana da Senhora Kaede. Não importavam-lhe os enormes ferimentos que possuía, cuidaria deles depois! Afinal, o que era mais importante agora era cuidar de sua esposa e do machucado da mesma.

Entrou quase arrancando a porta, viu que os amigos estavam completamente abalados e choravam pela suposta morte dos dois.

- Ei, seus bobocas, por que estão chorando? - perguntou o meio-youkai com o costumeiro tom arrogante de sempre.

- VOCÊ AINDA PERGUNTA, SEU IDIOTA?! A... A KAGOME-E-E MORRE-E-EU! - respondeu Shippou soluçando.

- Não, ela está bem viva! - confiança e alegria eram mais uma vez perceptíveis no olhar do meio-youkai.

- Inuyasha, quem você está querendo enganar? Nós vimos quando a Senhorita Kagome... Se foi. - suspirou o monge.

- Bem, não temos tempo agora! VELHA, CUIDE DOS FERIMENTOS DA KAGOME!

- Está bem, Inuyasha... - a Senhora Kaede estava desconfiada, mas não perdera tempo e pegou logo as ervas cicatrizantes que colhera mais cedo.

- Kaede, por favor... - os olhos de Inuyasha perderam um pouco a felicidade de poucos segundos atrás. - Salve o nosso filho.

A idosa apenas conscentiu com a cabeça e começou a tratar do enorme rasgo no ventre da miko.

                              - - - - - - - x - - - - - -

Algumas horas se passaram e a cabana estava completamente trancada. Somente Kaede e Kagome estavam dentro da mesma. Miroku, Sango e Kirara haviam saído para pegar lenha e arranjar alguns ingredientes que faltavam para o jantar. Shippou, por sua vez, estava colhendo mais ervas cicatrizantes. Inuyasha, que já havia vestido seu inseparável quimono de rato de fogo, estava impaciente, sentado na frente da choupana esperando por notícias.

A noite chegou, assim como os companheiros. Estavam todos reunidos do lado de fora. Fizeram uma fogueira e prepararam o jantar. Nada. A velha não aparecera uma única vez para acalmar o ânimo geral.

- Ahm... A noite está bem fria, não é mesmo, Inuyasha? - comentou Miroku tentando quebrar o gelo.

- Ahm... É sim, querido. - disse Sango.

- Miroku, Sango, eu sei o que vocês estão tentando fazer, mas não está adiantando. Me deixem em paz! Tudo o que eu quero agora é saber como a Kagome está. - as chamas da fogueira refletiam nos olhos âmbares do hanyou.

- Certo, Inuyasha, desculpe... - suspiraram em uníssono.

Talvez tenha sido grosseria, mas se fosse ao contrário, o monge estaria do mesmo jeito. Aquilo fora completamente compreensível.

- INUYASHA! - gritou a Senhora Kaede.

Não precisou nem chamar duas vezes! O meio-youkai correra a seu encontro e entrou brutalmente na choupana.

- E então, como ela está?

O cheiro de sangue de sua amada estava impregnado nas mãos da anciã. Esta segurava um pano completamente tingido pelo líquido vital rubro. Parecia estar envolvendo algo.

- Inuyasha, eu fiz o que pude, mas... Sinto muito.

Num leve movimento, foi revelado o que estava sendo envolvido pelo pano. Um pequeno feto de hanyou, ainda não estava completamente formado, mas era possível identificar as pequenas mãozinhas, os pequeninos pés que este possuía e as orelhinhas caninas ainda em desenvolvimento. Ele ia ser pai. Aquele era o seu filho. Aquela cena cortou o coração de Inuyasha.

- Sinto muito, Inuyasha. Não havia mais nada a ser feito por ele. Mas a Kagome está bem e...

- Certo, velha... Só... Só nos deixe sozinhos.

- Sim, mas ela ainda está dormind...

- EU SEI, SÓ ME DEIXE SOZINHO COM ELA! - gritou com a voz embargada de um choro contido.

A Senhora Kaede deixou-os sozinhos como pedido e foi comunicar aos outros a trágica notícia. O descentende Taishou havia acabado de partir.

Inuyasha sentou-se ao lado da esposa que repousava. Perdera os traços de youkai que adquirira na gravidez, mas continuava linda. Era a sua Kagome de sempre.

Acariciou-lhe delicadamente a face com as costas da mão, fazendo-na acordar. BURRO! BURRO! BURRO! IDIOTA! NÃO RESISTIRA A TENTAÇÃO DE ACARICIÁ-LA! COMO NÃO A DEIXARA DESCANSAR MAIS?!

- Inu... Inuyasha? - murmurou a miko ainda um pouco zonza. Abriu os olhos e viu o marido com aqueles enormes pares de olhos âmbares fitando-na curioso e tristemente.

- SUA BOBOCA, VOCÊ TEM NOÇÃO DO QUE VOCÊ FEZ?! VOCÊ ME DESOBEDECEU E...

- Me descul... pe. Eu não queria...

- SUA... SUA... BAKA! EU...! EU FIQUEI MUITO PREOCUPAD... - tentou acalmar-se. - Não, Kagome. Eu é quem devo pedir desculpas. Me desculpe... Eu não fui bom o suficiente para proteger vocês dois.

- Inuyasha... E o nosso filho? Como ele está? - um pequeno sorriso brotou nos lábios dela. Ah, como sentira falta daquele sorriso.

Mas... Como contá-la?

" Ah, Kagome, o nosso filho morreu porque você me desobedeceu e foi pro campo de batalha, mas a culpa não é só sua, é minha também, porque eu sou um hanyou fraco e não consegui salvar vocês dois, certo? Ok, agora eu vou jantar! "

NÃO! Como poderia contar a Kagome que haviam perdido o filho que tanto amavam?


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Notas finais do capítulo

Gente, olha, eu fiquei sem tempo, mas prometo completar ainda esse final de semana ou no começo dessa semana, é que eu realmente tenho de sair agora! Beijos :*



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