A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Agora a história (realmente) começa.



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         Kagome estava na semana de provas, tinha de estudar muito, não podia ir para a outra era. No último dia de avaliações, mais precisamente no primeiro dia do mês, fez a prova e voltou para a sua casa à pé conversando com suas amigas.

Chegou, entrou em seu quarto, tirou os sapatos, deitou-se com Buyo, seu gato, e começou a rever seu dia. Todos os cumprimentos, os abraços, as cantorias, os gritos, as risadas, os votos de felicidade... Mas seu pensamento fora interrompido.

         Um grande estrondo a fez abrir os olhos apavorada. Era ele. Inuyasha estava ali, na sua frente, aparentemente zangado. Buyo desceu da cama e correu apavorado. O hanyou pôs-se a gritar:

         - SUA LERDA! ONDE VOCÊ ESTAVA ESTE TEMPO TODO? PRECISAMOS ENCONTRAR OS FRAGMENTOS DA JÓIA DE QUATRO ALMAS!

         - Eu estava estudando, Inuyasha. - respondeu sonolenta - E calma lá, você não sabe que dia é HOOOOOOOJE?! - sua voz ''bambeou'' quando fora puxada, pelo pulso, para fora do quarto.

         - Claro que sei! É o dia de derrotarmos Naraku!

         - Não, hoje é... - a menina tentou explicar, mas quando deu por si, já estava dentro do poço come-ossos.

         - Deixe disso, Kagome! Eu não quero saber de tolices!

         Ela abaixou a cabeça e pensou:

         " É, como suspeitei. Ele não lembrou. Mas se fosse o da Kikyou, com certeza, ele não esqueceria... " E deixou uma lágrima escapar.

         Logo, já estavam de pé dentro do mesmo poço, mas na Era Feudal. Sango e Miroku não estavam lá como de costume, estes esperavam Kagome na choupana da senhora Kaede. O sol já estava se pondo, e à noite, tudo é bem mais perigoso.

         Kagome subiu nas costas do hanyou que pôs-se a correr. Em pouquíssimo tempo, já estavam na choupana. Os olhares do monge e da exterminadora para a miko foram entendidos e ''agradecidos'', mas já que o mais de todos os amigos não havia lhe dito nada, ela não poderia estar totalmente satisfeita.

         A senhora Kaede deu-lhe um abraço, um beijo no rosto, abriu um largo sorriso e, por fim, foi servir o jantar.

         Todos comeram em silêncio, era perceptível que Kagome esperava alguma reação de Inuyasha, que mantia a expressão fria e serena, este era um dos poucos momentos que se parecia com seu irmão, Sesshoumaru.

         No fim do jantar, o hanyou chamou:

         - Kagome, venha. Quero discutir a nossa estratégia lá fora. LONGE DOS PENSAMENTOS PERVERTIDOS DO MIROKU!

         Ao olhar para o monge, fora possível reparar que ele estava com o pensamento distante, pensando em diversos assuntos...

         A moça levantou-se e seguiu Inuyasha, e logo ao saírem, escutaram imediatamente os gritos de Sango:

         - SEU MONGE DEVASSO! HIRAIKOTSU!

         - Calma, Sangozinha! Não se irrite! - gritava o Miroku ainda fugindo do osso voador.

         Andaram um pouco, o silêncio era somente rompido pelos gritos dos amigos e por estranhos sons vindos da floresta.

         - Esses dois não tomam jeito mesmo, não é Inuyasha? - falou a menina tentando amenizar aquele clima embaraçoso dando um sorrisinho um tanto sem graça.

         Não houve resposta.

         Eles continuaram caminhando ainda calados, a miko apenas seguia Inuyasha, não sabia se aquele friozinho na barriga era o medo que sentia de um ataque inesperado, ou por estar sozinha com aquele meio-youkai tão especial. Apenas confiava nele. Tinha certeza quase que ele só estava se afastando para que nenhum inimigo ouvissem-nos.

         Ao longe, era possível ver a silhueta de um grande penhasco, o hanyou andava em sua direção. A doce moça começou a crer que subiriam ao topo. Estava certa. Eles subiram. Lá de cima a lua cheia era vista perfeitamente, seu brilho era intenso, como uma enorme lâmpada, e realçava o céu noturno, escuro, com poucas estrelas, mas ainda assim, belo. A noite iluminada da Era feudal.

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- Então, Sango... Temos uma noite só nossa... - disse Miroku com um olhar pervertido.

- Será possível que você não aprende mesmo?! Quer que eu bata em você outra vez? - respondeu agressivamente.

- Sango, você sabe que quero me casar com você... E sabe que quero que você seja só minha...

Os olhos azuis escuros do monge brilhavam e refletiam as chamas da lareira. Sango estava completamente envergonhada, mas ainda não havia corado, somente desviado o olhar, evitando alguma situação constrangedora.

- Sango...

- O que é, Senhor Monge?...

- Eu não vou desistir de você. - agora estava sério, e encarava-a nos olhos.

O coração da exterminadora disparou numa questão de segundos, seus olhos estavam arregalados. Por que tinha de ficar desse jeito com uma frase tão simples? Fácil, era porque ela o amava. O amava loucamente e esperava por aquelas palavras durante um ano inteiro.

A lareira aos poucos ia perdendo a força e dando espaço à escuridão, enquanto um silêncio constrangedor brotava em meio aos dois. Uma leve brisa fez com que a grama se mexesse levemente, deixando que pequenas gotas do sereno da noite gotejassem, indo rumo ao chão.

- Ora, Senhor Monge, não diga bobagens, desse jeito eu... - o que era aquilo que estava sentindo? MALDITO! TINHA DE PASSAR A MÃO ALI?! JUSTO AGORA?!

- Ah, como senti saudades dessa curva... - suspirou o pervertido.

- ORA, SEU SAFADO!... - estava prestes a batê-lo, esbofeteá-lo. Mas foi impedida.

Miroku segurou seu punho, impedindo que a delicada mão atingisse sua face. Puxou Sango para si. Beijou-a. Esta estava de olhos arregalados e completamente corada, mas, aos poucos, foi deixando-se envolver pelo beijo do rapaz.

Numa pequena pausa para pegar ar, sussurrou:

- Eu te amo, Sango.

- Eu também te amo, seu pervertido.

E voltaram a permitir seus lábios se encontrarem.

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         Inuyasha conduziu Kagome até um ponto que fosse possível ver ser lindo rosto, ''perto'' da lua, próxima à ponta do penhasco, logo, começou a falar:

         - Eu não te trouxe aqui por um motivo qualquer. Te trouxe aqui para dizer... O quanto estou preocupado com esta luta contra Naraku e como tenho medo de que você... - ele fez uma pausa e logo prosseguiu - Eu não estou pronto pra te perder. Já perdi a Kikyou uma vez, não suportaria perder outra... - Outra. Era assim que ela sempre se sentiu. A segunda. A réplica.

Suas expressões tornaram-se tristes, como a de cachorrinhos abandonados na beira da estrada.

- E... - suas orelhinhas brancas se abaixaram.

         O meio-youkai deu alguns passos à frente, ficando muito próximo da face da moça, tocou-lhe a bochecha e tentou ou acariciou desajeitadamente seus cabelos negros. Encarou seus olhos castanhos, tão doces e singelos, que, agora, já demonstravam calma e ternura.

         Mesmo que seus olhos passassem tranquilidade, Kagome sentia seu coração bater mais rápido; acelerar. Ela fitava os olhos âmbares do hanyou que estava na sua frente. Sua expressão passava confusão e insegurança.

         O silêncio fora rompido com a tentativa de fala de Inuyasha:

         - E...

         - E...? - incentivou a moça tentando ''arrancar'' as palavras que tanto esperava.

         Eles se aproximaram tanto que um cálido beijo poderia ter sido dado, à luz da lua e de algumas estrelas curiosas, mas Inuyasha simplesmente finalizou:

         - Parabéns. Feliz aniversário.


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Notas finais do capítulo

espero que tenham gostado!