A Lenda escrita por Cchan


Capítulo 18
Capítulo 18




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- Você está... Me pedindo em casamento? - indagou com um certo desprezo.

- Ahm... É. Pensei que você tinha entendido, - e num cochicho, completou - lerda.

- Depois de ter me feito sofrer, de eu ter passado noites em claro chorando por você, depois de me magoar, me ferir, de me fazer correr riscos de vida a cada minuto, de dizer que não queria ter filhos, me fazer uma das meninas mais infelizes do mundo, AINDA ME VEM COM TODA ESSA CARA DE PAU ME PEDIR EM CASAMENTO?!

Inuyasha se levantou e deixou o anel cair. Aquilo era um "não"? Como ela poderia estar dizendo aquilo?! Ele a amava e sabia que o sentimento era recíproco, mas... Por que estava lhe dizendo aquilo?! Teria sido bem menos doloroso se simplesmente negasse e o enxotasse de casa.

- SEU IDIOTA! VOCÊ É UM IDIOTA, INUYASHA! AINDA NÃO ENTENDEU ISSO?! - Kagome chorava, sua voz falhava às vezes.

- Kagome... - cochichou num tom triste.

- IDIOTA! IDIOTA! IDIOTA! IDIOTAAAAAAAAAAAAAAAAA! - aninhou-se no peito do hanyou, sua voz era abafada pelo quimono rubro. - Idiota... Idiota.

- Isso é... Um "não"?

- Sim.

- ''Sim'' isso é um não, ou ''não'' é um sim?

- Não é um sim. - respondeu confusa.

- Isso é um sim ou um não? - estava completamente confuso.

- SIM, INUYASHA, EU QUERO ME CASAR COM VOCÊ!

Kagome olhou-o, seus olhos âmbares ainda estavam confusos.

- Seu bobo. Por mais que você me faça sofrer, não consigo te tirar da cabeça. Eu te amo mais que tudo, e o que mais quero... É passar o resto da minha vida ao seu lado.

Inuyasha sorriu e a beijou. O que poderia dizer? A felicidade invadiu seu corpo.

- Prometo não deixar nada acontecer a vocês dois... AGORA PÁRA DE CHORAR!

- EU NÃO TÔ CHORANDO!

- ACABEI DE TE PEDIR EM CASAMENTO E AINDA FICA CHORANDO?! QUE PALHAÇADA...

- JÁ DISSE QUE NÃO TÔ CHORANDO!

- ESTÁ SIM!

- NÃO ESTOU!

- JÁ DISSE QUE ESTÁ!

- E JÁ DISSE QUE NÃO ESTOU!

- PÁRA DE GRITAR!

- PARE VOCÊ!

- BAKA!

- GROSSO!

- BAKA!

- OSUWARI!

Inuyasha caiu de cara no chão. Estava furioso. Havia acabado de pedí-la em casamento e era assim que reagia?

- Já disse que não estou chorando. Bobo. - estirou a língua em meio a um sorriso.

- Hunf. - bufou.

O hanyou levantou-se e pôs o anel em seu delicado dedo. Parecia que o anel havia ganhado um novo brilho, uma nova beleza. Era de fato uma jóia linda.

- Prometo te proteger pra sempre. - sussurrou abraçando-na.

- Eu te amo. - respondeu apertando-o.

- Já te mandei parar de chorar...

- Já disse que você é um insensível? - respondeu sorrindo.

Aquele era o casal que todos conheciam. Sempre brigando, sempre se odiando, mas, ao mesmo tempo, se amando incondicionalmente.

" Será que só consigo fazê-la chorar? Ou ficar irritada? Ah, mas tenho uma vida inteira pra ela me desculpar... " pensou o meio-youkai beijando a amada.

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- Ai, ai, ai, o Inuyasha tá demorando de mais... O que será que aquele burro fez dessa vez?

- Calma, Shippou. Tenho certeza de que tudo vai acabar bem.

- Tem certeza, Miroku? - Sango parecia preocupada. E se nunca mais visse sua amiga?

- Claro, Sangozinha... Estou dizendo isso só para lhe acalmar, então tente parecer mais calma. - deu um sorrisinho amarelo e prosseguiu - Eles sempre se acertam, tenho certeza de que dessa vez, não vai ser diferente... 

- Mas, Senhor Miroku, um casamento é algo muito mais sério...

- Myouga, fica quieto! Não deixe a Sango mais nervosa! - reclamou o pequeno raposa youkai - Todo mundo aqui sabe que o Inuyasha é um imbecíl, mas... AAAAAAAAH, VOCÊS ESTÃO DANDO UM NÓ NA MINHA CABEÇA! - ele batia com suas pequenas mãozinhas fechadas num punho em sua cabeça, como se estivesse espantando os maus pensamentos.

- Mewn. - Kirara completou. Acho que não estava entendendo nada, mas era sempre bom quando se manifestava.

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Kagome subiu e enfiou um monte de coisas na sua mochila, remédios, livros, comida, de tudo um pouco. Estava um chumbo, mas Inuyasha a carregava com facilidade.

- Por que essa coisa amarela cheia de coisas sempre tem de vir também? - protestou o hanyou.

- Porque eu preciso de um monte de coisas, ué. - sorriu beijando-o.

- Kagome, querida, chegamos! - era sua mãe. Ao entrar em casa e ver a cena, derrubou as compras no chão, fazendo o arroz se espalhar pela sala. Ai meu Deus, como contaria a ela que estava noiva?

- Eca, mãe! O mano cara-de-cachorro tá beijando a mana! - Souta fechou os olhos tentando poupar-se da cena.

- QUE INDESCÊNCIA É ESSA?! - "Vovô" estava pasmo. - Kagome, isso é errado, já lhe contei a história da mulher que beijou um meio-youkai? Há 500 anos atrás, havia uma mff... - a mão da Sra. Higurashi o impediu de prosseguir.

- Papai, por favor... Kagome, já está indo para a Era Feudal?

- Já, mamãe. Eu e o Inuyasha nos acertamos. - sorriu.

- Ah, está certo. Divirtam-se e juízo, hein?

- Er... Mamãe, o Inuyasha tem uma coisa pra lhe falar.

- Eu?! Eu não tenho nada pra... - o olhar de ódio profundo da noiva o fez "mudar de ideia" - Bem, er... Acho que tenho algo pra contar para a senhora, mas não sei o que é, então a Kagome fala, tá certo?

- Inuyasha... - Kagome apontou sutilmente para o anel e o fez entender.

- Aaaaaah... Senhora Higurashi, a senhora deixa, quero dizer, permite que a Kagome e eu, assim, eu e a Kagome nos... Casemos? - enrolou-se.

- Bem, ela é só uma criança... - uma maneira sutil de dizer não.

- Mamãe, criança que gera criança, não é mais criança... - tocou o ventre que crescia a cada instante, o que provocou a surpresa de todos. - Por favor, mamãe. O que mais quero, é me casar com Inuyasha e dar a este filho uma família. Sei que não sou a filha perfeita, e que deveria ter tomado mais cuidado porque ainda sou nova, mas não abandonarei os estudos, irei até o fim, e juro que...

- Kagome... Prometa-me de que vai vir sempre me visitar. - sorriu a senhora. - Não acredito que vou ser avó! - abraçou a filha. - E encha essa casa de netos, está ouvindo? Quero muitos, muitos, muitos! Todos com orelhinhas de cachorro, para que possa apertá-las o dia todo.

- Ah, mamãe... - suspirou sorrindo também. - Pensei que a senhora não entenderia tão facilmente... Já estava até pensando no discurso. - seus olhos já estavam "enchendo" - Obrigada, mamãe.

- ABRAÇO COLETIVOOOOOOOOOOOO! - gritou Souta abraçando as duas. Logo, Vovô juntou-se aos três. - Vem, mano cara-de-cachorro!

- Não, estou bem por aqui...

- Agora, querida, vamos conversar um pouco. Não posso "lhe soltar por aí" despreparada para a vida! Vou lhe contar tudo o que precisa saber.

Depois de uma enorme conversa sobre "a responsabilidade de ser mãe", "o que se fazer para ter um bom casamento", "como se alimentar durante a gravidez", "almoço é fundamental, então almocem aqui sempre que quiserem" (conversaram enquanto almoçavam), "não pode se esforçar demais nas lutas", "POR QUE DIABOS A MINHA FILHA MAIS VELHA ESTAVA COM OS OLHOS ÂMBARES E ORELHINHAS PRETAS NA CABEÇA?!" e "um filho é a melhor coisa do mundo"... Coisas de mãe preocupada com filha adolescente grávida que vive viajando entre as eras e enfrentando youkais, todos entendem, não é? Casos como esse são bastante comuns hoje em dia. Acontecem o tempo todo!

Os três moradores do templo despediram-se com acenos (N/A: Depois de um milhão de abraços, claro) na soleira da porta, enquanto Inuyasha e Kagome seguiam rumo à 500 anos atrás.

O casal partiu de mãos dadas pelo poço come-ossos. E ao chegarem na outra Era, já estava entardecendo, os tons derivados de vermelho tingiam o céu enquanto a brisa levava algumas folhas amareladas.

- Eu te amo. - sussurrou Inuyasha antes de saírem do poço.

- Pensei que nunca mais iria poder ouvir isto outra vez. - sorriu. - Acho que vou embora de novo para ouvir todas aquelas coisas lindas que você me disse.

- NEM BRINQUE COM ISSOOOO!

- Ah, calma, estressadinho.

- Calma nada, agora, tudo vai ser muito rápido antes do Akio nascer.

- Akio?

- É, gostou do nome? Significa "homem brilhante".

- Er, bem... Vamos conversar sobre isso depois, tá certo?

Riram. Afinal, o tempo voaria de agora em diante. Eram só 6 meses até o ''Akio'' nascer.


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Notas finais do capítulo

Está curtinho, mas foi o que deu pra fazer. Espero que gostem!
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