Aron Wormior,o Melhor...dos Piores!!! escrita por zora


Capítulo 38
Capítulo 35: O Lendário Heroi Transclasse




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Era noite nas fronteiras de Rune Midgard. Em um matagal denso, um garoto machucado enfrenta um Pecopeco raivoso. A ave o ataca ferosmente com o bico, quebrando-lhe o braço quando o jovem tenta inutilmente usa-lo para defender-se do ataque. Caido no chão frente a criatura, ele se pergunta onde estão aqueles a quem chama de amigos, e quando o Peco está prestes a esmagar a sua cabeça com uma pisada, o animal olha para frente por alguns segundos, e com um rugido contrariado, vira-se e vai embora.
Inicialmente perplexo, o garoto se levanta alegre, imaginando que talvez aquele lance de sorte fosse obra do espadachim que agora admirava e respeitava... Mas ao virar-se de costas, em meio a escuridão da noite um homem de chapéu marrom e cajado de madeira simples e desgastado encontrava-se.
-Não é muito sábio atacar Pickys mais novos, principalmente quando ainda estão perto do ninho, senhor Shocwood. -Disse a figura.
Imediatamente Billy retirou sua espada e apontou para o homem.
-Como sabe meu nome? Onde estão meus amigos?
-Eles desistiram de você -Responde o Andarilho, friamente. -Deixe-me lhe explicar o que está acontecendo: O espadachim de cabelos verdes partiu em uma missão solo que é seu destino, a espadachim de cabelos rosa desaparecerá por um bom tempo e aquele outro homem misterioso nada fará para encontrá-lo. Não precisam mais de você, nem um dos outros: Seu grupo de amigos não existe mais.
-É mentira! -Grita Billy Shocwood, desesperado. Como aquele estranho poderia saber tanto sobre o que estava acontecendo? -Você está por trás disso tudo, têm que estar! O Aron, a Silphia e o Bulk jamais... -Ofegando e meio rouco, ele guarda a espada e segurando o braço machucado caminha em direção ao Andarilho.
-Eu não acredito em você! -Diz o garoto ao passar pelo homem.
-Salvei sua vida. Não seria motivo suficiente?- Pergunta o Andarilho apenas ouvindo os passos do aprendiz, sem resposta.
-Vou encontrá-los onde quer que estejam, custe o que custar! -Balbucia Billy para si mesmo, ignorando o homem.
Então o Andarilho finalmente se vira e diz para o garoto:
-Posso ensiná-lo a dominar sua habilidade especial.
Com um frio no estômago, Billy para abruptamente. Não lembrava de ter comentado com ninguém sobre isso. Como ele poderia saber? O Andarilho continua:
-Posso dar-lhe poder para nunca mais depender dos outros e passar por uma situação parecida. Só o que peço é que confie em mim. -E estende uma das mãos para o garoto.
Olhando para trás, Billy contempla a negra floresta que adentraria alguns segundos antes. Se pergunta quanto tempo duraria, e se seus amigos realmente não o teriam abandonado. Então, após alguns segundos que durariam uma eternidade, Billy caminha em direção ao Andarilho, esperando ter feito a escolha certa.


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-Você não mudou nada. Ainda metido a defensor dos outros, até o momento em que algo mais importante surja e você abandone a todos -Disse o Billy Shocwood do presente, agora de braços cruzados na escadaria do templo.
Com o coração batendo rápido no peito, mas se controlando, Aron Wormior o encara nos olhos.
-Tudo o que fiz nesse último ano foi para trazê-lo de volta, e se precisar lutar com você o farei.
Exausta e ainda no chão, Serenity acompanhava o que acontecia aturdida. Alguns segundos antes haviam derrotado o inimigo e tudo parecia terminar bem, e agora as coisas se complicavam ainda mais. Tambem fitava com interesse o jovem a sua frente: Embora tivesse muito ouvido falar, era a primeira vez que encontrava Billy pessoalmente. A noviça pensava nisso quando o ladino a sua frente riu sarcásticamente:
-Trazer-me de volta? Não estou sendo controlado como imagina Aron, EU decidi seguir o andarilho por vontade própria!
-Pois eu não acredito. -Retrucava um Aron Wormior, que agora tremia e não conseguia disfarçar a raiva no tom de voz.
-Isso sinceramente não me importa. Entre no templo, cavaleiro...
-Ele enganou você, Billy! Não sei o que te disse...
-...Vamos travar o combate definitivo. Como pode ver -Billy usa as mãos para mostrar a própria roupa. -Eu também me preparei bastante para isso.
Aron sabia que não tinha alternativa, teria que lutar. Era a única maneira de tentar convencer o ladino do contrário.
-Muito bem, vai ser como você quer.
-Aron, você não pode! -Estremeceu uma Serenity aflita. -N-não percebe que é uma grande armadilha? E se ai dentro estiverem vários mercenários e arruaceiros só esperando para te matar?
-Não se preocupe Sity, vai ser somente entre mim e ele.
-Mas olhe para a roupa dele, você não percebe...
-Consegue levar Silph, Mace e essa outra garota para um hospital na cidade? -Interrompeu o cavaleiro.
-Ta-talvez... Nã-não me diga que...
-Não se preocupe, vai ficar tudo bem. - E dizendo isso, ele sobe as escadarias seguindo o inimigo até a entrada do templo, enquanto que uma acólita cabisbaixa e meio machucada começa a vagarosamente seguir para a cidade com as suas amigas nas costas.

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Por dentro o templo era maior do que parecia, tão vasto que era impossivel assimilá-lo por completo a primeira vista.
Aron acompanhou Billy até novas escadarias que davam para um plano alto, vazio e parecido com um altar. Ao redor e mais adentro da edificação haviam varios deles. Ao subirem, Billy se distanciou do cavaleiro e depois virou-se para encará-lo.
-Muitos anos atrás, quando alguém dessa cidade morria os parentes traziam seu corpo para um desses altares e preparavam um ritual para que o espírito chegasse em paz ao outro mundo. Tanto animais quanto seres humanos passavam pelo processo, e o motivo de haverem tantos desses altares era para o advento de haver alguma guerra ou peste não prejuducar nem atrasar muito o processo.
-Por que está me contando isso? - Perguntou Aron secamente, fitando o ladino.
-Por nada. Só queria que soubesse a historia interessante por trás da tumba que escolhi para você.
-Não haverão mortes: vou acabar com isso, e provar que nunca tive a intenção de te decepcionar. O Andarilho...
Enquanto falava, Aron retirava Felizberta da bainha, mas antes que o fizesse Billy, como que por mágica, já estava a sua frente, segurando o cabo e a mão do cavaleiro que o segurava, com as duas mãos. Então desferiu um golpe com o cotovelo no rosto do guerreiro, tão forte que o atirou ao chão.
Tentando se recuperar do choque e da surpresa, Aron ouviu, enquanto se levantava grogue e de costas:
-Essa foi toda a preparação que teve para me enfrentar? Que decepção. -E se ajoelhando ao lado do cavaleiro, colocou uma das lâminas da catar em seu pescoço: -Enquanto você brincava de cavaleiro, eu superei meus limites e me tornei um transclasse. Sabe o que é isso? Que pergunta, é claro que não: Sou uma classe de elite extremamente rara, cujo o nivel é o mais poderoso que esse mundo já viu. Nenhum outro tipo de aventureiro poderia sequer me arranhar. Então o que te faz agora pensar que poderia conseguir?
Desferindo um golpe com a própria cabeça, Aron atinge Billy desprevinido no rosto, se desvenciliando deste. Agora era o ladino que estava ao chão, e Aron em pé de frente a este.
-Eu vou conseguir. Mas quero que lute com todas as suas forças, porque também não vou pegar leve.
Na verdade, o cavaleiro não esperava aquela súbita diferença de forças. Sentia que Billy era naquele momento muito mais forte e habilidoso que ele, mas precisava vencer: pois sabia que essa seria a única forma de fazê-lo ouvir e tentar convencê-lo da verdade.

-xxx-

Mais ou menos duas horas haviam se passado para Serenity. Após alguns exames no hospital, recusara descansar em um leito e agora esperava anciosa por notícias das amigas e de uma desconhecida.
A acólita estava exausta: Se esforçava para manter-se sentada sem pegar no sono em uma solitária sala de espera, o olhar perdido e a cabeça pendendo para baixo. Sua mente devagava por várias linhas de raciocínio muito rápido para que pudesse se prender completamente a uma só. como havia conseguido levar as três garotas até o hospital se mal podia consigo? Tinha que conseguir, afinal dependiam dela e ela precisava se forte por todas. Será que o cavaleiro estaria bem? Improvável, uma vez que estava enfrentando um Algoz, um guerreiro de nível transclasse, o ápice da profissão de gatuno. No entanto, Aron já havia conseguido realizar o improvável antes. Será que eles vendem cerveja aqui? E Felicity? Ah Felicity, como gostaria de rever a irmã...
-Com licensa, você é amiga de Mace Knight, Silphia Belnades e Kaizen Kedavra? -Perguntou uma enfermeira surgindo na sala, despertando Serenity de seus pensamentos.
Cansada demais para responder algo, fez um movimento positivo com a cabeça.
-Então pode ficar tranquila, as três estão fora de perigo. Você tem algum lugar para descansar essa noite? Se quiser podemos providenciar um quarto...
-N-não, esta tudo bem, só vou ficar um pouco aqui... -Balbuciou a jovem. A enfermeira desejou boa noite e saiu.
Que bom, estão bem. Como descobriram o nome da outra garota? Ela deveria estar com alguma identificação. Que bom...
Com as amigas fora de perigo, o desejo de Serenity era dormir naquele exato instante, mas alguma coisa a impedia. Uma sensação de incômodo. Levantou-se da cadeira para não ceder e começou a andar pela sala.
Quantas vezes fora útil realmente para o grupo? Quantas vezes não fora apenas um peso morto, enquanto todos lutavam, e ela apenas se escondia? Essas perguntas surgiram do mais profundo recanto de sua alma, incovenientemente, fazendo-a sofrer. Todos que estavam ao seu redor se machucavam os desapareciam: Suas amigas, sua irmã, Aron...
Subitamente, lembrou-se que Aron continuava lutando dentro do templo.

-xxx-

Enquanto isso, um duelo de espada e catares explodia no centro do templo. Embora pudesse prever os movimentos do oponente, Billy não estava conseguindo acertar Aron. Isso porque o cavaleiro, quando atacava ou defendia, fazia menção de realizar um movimento mas na verdade realizava outro completamente diferente. Mesmo com sua habilidade com os olhos, que viam tudo em câmera lenta, o algoz conseguia prever esses movimentos, mas não rápido o suficiente para impedi-los de serem concretizados. E com isso a luta se estendia.
-Interessante, Aron. Você é a única pessoa que conheço que pode me enfrentar de igual para igual com tanta habilidade.
Aron nada respondia: Compenetrado, tentava prestar atenção nos mínimos detalhes dos ataques do rival. Passara um ano desenvolvendo a técnica de finta, que servia para confundir um adversário, consistindo de realizar o movimento de um ataque para, no último segundo, tranforma-lo em outro. Dependia de uma grande atenção, e qualquer erro poderia entregar o golpe que realmente estava tentando aplicar, ou errar completamente os movimentos.
Mas sabia que isso não evitaria Billy por muito tempo: precisava pensar em algo para neutralizá-lo, e rápido. Infelismente, Aron não teve tempo para isso: Ao tentar evitar um dos ataques do adversário, Aron realizou uma defesa, que imaginou que cobriria o golpe do oponente, quando este, no último segundo, tornou-se um outro golpe, que atingiu o cavaleiro no estômago em cheio, jogando-o longe.
O garoto de cabelos verdes atingiu com estrondo outro altar que ficava a dois de distância do que combatiam antes. Ao cair de costas, vomitou sangue. Billy riu.
-Nada que eu não possa aprender, depois de analisar um pouco. Técnica interessante, envolve bastante esforço realiza-la por muito tempo de forma tão compenetrada -Enquanto conversava, Billy pulou os dois altares que ficava no caminho, ficando próximo de sua vítima. Depois apontou uma das catares para o cavaleiro caído. -Alguma última palavra antes de morrer?
Com a arma novamente em seu pescoço, Aron nada podia fazer. Da primeira vez, estava próximo o suficiente para atingir o Algoz no rosto, mas agora qualquer movimento apressaria sua morte. Pensou na melhor finta que pudesse fazer em uma situação como essa, quando uma voz ao longe ecoou no templo, atingindo Billy com força e o arremessando no altar anterior. As palavras foram:
-Lex Divina!
Apoiando-se em um dos braços, Aron olhou para trás e viu Serenity, com uma das mãos espalmadas em sua direção, o sorriso triunfante no rosto.
-O que você fez? O que esta fazendo aqui? -Perguntou o cavaleiro, quando a acólita corria pulando os altares feito degraus em sua direção.
-As outras estão bem. Como não tinha nada pra fazer, resolvi vir ajudá-lo. A propósito, de nada.
-Não é isso!-Disse o cavaleiro, levantando-se ao mesmo tempo que a acólita surgia do seu lado: -Você não entende Serenity, essa luta é minha!
-Deixa de bancar o bonzão! -Ralhou a garota quase ao mesmo tempo, surpreendendo e assutando o rapaz: -Nos somos um clã, não somos? Tenho a obrigação de vir te ajudar, e você de aceitar a minha ajuda, quer queira ou não, assim como já aceitei a sua antes. Não deixamos nosso amigos na mão. Pelo menos EU não deixo! Acustume-se!
-Tá... tá, tá certo - Limitou-se a dizer um ainda assustado Aron Wormior.
Em seguida, rapidamente a garota aplicou-lhe cura e o Aumentar Agilidade, ao mesmo tempo em que Billy levantava-se, furioso. E tinha razão para tal:
-Eu desabilitei todas as habilidades especiais dele com o Lex Divina, por alguns segundos. O jogo vai ser o seguinte: Eu ofereço o suporte, e você bate. Tudo bem?
-Mas isso não seria justo!
-Seria uma vantagem. Nos não vamos enfrentá-lo juntos, eu apenas vou te oferecer suporte, que você vai precisar. E o que importa não é é a vantagem, mas sim a forma como se a utiliza.
-Está bem. Ah, e Sity...
-O que é que você não entendeu, Aron?!
-...Obrigado! ^^
-De nada. Agora vai!
-Beleza!

-xxx-

Enquanto isso, em algum ambiente negro, acompanhando tudo através de um globo de energia, o andarilho se mostra preocupado.
-Não gosto disso. É a primeira vez que alguma coisa dá errado e alguém atrapalha meus planos. Estou tão perto...preciso fazer algo a respeito.
E com isso levantou-se, determinado a agilizar o seu plano.










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