Aron Wormior,o Melhor...dos Piores!!! escrita por zora


Capítulo 37
Capítulo 34: A Ilusionista


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, esta difícil postar por causa dos trabalhos da faculdade. Por causa disso, o próximo capitulo irá demorar um pouco para sair, espero que entedam. Até o proximo! o/



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- Então lá estava eu, sozinha, rodeada por várias abelhas gigantes. A Rainha estava atrás delas, mais á minha frente, e eu podia ver os seus grandes olhos vermelhos me fitando. Então rapidamente em um borrão ela surgiu a minha frente, e com o ferrão apontado para o meu peito, preparou o ataque, fazendo um barulho com as presas, mais ou menos assim: GRÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ...

-Ai caramba! – Exasperou-se um cavaleiro presente, escondendo seu torso por trás do da namorada. Esta, irritada, o atingiu com um cascudo.

-Você é um homem ou um Poring ? – Ralhou Silphia Belnades com o seu namorado, Aron Wormior.

- Eu to com medo, me protege Silph! – Perguntou o garoto de cabelos verdes, abraçando a templária pelas costas e com um olhar pidão de um bichinho de estimação pedindo para sair com o dono. A templária revirou os olhos e os fechou, como se estivesse aborrecida, mas em seguida fitou o namorado novamente com um sorriso:

- Ta bom... Mas só porque você é o meu fofinho! ^^

O grupo estava reunido ao redor de uma fogueira, que ardia forte. Era noite e estavam acampados no interior de uma floresta, sob o caule de uma de suas frondosas árvores. O restante dos companheiros ouviam a historia distraídos, até o ataque de Aron e agora se divertiam.

- Se preocupa não Aron. A Mace não vai se transformar na Abelha Rainha e te atacar -Ironizou a acolita Serenity.

Bulk como sempre estava calado, encarando a todos com a sua diabólica máscara.

- Posso continuar? – Disse Mace, chateada, com as mãos suspensas no ar como se estivesse segurando uma caixa invisível.

Mas não obteve resposta. Ouviu-se um barulho e então todos olharam para cima e viram, sobre a imagem da lua, a silhueta de uma ave voando em círculos. Após completar alguns arcos ela desceu, quase raspando sobre a fogueira, mas pousando suavemente à frente de Serenity.

- Estava esperando alguma mensagem, Sity? –Perguntou Mace a amiga.

- Eu... não...

- Deve ser a convocação para alguma missão! – Animou-se Silphia, os olhos brilhando e as mãos fechadas abaixo do queixo. – Acho que como líder do clã eu deveria...

- Acho que essa mensagem pertence a Serenity - Interrompeu Mace, segurando a mão da templária que já se encontrava em direção ao tubo de mensagem amarrado na pata esquerda do animal, enérgica, mas de forma suave.

- Eu... Ta bom. Pode ver então Sity - Disse Silphia, contrariada.

Ainda surpresa, a garota abriu o tubo e retirou dele uma tira de papel. Enquanto lia a mensagem, gotas de suor desceram de seu rosto, acompanhadas de um misto de um olhar preocupado e desesperado.

- Serenity, ta tudo bem? – Perguntou Aron, esticando o pescoço como se para analisar melhor a amiga.

- O que? Ah sim, ta tudo bem! – E tremendo nervosa amassou a tira e a atirou dentro da bolsa. Em seguida, abrindo os braços e bocejando, disse: - Já está ficando tarde, vou dormir. Me acordem quando for o meu turno de vigia.

-xxx-

Algumas horas da matina mais tarde, Serenity encontrava-se acordada perdida em seus pensamentos, e embora fosse sua vez de ficar de vigia, estava sentada de costas para onde seus amigos agora dormiam, admirando a lua.

Esse havia sido o melhor ano de sua vida. Se tornara aventureira, conhecera um grupo de amigos com os quais formara um clã e desde então aproveitara sua liberdade como sempre quis. Mas nem tudo tinha valido a pena, pois para começar, Serenity nunca havia sido sincera o suficiente sobre o seu passado.

A acolita tinha duas irmãs. A mais velha, do qual nunca soubera o nome, se tornara aventureira e desaparecera quando Serenity ainda era pequena (E esse é um dos motivos para sua mãe ter relutado tanto em deixar a atual noviça fazer o mesmo), e a mais nova era portadora de problemas mentais e físicos. Serenity tinha que se revezar com a mãe, cuidando de sua irmãzinha e da loja de flores, o único sustento da família.

Quando a matriarca da família Holycrusers conseguio dinheiro suficiente para contratar uma ajudante para auxiliá-la na loja e com Felicity (O nome da irmã mais nova de Serenity) Sity pôde seguir o seu sonho de tornar-se aventureira, mas antes teve uma discussão séria com sua progenitora.

“Se quer ficar vadiando pelo mundo afora até virar comida de monstro o problema é seu, mais se você for e alguma coisa acontecer comigo ou com Felicity a culpa será sua!”

Desde então nunca mais se falaram. Todo mês Serenity secretamente enviava parte do seu salário com as missões para ajudar com os medicamentos e com os cuidados de Felicity.

Fechou os olhos, enquanto as palavras que lera na mensagem ainda martelavam em sua mente:

“Felicity está desaparecida a três dias. A babá descuidou-se dela em seu passeio e não conseguimos encontrá-la. Amaldiçôo o dia em que botei você no mundo!”

Lágrimas de dor escorriam pela face da noviça. O que deveria fazer? Deveria voltar para reparar o erro (Sim, pois sentia que tal coisa acontecera por sua culpa!) ou viver com remorso pelo resto de seus dias?

Com um longo suspiro, levantou-se e admirou aqueles que considerava como amigos a luz do luar uma última vez: Mace (Que roncava de forma tão assustadora quanto a imitação da abelha rainha horas atrás) Aron e Silphia (Que dormiam juntos e abraçados, com os lábios unidos em um beijo) e Bulk, que dormia encostado na mesma árvore em que estivera encostado antes enquanto conversavam, a cabeça pendendo, parecendo uma marionete abandonada.

Cruzou o acampamento cabisbaixa, e já estava deixando o local quando algo segurou seu tornozelo tão repentinamente que teve que levar uma das mãos a boca, para não acordar os outros com o susto.

-Aonde pensa que está indo, acolita?- sussurrou Bulk Commoner, levantando a cabeça de forma que a fria expressão alegre e boba agora a fitava.

-Ao banheiro, vai querer ir comigo pendurado? - Disse Serenity, alterada e em um sussurro, afastando a perna com raiva e soltando-se.

-Sabe, todos ficaram preocupados com você. Não acha que está na hora de contar-lhes a verdade?

-Do que está falando?- Perguntou a noviça, estudando o homem com os olhos.

-De seu comportamento há algumas horas atrás. Se não confia em seus amigos eles não irão confiar em você.

-Olha só quem fala!- Ironizou Serenity, agora se agachando novamente e quase encostando seu rosto ao de Bulk, o rosto vermelho de tanta raiva: -Se têm alguém aqui que não pode me dar lição de moral em relação à confiança é você Bulk, se é que esse é o seu nome. Não vou receber conselhos de alguém que nem conheço o rosto!

-Muito bem, faça como quiser-Disse Bulk, se despreguiçando e se levantando -Não é a mim que você deve considerações, é aos outros. Se acha que fugir vai resolver os seus problemas então vá. Mas confiança não é algo fácil de se conquistar. Se desperdiçá-la, pode ser que não haja uma segunda chance para se redimir...

E com isso caminhou até onde Serenity estava sentada anteriormente e ali ficou, contemplando os outros.

Enquanto o acompanhava com os olhos, Sity repensava seus atos. Confiança. Seus amigos confiavam nela. Será que valia a pena jogar tudo o que conquistou em um ano fora por não ter sido capaz de retribuí-la?

E com isso Serenity montou seu saco de durmir e deitou-se. “Vou contar-lhes assim que for possível!” Cochichou, de forma audível apenas para que Bulk pudesse ouvir, antes de fechar os olhos.

Alguns minutos depois, Bulk virou-se e, olhando para a lua pensou, enigmático:

“O plano em andamento já está quase se concretizando... Em breve o andarilho terá que aparecer”

-xxx-

No dia seguinte, todos são acordados por gritos histéricos de uma emocionada Silphia Belnades, Que pulava emocionada com um uma tira de papel na mão. Não precisavam somar dois mais dois para saberem do que se tratava...

-Conseguimos uma nova missão!- Gritava a templária, em pé e balançando o papel freneticamente no ar.

-Que legal Silph, agora para de gritar...- murmurou Mace, com os cabelos desgrenhados e o rosto ainda marcado pelo sono.

-O que temos de fazer dessa vez, Silph? -Perguntou Serenity.

-Há...-E com a pergunta parecia que a maior parte da sua animação tinha se esvaído. Mais controlada, a ruiva explicou, enquanto sentava-se do lado de seu namorado, que ainda encontrava-se dormindo na mesma posição que na noite anterior.- Na verdade, é uma missão de Rank D. Nosso objetivo é ir até a cidade de Yatolah, uma das três cidades orientais do mundo, investigar boatos sobre um monstro que estaria raptando pessoas a noite. Não é uma missão assim tão heróica... Mas se os boatos forem mesmo verdadeiros e tal monstro existir, o nível dela pode aumentar, e então estamos autorizados a passá-la para um clã mais experiente ou eliminarmos nos mesmos a criatura. Vamos torcer para que ela seja real!

-A ABELHA GIGANTE VAI ME COMER! UAAAAAHHHHHHH!!!!- Gritou Aron, acordando derrepente e abraçando Silph, assustando Serenity e Mace. -Hã? Ufa, era só um pesadelo...Oi mô, Bom dia! ^^

-Bom dia é o cacete! Seja homem, seu cabra! – Ralhou Silph, Dando um soco na boca do cavaleiro, fazendo um de seus dentes voarem longe.

-Ai... Ta bom...

-Espera ai! –Exclamou Serenity, levantando-se derrepente e olhando ao redor.- Onde está o Bulk?

Mace, Silph e Aron (Agora um pouco machucado) agora também percebiam a ausência do mascarado, mas embora surpresos não se abalaram tanto.

-Isso sempre acontece. O Bulk sempre desaparece derrepente para depois reaparecer tão repentinamente quanto –Respondeu Mace, Após lavar o rosto com um cantil e terminando de arrumar as coisas na mochila.

Silphia soltou um muxoxo.

-Tava demorando... É tão normal o Commoner desaparecer quando precisamos dele... Ao menos espero que ele volte, senão será um integrante a menos no clã. Assim nunca poderemos participar do campeonato Mundial da Conquista do Império. Bem, se todos já estão arrumados, é hora de ir! –Concluiu, batendo palmas e colocando-se de pé novamente.

-Mas eu acabei de acordar e ainda nem comi nada...-Tentou argumentar um certo cavaleiro de cabelos verdes.

“Paf”

-COME NO CAMINHO, SE NÃO VOCÊ VAI NOS ATRASAR!

-Ta bom amor... Ai, acho que engoli um dente...

-xxx-

Como já mencionado anteriormente, Yatolah é uma das três cidades orientais do Mundo de Rune Midgard. Conhecida por sua fé, sua população acredita no equilíbrio entre o ser humano e a natureza, repudiando completamente qualquer resquício de modernidade.

É quase toda composta por casas simples ao estilo do Japão oriental, muitas erquidas sobre tábuas de madeira ao mar, pois a região é costeira. Sobrevivem do comércio simples, da pesca e de feiras.

Inicialmente, após alugarem uma taberna-estalagem onde puderam comer e se arrumar melhor, o clã se dividiu atrás de pistas sobre o tal monstro. As pessoas da cidade, porém não se mostraram muito receptivas, desconversando quando questionadas sobre o assunto ou afirmando nunca terem ouvido falar sobre tal fato. Desconfiados, algum tempo depois o grupo se reuniu novamente e, após passarem algumas horas procurando o Aron, que participava de um concurso para saber quem conseguia colocar mais palitinhos de Yakissoba na boca, foram diretamente até o castelo do Senhor feudal.

-xxx-

-Senhor, este é o Clã New Down.

-Sim, eu já ouvi falar. Esse cavaleiro é o qual todos chamam de Aron Wormior?

-Ele está falando com você, Aron!- Cochichou Mace, dando uma cotovelada nas costelas do cavaleiro, que naquele momento se distraía imaginando quem era mais rápido, um Poring ou um lunático.

-Cuma... Sou eu, seja lá o que for!-Gritou Aron, se levantando de supetão e apresentando-se com os braços estendidos sobre o corpo como se fosse um soldado.

O Senhor Feudal sorriu.

-Calma. Eu ouvi falar do senhor Feudal de Kunlun que você derrotou sozinho o líder da Ceita terrorista conhecida como Ordem do Caos. Eles já nos causaram muitos problemas também. É uma honra conhecê-lo- E com essas palavras levantou-se e fez uma reverência.

-Er... Valeu chefia! –Agradeceu o cavaleiro, coçando a cabeça, com um sorriso. Não estava muito acostumado com elogios.

Todos ficaram em silêncio por alguns segundos. Silphia então decidio ir logo ao assunto:

-Recebemos a missão de averiguar os boatos de um monstro que estaria atacando e raptando os cidadãos a noite...

Mas nesse momento, o hospitaleiro governante passou a uma posição mais feroz:

-Ah, então é isso. Vocês já são o terceiro grupo de aventureiros esse mês. Novamente repito: Essa história não passa de uma invenção para afastar os comerciantes e os turistas. Não existe monstro algum!

-Que ótimo -Disse Silph, sem se deixar intimidar. –Então não vai haver problema se nos procurarmos mais algumas pistas por conta própria, não é?

Nesse momento, o Senhor Feudal levantou-se ainda mais alterado, e grasnou:

-Façam o que quiser, mas se eu descobrir que vocês estão causando algum problema á cidade, irei mandar prendê-los na hora!

-Certo. Então está feito. Muito obrigada por nos atender -E, fazendo uma reverência, Silphia já se preparava para sair, quando algo tocou-lhe o ombro.

Era a mão esquerda de Aron Wormior. O cavaleiro fitava o monarca, sério.

-Peça desculpas- Ordenou o garoto de cabelos verdes ao homem, com um tom sério no qual a templária raras vezes havia presenciado.

Um silêncio sepulcral se formara no recinto.

-Aron, cê ta maluco?- gaguejou Serenity, de uma forma não mais audível que um susurro, exasperada.

-Ora seu merdinha, você sabe com quem...- Esbravejou um dos guardas, mas o Senhor Feudal fez um sinal para que este se contesse.

-Você é mesmo tão corajoso quanto dizem, Aron Wormior. Nem o alto peso de minha classe social fez com que se calasse diante daquilo em que acredita ser errado, e eu estimo muito isso.-Em seguida, desviando o olhar para Silphia, completou: - Peço que me desculpe, Milady.

A garota de cabelos ruivos encontrava-se atônita e ruborizada.

-T-tá tudo bem...-Disse por fim, esquecendo da pose confiante de líder que apresentara um pouco antes.

-Muito bem então, já obteve suas desculpas. Estão dispensados.

Sem dizer mais nada, um carrancudo Aron Wormior virou-se e saiu á frente dos demais, sem trocar nenhuma palavra com ninguém. Tentando esconder os olhos em prantos, Silphia prometera a si mesma agradecer ao namorado mais tarde de forma carinhosa.

-xxx-

Já estavam novamente na cidade quando Mace correu para alcançar o herói.

-Pode parar de agir dessa forma, Aron...-Tentou começar Mace, mas...

-Quem ele pensa que é para tratar os outros dessa forma, Mace?- Bradou o cavaleiro, furioso.

-O dono da cidade, suponho – Respondeu Serenity, chegando logo depois junto a uma Silphia Belnades já controlada e em seu estado normal.

-Pois isso não dá direito a ele, nem mais a ninguém, de gritar com os outros como bem entender.

-Aron...

-Não Mace! Como dono da cidade, o dever dele é proteger os cidadãos, e não descontar suas frustrações neles ou em outros como bem entender!

-Eu sei, mas...-Mace calara-se. Ela concordava com a opinião do cavaleiro de cabelos verdes.

Silphia aproximou-se do rapaz e, segurando sua mão, disse, tentando esconder a emoção:

-Ta tudo bem, Aron. Deixa isso pra lá, está bem?

Aron a fitou sério por alguns segundos, e então a abraçou.

-Certo. Mas não vou aceitar que ninguém grite com você de novo!

-Aron, eu... Obrigada! –Disse por fim a Templária, fechando os olhos, como se para segurar o choro e fazendo força para conter a voz.

-Ahãm, sem querer atrapalhar esse momento tão lindo- Disse Serenity, sem esconder o tom de ironia na voz- Há um templo em ruínas na parte leste e desapropriada da cidade. Que melhor lugar para uma ceita que rapta crianças a noite se esconder?

-Boa idéia, Sity!- Disse Mace, empolgada.

-Vamos sim!- Respondeu Silph, desfazendo o abraço com o cavaleiro e olhando para a amiga.- Mas se formos agora, é provável que guardas que aposto que o Senhor Feudal colocou para nos vigiar, usem isso como pretexto para nos expulsar da cidade. É melhor a noite, assim não recebemos interferência da população e é mais fácil passar desapercebido pelos guardas.

-Ok. Vamos voltar para a estalagem então para preparar tudo para esta noite!- Disse Mace, desferindo socos no ar como uma pugilista.

-Vamos. Caramba, ainda bem que temos alguém no grupo prestativo e em quem podemos confiar no lugar do Bulk. Valeu, Sity!- Disse Silph, enquanto encaminhavam-se para a estalagem.

Serenity sentiu um grande peso no estômago com as palavras de incentivo das amigas, e agora mas do que nunca queria lhes contar sobre seu passado. Mas algo lhe dizia que aquele ainda não era o momento certo: Ela lhes diria toda a verdade assim que a missão estivesse concluída.

-xxx-

Quando a lua já podia ser vista branca e límpida no céu, já faltavam poucos metros para o grupo chegar no local. Contornos da edificação (Um grande Forte de teto oriental) podiam ser destingidos de longe.

Andavam em silêncio há algum tempo, Silphia e Aron mais a frente e Mace e Serenity um pouco atrás, quando a acolita, incomodada pelo silêncio, decidiu iniciar uma conversa.

-E então Mace... Que tipo de bebida você mais gosta?

-Hã, o que?-Perguntou a ferreira, como se acordando de um transe.- Puxa, eu nunca tinha pensado nisso, acredita? Mas eu gosto muito de Comodo-Cola!

-Sabe, não é desse tipo de bebida que eu to falando...

-Nem todo mundo gosta de beber álcool puro, Serenity!-Ironizou Mace, mostrando a língua para a amiga.

-É, e nem todo mundo gosta de ficar torrando na frente de seja-lá-o-que que você usa para forjar as suas armas, Mace!- Brincou Serenity, mas a Mace não sorriu.

Pelo contrário. Parecia séria, sem nenhuma expressão no rosto.

Silph(Que encontrava-se na mesma posição que a ferreira, só um pouco mais a frente) também apresentava a mesma feição. Aron e Serenity, que estavam nas mesmas posições, não tiveram como ver uma luz que aparecia e desaparecia rápidas vezes até se apagar por completo as suas costas, e que agora ocasionava esse estranho comportamento nos outros integrantes do clã.

-Silph, ta tudo bem?- Perguntou Aron, aflito, a namorada.

Abruptamente, ela retira a sua espada e desfere um ataque vertical, que este defende usando o braço direito protegido pela armadura, sob o rosto.

-Silphia...Amor, o que esta acontecendo?-Perguntou Aron, confuso e descrente que aquela situação estivesse mesmo acontecendo.

Silphia, por sua vez não apresentava qualquer emoção no rosto.

Um pouco atrás deles, Serenity caia no chão em uma tentativa frustrada de se esquivar dos golpes de machado que Mace agora segurava nas mãos.

-Mace, o q-que é que t-ta acontecendo???-Desesperou-se a noviça, quando sem apresentar nenhuma expressão a ferreira disse “Martelo de Thor” e através de uma aura azul de mana, potencializou ainda mais o poder de sua arma e agora tomava impulso com um pulo para desferir em Serenity um golpe ainda mais arrasador.

-Aumentar Agilidade!-Disse a noviça, usando a técnica especial em si mesma e sem pensar duas vezes rolando para o lado esquerdo.

O impacto do golpe foi tão grande que Serenity foi jogada no ar girando algumas vezes antes de cair, e Aron e Silph, que ainda estavam na mesma posição de combate, vacilaram, desfazendo-a.

Se recuperando rápido e aproveitando a vantagem, Silphia desfere um chute no peito de Aron (Que estava meio tonto e perdera a noção de gravidade após o golpe do machado de Mace) que caiu para trás, tudo isso aconteceu em milésimos de segundos.

Em seguida, concentrando o elemento fogo na lâmina da espada e depois desferindo-o na forma de uma esfera em direção a Aron, Silph grita, sem emoção:

-Impacto Flamejante!

Levantando o torso, Aron defende o rosto com os braços cruzados sob este, mas é atingido em cheio no peito novamente, caindo para trás.

Enquanto isso Serenity, usando a magia de velocidade esquivava-se de todos os golpes da Ferreira Viajante.

“Isso está mal!” Pensou a Acolita, enquanto agachava-se para fugir de um golpe de machado na horizontal. “Essa técnica não irá durar muito tempo, e quando seu efeito acabar, dado a mínima distância em que estou com a Mace, será fatal para mim!”

Esquivando-se mais uma vez e levantando as mãos com as palmas em direção a amiga, Mace pensou uma última vez: “Não têm jeito. Vou ficar exausta, mas vou ter que usar aquela habilidade que andei praticando. Espero que funcione!”

Então a noviça gritou:

-Esconjurar!

E quando o Machado rodeado de aura azul de Mace já se encontrava a poucos centímetros de sua cabeça, a ferreira vacilou e tombou para o lado.

Caindo sentada, Serenity colocou as mãos sobre o rosto, em oração.

“Obrigada meu Deus!”, pensou.

Há pouco mais de um metro, Silphia Belnades deferia um Impacto explosivo em direção de Aron. A rajada de fogo dispersada pela bainha não o pegou por pouco.

Rolando mais uma vez para um dos lados para fugir de mais um impacto, Aron tentou imaginar porque sua amada o estaria atacando.

E então lembrou do Andarilho. Em como esse havia manipulado um de seus amigos e como ele prometeu libertar Billy de sua influência e derrotar a misteriosa figura. Será que Silphia estaria passando pela mesma coisa?

Levantando-se, Aron fitou a garota, tentando encontrar alguma coisa que lembrasse sua querida Silphia, mas eles pareciam sem vida. Então a Templária correu em sua direção, com a espada erguida sob os ombros. O cavaleiro fechou os olhos, havia se preparado várias vezes para uma cena como aquela, para enfrentar e derrotar Billy (Pois acreditava que não poderia salva-lo se não pudesse enfrentá-lo e vencê-lo primeiro).

Esperou e, quando sua namorada chegou mais perto, ele segurou suas mãos e, ficando de costas para ela e usando um pouco de impulso, a retirou do chão e a devolveu para ele, a sua frente e com força, de modo que a templária caiu de costas desacordada no gramado.

Em seguida, Aron deixou-se cair sentado. Estava exausto.Um pouco a seu lado chegava Serenity, tateando no chão tão cansada quanto ele.

- Aron, cê ta... puf puf…como é que cê ta?

-Eu to bem, Sitch...O que aconteceu com a Silph, ela parecia...

-Hipnotizada. Foi isso mesmo –Continuou a noviça, que deu graças a Deus por seu apelido não começar com “B”. - Eu tive... Puf, tive que usar uma magia que estive treinando a algum tempo que coincidentemente, além de eliminar zumbis, também desfaz hipnoses. Ainda bem que tudo acabou, Né Aron... Aron?

Assustada, Serenity levantou-se derrepente: A sua frente, Aron encontrava-se como se estivesse olhando para alguma coisa atrás da garota, sem expressão alguma no olhar.

Serenity não sabia o que fazer: Não queria olhar para trás pois também poderia ser pega pelo feitiço, e ao mesmo tempo estava exausta demais para aplicar-lhe outro Esconjurante. Felizmente, enquanto o cavaleiro se levantada, ela não precisou esperar muito tempo:

-Tudo bem, pode olhar pra trás. Só preciso dele.

Preparando-se para tudo, Sity virou-se: A sua frente, uma mulher de longo casaco roxo usado como uma capa, emplumado na parte do pescoço, roupa decotada preta e cabelos louros curtos e rebeldes a fitava. As mãos estavam escondidas sob grandes bolsos sob o casaco.

-Só vou perguntar uma vez: Quem é você?- Perguntou Serenity, levantando as mãos com as palmas abertas em direção a mulher. Não estava em condições de soltar nenhuma magia, mas esperava com o blefe conseguir alguma coisa.

Mas a mulher apenas riu tranqüila.

-Me parece que esta exausta demais para soltar qualquer magia. De qualquer forma, fiquei surpresa quando você utilizou o Esconjurante, isso é magia de nível Sacerdótico alto! Mas desculpe, estou sendo deseleguante em não me apresentar: Meu nome é Kaizen Kedavra, e como pôde concluir, sou ilusionista.

-Por que hipnotizou meus amigos?- Perguntou Serenity, fazendo força para manter os braços erguidos.

-Sou especialista em destruir clãs através de ilusões e hipnotizando os seus membros. Tipo um mercenário, só que mais legal – Riu Kaizen.-Então logicamente não posso dizer quem me contratou, só que exigiu que vocês fossem “riscados do mapa”.

-Riscad...-Serenity então começou a compreender quem poderia estar por trás do ataque. Mas antes que pudesse tomar mais alguma decisão, percebeu que não podia se mexer.

A ilusão da mulher a sua frente então se desfez em um borrão, quando o braço da verdadeira Ilusionista, que agora saia das sombras, o tocou.

-Você me enganou!-Rangeu a noviça entre os dentes, quando Kaizen (A mesmíssima mulher que aparecera na ilusão anterior, só que agora real) usando um pingente circular preso a uma corda enrolada em um de seus dedos, balançando como um pendulo, se aproximava da garota e dizendo “Abaixe-se devagar”, obrigava Serenity, que não tinha controle nenhum sobre o corpo, a obedecer.

-Como vê, posso controlar qualquer coisa. Inclusive o seu amigo –Concluiu a ilusionista, quando passou por esta.

-Deixe o Aron em paz!-Disse a acolita, rouca, tentando disfarçar a voz quase chorosa.

-Claro. Assim que ele matar vocês, também farei ele descansar em paz!- Respondeu a mulher, dando uma risada maldosa.-Agora vejamos: Aron, qual é o seu maior sonho?

De costas, Serenity só podia ouvir, com horror, a conversa entre a inimiga e seu amigo dominado.

-Meu maior sonho...-Disse o garoto, meio grogue. – É ser reconhecido por todos, principalmente pelos meus amigos.

-Muito bem então. Mate Silphia Belnades, e você alcançará seu sonho, Aron!

-Não, Aron!- Gritou Serenity, a plenos pulmões.-Não faça isso! Nos reconhecemos você! Eu sei que quase nunca dissemos isso, mas, mas... sem você talvez esse clã nem estivesse junto, ou vivo até hoje!

A noviça então pôde ouvir o desembainhar de Felizberta e passos.

-Por favor Aron, não faça isso!-Gritava desesperada e chorosa.-Nos acreditamos em você! Desculpe se nunca dissemos isso, mas a Silph diz! Ela diz direto o quanto te ama, o quanto confia em você... Aron, por favor, a Silph não... A Silph...

-Impacto Flamejante!

-NÃÃÃÃÃÃÃÃOOOOO...

Gritou angustiada a acolita. Pode ouvir algo sendo atingido e jogado no ar, e ainda estava gritando quando Kaizen Kedavra caiu do seu lado desmaiada.

Instantaneamente Serenity estava livre de sua magia. Virando-se, ela podia ver um Aron Wormior confiante, apontando a lâmina de sua espada.

Confusa, Serenity não podia acreditar.

-Aron, você...Conseguiu se livrar da hipnose? Mas isso é quase impossível! Só alguém com uma força de vontade muito forte poderia...

E então calou-se. Não conhecia ninguém com maior força de vontade no mundo do que o seu amigo.

Guardando Felizberta, Aron disse, mais como um desabafo alto para si mesmo do que para a amiga:

-De nada vale um sonho se não for para compartilhá-lo com aqueles que se ama.

Barulhos de palmas então são ouvidos.

-Que lindo. Pena que você não siga essa frase com tanto fervor quanto faz parecer, Aron.

Quando o cavaleiro de cabelos verdes e Serenity olham para a entrada (Agora mais próxima) do templo, um homem de roupa azul marinho e jaqueta com gola emplumada aparece descendo suas escadarias.

Era Billy Shocwood.


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