Mas um terrivel ano naquela escola, naquela vida, que parecia me sufocar, cada vez mais naquele tormento. Depois de um dia estranhamente calmo na escola, a caminho de casa comprei algumas coisas que estavam faltando.

Como sempre, estava só em casa. O trabalho ocupava agora boa parte do seu tempo, sobrando quase nada para ficar comigo. Já tinha me acostumado, mais ainda era bastante difícil para mim.

Só uma coisa me deixava feliz e triste ao mesmo tempo. Amanhã eu completaria 11 anos e faria 2 que meu pai havia me deixado.

Seria mais um dia, igual ao ano passado. Nos meus 8 anos, me lembro como se fosse hoje. A alegria ainda permanecia em meus olhos, junto como os deles dois parados a minha frente, com um bolo enorme, chapeis de aniversários tortos em suas cabeças, balões espalhados pela casa e meu presente no meu quarto. Mais já não era mais assim;

Ano passado, 10 anos, foi triste, como se faltasse uma pessoa junto a mim. Mais ainda lembro, mesmo querendo esquecer, mamãe parada na soleira da escada, com um pequeno bolo em suas mãos e o antigo chapéu de aniversario, estranhamente torto em sua cabeça.

A única que coisa que me fez um pouco mais feliz naquele dia, foi me deitar na grama, perto do tumulo dele, relembrar e contar em voz alta todas as nossas brincadeiras, travessuras e outras das nossas animadas diversões.

Enquanto falava isso para o vento, torcendo para que onde ele estivesse, me ouvisse, uma sensação de prazer dançava dentro de mim. Como se agora a dor e sofrimento fossem somente uma parte minha.

Afaste aqueles pensamentos, me sentando no sofá e ligando a TV em minha frente. Dormi e só acordei no outro dia. Eu estava em minha cama, mais não me lembro de ter subido para lá. Me arrumei para enfrentar mais um dia naquela escola.