Eu já estava totalmente perdida do que deveria fazer.
     - Então diga o que diria.
     - Eu diria que sinto o mesmo por você.

***

    Congelei.
    - Co-como a-assim? - minha mão estava suando e minhas pernas tremiam sem parar.
    Ele se aproximou de mim, tocou meu cabelo e foi descendo até chegar a nuca, fazendo todos os meus pêlos eriçarem. Ele dirigiu sua boca até meu ouvido e hesitou, sua respiração estava quente e tocava em minha face com muita prontidão. Até que ele disse:
    - Isso mesmo, Hermione Granger. Eu sou louco por você. Sou louco por seus cabelos castanhos, com cachos tão bonitos. - ele mexeu um de meus inúmeros cachos - Tudo que eu falava era patético, infantil, idiota. Eu era idiota. Até, perceber que eu gosto, ou melhor amo você. Amo esse seu jeito sabe-tudo de ser, amo esse seu jeito desprezado de lidar comigo. Amo seu cheiro de maçã, amo seus olhos, seu corpo, amo sua pele macia e gostosa. Amo você inteiramente, totalmente, inexplicavelmente. E eu não consigo mais lidar com isso. Eu quero ser seu e de ninguém mais. Eu quero te tocar, te abraçar. Eu quero sentir seu gosto. - ele ofegou e tornou a falar - Poder falar ao mundo inteiro que eu sou de Hermione Granger. Afinal, meus sonhos tem você, como protagonista. Você é a pessoa que eu não quero simplesmente pegar por uma noite. Eu te quero todas as noites, todos os dias, todas as tardes, todas as horas, todos os segundos. E nada muda isso. Eu quero te entrelaçar, te beijar. Eu quero te ter.
    Nos observamos por 10 segundos, que foram precisos para que eu absorvesse aquilo que tinha acabado de sair da boca de Draco Malfoy. De repente, ele, que já estava perto de mim, se aproximou mais ainda fazendo nos tocarmos, ele envolveu seus braços em minha cintura e com muita firmeza e rapidez ele me beijou. Aqueles lábios pálidos e milagrosos tocaram meus simples lábios que para ele não pareciam nada simples, nossas línguas se entrelaçaram e fizeram coisas possíveis e impossíveis, nossas bocas não se descolavam. Eu me sentia leve, feita, realizada. Eu me sentia faíscando. Eu sentia fogos de artifício saindo de nós naquele momento. Draco tinha o melhor beijo de todo o mundo. Era delicioso, suculento. Era mais do que tudo, sedutor. Eu não queria sair dali nunca. Eu queria ficar ali. Beijando por toda a eternidade a boca de Draco Malfoy. Nossas salivas se trocavam. E eu, cravava com fúria meus dedos nos cabelos loiros dele. Ele acariciava minhas costas como um anjo. Havia lúxuria, era selvagem. Desloquei minha perna até a cintura dele e me encaixei perfeitamente no corpo escultural que ele tem. Eu estava perdendo fôlego e hesitando e ofegando. Eu o empurrei e maneei minha cabeça tentando me situar. Mas, eu estava confusa, totalmente fora de mim. Ele tentou voltar, mas eu o empurrei de novo e falei:
    - Isso é mais de uma de suas brincadeiras de mau gosto, isso só pode ser brincadeira, Malfoy. Você passou dos limites. Me larga. - eu ofegava e tentava entender.
    - Não é brincadeira, Granger. Eu nunca chegaria a esse ponto numa brincadeira. - ele falou isso e dessa vez segurou minha nuca. - Eu nunca senti tanta atração por alguém antes, Hermione. Você é tudo pra mim, mesmo. Eu não estaria brincando. Nunca! - ele foi dessa vez, mais lentamente, foi beijando minha nuca e subindo cada vez mais até chegar em minha orelha quando ele, mordeu o lóbulo da minha orelha e eu saltitei sentindo uma lúxuria enorme dentro de mim, sentindo atração. Era um jogo de sedução. Ele me olhou com seu sorriso malicioso e fiz o mesmo.
    Não sei porque mas, acreditei nas palavras de Draco. Ele me beijava furiosamente. Do jeito mais tentador possível. Eu suava, ofegava, e quando acabava o fôlego parávamos um pouco. Tudo era muito bom. Estávamos nos beijando por alguns minutos. Minutos, que pareciam milênios. Minutos de tentação. Lúxuria. Sedução. Os melhores minutos de minha vida. Até que esses gloriosos minutos acabaram e e tudo se transformou no pior momento da minha vida.
    - HERMIONE? - Harry permaneceu em pé na nossa frente com o queixo caído.
    - Harry! O que faz... ? Nã-não é o que você pen... - tentei completar uma das frases.
    - Harry Potter? - Draco olhava assustado para Harry do mesmo jeito que eu.
    - Hermione você estava... Beijando o MALFOY? - ele deu ênfase a palavra "beijando" e a palavra "Malfoy" me causando calafrios. - Como pode? Vocês são completos inimigos. 
    Vi uma fúria subir no olhar de Harry e ele estava vermelho de raiva nesse momento, prestes a matar alguém ali.
    - Calma Harry! 
    - Como calma, Hermione? Você estava beijando o filhote daquele comensal da morte. - ele parecia perdido ao dizer essas coisas - Espera! Essa não pode ser a Hermione. Não! O que fez com a Hermione seu idiota?
    - Mas, essa é ela sim, Harry. E não ouse me chamar de idiota. Ninguém, a não ser você, é idiota aqui. - Draco esuqentava mais ainda as coisas. E eu ofegava como nunca antes.
    - Não me chame de idio... - interrompi o Harry.
    - Harry, sou eu mesma. Ele não fez nada comigo.
    - Fez, ah ele fez. Eu vi vocês dois quase se comendo aí. E como vi. 
    - Não exagere, Harry por favor. Só estávamos nos beijando nada mais. 
    - Só? Hermione você tem ideia do que está falando? Você e Draco só estavam se beijando? Só? Você deve estar inconsciente, Granger. Deve estar louca. 
    - Para Harry, eu não estou louca. Nós só nos amamos. - abracei o Draco.
    - Larga a Hermione, seu canalha! Seu... Seu... - Harry apontou sua varinha para Draco - Estupefaça!
    - Harry, não! - eu me joguei na frente de Draco causando uma dor horrível em meu peito.
    Não escutei muita coisa, apenas a voz de Draco em meu ouvido.
    - Hermione? Por favor, acorda Hermione. Eu te amo. - daí eu não escutei mais nada. Só um choro desesperado. Um choro de tortura e tristeza, um choro que me molhou um pouco com lágrimas. Lágrimas sinceras, lágrimas de amor. Lágrimas que eu tinha certeza ser do Draco.