Ele, foi passando por minha bochecha e a acariciando até que ele tocou meu queixo e o aproximou a ele. Eu estava tremendo e tudo que eu fazia era corresponder a ele. Envolvi meus braços nas costas dele e fui acariciando delicadamente. Ele fechou os olhos e eu fiz o mesmo. Ele colocou a mão na minha nuca e foi aproximando meu rosto ao dele. 

***

    - Senhor Malfoy e senhorita Granger, podem se levantar do chão do corredor e pararem com esses... Amassos? - rosnou Minerva McGonnagal que estava empertigada nos olhando com descrença e raiva ao mesmo tempo.
    Merlin! E agora? Minerva nos viu prestes a se beijar. Peraê? Eu estava prestes a me beijar com Draco Malfoy? Ele está louco? Nos levantamos rapidamente e fixamos o olhar nela que, nesse momento, parecia tão confusa quanto nós dois.
    - Ora, ora, ora... Vocês não se odiavam? - ela se aproximou da gente e ajeitou seu chapéu pontiagudo. - Opostos se atraem, pelo que vejo. Malfoy e Granger, os inimigos mortais de minha classe, deitados no corredor prestes a se... Beijarem. Que coisa feia de se fazer em uma escola não acham?
    - Mas... Nós não... Eu não... M-mas é que... - eu não conseguia completar nenhuma frase.
    - Me desculpe, professora Minerva. Nós não sabemos como isso aconteceu. E eu ainda odeio essa Sabe-tudo mal educada. - Draco me olhou com fúria e depois virou-se para Minerva assustado.
    - Da próxima vez, irão a detenção. Por Merlin! Não conseguem se controlar. Estou farta disso, e por favor, Granger, foi você que deixou esse livro caído no chão?
    - Foi sim, desculpe-me, Minerva. Vou ao meu dormitório, com licença. - eu peguei o meu livro e me retirei, envergonhada. Eu devia estar da cor dos cabelos dos Weasleys nessa hora.
    Eu já não estava aguentando essa maluquice do Draco. Primeiro ele vem todo cheio de ofensas pro meu lado e depois ele quer me aquecer e ser gentil comigo, depois ele quer me beijar e agora quer me chamar de Sabe-tudo mal educada? Esse garoto tá doido? Como eu posso continuar amando um garoto tão... Mal educado, ignorante, irônico, lindo, gentil e com o sorriso mais lindo de todo Hogwarts... Eu sou outra maluca. Maluca de amar ele. Malucar de continuar querendo ele só pra mim. Maluca de amor por ele. Maluca de querer matar a Minerva McGonnagal que estragou meu melhor momento. Umpf...
    Cheguei no meu dormitório, tomei um banho para tentar esquecer o que acabara de acontecer. Sentei em minha cama, peguei meu livro e, em vão, tentei o ler. Meus pensamentos não conseguiam se concentrar nisso agora. Eu estou me mordendo pra saber se aquela inxerida da Minerva vai contar o que viu a alguém. Ai dela, se contar. 
    - Herm? Chegamos do encontro... Tenho tanto pra te contar, você nem sabe. - a Lovegood veio saltitando de felicidade me contar alguma coisa.
    - Hum, conta então! Cadê o Harry e a Gina? - quis parecer anciosa, mas minha cabeça pairava em outro lugar agora.
    - Estamos namorando. - o Rony apareceu atrás da Luna que mantinha seu sorriso até a testa.
    - Fala sério! Ai que ótimo, como aconteceu? - estampei meu sorriso com sinceridade.
    - O Harry e a Gina não apareceram, então decidimos comer só nós dois mesmo. Então, começamos a conversar e o Ron, pediu pra namorar comigo! Depois nos beijamos. - a Luna disse isso e eles deram um selinho fofo.
    - Ah que lindo, nunca pensei que o Rony poderia tomar alguma atitude. - debochei e o observei com ironia.
    - HA-HA-HA. Pela Luna? Claro que eu tomo. Eu nunca havia percebido como ela é tão linda.
    - Oun, meu lindo. - ele deram mais um selinho e eu senti algo arder por dentro. 
    Quem me dera se essa posição fosse minha e do Draco.
    - Tá, né? Chega.
    - Que foi Mionezinha? - Luna falou envolvida pelos braços do Rony.
    - Na-Nada. - gaguejei e abaixei meu rosto tentando disfarçar o que acontecera a alguns minutos atrás.
    - Quando você gagueja eu sei que tem algo por trás, Hermione. - Rony me olhou com discórdia.
    - É sério, não é nada, parem de se questionar por minha "gaguejeira" alheia. - menti.
    - Deixa ela, Ron, ela deve estar certa. Não devemos questiona-la. - Luna beijou o pescoço do Rony - Deixa de querer saber tudo sobre a Hermione.
    - Tá bom. Mas, tem algo aí. Eu te conheço bem, Granger. - ele falou e se virou para a Luna, que começaram a se paparicar e se beijar. Eu deixei os pombinhos lá, e saí do dormitório.
    Comecei a caminhar, sem nem perceber onde eu estava indo. Meus devaneios tinham como alvo Minerva McGonnagal e Draco Malfoy. Aquele bendito daquele loiro lindo estava quase me beijando. Eu já estava sentindo a temperatura fria dele em mim, e a respiração dele me afagava. Eu estava nas nuvens e aquela maldita daquela Minerva-gosto-de-estragar-bons-momentos me impediu de me rechear de lábios Malfoynianos. Agora, eu queria saber que Malfoy, em sã consciência estaria prestes a me beijar com toda aquela ternura e toda aquela doçura que eu nunca havia visto em Draco antes? Ah Merlin! Draco estaria gostando de mim, tanto quanto eu? Isso é impossível. Ele me odeia com todo ódio que ele pode ter. Tropeçei e todos meus pensamentos se embaralharam no ar perdido do lugar onde eu estava. Estava anoitecendo e eu já não via muita coisa nessa escuridão fria e tão... Vaga. Eu estava na floresta proibida. Reconheci isso ao ver todas as árvores ao meu redor. Eu não costumo vir aqui. Mas, agora que vim eu vou ficar. Sentei em uma rocha que encontrei na trilha deserta que eu seguia. Comecei a mexer em meus cachos que a esta hora estavam todos mal distribuídos. Um vento frio pestanejou meu corpo todo e eu senti um calafrio passar por minhas veias. Tentei me encolher para não sentir mais tanto frio. Só a respiração de Draco resolveria nessa hora.
    - Droga, que frio! - pensei alto.
    - Você veio porque quis. - a voz fria de alguém fez um arrepio longo e gelado passar por minha espinha.
    Quem está aqui? Comecei a procurar a voz por toda a escuridão vazia e cada vez mais profunda, mas não achei aquilo que havia acabado de falar comigo, eu não conseguia se quer reconhecer a voz tranquila, porém, assustadora e tenebrosa, que quando se pronunciou congelou por segundos meu corpo inteiro que ficou imobilizado. Hesitei, hesitei mas continuei:
    - Quem es-está aqui-qui? - não movi nenhum músculo depois de tentar tirar essas palavras de minha boca.
    Por um minuto nada aconteceu. O silêncio pairou a floresta e eu tremia sem parar. Minhas pernas eram verdadeiras cordas bambas. Eu não me movi por esse minuto até que aquela voz falou mais uma vez me fazendo saltar da rocha de susto, mas dessa vez a voz falava com um tom bem mais baixo, mas ainda apavorador.
    - Porque quer saber tanto o que sou? Não mudaria nada em sua vida. - ele foi curto e grosso.
    - Mas, não é normal, pra mim, escutar vozes alheias e tenebrosas numa floresta a noite.
    - Nada é normal, minha querida. - o tom agora, foi mais educado - Está com medo de mim? Uma voz do nada.
    Ai meu deus, eu estou falando com vozes, eu devo estar louca.
    - Você não é uma voz do nada. Você é alguém querendo tirar sarro de mim, mas não vai ser muito fácil. Eu? Com medo?
    - Pense o que quiser, Granger. - o meu sobrenome foi pronunciado com prontidão.
    Como essa voz assustadora, gélida e grossa do meio do nada sabe meu sobrenome? Me sentei novamente na rocha e tentei absorver alguma coisa. Mas, isso foi sem sucesso.
    - Espera aí? Como sabe meu sobre... nome? - me encolhi.
    - E sei mais. - o ser ignorou minha pergunta - Seu nome é Hermione Granger, amiga de Harry Potter, Ronald Weasley, Gina Weasley e Luna Lovegood. É uma sabe-tudo e sabe que Snape não tem tanta simpatia com você. Já namorou Rony, mas isso foi passado e agora... Está perdidamente apaixonada por seu pior inimigo: O Sonserino, filho de Comensal da Morte, sangue puro...
    Aquela sequência de adjetivos se encaixava perfeitamente em algo que me preocupava. Pelas barbas de Merlin!
    - ... Draco Malfoy. - as duas últimas palavras me fizeram me descabelar por dentro.
    Alguém nesse mundo sabe que eu sou apaixonada pelo Malfoy. EU VOU MORRER.
    - Hã? Ta-ta doido-do? E-eu apaixona-nada pelo Draco? - gaguejei, corei e ri de jeito alto, porém falso.
    - Sim, isso mesmo. Você não me engana. - aquela voz estava me dando vontade de desaparecer.
    Comecei a correr, para longe dali. Corri por toda a floresta mas, não achei saída. A lua já quase não iluminava nada, e a escuridão era a única coisa que eu via em minha frente, ou melhor em meu redor. Eu não parei de correr e a floresta parecia estar infinita. Eu nem podia aparatar, minha varinha eu havia deixado no dormitório. Comecei a ouvir algo rir de mim e minha corrida ficou ainda mais rápida. Até que senti uma pressão e tudo apagou.