Ele acomodou meu rosto no ombro dele tão acolhedor para mim, tão... Aaaah. Aproximou sua boca ao meu ouvido com cuidado, vagarosamente e com uma voz acomodadora ele disse:

***

    - Acho que alguém está nos chamando. Estou ouvindo alguns ruídos. Parece ser a Pansy e a Gina. - ele levantou e estragou aquele momento tão divino.
    Umpf... 
    - Aleluia! - aliviei.
    Fomos juntos até uma das paredes, a que parecia estar mais perto das vozes, que pareciam mesmo ser da Pansy e da Gina. Por um momento nossas mãos se tocaram e eu senti um arrepio passar por minha espinha. A mão dele estava gélida. 
    - Hermione, Draco? Achamos o elfo que os prendeu aí. - a voz delas era escutada por nós bem baixinho.
    - Então o que está esperando? Tire-nos daqui! - Draco ordenou impaciente.
    Ficamos esperando por alguns segundos para sermos tirados dali. Eu só queria que nosso momento tivesse durado mais que poucos minutos. Os poucos minutos mais milagrosos da minha vida. Os poucos minutos que Draco havia envolvido seus braços por mim e me aquecendo por um tempo. O Draco nunca tinha sido tão gentil comigo. Gentil? O Draco havia sido gentil. Ele também parecia querer, de uma certa maneira, ter um contato maior comigo, mas algo me impediu, ou sei lá. Eu estou totalmente confusa. De uma hora para a outra, eu e o Draco aparecemos no corredor de Hogwarts e Gina e Pansy estavam empertigadas em nossa frente. Voltamos, finalmente.
    - Draquinho lindo, você está bem? Deve ter sido horrível ficar com essa... - Pansy começou com as chatisses dela, ela foi passando a mão nos cabelos loiros dele e tentando dar beijos na bochecha dele.
    Draco a interrompeu:
    - Pansy, não me chame de Draquinho! E pare de me encher de paparicos... 
    Ela o olhou com descrença e deu um passo para trás.
    - Hermione, está bem amiga? Como parou aí? - Gina me abraçou.
    - Eu estou ótima. Longa história. 
    Todos voltamos para nossos dormitórios. Mas, a Gina não saía do meu pé, para que eu contasse como fui parar lá.
    - Gina, outra hora te conto. Por favor deixe-me descansar. - eu implorava.
    - Af, tá bom. Mas amanhã eu cobrarei uma resposta ok? Boa noite. - ela me largou, finalmente.
    Minhas primeiras horas não foram fáceis. Eu demorei muito para dormir. Só me vinha na cabeça aquelas coisas tão diferentes que Draco havia demonstrado. A cada segundo eu o amo mais. Isso está ficando indomável. Mas, quando já eram umas 2 da manhã, consegui adormecer.
    - Hermione, vamos acorde! Arrume-se e me encontre no corredor. - a voz da Gina me ensurdecia enquanto eu tentava abrir meus olhos com esforço.
    - Gina, calminha. Ainda é cedo. Eu dormi tarde. Estou muito cansada. - eu fui levantando devagar.
    - Calma nada! Você disse que era uma longa história precisamos de tempo, não acha? - ela me apressava colocando o uniforme na minha cama.
    - GINA! - gritei - Que obsessão é essa? Calma. Já vou te contar.
    Me arrumei e fui ao encontro com a Gina no corredor.
    - Então? Conte-me. - ela não era nem um pouco paciente.
    Contei toda a história. Menos a parte que Draco tinha sido gentil e eu havia adorado passar todo o tempo com ele. Ainda não estava pronta para demonstrar meus sentimentos pelo Draco para a Gina.
    - Rony? O Rony não consegue se cuidar. Ele te ama muito ainda. - ela olhou para trás e o Rony estava lá - Ele deve estar magoado. Ou triste.
    As palavras "Magoado" e "Triste" me afetaram de um jeito que senti que meu coração arder. Tudo que eu queria era só deixar claro que eu não quero sair por aí me agarrando e me beijando com quem não amo como namorado. Mas, agora eu magoei o Rony. Que ótimo.
    - Eu não queria magoá-lo, eu só não o amo. Ele tem que aceitar isso, e não sair por aí me agarrando. Ainda mais, na frente do Draco - me descuidei ao falar a última frase, fazendo a Gina soltar um berro.
    - Draco? Por que "Ainda mais, na frente do Draco"? Ainda mais? Hermione, não quer que o Draco te veja beijando o Rony por que? - Ela se aproximou e intensificou um olhar curioso.
    - E-Eu não falei i-isso. Está ouvindo coisas Gina. - tentei não gaguejar.
    - Eu ouvi muito bem, não me venha com isso, Mione. Você por acaso, gosta do Drac...
    - O que? Está louca? Draco? Eu? Gostar? - interroguei sucessivamente e fui dando passos para trás.
    Até que me bati com a Lilá. Ela me olhou com um olhar de com se quisesse me matar.
    - Porque deixou o meu Uon- Uon assim? Você não pode fazer isso. Chegar, simplesmente no Ron, e ir falando tudo pra magoá-lo. Eu vou te bater, Granger.
    - Eu não quis. Eu só falei a verdade, nada para magoá-lo. Me bater? - eu tremi.
    Ótimo. Estou encurralada. A Gina de um lado querendo saber se eu sou apaixonada pelo Draco, e a Lilá do outro querendo me bater. O que eu faço?
    - Lilá, ela não quis me magoar só estou assim, por que me feriu. Mas, eu tenho que aguentar a verdade, ela não me ama como namorado mais. - o Rony se meteu na conversa.
    Ah, era tão bom ouvir isso do Rony. Ela não estava ferido por minha causa, ele sabia que eu não queria.
    - Está assim por que ela não te ama mais? - Lilá berrou - Uon Uon, eu estou aqui pra você e está sofrendo por essa castanha de cabelo de vassoura?
    Castanha de cabelo de vassoura? Pooxa, Lilá... 
    - Prefiro ela do que você, uma idiota que fica chamando um garoto de Uon Uon e fica chamando pessoas bem mais bonitas que ela de Castanha de cabelo de vassoura. Se toque Lilá! - O Ron começou e a Gina, esquecida do Draco, eu acho, ajudou.
    - Rony? Não gosta que eu te chame de Uon Uon? - Lilá perguntou. - Ninguém te chamou na conversa, Ginevra sem sal.
    - Claro que não gosto. E não fale assim com minhas amigas. - o Rony respondeu e defendeu a mim e a Gina.
    A Lilá saiu. Ela parecia um pouco chocada, mas não tanto quanto eu. O Rony estava me defendendo depois de tudo que eu disse. Para minha sorte, a Gina não conseguiu prosseguir a conversa do Draco e ela logo esqueceu. A aula começou e meus olhos só conseguiam se direcionar até os do Draco. Eu tinha que me controlar. Mas, se me descuidasse, eu estaria como uma boba fitando o Draco. 
    Um recado do Draco veio até mim: "O que foi, Granger? Depois de ontem não para de me olhar. Estou lindo não é?" Realmente, está lindo. Mas, e agora, o que eu vou mandar? Anh, bem... Você foi gentil, e você é lindo sabe? Isso é impossível, apesar de ser a verdade, de ser enviado. Não respondi. Fiquei prestando atenção na aula, até que a aula acabou e todos fomos ao refeitório para o almoço. O Draco sentou perto de mim e não tirou aquele olhar de "Responda-me" do rosto. Eu fui tentando não olhar virando o rosto para a Luna e para o Rony, que parecia estar bem melhor. Eu sempre achei a Luna perfeita para o Rony. Ele parece tão firme com ela, e ela mais ainda com ele. 
    - Olá Luna, olá Rony. Tudo bem? - eu tentei puxar conversa para o Draco parar de me olhar.
    - Tudo. - a Luna franziu a testa - Porque está falando assim com a gente?
    O Rony não respondeu só ficou escutando minha conversa com a Lovegood.
    - Não posso ser educada ás vezes? - isso me lembrou o Draco.
    - Cla-claro. E então, estávamos querendo nos reunir no jardim hoje à tarde, eu e Rony, o Harry e a Gina e você pode chamar alguém. Que tal? - ela me convidou.
    Ela e o Rony já se encontrando. Que bom que o Rony está se recuperando logo. Bem, se eu concordar eu vou ficar lá segurando vela então, acho melhor agradecer e dizer que não vou.
     - Ah, obrigada Luna, mas eu vou sem ninguém? É melhor vocês quatro irem, e eu fico aqui mesmo. - sorri.
     - Vai comigo! Não quer? - o Draco se intrometeu, eu corei.
     O Draco quer ir comigo? Ah. Meu. Deus. Agora a Gina, vai me atormentar mesmo. O que eu faço? Porque ele tinha que querer? Ele está louco?
     - Draco? Ir com a Mione? Você está doido? - o Harry, a Luna e a Gina falaram ao mesmo tempo com um ponto de interrogação pairando em suas cabeças.
     O Rony não parecia ter escutado.
     - Draco, ninguém te chamou. Por favor, não se intrometa. - tentei ser grossa com ele.
     - Hermione, eu sei que você está louca pra ir comigo. - ele ergueu seu queixo pálido como a neve - Todas são querem, menos essa Luna, que está na cara que ama o cabeça de cenoura e essa Gina que ama o cicatriz.
    Oh, e como eu quero.
    - Draco, menos tá bom? Eu não e-estou louca. - eu gaguejei mas tentei disfarçar.
    - A Luna apaixonada por mim? - Rony finalmente escutou alguma coisa e olhou para o Draco com dúvida.
    - E-eu apaixo-xonada pelo Rony-ny? - a Luna parecia ser gaga.
    O Harry e a Gina já namoravam por isso nem ligaram pra nada que o Draco havia comentado.
    - Isso mesmo, não se façam de desentendidos. - o Draco falou e depois virou-se pra frente com um sorriso cínico estampado no rosto, um sorriso irônico.
    Ah, esse jeito irônico do Draco me deixa doida. Todos almoçamos e o quarteto foi até os jardins, eu fiquei no corredor, lendo um livro.
    - Hermione, por que não aceitou ir comigo aos jardins? Eu seria uma ótima companhia. - Draco abaixou meu livro e o colocou no meu colo.
    - Draco você me odeia esqueceu? Você está doido? Alô? Eu nunca iria, além de todos acharem estranho. - eu marquei a página e fechei o livro. 
    - E você liga pro que dizem?
    - Essa é outra história.
    - Então quer ir comigo até as escadas? - ele pegou minha mão.
    - Draco? Você me odeia.
    - Qual o problema nisso? Não podemos nos encontrar na escada, mesmo nos odiando?
    Aquele sorrisinho sarcástico dele me enlouquecia.
    - Até parece que você é burro demais para entender o que é se encontrar na escada. - tirei minha mão das mãos dele.
    - Hermione, você não é muito ingênua. Vamos, qual o problema. Não há ninguém lá, ninguém vai ver que você está andando comigo.
    - Draco Malfoy, é você quem está aí?
    Ele concordou com a cabeça e me puxou para a escada. Minhas coisas caíam da minha mochila e ele não largava meu braço correndo comigo no corredor. Era o momento mais divertido que eu passava. Ao invés de ficar xingando ele, eu ria, brincava com a situação. Isso fazia ele querer brincar mais, até que ele começou a me rodar me segurando pela cintura. Não havia ninguém no corredor. Eu nunca podia imaginar isso. Até que ele tropeçou no próprio pé, e nós caímos no chão, ele do meu lado, com seu braço pelo meu ombro. Começamos a rir discaradamente e histericamente. Até que ele começou a aproximar seu rosto ao meu. A respiração dele estava ofegante e era quente como um leite que acabara de ser fervido. Mas, não me queimava, só me aquecia de seu corpo gélido, ele tocou minha mão e começou a alisar a mesma de forma muito lenta e me causando arrepios incontroláveis. Ele tirou meu cabelo do meu rosto e o direcionou até atrás da minha orelha, depois tocou minha nuca e foi me alisando com carinho e ternura, como um velho homem alisando seu fiel cachorro numa tarde fria em frente a uma lareira. Ele, foi passando por minha bochecha e a acariciando até que ele tocou meu queixo e o aproximou a ele. Eu estava tremendo e tudo que eu fazia era corresponder a ele. Envolvi meus braços nas costas dele e fui acariciando delicadamente. Ele fechou os olhos e eu fiz o mesmo. Ele colocou a mão na minha nuca e foi aproximando meu rosto ao dele.