A Feiticeira e o Vampiro escrita por Samira_28ka


Capítulo 23
Capítulo 24 Visitando os Cullens


Notas iniciais do capítulo

Visitem a minha outra fic O Novo Amanhecer



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/106939/chapter/23

            Respiração ofegante, suando frio, cabelos bagunçados e um grito engasgado na garganta.  Detestava ter pesadelos, principalmente esse. Mas fazia tanto tempo que eu não sonhava com isso. Até hoje. Não era o pesadelo com os meus pais, era pior.


            Não devo pensar nisso agora. Coloquei os meus chinelos e desci as escadas segurando firme no corrimão.  Fui até a geladeira e peguei um copo de água gelada. Estava mais tranqüila e meu corpo descansado. Eu tenho sorte do meu corpo precisar de poucas horas de sono. Eu estaria acabada com esses pesadelos.


            Voltei para o meu quarto. Faltava pouco para o amanhecer. Tomar um banho seria o melhor par tirar a sensação esquisita do sonho.


            Quando já estava vestida com uma regata azul, uma calça jeans preta, um casaco preto de manga ¾ e um tênis preto adidas, desci para comer alguma coisa. O sol tinha acabado de surgir, então, não estava tão cedo para um café - da - manhã.


            Peguei um suco qualquer e preparei umas torradas. Fui para sala assistir alguma coisa, mas uma visão na janela me distraiu. Distrair não é a palavra certa, surpreender se encaixar melhor. A cortina estava aberta o suficiente para eu ver o Volvo prata. Pouquíssimas pessoas têm um carro com um Volvo. Em Forks, isso se reduz a apenas um.


            Eu tentei pensar positivamente que seria Alice dirigindo, mas intuição dizia o contrário.  Dificilmente ela errava.


           Corri para abrir a porta (Empregados tem folga no fim de semana e não ouvir alguém dizendo para você Não precisa fazer isso, senhora a cada vez eu você tenta ajuda é muito bom) e assim que o fiz, eu o encontrei encostado casualmente ao carro como se estivesse ali o tempo todo.


            Mal consegui absorver a sua presença e ele já estava na minha frente em um piscar de olhos com a sua típica perfeição. Meu coração vacilou uma batida com o susto.


            - Oi – Saudei.


            - Olá. Vai me convidar para entrar? – Ele sorriu


            - Claro. - Abri passagem.


            Ele tirou os óculos escuros e pude ver seus olhos dourados. Olhei para as suas roupas e ri.


            - O que foi?- ele perguntou e eu apontei para as nossas roupas.


            - Estamos combinando. – Ele riu comigo.


            - Alice escolhe suas roupas? - Ele concordou com a cabeça e eu balancei a cabeça.


            - O que faz aqui tão cedo?                


            - Vampiros não dormem. – Consegui sentir o humor em sua voz.


            - Você me espera terminar de comer?


            - Tudo bem. - Ele deu de ombros.


            Peguei minhas torradas e o suco e voltei a comer sentindo seu olhar atento.


            - Isso é bom? – Perguntou enojado


            - É- Eu olhei diretamente para ele. – Eu até te ofereceria, mas acho que você não iria gostar.


            - Você tem razão - Ele sorriu torto.


            - Qual o seu alimento preferido? – Seu sorriso morreu e eu refiz a pergunta. – Que animal você prefere?


            - Leão - da- montanha. - Respondeu sem hesitar.


            - Interessante – Tomei um gole de suco e após alguns segundos de um silencio desconfortável, ele falou:


- No que está pensando?


            - Estou tentado imaginar você caçando. Emmett, eu imagino como um urso, mas você... – mordi o lábio e ele respondeu sério


            -Dizem que sou mais como um leão.


            - As preferências são indicativos? - Meu tom estava calmo se estivéssemos falando sobre o meu restaurante preferido.


            - Talvez. – Ele deu de ombros. – Emmett prefere ursos pardos irritados.


            - Claro que ele prefere. Que graça há em caçar alces e cervos? – A pergunta era retórica.


            - Você nos subestima. Ainda somos perigos. Eu sou perigoso – Ele se aproximou de um jeito ameaçador, como um predador. Comparado com as pessoas que estão contra mim, o perigo que eles oferecem é mínimo. Mas eu não ia dizer isso a ele.


            - Sim, você é perigoso. Mas não é mau. Porque se fosse, já teria me matado a muito tempo. Você poderia ser como os outros e matar inocentes, em vez disso, você luta contra a sua natureza.


            - Eu nem sempre posso conseguir me controlar. Eu já matei humanos antes.


            - Eu também. – Por que eu falei isso? Diz logo que você é uma assassina. Como eu pude cometer um erro desses? – Mas o que importa é o agora. - Sorri para mostrá-lo que eu confiava nele.


            - Melhor você comer. - Ele mudou de assunto. ­– O que você quis dizer com eu também?


            - Eu quis dizer que nem sempre posso controlar minhas emoções. - Eu menti. Claro que tinha um fundo de verdade, mas não era nisso que eu estava pensando. Ele me analisou com olhos insondáveis por um instante e eu voltei a comer.


            - Você é a pessoa mais confusa que eu conheço. – Depois que terminei a minha última torrada.


            - Por quê? – Ele franziu as sobrancelhas


- Você é completamente instável. Quando te conheci, você me odiou. Depois me salvou. Ignorou por um mês e agora resolveu ser meu amigo.


            - Eu nunca odiei você. - Defendeu- se.


            - Não? – Eu o olhei confusa e franzi o cenho.


            - Na aula de biologia, eu senti raiva de você. Por que você tinha que vir para acabar com tudo que eu construí nas últimas décadas?


            - Quantos anos você tem?


            - Isso importa?


            - Não, eu só queria saber.       


            - Vou te contar minha história mais tarde e você fará as contas. - Eu sorri e voltei ao assunto.


            - Você me disse ontem que tinha um desejo incontrolável pelo meu sangue. Como isso acontece?


            - Você tem o cheiro mais doce que eu senti em toda a minha existência. Seu sangue me atrai como um imã. É como o melhor e mais raro vinho é para uma alcoólatra em reabilitação.


            - Então eu sou o seu vinho. Eu sou o seu vício.


            - É um bom jeito de ver as coisas. Você é o meu vício, a minha droga. - Ele falou em um tom leve.


            -É sempre assim?


            - Não. Com Emmett, isso já aconteceu duas vezes.


            - E você?


            - Nunca.


            - Bem, vamos logo antes que Alice venha pessoalmente me buscar. – Pedi.


            - Ok. –Ele pegou os óculos escuros e inúteis, mas não os colocou no rosto. Eu o segui até o carro e entrei no banco do carona. Ele deu partida no Volvo que respondeu com um ronco baixo.


            - Quem mais está na sua casa?


- Como você sabe?


- Super audição, esqueceu? – Perguntou em tom de zombaria.


- Deixa para lá. Meu amigo Henry chegou ontem.


- O que ele veio fazer aqui? – Ele parecia interessado.


- Ir com a minha prima para o baile.


- Você iria para o baile se Alice não a tivesse obrigada a ir a nossa casa?


- Acho que não.


- Você iria se eu convidasse?


- Sim. Isso partiria os corações das suas admiradoras. - Eu zombei


- Mike, Tyler, Eric e o resto masculino da escola estariam com o coração quebrado. – Replicou no mesmo tom.


- Como você sabe que eles me convidaram? – Ergui uma sobrancelha. Ele não estava perto na hora que ele, a menos que...


- Você estava me observando?- A acusação na minha voz era evidente.


- Não, eu leio mentes. – Ele falou em tom de óbvio.


- Mas porque você estaria exatamente na mente do Mike quando ele me convidou? – Eu estava desconfiada.


- Eu não disse que ele tinha te convidado. Eu disse que ele estaria de coração partido. - Ele falou no mesmo tom do dia o acidente. Aquele tom que faz você se sentir uma idiota, mesmo que você esteja dizendo a verdade.


- Desde quando você presta atenção em pensamentos adolescentes inúteis? – Não faz sentido que Edward se importe com os pensamentos do Newton.


- Você não vai desistir enquanto eu não admitir? – Ele sorria.


- Não. – Desistir não era uma das minhas fraquezas


- Eu estava observando você. Me desculpe. - Ele parecia sincero.


           - Por que você fez isso? - Detestava estar indefesa e mal-informada.


- Você não sabe como é frustrante não ler os seus pensamentos.


- A maioria das pessoas convive com isso muito bem.


- Você não é como a maioria das pessoas.


- Tem razão, eu não sou. Está desculpado. - Eu sorri porque eu passei uma noite em claro pesquisando o que ele era.


- A propósito, o que descobriu sobre mim?


- Você é boa em todas as matérias sem se esforçar, é simpática, gentil, independente, responsável, não gosta de demonstrar fraquezas, persuasiva, as tem muitas coisas que eu não sei sobre você, Bella.


- Uau. Você descobriu tudo isso me observando pelos pensamentos dos outros? – Eu estava chocada, ele é muito mais observador do que eu pensava. Ele acenou com a cabeça.


- Newton e Stanley são insuportáveis. A mente de Ângela é a mais gentil.


- A Angie é legal. Jess é vulgar, mas o que tem contra o Newton?


- Ele é irritante. - Respondeu entre os dentes.


- Rosalie também é irritante.


- Ela tem seus motivos. – Ele sorriu de alguma piada interna.


- Vaidade?- Revirei os olhos.


- Não. Tem mais a ver com o que você é.


- Humana?


- Sim. Ela queria ser. Não mencione isso ara ela, ela já gosta demais de mim. - Ele ironizou.


- Também tem um bom relacionamento com a loira psicopata? – Coloquei a mão na boca ao perceber que tina usado o apelido eu inventei. Já tinha feito isso com Alice. Ele riu alto e eu acompanhei um pouco sem graça.


- Gostei do apelido. Nosso relacionamento foi ladeira a baixo quando na primeira vez que ela me ouviu falar, eu a insultei.


- Ela deve ter adorado. – Ironizei e ele riu.


- Carlisle queria que ela fosse minha companheira assim como Esme, mas ela nunca passou de uma irmã para mim. 


- E Emmett?


- Rosálie o salvou de um urso. Andou mais de 100 quilômetros com ele para entregá-lo a Carlisle.


- Isso a faz um pouco menos irritante. Por que Carlisle transforma outras pessoas em vampiros?


- Ele estava muito solitário. Ele queria uma família. Mas ele só faz isso com pessoas à beira da morte porque ele não faria isso se a pessoa tivesse outra escolha. O primeiro a ser transformado fui eu, depois Esme, Rosalie e Emmett. Japser e Alice juntaram-se depois. - Ele sempre usava um tom respeitoso quando falava de seu pai.


            - Vocês sempre estiveram juntos?


            - Quase sempre.


            - Quase?


            - Nos meus primeiros anos, eu tive uma rebelião adolescente. Durante 10 anos, eu me alimentei de humanos. Humanos criminosos. Que nem mereciam ser humanos. Mas eu desisti dessa vida quando reparei no monstro que estava me tornando. Carlisle e Esme me aceitaram de volta.  – Simpatizei muito com essa parte da sua historia. Eu vivo algo parecido.


            O carro parou e ele saiu do carro e abriu a porta para mim antes de eu descer.


            - Nervosa? – Ele perguntou.


            - Um pouco. – Admiti.


            - Eu estou com você. - Eu fique surpresa pelo fato de que eu estava mais segura depois que ele disse isso.


            Eu peguei minha mão como eu faria se fosse outra pessoa. Uma corrente elétrica que eu não sentia há muito tempo voltou a passar pelo meu corpo. Por que ele mexe tanto comigo?


            Eu sabia que ele sentia essa mesma corrente porque era como se ela conectasse as nossas mãos.


            Ele abriu a porta e me deixou passar primeiro. Seu cavalheirismo é perfeito, não posso negar.


            Por fora, a casa era antiga, bem ornamentada, com muitos vidros e detalhes bem cuidados. Mas por dentro, o interior era incrivelemente claro e aberto. O tom base era branco e variantes tinha otimas vistas para o rio e a floresta a frente.


            Como dois bons anfitriões, o Sr. e a Sra. Cullen nos esperavam ao lado da porta. Juntos pareciam aqueles casais de hollywood que têm a vida perfeita. Carlisle era um exemplo de perfeição. Alguma coisa em Esme talvez o formato do seu rosto ou os seus cachos caramelados era acolhedor como as mães são em contos infantis. Se voce olhasse bem, essa cena parecia sair de um filme épico.  Os tons claros de suas roupas pareciam combinar com a decoração.


            - Carlisle, Esme. Esta é Bella.- Edward apresentou Dei um passo a frente para segurar a mão estendida do doutor. Eu poda ver o cuidado atrás de cada ação, eles não queriam me assustar


            - É bom vê-lo de novo, Dr. Cullen


            - Apenas Carlisle, Bella.


            - Você tem uma bela casa, Carlisle. – Observei.


            - Mas acho que a decoração é sua, Esme. Estou certa? – Deixei- a mais a vontade.


            - Está. É um prazer conhecê-la.


            - Também é muito bom conhecer você.


            Olhei em volta procurando a minha fadinha particular. Antes de eu perguntar, ela apareceu no topo da escada, saltitando até mim. Jasper estava atrás dela, mas não desceu a escada.


            - Oi, Alice. – Cumprimentei. A baixinha me beijou na bochecha e senti Carlisle e Esme ficarem estáticos. Para mim, isso era normal, mas para eles não devia ser algo comum.


            - Oi, Bella. – Ela deu um sorriso de quem vai aprontar – Se divertiu ontem à noite?


            - Teve uma visão comigo?- Minha voz saiu repleta de curiosidade, mas eu estava atenta. Não é legal ter alguém vendo você beijando outra pessoa. Não mesmo.


            - Sim. Quero que você me diga se é verdade. - Ela piscou para mim.


            - Claro.


            - Oi, Jasper. - Acenei com a mão.


            - Olá, Bella - Ele retribuiu o aceno. A sensação de paz me atingiu e eu sabia que era ele. Por mais que eu não conseguisse sentir raiva, eu me senti exposta. E essa exposição acontecia em uma raiva contida. A sensação de bem estar não passado, por isso, eu me senti nostálgica. Meu avô tem mesmo dom que ele. Por fim, me deixei entregar a essa emoção.


            Sorri para Jasper e pude ver Edward com uma sobrancelha erguida para Jasper


            - Onde está Emmett?- Eu perguntei.


            - Rosalie - Alice respondeu revirando os olhos. Claro que a loira não quer ele perto de mim. Edward e Carlisle estavam se comunicando através de pensamentos. É muito estranho para quem vê de fora.


            - Edward, pode mostrar a casa para nossa visitante? – Alice sorriu e eu mordi lábio.


            - Você esta me jogando pra cima do seu irmão, Alice? ­­– Falei com a voz calma devido a Jasper. Ou seja, não surtiu um efeito muito bom.


            - Claro que não. Como você pode pensar uma coisa dessas de mim?- Eu ergui uma sobrancelha e ela mudou o seu tom ofendido para vítima - Eu só estou querendo que você tenha mais tempo com outros amigos. Eu tenho sido um pouco egoísta com você. - Ela fez o seu típico biquinho chantagista e eu a mostrei um leve sorriso.


            - E você resolveu tratar do seu egoísmo agora?- Perguntei cínica.


            - Estou te monopolizando muito. Mas você vai para o meu quarto depois que o Edward te mostrar a casa. – Alice me encarava com um sorriso, mas não parecia ser dirigido para mim. Olhei para Edward que a encarava com reprovação. Senti como se estivesse perdendo alguma coisa.


            Enquanto eles ficavam em silêncio um instante, eu deixei meu olhar vagar pela sala. A decoração tinha bom gosto, suponho ser de Esme. Mas um objeto na decoração me chamou atenção. Um piano de cauda. Inconscientemente, eu andei até o piano. Ele me trazia lembranças de uma época boa. Esme foi a primeira a notar.


- Você toca?


- Há muito tempo não. – Respondi. Minha mãe me ensinou a tocar, mas depois do que aconteceu, eu não nunca mais toquei piano. – Mas é lindo. Você toca?


- Não. – Ela riu. – Edward não falou que é músico?


- Não conversamos muito esses dias. – Amenizei a parte que eu só falei com ele sexta-feira, depois de um mês sem nem um bom dia.


- Por que parou de tocar? – Edward perguntou. Só agora percebi que todos prestavam atenção em mim.


- Descobri que prefiro tocar guitarra. – Sorri. Era uma meia verdade. – Quero ouvir você tocar. – Pedi sinceramente.


- Toque para ela, Edward - Encorajou Esme


- Você terá que tocar para mim também. - Ele falou olhando diretamente para mim.


- Isso é injusto! – Reclamei.


- Por quê?- Ele não entendia o motivo do meu protesto.


- Você tem séculos de experiência e eu sou amadora comparada a você.


- Prometo que não vou julgá-la - Ele estava sendo persuasivo e eu não fiz nenhum esforço para resistir.


- Comece logo, eu não sou a única que quero ouvir. – Não precisei olhar para o lado para saber que Esme sorria culpada. Ele me olhou antes de se concentrar. Uma complexa seqüência de notas soou por toda a sala. Eu ignorei o fato que eu estava sentada no banco ao seu lado. Ele é o maior pianista que eu conheço, sem dúvida.


A melodia ainda soava ao redor enquanto ele perguntava:   


- Você gostou?


            - Se eu gostei? Sinceramente, você é incrível. Você compôs isso? – Falei entusiasmada. Ele acenou casualmente com a cabeça.


            - A favorita de Esme.


            - Entendo porque ela gosta de te ouvir tocar. Tenho mesmo que tocar pra você?


            - Sim. Eu já garanti que não vou criticá-la. Não confia em mim? – Seu sorriso não mostrava a seriedade de seus olhos.


            - Confio. Só vou me sentir insignificante. Mas eu vou cumprir a minha palavra. – Sorri e ele segurou meu rosto.


            - Não precisa fazer se não quiser. - Os seus olhos dourados eram incrivelmente penetrantes. Isso não ajudava a pensar claramente.


            - Eu quero. – Falei com certeza. Ele sorriu torto e voltou a tocar. Apesar da musica ser original, reconheci a melodia. Meu coração acelerou e ele olhou para mim sem deixar de tocar. Fiz um sinal para ele olhar para o piano. Minha mente resolveu brincar comigo. Uma jovem mulher tocando piano para uma criança, um vampiro tocando. Ambos faziam isso do memso jeito, com o mesmo amor. Na parte insuportavelmente doce da musica, meus olhos se encheram de lágrimas. Espantei – as depois de piscar rápido. Quando as notas finais chegaram, ele me encarou.


            - Essa é inspirada em você. – Apesar de ter perguntas desconfiadas sobre a origem e o porquê ele criou essa incrível melodia, eu fiz algo diferente.


            - Toque de novo, por favor. – Encostei a cabeça em seu ombro ouvindo a canção de ninar. A minha canção de ninar.


            - Eles me tratam como se eu fosse a sua namorada. – Falei enquanto ele tocava. Podia ser paranóia, mas eu queria que ele confirmasse.


            - Quando eu voltei, eles ficaram preocupados que eu pudesse fazer alguma coisa a você. Alice quer que nós sejamos amigos e você sabe como ela é convincente. – Sorri debochada da afirmação. E tive que admitir que eu estava gostando muito da companhia.


- Vamos ver a casa. - Segurei a sua mão e subimos as escadas.


- O quarto de Rosalie e Emmett, o escritório de Carlisle, o quarto de Alice e Jasper. – Minha mão encostou acidentalmente em uma cruz de madeira escura pouco acima da minha cabeça. Um sinal quase imperceptivel me sorrir. Irônico é uma otima palavra. Se uma cruz na casa de vampiros é estranho, ter um pentagrama mínusculo na cruz nem se fala.


           - Época da caça às bruxas- Eu sorri irônica. Toquei na estrela e de repente eu reconheci. A cruz foi marcada por um feitiço complexo que consegue absorver toda a informação do dono da cruz. Passeio meu dedo pelo contorno das inscrições antigas e o feitiço passou todo o seu conteúdo para mim. Exceto o nome do feiticeiro. Carlisle é o dono, agora, eu sabia desde sua vida humana até hoje. Com detalhes que eu não precisava saber.


            - Bella? - A voz de Edward me assustou. – No que está pensando?


            - Está me chamando há muito tempo? – As informações demoraram mais do que eu pensei.


            - Sim. – Ele tocou na minha mão que ainda estava parada na cruz. – Estava pensando na estrela? – Era mais uma suposição do que uma pergunta.


            - Sim. Pensei que o pentagrama fosse um símbolo pagão. – Será que essas correntes elétricas não param.


            -E é. Carlisle acha que foi uma brincadeira contra o pai dele. Ele não era uma pessoa muito sociável.


            - Deve ser. - Sorri para mudar de assunto. – Vai me mostrar seu quarto?


            - E ia fazer isso, mas você me distraiu. – Ele pegou a minha mão e me girou até eu ficar de frente para ele.


            - Vou tentar não te distrair de novo ­- Algo no jeito que eu disse a frase soou como se eu fosse fazer exatamente o contrário.


            - Impossível. – Estávamos perto demais, mas ele me guiou até a porta do seu quarto em a distância um pouco maior. 


            Ele abriu a porta e eu pude observar completamente o quarto. Era amplo, bem iluminado através das paredes de vidros que mostravam uma vista linda para o fundo. Tinha um sofá de couro preto e uma estante repleta de CDs e aparelhos de som de ultima geração. Ao contrário do resto da casa, as paredes eram escuras e também havia um tapete dourado.


            - Tem um bom gosto musical, sabia? Pode ligar para mim? – Apontei o microssistem, ele sorriu para mim e fez o que eu pedi. Começou a tocar um soft jazz e eu tirei os olhos da estante para olhar para ele com um sorriso travesso.


            - Concede-me essa dança, Sr. Cullen?- Ele riu e negou algo com a cabeça.


            - Está fazendo do jeito errado, Bella – Ele trocou a música e fez uma reverencia estilo século 18 e fez o pedido.


            - Senhorita Swan, daria- me a honra dessa dança?


            - Será um prazer, Sr. Cullen. – Minhas mãos foram para o seu pescoço e as dele para minha cintura. Nós nos movimentávamos em pequenos passos que formavam uma bela valsa. Ele era tentador. Até o seu cheiro de mel, lilás, hortelã e sol. Eu sei, combinação estranha, mas incrivelmente boa.


            - Seu cheiro é bom. – Eu pensei alto e ele riu. Olhei para ele com um ponto de interrogação estampado nos olhos e ele respondeu:


            - É irônico que você ache isso, porque eu terei que dizer que dizer que o seu cheiro não seu compara a nada que eu já senti. Acho que isso é um pouco mais que bom.


            - Desculpa, é que


            - Você não tem pelo que se desculpar. – Ele me interrompeu. Eu sorri constrangida e desvie o olhar. Foi uma estupidez falar sobre o “pequeno” problema com meu sangue. Olhei para o céu e ele me ajudou a mudar de assunto.


            - Você vai me mostrar o que aconteceu no sol ali – Apontei em um lugar perto do rio.


            - Não. Eu queria te mostrar um lugar especial. –Ele sorriu torto.


            - Estou ansiosa. Mas você se importa se eu ficar um pouco com Alice antes?


            - Não pode ir se quiser. – Sorri para ele, mas não mudei de posição.


            - Você pode me emprestar um desses CDs depois? – Ele tinha CDs exclusivos e raros. Eu não ia perder a chance.


            - Pode pegar qualquer um que você quiser. – Eu me empolguei e beijei o seu rosto. Mordi o lábio e não esperei a sua resposta.


            - Vejo você depois. – Falei antes de sair pela porta.


            Entrei no quarto que ele disse ser o de Alice. Assustei-me quando vi que ela estava na minha frente e dei inconscientemente um passo para trás.


            - Desculpe se te assustei, mas estava ansiosa para te fazer uma proposta. – O que?!




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

até



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Feiticeira e o Vampiro" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.