A Feiticeira e o Vampiro escrita por Samira_28ka


Capítulo 24
Capítulo 25 A Clareira


Notas iniciais do capítulo

Aproveitem esse capitulo especialmente grande



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- Que proposta? - Fiquei temerosa, o que ela poderia querer de mim?

- Não é nada muito complicado. – Ela falou e eu relaxei um pouco até pensar: O que é complicado para Alice?

- Para de enrolar e diz logo. – Uma forma tranqüila de lidar com o suspense.

- Você terá que me dizer cada detalhe do que acontecer quando você estiver com o Edward.

- O que eu ganho com isso?

- Eu estarei te devendo um favor. Você pode pedir o que quiser.

- Por que você quer que eu diga se você pode prever o futuro? – Eu tive um pressentimento que eu iria me arrepender dessa proposta.

- Eu nem sempre consigo vê-la. – Quando eu usava os meus poderes, ela não podia me ver. Mas eu não faria isso na frente do Edward. Não mesmo.

- Por que se importa com isso? Não vai acontecer nada. – Ela me deu um olhar estranho.

- Claro que não. Mas eu quero ter certeza. - Sentia a curiosidade brilhando em seus olhos. Não era preocupação, eu tinha certeza.

- Por que ficar me devendo algo quando você pode ter algo insistindo?

- Eu tenho impressão que você não iria me falar. Do mesmo jeito que você não fala sobre a sua família. – Com essa eu fiquei quieta. Eu me esquivava de todo tipo de pergunta sobre minha família ou o que eu fazia. Ela não precisava saber disso e eu estava feliz deixando ela na ignorância.

- Feito. – Eu finalizei. Alice sorriu triunfante.

- Bem, agora vamos deixar as coisas um pouco mais divertidas. – Ela sorriu.

[...]

Se você puder, nunca aceite quando a sua amiga decide que quer você com a Barbie dela. Ela vai dizer de forma delicada, é claro. Usar chantagens e no final você terá trocado mais de roupa que uma modelo internacional. Eu só quero ver como vai ficar em você, não caia nessa desculpa. Além de encarar você em cada combinação e balançar a cabeça.

Quando Edward apareceu na porta, eu suspirei. Alice já olhava pro meu cabelo em uma expressão avaliativa. Ela me deixou ficar com a roupa que eu vim, graças a uma insistência minha. Por ela, eu sairia usando um vestido Dolce&Gabana.

- Vamos?- Isso parecia tão humano que eu sorri. Ele, encostado no batente da porta, sorrindo como se me ver tivesse alegrado o seu dia. Alice já tinha guardado todas as milhares de roupas que eu joguei em cima da cama. Dois irmãos e uma amiga em uma bela manhã de sábado. Tirando que os dois são vampiros e eu uma feiticeira. Humor negro não me abandona.

- Claro. - Eu saí feliz sem olhar para trás. Eu amo Alice, mas ela me assusta. Entrelacei a minha mão na dele. Olha como a vida é engraçada, um dia você foge de um caçador e no outro está de mãos dadas com um vampiro.

- Você me salvou. – Ela ouviria do mesmo jeito, mas é bom fingir que não.

- Mereço uma recompensa por salvar a donzela em perigo?

- Vou pensar no seu caso. – Ele riu. Algo musical e harmônico. Droga, ele não tem defeitos?

- Para onde você vai me levar?

- Você vai saber quando chegar lá – Eu fiz um som de resmungo e ele sorri torto. Nunca o vi sorrir tanto em um dia.

- Você não vai mesmo me dizer?

- Não.

- Você não pode culpar uma garota por tentar. – Dei meu melhor olhar inocente e ele sorriu para mim.

- Por que eu culparia você?

- Por ser muito insistente?- Eu fiz isso soar uma pergunta.

- Não – Ele fez um gesto como se jogasse a palavra fora. – Isso é uma das coisas que eu gosto em você.

- Uma das? O que você gosta em mim, Edward?- Segurei o corrimão e olhei para ele como se fosse uma coisa realmente interessante. E ignorei o salto mortal que meu estômago deu.

- Descubra. – Isso me fez olhar para ele. Ele estava com o rosto neutro, mas seus olhos sorriam pra mim. O brilho dourado era simplesmente intenso demais para por em palavras.

- Prefiro que você me diga. – Não encontramos ninguém no nosso caminho pela casa. Acho que eles gostam de privacidade.

- Não tenho certeza se isso será bom para você – Revirei os olhos. Se quisesse saber só coisas boas, eu teria ido para um convento. Nada que ele me disser pode me chocar, certo? Bem, eu quero muito estar certa.

- Eu posso decidir o que é bom pra mim. – Deve ter soado petulante para alguém que viveu em mais que eu. Quem se importa?

- Na hora certa, você descobrirá. – Ou não, eu completei mentalmente. Passamos pela frente da garagem e eu parei para dar uma segunda olhada.

- Uau – Eu falei baixo. Era como ver uma exposição de carros com preços de mansões. Meu tio também tinha uma queda por carros. Mas ele gostava mais dos clássicos. Os carros aqui eram aqueles que se dariam muito bem em uma corrida.

- Minha família tem um gosto singular para carros.

- Se singular quer dizer caros, luxuosos e velozes, então, vocês tem um gosto muito singular. - O sorriso dele me disse que ele concorda comigo.

Meu sorriso se foi com um pequeno vislumbre de um cabelo loiro e uma risada masculina. Eu já estava achando que tinha sorte de não ver ela hoje.

- Hey Emmett – Eu acenei para o moreno. Se um vampiro grande poderia ser fofo, Emmett conseguia. O riso dele era contagioso e eu lhe dei um sorriso animado.

- E aí, Bella? – Fizemos um toque de mão de garotos. Bem, eu acho que ele me via como irmã mais nova do mesmo jeito que eu o via como um irmão mais velho.

 Rosalie não se virou e eu a ignorei.

Como se tivesse ouvido o meu pensamento, ela se virou.  Era a primeira vez que a via sem ser na escola ou estar arrumada. Ela não estava desarrumada, só mais relaxada. O cabelo loiro estava preso em um rabo de cavalo, uma camiseta pólo preta, uma calça jeans azul escura e um tênis preto.

Atrás de dela estava uma BMW M3 vermelho- flamejante. 

- Olá, Rosalie. – Usei meu tom mais educado. Não sei o que me impressionava mais: A Rosalie vestida casualmente e aparentemente mexendo no carro ou o próprio carro.

- Ola, Isabella. - Ela deve ter visto alguma coisa na minha expressão - Qual o problema?

- Esse carro é seu? – Fiz um gesto para a BMW e ela me deu um sorriso orgulhoso.

- Sim. Gostou? – O olhar dela estava me desafiando. Eu poderia dar uma resposta que poderia apagar o sorriso do seu rosto, apesar de eu achar o carro lindo. Escolhas, escolhas...

A mão de Edward no meu ombro me fez escolher ser educada, apesar de não me dar o mesmo prazer que a outra opção.

- É um carro lindo. – Olhei para motor. Potente. – Você estava mexendo no motor?

- Sim. O que achou que eu estivesse fazendo?- Isso explicava as roupas e ela estar aqui. Isso parecia bem óbvio agora que ela falou. Dei de ombros.

- Bom trabalho. – Eu não estava mentindo quando disse isso. Eu podia não gostar dela e o sentimento era mútuo, mas ela entendia de carros.

- Obrigada - Ela parecia surpresa pelo elogio. Bem, eu estava surpresa por ela saber mexer em um carro.

- Elas falaram um minuto sem brigar. Estou chocado. – Colocou as mãos teatralmente na boca. Rosalie e eu trocamos um olhar. Não éramos amigas, mas tampouco inimigas. Era mais como uma trégua.

- Cala a boca, Emmett - Dissemos juntas.

- Agora estão até concordando. Quando vão começar com as festas do pijama? – Eu revirei os olhos e encontrei o olhar de Edward. Parece que Emmett não é o único a se divertir com isso.

- Quando você souber mais que eu ou Rosalie sobre carros - Era um blefe, por que eu não sabia o quanto ele conhecia o mundo da Car and Driver. Fiquei ao lado de Rosalie para ter uma visão completa dele e de Edward.

Edward estava tentando não rir com os lábios apertados em uma linha fina. Emmett franziu as sobrancelhas, parecendo se concentrar em um problema muito difícil.

- Eu sou um homem. É claro que eu conheço mais que você. – Se olhar matasse, Emmett estaria morto. Não me importa se ele deve ter visto os primeiros carros, machismo é insuportável.

- Vou não devia ter feito isso. – Edward estava zombando e soou como aqueles avisos antes que algo ruim aconteça. Vamos ver se isso é verdade.

­            - Ursinho, qual o nome dessa ferramenta? – Ursinho? Hahahahahaha

- É claro que eu sei. É óbvio. Isso é uma peça de carro. – Emmett respondeu, é claro.

- Que se chama?- Eu perguntei depois de revirar os olhos.

- Engrenagem- Falou solenemente. Coloquei a mão na boca para abafar uma risada.

- O que foi?- Emmett perguntou. Edward, Rosalie e eu trocamos um olhar e sorriso espertinhos que você tem quando sabe algo que outra pessoa não sabe. Geralmente suas intenções quando sorri assim não são boas.

- Como pode viver tantos anos e não saber o que é isso?- Edward falou. Vampiros podem ser tão zombadores como humanos, mas eles têm alguns aninhos a mais, o que os torna melhores em boa parte das coisas.

- Eu sei o que é. – Respondeu como uma criança.

- Você acha que sabe. – Repliquei.

- Tem diferença? – Emmett me encarou e eu suspirei. Como uma pessoa que pode passar pelo ensino médio de olhos fechados pode ser tão... Emmett.

- Explica – Eu pedi para ninguém em particular.

- Isso é uma mola. – Explicou Rosalie com a voz que se usa com crianças.

- Ele realmente não sabia? – Perguntei para Edward. Ele sorriu e balançou a cabeça para os lados. Emmett e Rosalie começaram uma discussão sobre isso. Era bem engraçado de se ver e eu e Edward aproveitamos bem o momento.

- Vamos deixar as crianças brigando. Eu ainda quero te levar a um lugar.

             Pode me dar uma pista?

- É apenas um lugar que eu gosto de ir quando o tempo está bom. - Mordi o lábio inferior e ele sorriu para mim. Caminhamos até o Volvo. Se os outros notaram, não falaram nada. Quer dizer, quase nada.

Emmett me chamou antes de ir apenas para gritar:

             Não faça nada que eu não faria! – Entrei rindo o carro que acelerou em um segundo.

Uma música instrumental começou a tocar no carro e eu cantarolei baixo. Eu conhecia a musica e isso me deixou relaxada.

- Gosta de música clássica? – Edward perguntou.

- Sim. Meu gosto musical é muito eclético – Eu respondi desatenta. Estava me concentrando nas notas da música.

Fomos em um silêncio agradável que eu não preenchi com conversa inútil. Ele dirigiu de numa velocidade que quebra qualquer lei de trânsito. Mas, quando se é rico, imortal e está no fim do mundo, eu acho que você não se importa muito. Droga, essa parece uma descrição de mim.

- O que você está pensando? – Nem preciso dizer quem perguntou.

- Em como você dirigi como um louco.

- Menos que isso seria lento para mim

- E se o carro batesse?

- Isso não irá acontecer. Tenho reflexos melhores que o seu nos seus melhores dias. – Essa foi pessoal.

- Não precisa me lembrar que você é mais forte, rápido e blábláblá do que eu.  – Revirei os olhos como se visse uma lista longa- Mas e se por um terremoto acontecesse agora e o carro batesse, você sairia ileso do carro, mas e eu?

             Eu te salvaria – Sua voz soou segura e incontestável. Eu o encarei. Se ele fosse humano, eu diria que ele gosta de mim. Mas o Edward, bem... Eu simplesmente não faço idéia. Algumas pessoas dizem que ser imprevisível é bom, mas elas não conheciam vampiros como Edward. Céus! Elas nem conhecem vampiros.

- Eu não te entendo – Balancei a cabeça para os lados.

- É tão inacreditável assim que eu queira te salvar?- A indiferença de sua voz não combinou com o rápido vislumbre de dor em seus olhos antes que ele os deixasse vazios. E para variar, ele também era bom nisso.

Eu sempre dou um jeito de acabar com qualquer conversa com ele. Incrível, Bella, incrível.

- Nunca ninguém tentou me salvar. Eu só não sei como lidar com isso. – Meia verdade. Eu não consigo parar em uma mentira, sempre acaba sendo muitas mentiras. E eu achando que aqui poderia ser diferente.

- Ninguém mesmo? – Dor e sarcasmo substituídos por surpresa, bem melhor.

- Ninguém que esteja vivo. – Falei com voz e rosto neutros.

- Você esta falando dos seus pais. – Ele concluiu.

- É. Você que saber como eles morreram? – Sentia como se estivesse contando a história de outra pessoa.

- Apenas se você quiser falar. – Sua voz tinha compreensão. Melhor que a pena que eu vi em muitos olhos ao longo dos anos.

- Parece uma coisa que um terapeuta diria – Sorri.

- Por acaso, eu pareço um terapeuta?– Ele olhou para mim sem se importa com a estrada. Assustador.

- Não. Jovem demais para isso. – Ele riu. A ironia é maravilhosa.

- Jovem demais para terapeuta. Então para que eu sirvo?- Muitas coisas Eu pensei maliciosa. Em voz alta, eu disse:

- Modelo, atleta, músico ou qualquer coisa que precise de um rosto bonito, um corpo legal e alguma inteligência. Não se esqueça que você parece ter 17 anos. Nessa idade, não se consegue bons empregos sem uma pequena influência. – Estalei os dedos algumas vezes para mostrar que tipo de influencia eu estava falando.

Ele riu e parou o carro logo em seguida. Não acompanhei o movimento completo, mas sei que em um segundo ele estava ao meu lado abrindo a porta para mim.

Olhei ao redor. Até onde eu sabia estávamos nos limites de Forks, perto de lugar nenhum. Avistei uma trilha perto dali.

- Trilha? – Eu perguntei e Edward apenas balançou a cabeça.

- Siga –me – Ele ordenou e eu o obedeci. Não que eu goste muito desse negócio de “Eu mando- Você obedece”, mas ele era o meu guia.

- Um rosto bonito, um corpo legal e alguma inteligência?- Ele retomou a conversa.

- O que você quer que eu diga? Você é lindo, forte e inteligente. Mas você ouve isso o tempo todo.

- Não de forma tão direta e sincera

- Tenho certeza que as mulheres não são exatamente cuidadosas com os seus pensamentos. E você com certeza já recebeu uma cantada.

- Cantada? – O divertimento era visível em seus olhos.

- Flertar – Escolhi uma palavra que achei que ele conhecia. Ele confirmou com um leve assentir.

- A maioria dos humanos se afasta de nós. É um instinto de sobrevivência. – Não havia tristeza na sua voz, apenas a verdade.

- Está questionando meu instinto de sobrevivência? – Perguntei com um olhar meio divertido, meio ofendido.

- Se você fosse esperta não estaria comigo – Afirmou com a mesma voz que respondeu a minha pergunta anterior.

- Então, eu não sou esperta. Bem, acho que eu posso viver com isso – Brinquei.

- Você está comigo agora, mesmo sabendo que eu posso te machucar. Por quê?

- Eu gosto de estar com você.

- Você não deveria. – Ele estava se empenhando para mostrar o perigo da situação. Ele estava certo. Eu não tinha medo dele, mas deveria.  Isso me deixou com muita raiva de mim mesma. Onde foi parar o meu maldito instinto de sobrevivência? No mesmo lugar que a sua lucidez – A voz maliciosa respondeu na minha cabeça.

- Eu não deveria estar viva, mas estou. Algumas coisas apenas são como são. – A raiva fez minha voz soar mais alta e Edward segurou minha mão. Eu congelei. Ele apontou uma raiz do tamanho da minha perna que eu estava quase tropeçando.

Passei por ela e voltei a falar.

- Meus pais deram a sua vida por mim. Eles morreram me protegendo de pessoas que queriam me matar. No final, eu não pude salvá-los. Era tarde demais.

- Ouvi dizer que foi um incêndio – Minha risada saiu amarga até para mim.

- Essa é a historia oficial que demos à imprensa.

- Mas não é a verdadeira.

- Não. – Confirmei

- Qual é a verdadeira?

- Não posso te dizer a verdade. Não ainda. E qualquer história que contasse seria mentira.

- Fico feliz com a sua sinceridade. – Ele me olhou e eu quis contar tudo. Mas eu não podia.

- Se você não fosse vampiro, que profissão você gostaria de ter? – O sorriso torto voltou.

- Você sempre muda de assunto quando sente um clima de tensão?

- Às vezes. – Dei de ombros sorrindo.

- Eu gostaria de ser médico.

- Por que não é?

- Eu já estive na faculdade de medicina duas vezes. – Defendeu-se

- Mas não é medico.

- Ter eternamente 17 anos dificulta um pouco. – Observou sarcasticamente.

- Por que não tentar? Você pode ser assistente, estagiário, sei lá, mas passar séculos fazendo o colegial é infernal.

- Não podemos fazer isso em Forks.

- Mas e as próximas cidades? Tenho certeza que vocês não irão ficar aqui muito tempo.

- É uma boa idéia. – A felicidade daquele olhar me fez encarar meus tênis. – Talvez eu tente.

- Obrigado por ouvir. – Sorri.

- Quer saber quando eu virei vampiro? – Falou depois de um longo silêncio.

A pergunta me pegou de surpresa e a resposta saiu lenta:

- Claro. Mas por que você vai me dizer agora?

- Você confiou em mim para falar sobre os seus pais. Acho que é justo eu fazer o mesmo. – Olhei para ele com o rosto indecifrável porque não sabia muito bem como me sentir.

- Eu nasci em Chicago em 1901. Carlisle me encontrou em um hospitam em 1918, eu tinha dezessete anos e estava morrendo com a gripe Espanhola. - Ele olhou para mim e minha expressao não tinha mudado nem um centímetro. Não que a sua historia fosse um mar de rosas mas eu já ouvi coisas de anciãos que te deixam com vontade de chorar. Basta dizer o tipo de tortura que faziam com bruxos na Idade Média. A fogueira nem sempre era o único metódo usado.

- Meus pais já haviam morrido com a  doença e não sentiram falta de mim naquele caos. Então, Carlisle me transformou. Voce conhece o resto da história.

- Ele deu um pequeno sorriso e eu deixei que a gratidão enchesse meus olhos.

- Obrigado por me contar. Obrigado mesmo – Seguramos as mãos e voltamos ao silêncio.

Os raios de sol me empolgaram, meu casaco balançava amarrado na minha cintura e os passos seguiam um ritmo coordenado. Edward me ajudou algumas vezes com partes fechadas do caminho, mas fora isso nada aconteceu.

De alguma forma estranha, eu sabia que ele e eu estavamos ansiosos. Eu estava contente de ver o sol em semana. Forks tinha um tempo muito variado que incluia chuva, chuva e mais chuva. A alegria de qualquer um. Mas os motivos de Edward eram misteriosos para mim.

Um pequena parte da minha mente se perguntou se ele estava ansioso por minha causa. A parte cética da minha mente respondeu: Aham, ta certo.

- Falta  muito ? – Eu perguntei impaciente

- Não. Consegue ver uma claridade ali- Apontou em uma direção e eu pude ver um fraco brilho. Eu corri na frente, curiosade ganhando disparado de qualquer outra emoção.

Um pouco ofegante, cheguei ao brilho. O que eu vi me tirou o fôlego.  Os raios solares se inflitaravam através das árvores, formando um perfeito círculo amarelo cintilante. A grama suave era repleta de flores nas cores branca, violeta e amarela.

Fechei os olhos e pude sentir a maciez da grama, o calor aconhegante do sol, o perfume das flores selvagens e um barulho do que deduzi ser um rio.

Abri os braços e girei como uma criança. Resisti a vontande de me jogar no chão.

Lembrei-me que não estava sozinha. O lugar fascinante me distraiu. Edward estava na sombra das árvores me observando. Minhas bochechas ganharam cor. Eu corei.

Pisquei para ele. Meu embaraço repentino me asustou. Eu não sou o tipo de garota que fica vermelha por qualquer coisa. Então, porque eu estava corada como uma garotinha?

- Vem – Chamei-o com a mão. Ele estava inseguro. Sua camisa estava aberta e eu não reclamei da vista.  Ele olhou nos meus olhos fixamente e deu um passo para frente. 

Diamante. Foi a primeira coisa que pensei. Toda a pele exposta brilhava como se tivesse pequenos diamantes incrustados nela. Era lindo.  Parecia uma estatúa, irreal e perfeita

- Você entende agora. – Eu tinha caminhado para ele sem perceber.

- Seriam tão discretos como andar com uma melancia na cabeça. – Ele riu, pegou minha mão e nos levou ao centro da clareira. O frio da sua mão não me assustava.

Ele se sentou na grama e me puxou com ele. Eu caí em seu colo, mas seu braços me impediram de bater a cabeça no chão.

De repente, eu fiquei bem consciente do seu braço segurando o meu tronco. O aperto era gentil, mas firme. Meu coração golpeou tão alto que podia sentir o pulso na minha língua.

Uma imagem similar a situação que nós estavámos me veio a cabeça. Nós estavamos naquela posição de filme romântico quando o mocinho salva a mocinha de algum desastre, ele carrega ela nos braços, então ele para e caí adivinha em que posição?

Eu sabia que seus olhos estavam tão dourados devido a uma caçada recente, mas eu não me importei. O olhar neles me fez pensar que eu não estava tão equivocada em pensar em romantismo.

Ele olhou nos meus olhos como se pedisse permissão. O que quer que tenha visto, gostou muito. Aproximou- se de mim até que estav tão perto que sentia a sua respiração batendo contra o meu rosto. Perto o bastante para poder beijá- lo.

- Linda. – Ele sussurrou. Meus olhos se arregalaram como pratos.

Ele me colocou meu corpo totalmente na grama, mas não diminuiu a proximidade. Encarei- o fixamente enquanto ele se inclinava e tocava meus lábios com os seus.

Delicado com um voo de borboleta.

Ele não se mexeu, estava testando a o seu autocontrole e a minha reação. Eu segurei em seu pescoço e aproximei-me com mais força da sua boca. Sua pele tinha um textura macia como seda, pórem era fria como gelo e apostava que também era muito resistente. A fragância da sua pele estava incrivelmente forte e intoxicante

Passei minha língua por seu lábio inferior para abri- lo e seu corpo todo enrijeceu.  E desapareceu.

 Isso aí, ele simplismente... Puf!

Meus braços agarraram inutilmente o ar e minha cabeça bateu com força no chão. Mordi o lábio para não gritar porque aquela batida ia deixar um galo. Respirei fundo e perguntei:

- Você está bem?

- Um minuto, por favor. – Ele falou entredentes.

Bem, ele não é um único que precisa desse um minuto. Olhei para o céu com poucas nuvens que não combinava com Forks. Controlei o meu batimento cardíaco e deixei que o azul fosse a única coisa na minha mente. Se eu começasse a fazer perguntas para mim mesma, ficaria extremamente confusa ou correria para o Edward. A ideia de levantar e encará-lo também passou pela minha cabeça.

Curiosa demais para continuar fingindo que nada estava acontecendo, sentei- me e o procurei seu olhar. Ele estava me encarando fixamente entre as sombras das árvores.

- É o seu primeiro beijo? – Eu perguntei.

- É. – Ele saiu da sombra a passos lentos. Estava a pelo menos 3 metros de mim.

- Isso foi demais para você? – Deixei minha voz neutra porque qualquer inclinação e a pergunta seria cruel.

- Não do jeito que você está pensando. – Ele me jogou um sorriso zombeteiro.

- Tem certeza? Não foi meu sangue que fez você fugir de mim como você faz desde que nos conhecemos. – Eu estava frustada e descontando isso nele. Seus olhos se voltarão negros para mim e eu devolvi o olhar.

- Você não faz ideia do que eu sinto. Eu quero sugar cada gota do seu sangue até que não sobrar nada.- Ele respirou fundo e deu outro passo. Desafiando-me. Permaneci na mesma posição. - Mas também sinto coisas que são desconhecidas para mim. Eu quero proteger, mas também desejo estar perto de você. Desejo continuar a beijar-te e saber tudo sobre você. Você pode me entender, Isabella ?- Eu procurei qualquer evidência de que estivesse mentindo para mim, mas seu estava sério. Como eu poderia responder a essa declaração ?

 - Sim, em partes. Eu nunca senti o desejo de sangue, mas posso imaginar..- A verdade me golpeou e eu me senti como se fosse retardada mental- Você está apaixonado por mim?

- Sim. – Ele se sentou ao meu lado e eu me senti indefesa zo seu lado. Meu coração voltou a acelerar e eu senti a cor saindo do meu rosto.

- Eu sinto algo por você. Algo que eu nunca senti antes por ninguém. Mas estou muito confusa, foram muitas coisas ao mesmo tempo. Eu preciso pensar... me desculpe por ficar brava com você. – Falei tão rápido que eu nem soube se ele tinha entendido.

- Desculpe por fugir de você. Você tem todo o tempo que precisar. Se quiser nós... – Coloquei um dedo nos seus lábios e ele sorriu. Os olhos voltaram ao dourado flamejante.

- Estamos quites. Eu posso estar indecisa sobre muitas coisas, mas tenho certeza de uma.

- Qual? – Ele falou com meu dedo ainda na sua boca. Eu sorri.

-  Feche os olhos. – Ele atendeu o meu pedido. – Deite-se.

- Se eu passar do seu limite, tire-me de perto de você.

- Não deveria ser eu quem diz isso?- Falou ainda de olhos fechados.

Contemplei seu rosto. Suas feições perfeitas combinadas com o seu brilho no sol não existiam palavras para descrever aquele tipo de beleza. Estendi minha mão até sua face. Tracei os contornos do seu rosto, ignorando a boca. Sua pele parecia quase quente na minha.

Segui descendo pelo pescoço até o seu peitoral. Passei pelo seu peitoral esculpido que a camisa deixava exposto. Subi lentamente até a sua boca.

            Seus lábios eram cheios fazendo-os sensuais combinados com o resto do seu rosto. Estavam se mexendo suavemente como se estivesse falando com alguém invísivel. Pelo barulho quase inaudível que fazia, parecia uma canção que parou assim que eu delinei a forma da sua boca com o dedo.

 Logo em seguida, beijei-o lentamente apenas com os lábios. Segui por uma trilha de beijos até a sua orelha.

- Quer que eu continue? – Sussurrei.

- Sim – Respondeu com a voz controlada. Mordi levemente o lobúlo da sua orelha e ele suspirou.

Voltei minha atenção para seus lábios rosados. Beijei-o como antes, mas dessa vez ele não me parou. Deixou minha língua penetrar a sua boca e eu reprimi um suspiro. Seu gosto era melhor que o seu cheiro, algo que se engafassem venderia milhões. Ela era tão gelada como o resto do seu corpo e isso era muito bom. Edward moveu sua língua com a minha. Por um momento, erámos um só. Um perfeito movimento.

Meu peito parecia que ia explodir de tanta emoção. Eu posso dizer por experiência própria, já senti muitas emoções por um beijo: Luxúria, amizade, carinho, afeto, raiva, nojo e alguns outros sentimentos, mas nada que se comparasse a isso.

Os fios acobreados do seu exuberante cabelo dançavam entre os meus dedos. Eu queria fazer isso desde que o vi pela primeira vez. Era ainda mais sedoso do que parecia, lembrando-me cetim.

Apesar da extrema proximidade, o beijo em si era suave, sem pressa. Edward movia-se com exagerado cuidado como se eu fosse feita de cristal e pudesse quebrar a qualquer momento.

Tentei beijá-lo com mais intensidade, mas ele gentilmente retirou uma das minhas mãos do seu cabelo. Eu entendi a indireta e interrompi o contato com os seus lábios. Deixei que meu corpo escorregasse entre os braços frios e, para a minha surpresa, acolhedores.


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Notas finais do capítulo

até
vou ficar ums 2 dias sem postar mas prometo que reconpenço vcs meus leitores bjs :.p



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