Os Outros escrita por Sochim


Capítulo 19
O último ato (editar)


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora. Entrei em um semi-hiatus criativo e nada do que escrevia ficava minimamente bom. Esse capítulo não ficou muito bom, mas estou encarand como um capítulo introdutório de uma "nova fase" não oficial em Os Outros. Espero que gostem, mas eu mesma não estou muito confiante com ele. Mas, prometo que os próximos serão melhores. Beijos a todos...



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Nossa, como o tempo passa quando não estamos realmente com nada. Já faz uma semana desde aquela prometida conversa com o Sasuke e o Gaara. Não que as coisas tenham mudado muito. Afinal, somos três cabeças duras, que aprenderam da pior forma possível que nunca, NUNCA, deveriam ter sido amigos algum dia. Afinal, o que seria de se esperar da nossa parte? Pelo que me lembro, não éramos exatamente um exemplo de bom comportamento quando andávamos juntos. Em grande parte por minha causa, o que torna tudo muito mais esquisito. Imagine pensar que logo eu, que repudío as atitudes deles, um dia fui como eles. É engraçado, irônico e um pouco ridículo, se parar para pensar.

Mas, como sempre, meus atos nunca ficaram sem punição. Fosse pelos meus pais, fosse por Iruka, eu sempre me ferrei pelas coisas erradas que fiz. É uma pena que, quando chegar, lá em cima, a hora do perdão celestial, eu não possa me defender, dizendo que eu nunca arrastei ninguém para as minhas loucuras. Meus dois ex-amigos prediletos e o Kiba estaria de prova contra a minha mentira.

A última que aprontei (e pra ser sincero não me arrependo em nada) foi faltar na escolal, na segunda-feira. Eu e Kiba passamos a noite lá em casa, terminando com a garrafa que o Sasuke esqueceu por lá. No dia seguinte, abrir os olhos foi uma tarefa realmente difícil e, na hora que acordamos, já estávamos suficientemente atrasados. Ainda daria para pegar uma aula depois do intervalo e talvez um treino de futebol depois do período, mas decidimos ficar longe de tudo, por pelo menos um dia.

Foi legal. Fomos para a casa do Kiba, já que tanto a mãe dele quanto a irmã estavam trabalhandoou estudando. Cara, ele tem um cachorro imenso! Branco e com dentes enormes... Mesmo! Não tenho nada contra cães, mas aquele ser não era um cachorro normal. Até que eu me entendi bem com o Akamaru, mas ainda assim, prefiro ficar a alguns metros de distãncia dele só para garantir.

De qualquer forma, fomos com o cachorrinho do Kiba para a praça da cidade, um lugar não muito bom para ir quando se falta na escola, mas quem se importa? As pessoas estão mais preocupadas com o próprio ganha pão, não com o filho dos outros, que decide não seguir uma rotina.

Mas o problema, mesmo, veio depois, na forma de um telefonema não muito animado da mãe do Kiba, que ficou sabendo da nossa falta e disse que voltaria para a casa e o queria lá quando chegasse. Kiba ficou essa semana toda, indo da casa para a escola, da escola para a casa.

Quanto a mim, não tenho um pai para brigar comigo por desobedecer uma ordem que na verdade ele nunca deu, mas eu tenho dois responsáveis por mim. Um, é o Jiraya, que está viajando por aí, curtindo a vida de solteirão. Outro, é o Iruka, que não curte a vida de solteiro convícto, para ficar em casa, cuidando de filhos que não são dele.

O pessoal do lado bom da República, tentou me ajudar, mas não havia muito o que fazer. Eu não fui com eles para o colégio, não estive com eles no colégio e com certeza não voltei com eles para a República. Qual a minha defesa? Nenhuma. Uma semana de castigo (como o Kiba), um telefonema do Jiraya, fingindo preocupação por eu ter faltado (acho que ele mesmo faltou muito para correr atrás de mulher), e algumas louças do jantar para lavar. Até que não foi tão ruim assim. Tirando, claro, as noites que tive que  dividir a cozinha com o Neji, mas fora isso, não foi tão ruim de qualquer forma.

No colégio, as coisas até poderiam estar melhores para mim, mas isso dependeria de ser o garoto mais desejado pelas meninas, o mais inteligente, o melhor nos esportes e o único capaz de dar uma surra no Sasuke e no Gaara. Mas como nada disso é possível na minha atual condição de garoto magricela e burro, acredito que não há muito do que eu possa reclamar, há?

Vamos ao que interessa. O resultado daquela conversa maluca, que eu tenho a estranha sensação de que terminou rápido demais. Por onde começo? Na dúvida, ordem alfabética:

Gaara Sabaku. Como resumir, em uma palavra o que aconteceu com esse cara na última semana? Acho que nem inventaram um nome para isso ainda. Deixa eu ver... Vou procurar no dicionário...

Aqui está. Não é exatamente uma palavra que defina a situação em geral, mas sim a pessoa dele - Apático.

Apático: em estado de apatia; indiferente.

Apatia: insensibilidade; indiferença; impassibilidade; inércia; marasmo.

Minha palavra predileta, inércia, que significa, entre outras coisas, ser incapaz de uma ação, de mudar as coisas.

O que aconteceu com ele, não sei, mas ele estava muito estranho. Não sei se foi impressão minha, mas com certeza ele não estava em seu estado normal. Não estava falando nem com os colegas de grupo. Aliás, na sexta-feira, eu vi uma cena inusitada.

Eu e o pessoal já estávamos na saída do colégio, na calçada, nos despedindo do Kiba, do Shikamaru e do Chouji, quando Os Populares Kidoumaru, Sakon e Jiroubou cercaram o Neji praticamente na nossa frente. Não tenho idéia do que eles estavam falando, mas não pareciam lá muito amigos, o que é óbvio. Kidoumaru, que é uma espécie de "chefe" da facção menor dos Populares, colocava a mão no rosto do Neji o tempo todo, provocava, empurrava, xingava e outras coisas que eles adoram fazer, nada muito novo.

O Gaara, ainda preso a sua inércia, apatia ou indiferença, nem se mexeu. Ficou perto da escada, observando tudo, sem dizer nada. Sai (com a Tayuya a tira colo) ainda ensaiou tentar fazer alguma coisa, mas começar uma briga na frente da escola de novo não era uma opção viável. E, considerando que o próprio chefe dos Impopulares não se mexia, o que ele, sozinho poderia fazer? Dosu, Zaku e Kimimaru não se importam tanto assim com o bem estar do Neji. E acho que nem o Sai... A única pessoa que se importa, claro, é a Hinata, que parece incapaz de perceber que o primo dela é um idiota.

Porém a vida do Neji não correu nenhum risco. Logo, alguém apareceu para salvar a pele dele. Não foi o Gaara. Nem a diretora Tsunade e com certeza nem foram os professores. Eis aí a cena inusitada. Quem ajudou foi o Sasuke.

Ainda acho que perdi alguma coisa da cena inteira, mas o que vi foi exatamente isso. Sasuke se separando de Juugo e Suigetsu, indo na diração dos outros Populares e puxando gentilamente o Kidoumaru pela camisa. Em seguida, deixou escapar um:

— Deixa ele em paz.

Não fui o único a ficar com cara de besta. Sakura, que voltou a falar com a Karin (e com o Sasuke), quase nem piscava. Kidoumaru e os outros, nem me dou ao trabalho de descrever como ficaram.

Mas acho que aquilo serviu como um empurrão no Gaara. Ele desceu a escada rápido e começou a ir atrás do Sasuke, que já se afastava com o grupo dele para longe. Foi aí que ouvimos um:

— Sasuke!

Sasuke virou para ele, com um sorriso cínico, do tipo que ele adora dar e disse algo que me pareceu com um:

— Um último ato, lembra?

O que isso significa estou bem longe de saber. Foi mais ou menos como a cena que eu presenciei no primeiro dia de aula, só que bem menos óbvia. Sasuke defendendo um Impopular, Gaara assistindo o amigo sendo ameaçado e não fazer nada... E que "último ato" era aquele? Gente esquisita!

Sasuke Uchiha. Não tenho muito que falar sobre ele. Só que ele pareceu ganhar exatamente a mesma coisa que o Gaara perdeu. O que seria? Confiança talvez? Essa semana estava mais animado, mais falante, mais agarrado à Karin (ou ela a ele? Não sei.), mais amável com a Sakura, mais puxa saco do Kakashi (que é outro besta, que parece ter esquecido de quem ele levou um soco)... E para terminar a semana com chave de ouro, protagonizou a cena da sexta.

Definitivamente, eu devo ter perdido alguma coisa importante. Será que foi na segunda? Maldita hora que faltei. Estou começando a me arrepender... Mentira. Já passou. Eles que se entendam, do jeito deles, com as manias deles...

Amanhã eu volto para escrever mais. Tenho mesmo que ir agora.

 

*

 

Oi, Ino. Como passou a semana? Espero que bem. Porque aqui não foi essas maravilhas.

Semana do cão. O que diabos deu em mim? Eu não conseguia pensar em nada que prestasse, nada que desse resultado. Tudo por causa daquele Sasuke maldito que colocou minhoca na minha cabeça. Passei os últimos dias tentando descobrir qual dos meus "supostos" amigos estava me traindo. E acho que descobri. Foi o que o Uchiha agora está gostando de chamar de "Um último ato de amizade". Nem me pergunte o que é isso. Seria realmente muito difícil de te explicar.

Mas não quero falar disso agora. Tenho coisas mais importantes para pensar. Você por exemplo. O que fez essa semana? Cortou o cabelo como disse que faria? Nem gosto de imaginar o que aconteceu com aquela quantidade enorme de cabelo loiro caindo no chão sujo do cabeleireiro. Pensando bem, acho que gosto sim de imaginar. Não exatamente pelo cabelo.

A gente se fala outra hora? Espero que sim.

Um beijo e até a próxima.

Gaara.

 

*

 

Oi, Gaara. Pelo visto não teve uma semana muito boa, mas pelo menos já sabe quem é que está te traindo. Isso não é bom? De um modo geral, pelo menos. Acho que não deveria se preocupar com esses supostos amigos. Eles provavelmente não se importam com você também. Pelo o que me conta, as coisas no seu colégio são levadas muito a sério e eu fiquei pensando, por quê? São só três anos que vocês precisam se aguentar, depois disso, a maioria de vocês nunca mais vai se ver. Nem esses seus "amigos". Sinceramente, não posso dizer por todos, mas amigos como esses é melhor não ter nenhum, já pensou nisso? É como aquele ditado: "Antes só que mal acompanhado".

Você devia prestar mais atenção nas coisas a sua volta, nas pessoas com quem você fala e se importa. A primeira coisa em uma traição, é o modo como a pessoa traída se porta, antes da traição ocorrer. Negligência e falta de atenção, são os primeiros causadores desse tipo de coisa. Junto com a falta de caráter e força moral de algumas pessoas, a  bomba explode do lado mais fraco. De que lado você vai querer estar?

Quanto ao meu cabelo, não precisa chorar por eles. Só dei um trato nas pontas e uma repicada básica (Não que eu espere que você saiba o que é uma repicada). Não perdi tantos fios, assim... Mas se quiser continuar a imaginá-los caindo, quem sou eu para impedir. Estou muito longe para te mostrar, mesmo...

A gente se fala. Não esqueça de mim, meu amigo do supermercado.

Beijos, Ino.


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Notas finais do capítulo

Tá, confesso, procurei a palavra "cabeleireiro" no dicionário online. Mas a boa notícia é que eu acertei a palavra.

Reforço meu apelo e meu convite para que leiam minhas outras fics, que estão a disposição, como todos sabem, no meu perfil. Especialmente Whispers in the dark.

Um beijo, um queijo e um pedaço de alface (que saudade que me deu do meu professor de geografia..)



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