Nós Fazemos a História escrita por All StarCherry, ShineMaki98, Annah_Hale


Capítulo 7
Emily


Notas iniciais do capítulo

Não me matem ein? Me deu um maldito branco na hora de escrever mais ai tá

Sinceramente eu achei uma encheção de linguiça esse cap (menos as partes que o Logan aparece b29;' ele seduz *¬*)
Mas...

...Ao capitulo:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/106221/chapter/7

"Diz uma lenda chinesa que amizades verdadeiras são como árvores de raízes profundas: nenhuma tempestade consegue arrancar."

PDV Asher Deimont

Lembranças.

Eu já disse que odeio esse lugar? Pois então. Odeio. Cada pequena parte e cada pequeno som...

Suspirei.

Ainda não acredito que estou aqui, mas... os raios que levo parecem me despertar.

Meu cabelo já deve estar alto.

Inferno!

A estrada foi terrível! E agora o que me basta? Treinar com os filhos de Zeus, claro. Valeu olimpo.

- Deuses de merda – murmurei.

Um trovão fez-se ouvir, este vindo do céu.

Bufei.

O dia esta cada vez melhor, não?

Primeiro aqueles malditos espíritos do vento! Quase caio na estrada por causa deles e minha água se foi toda! Eu preciso praticar, acho.

Pelo menos as meninas estão bem.

- Já cansou? – perguntou o semideus filhos de Zeus quando pus minhas mãos sobre os joelhos em busca de ar. Vai se ferrar! Não é em você que estão passando não sei quantos volts! Eu estou praticamente tremendo!

Não, Não foi isso que respondi, apenas olhei para o céu, talvez por impulso, talvez por raiva ou... algo qualquer.

Não sei ao certo.

- O raio dele dói mais que o meu, acredite. – brincou o filho de Zeus. Tinha um sorriso torto e divertido em seus lábios.

Era bonito isso eu tinha que admitir. Olhos azuis escuros com cabelos arrepiados em castanho.

- Como você pode saber? – provoquei.

- Você pode?

Senti meus lábios repuxaram-se em um sorriso de canto.

- Tenho coisas melhores a me preocupar. – dei de ombros.

Outro raio.

Ele riu.

- Você gosta mesmo de irritar os deuses, né?

Endireitei-me.

- Eu tento.

- Correção – continuou – você consegue.

Vou beijá-lo se não parar de me provocar, escreva isso.

- EI! Leon! Pode vir aqui um segundo?! – chamou-o outro de seus irmãos. Esse era o nome dele? Eu tinha esquecido, mas... Leon? Ual. Tão másculo quanto seu nome. Um pouco bobo, sim, mas nada que eu não posso resolver.

Leon pareceu chateado.

- Vamos fazer uma pausa – suspirei aliviada. Precisava mesmo descansar. – É um problema para você, Asher?

- Nenhum, docinho – ele corou. Vou beijá-lo agora tenho certeza.

Sentei-me em meio à grama alta, enquanto meu corpo parecia se acostumar aos raios recém levados.

Eu tremia.

Mas não era isso com o que minha mente se preocupava. Algo esta acontecendo, eu sei. Posso sentir isso nos cabelos arrepiados de minha nuca.

Ajeite meus cabelos de modo rápido, agarrando-me a meus joelhos ainda trêmulos.

Filhos de Zeus.

O que tenho a dizer sobre eles?

São gatos, são bobos, mandões... Resumindo a maioria: São um pé no saco. É, titio Zeus. Eles não perdem para você.

Novamente um raio.

Quem manda ler meus pensamentos? Se depender de mim, titio, o mundo pode acabar. Eu ligo? A resposta é não.

Outro, mas este foi diferente.

Foi como um chamado. Ao menos pude obrigar-me a notar o riso de Leon, pois, mais à sua frente, estava exatamente o que prendeu minha atenção.

Avançando com graça como o líder do bando. Ele era bonito. Ah, e como. Cabelos de um preto profundos e rebeldes, encaracolados de modo perfeitamente alinhado a seu rosto de molares pontudos, e sobrancelhas que pareciam subir quando achava graça de algo com olhos de um azul infinito em prateado como um espelho e intensamente penetrantes elétricos.

Lábios de um afinado magistral.

E, mesmo que suas feições mudassem um milímetro, para mim ele parecia perfeito.

Perfeito.

Não pude desviar os olhos dos seus ao vê-lo andar de tal modo.

Seus maravilhosos olhos, viciantes ao meu ver, que percorriam risonhos a floresta, pararam nos meus curiosos.

Não consegui desviar.

Eu queria me afogar em seus olhos cada vez mais e mais. Meu peito encheu-se com algo o qual não consegui identificar e o batimento de meu coração acelerou. Não tinha a mínima idéia de quem ele era e o que estava acontecendo comigo, mas... por um momento... por um momento foi como se a maldição já não importasse, como se tudo que existe fosse somente eu e ele e o mundo começasse a girar e girar e...

Não.

De modo algum.

Balancei a cabeça tentando recobrar a consciência.

Pelas águas do mais intenso rio, ONDE ESTOU COM A CABEÇA?! “Como se a maldição já não importasse”.

Estou ficando maluca, agora é oficial.

Em meio à minha onda de devaneios e xingamentos que passavam por minha cabeça, braços fortes circularam-me em um abraço carinhoso e banhado de saudade, fazendo os pelos de meu braço se arrepiarem.

Eu conhecia aquele cheiro de biblioteca.

Rodeei seus braços, feliz.

Aquele aroma tão maravilhosamente curioso e intenso como uma pergunta que pairava no ar criando borboletas na boca de meu estomago.

Cabelos sedosos. Sim. Meus dedos ágeis percorreram seus sem iguais cabelos loiros delicados e rebeldes. Ah, sim eu me lembro. Como poderia esquecer? Nunca, jamais.

Se tiver uma coisa a qual o acampamento me fazia sentir saudade, era ele.

Eu queria ver seus olhos, mas ele me abraçava por trás de modo até um pouco possessivo, privando-me da visão de seu rosto jovial.

- Espero que você lembre de mim – ah, sua voz, exatamente como me lembrava: rouca na medida certa, mas agora em vez de sábia estava confusa – se não provavelmente vai me bater e muito.

Eu ri.

Como sentia falta dele, sua voz... Ah, ele fora o primeiro. Meu primeiro amigo, meu primeiro grande irmão. Não irmão de sangue. Não, de modo algum.

Quando se é um meio-sangue jovem demais, digamos que os deuses ficam meio que... com tédio? Sim, talvez. Afinal, eles podem lhe reclamar quando quiserem e de uma hora para outra...

BAM! Desculpe querida, mas agora resolvemos fuder com a sua vida. Você vai treinar e treinar, manter todos orgulhosos e seguros tendo total conhecimento de que um dia será importante e, mesmo que isso leve a sua vida, não estamos nem ai. NÃO! Eu tinha uma vida antes de ser reclamada! Mas tudo... tudo foi arrancado de mim e, mesmo que eu tente esconder, ainda sangra.

Ainda sangra muito.

- Ash? – sua voz rouca causou-me arrepios. Perto. Ele estava perto demais de meu ouvido.

Limpei a garganta engolindo em seco.

Seus braços, que antes me prendiam com força, soltaram-se devido sua preocupação, e isso foi tudo que precisei para fitar novamente seu rosto.

Ele não mudara.

Havia poucos traços fortes em seu rosto, tornando-o quase sério e maduro. Mas, fora isso, ele era o mesmo Eric.

Meu Eric.

Já estava ficando com dor de cabeça de tanto a balançar para livrar-me de tais pensamentos. Por que estou pensando essas coisas? Por que desde que Ártemis falara aquilo as coisas pareciam mais intensas? Como... como se eu pudesse ver por trás de um coração. Como se o meu próprio pudesse ser curado.

Há algo errado, agora eu tenho certeza.

- Ash-

- Estou ótima – o cortei. Pude sentir meus lábios formarem um sorriso triste. – Senti sua falta, Cálculos.

Eric fez uma careta pelo apelido antigo.

- É, Pequena Sereia – ele estava risonho. Eu bufei, mas sorri, era bom tê-lo de volta – você cresceu bastante para uma tampinha do mar.

- Bobo – acho que soquei seu braço um pouco forte demais, pois ele reclamou murmurando coisas que decidi ignorar revirando os olhos.

E então, algo chamou minha atenção.

O garoto o qual eu ainda não sabia o nome mantinha seus olhos fixos em mim. A curiosidade abateu-me forte e, antes que pudesse pensar, já perguntava.

- Quem é aquele? – Eric pareceu chateado.

- Filho de Zeus – murmurou com certa raiva, abraçando-me mais forte – apenas um semideus qualquer.

Qualquer? Não tenho tanta certeza.

- Especifique, Cálculos.

Ele bufou.

- A mais nova estrela entre os filhos de Zeus, Logan Bell – Eric praticamente cuspiu o nome. – Já disse, outro qualquer.

Mas eu queria saber mais.

- Podemos ignorá-lo? – perguntou manhoso afundando o rosto em meu ombro. – Por favor, só um pouco.

Eu ri.

- Por que você o odeia tanto assim?

- Preciso mesmo ter um motivo?

Assenti.

- Ele é um idiota.

- Não me convenceu.

- Asher eu não quero falar dele, ok? – Oôu, meu instinto apita, ele me chamou de Asher? É, agora estou confusa.

Não tinha a mínima idéia do por que ele tanto o odiava, mas parecia ser recíproco aos olhos de Logan. Se isso perturbava Eric talvez mais tarde pergunte mais, porém... algo me diz que, de um modo ou de outro, saberei mais dele do que posso imaginar, ou.... ou talvez não.

- Que assim seja então.

E ficamos lá, apenas curtindo o quanto pudesse ser capaz.

Antes que você pense qualquer coisa, deixe-me esclarecer, ok? Eric é meu amigo, somente isso, A-M-I-G-O. Não há nada de mais entre nós, ele é... Ele é como um irmão para mim. Isso. Um irmão.

Conhecemo-nos quando eu ainda estava no chalé de Hermes.

Eu, Eric e Em.

Essa é uma das únicas memórias que continuam em minha cabeça depois de fugir do acampamento, e tudo isso é culpa minha. Queria poder apagar essa parte, esquecer que vivi para tal coisa, mas isso é impossível. Dionísio tem razão. Se eu lembrasse de tal coisa, jamais faria novamente. O problema... o problema é agora me pedirem para tentar de novo, não importa as conseqüências.

Não sei se posso fazer isso e, ao mesmo tempo em que penso que sim, penso que não.

Fico pensando o que ela diria, mas, quanto a essa parte da memória, tudo parece recortado como pequenos pedaços de cada dia.

Se eu já tentei conseguir minhas memórias de volta na marra?

Maldições. Bem... como posso explicar?

Depois destas eu já estou legal.

Elas são... São como contratos não lidos, você nunca pode saber exatamente como funcionam sem arriscar, mas ai vem: O que você está disposto a arriscar? Suas memórias, seu cérebro inteiro te transformando conseqüentemente em um vegetal? É, acho que não.

Um grito de protesto tirou meus pensamentos da rota original.

Mas o que-

- Ora se não é Asher? – eu conheço esta voz banhada em sarcasmo. – Quanto tempo faz? Cinco ou seis anos? – mas não queria fitá-lo, já doía demais apenas ouvi-lo – Eu sabia que iria voltar. Você não pode fugir Asher, não de mim, não de nós.

- O quer, Daniel? – vociferou Eric.

Ele riu.

- Não é obviou?

- EI! – a voz de Leon soou ao longe. – O que um filho de Dionísio faz aqui?

Pude sentir Daniel ranger os dentes.

- Tenho tanto direito de intervir quanto você. É meu pai quem comanda o acampamento, não o seu, então fique quieto.

Não me atrevi a olhar em sua direção, mas ele não emitiu som algum ao contrario de seus irmãos que pareciam murmurar entre si. Meus olhos procuraram os de Logan antes que eu pudesse sequer pensar. Algo em sua pele parecia deixá-lo estático, como se sua raiva em si ele não pudesse conter. Raiva? Mas por que?

- Isso não tem nada a ver com você, Nerd, então cai fora!

Senti-o enrijecer e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa apertei sua mão lembrando-o de minha presença.

- Vá – eu sorri, – vou ficar bem.

Eric hesitou.

- Ash...

- Isso não tem nada a ver com você, vá embora – e assim ele o fez, deixando-me frente a frente com Daniel. Demorou alguns segundos para eu finalmente juntar coragem para olhar em seus olhos. Engoli em seco – Olá, Daniel.

E eu estava certa. Assim como previ, ele não estava sozinho, mas sim acompanhado de dois seus meio-irmãos filhos de Dionísio.

- Olá, Asher – sua voz era carregada de pesar –ou deveria dizer assassina?

As conversas pareceram cessar por instantes.

- Papai fez muito pouco com você – lamentou. – Vamos fazer aquilo que ele não pode.

- E onde estão suas espadas? – soei calma e fria.

Daniel riu.

- Não podemos matá-la – resmungou raivoso o irmão da direita.

- Mas podemos tornar sua vida um inferno – propôs o da esquerda.

Eu tive que rir. Aquilo foi praticamente um convite para tal ato.

- Chegaram tarde, meninos. Isso ela já é.

Daniel flexionou os joelhos, pronto para avançar.

- VOCÊ NÃO TEM A MINIMA IDÉIA DO QUE É TER DE SUA VIDA UM INFERNO! – ele gritou tão alto que chegou a me assustar, mas, ao invés de atacar, recuou, tornando a circular-me a passos lentos. – Você não tem idéia.

- Dói em mim também – disse – Em foi-

- Não ouse falar dela, Deimont.

- Sei que quer me bater e eu realmente entendo, se isso for te ajudar fique a vontade, mas não seria isso que ela iria querer.

E ele me bateu.

Deu-me um tapa tão forte que chegou a virar meu rosto. Senti a carne de minha bochecha queimar, mas não ousei me mexer ou ao menos reclamar. Estava doendo, claro, eu apenas... apenas esperava que aquilo o fizesse se sentir melhor.

Depois do incidente, o que mais fiz foi me bater, me torturar e, por fim, beber. Foi quando encontrei Jamie e este me deu não somente um teto sobre minha cabeça e comida, mas deu-me alegria.

Sim, devo admitir que nunca – mesmo que ele e seu pai tenham me acolhido por tanto tempo –, nunca me senti em casa, nunca senti como se tivesse realmente um lar, pelo menos até encontrar as meninas.

Gostaria de saber se já tive um lar de verdade, ou se apenas morei em um orfanato qualquer, mas... a maldição me proíbe de tal coisa.

- Olhe para mim quando falo com você! – Daniel parecia no limite. Voltei meus olhos para os seus. Ele havia dito alguma coisa? – Se quer me ajudar, revide. Se não bater em mim tanto quanto eu bater em você, de nada a mim isso vale.

Levantei-me.

Se for uma briga que ele quer, então uma briga ele terá.

Obrigada bar do Phil, de algo você serviu!

Ah, briga de bar... a boa e velha briga de bar pode salvar vidas ou pelo menos livrar-me de levar uma boa surra. Lembro-me bem da minha ultima. Não foi há tanto tempo e a adrenalina já subia pelas minhas veias ao recordar tal coisa.

Se tiver uma coisa que não suporto é ser subestimada.

Minha intenção não é machucá-lo, e muito menos fazê-lo sofrer mais do que já sofreu, mas sinto que... Devo fazê-lo.

Se for assim que ele quer, que assim seja.

Foi quando ele avançou em minha direção.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Queridas companheiras de escrita, eu gostaria de escrever o resto da luta, mas principalmente de alguém para aparecer por lá
Alguma de vocês se alista?

Bom ^^"
reviews?

PS: Boa sorte ShineMaki!