Perfeito para Você escrita por Thatah


Capítulo 12
Capítulo 12 - Um passo de cada vez!


Notas iniciais do capítulo

Para aquelas que detestam a Leah, essa é a chance de vê-la de uma forma diferente, e se mesmo assim, minha tentativa restar-se frustrada, ao menos tente pensar que ela serviu para fazer BELLA sofrer!

Espero que gostem do capítulo.
Beijos
=^;^=



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"Fácil é mentir aos quatro ventos o que tentamos camuflar.
Difícil é mentir para o nosso coração.

(...)Eterno, é tudo aquilo que dura uma fração de segundo, mas com tamanha intensidade, que se petrifica, e nenhuma força jamais o resgata." Carlos Drummond de Andrade

Passei quase uma semana ao lado de Leah, e confesso que durante este pequeno período curti mais a sua presença, do que os anos todos em que tive consciência de sua existência. Os pequenos momentos que compartilhamos me deram uma nova perspectiva sobre Leah. E o seu lado feminino – quando ela o deixa revelar – é de se encantar.

Meu coração, nervoso, ainda bate loucamente por Bella, mas ao lado de Leah, ele dói um pouco menos. É bom ter algo saudável, com o qual eu possa contar, para distrair-me, abstrair o que de pior estive cultivando durante esses dias estando eu sozinho, e amargurado.

Os sorrisos que Leah arrancou de mim durante esses dias, foram os mais sinceros possíveis. Seu sarcasmo - agora cômico- estava sempre no mesmo nível que o meu, mas não de uma forma desagradável. Nós nos entendíamos, como nunca imaginei ser possível. Pena que ela tenha usar a máscara carrancuda, e sem muitas expressões, sempre, como defesa- obviamente. Mas é triste que uma pessoa como ela – se tem mostrado – tenha que mascarar o que realmente sente, ou é capaz de sentir.

Foi uma longa viagem de volta para casa, a cada nova divisa de estados, meu coração se apertava mais. Tudo o que tentei evitar, estaria diante de mim, em questão de dias, apenas DOIS dias, e o sal seria derramado novamente na ferida.

Como faremos isso? – o pensamento escapou, sem que eu pudesse revertê-lo.

Leah sorriu, ao perceber que aquela era a resposta da sua proposta.

Não faço a mínima idéia. – confessou ela.

Eu ainda estava desconfortável com a situação, não porque não era uma boa idéia, porque agora – parecia ser a melhor opção, a mais saudável, pelo menos – Mas era difícil me confortar com outra garota em meus pensamentos, muito embora Bella seja a rainha deles, eu tentaria, daria espaço para Leah.

Já estava decidido!

No caminho de volta para casa, me deparei com cartazes espalhados com meu rosto nele. “VOCÊ VIU ESTE GAROTO”. E perguntei-me quem teve a brilhante idéia, mesmo já imaginando que isso provavelmente seria idéia de Charlie, já que ele era definitivamente, o único desavisado.
Teria que agradecê-lo por isso - uma outra hora. Charlie sempre foi muito camarada comigo… Toda a confiança, e o sentimento que ele cultivou por meu pai, nestes anos de amizade, acabaram de certa forma sendo transmitido para mim.

Os meninos, desde a última briga árdua para que eles me deixassem em paz, não se transformaram. Ao menos a autoridade de Sam, me serviu para alguma coisa, mantê-los afastados. Isso facilitou minha aproximação com Leah. Não ter nenhum deles, caçoando, das nossas conversas, e do conflito – novo conflito travado dentro de mim – era um alívio.

Mas se autoridade de Sam me serviu para algo, o silêncio que a transformação de qualquer que fosse do bando, me remetia outro tipo de “tranqüilidade”, um tipo de tranqüilidade a qual eu conseguia imaginar: não havia mais “vampiros” na cidade.

Acelerei os passos, Leah fez o mesmo, sem se manifestar a respeito de meu pensamento. Coisa que ela tem feito muito ultimamente.

A disputa estava iniciada novamente, Leah era rápida, a única que realmente era capaz de me alcançar. Fizemos muitas delas, Leah ganhou algumas, apesar de eu nunca admitir ser vencido, acabava me divertindo e me sentindo bem, ao vê-la feliz.

Pensei que já tínhamos decido quem é o mais rápido aqui, Leah. – disse, assim que ela me ultrapassou.

Você reclama feito uma mulherzinha, Jacob Black. – ladrou ela, aumentando a velocidade e a distancia entre nós.

Já estávamos próximo à Forks. A floresta onde estávamos, era extremamente familiar, a conhecia como a palma de minha mão.

Mulherzinha, eu? Ah. Eu vou te mostrar “a mulherzinha…” – grunhi acelerando os passos, o vento batia forte contra meu pelo, as árvores em volta, não passavam de um mar fluido e intensamente verde.

Leah correu ainda mais, mesmo ciente de que, não adiantava ela correr, eu já estava logo atrás dela. Leah nem olhou para trás, apenas apertou os passos, eu joguei-me contra ela derrubando-a no chão. Rolamos na grama molhada e acabamos por ser amparados por dois abetos.

Jacob Black! Tens idéias de como é ruim e incomodo estas lascas de madeira enroscadas no pelo?! – ladrou ela, levantando-se e me abocanhando de brincadeira.

Eu apenas ri, e muito. Leah estava começando a se tornar uma fresca!

Ao se levantar pude ver o quanto seu pelo estava todo cheio de folhas e pedaços de madeira, ela respirou um pouco e então voltou a correr. Aproximei-me, ainda rindo, e então prometi que iria me comportar. Reduzimos os passos, para apenas alguns trotes.

Assim que coloquei os pés em Forks, logo senti um cheiro aterrorizantemente familiar. Os Cullen ainda estavam na cidade, o que aquilo significava.? Pensei que eles já tinham ido embora…

Eu também… - Leah grunhiu baixinho.

Merda! A paz seria algo difícil de alcançar. Como eu iria me comportar, ao receber notícias desagradáveis? E se Bella ainda não tiver partido, o que farei eu?

Lembre-se de que você não estará mais sozinho…

Reduzi as passadas. Ainda não estava pronto para isso.

Nunca estaremos verdadeiramente prontos. E se não fizermos isso agora, não faremos nunca. – repreendeu Leah, acompanhando meus passos lentos.

Fiquei em silencio, e virei-me a favor do vento. Precisava de ar fresco. Leah fez o mesmo.

Tente se controlar, e lembre-se de que você prometeu tentar. – disse ela, depois de um tempo em silêncio - Vou para casa. Vejo você depois? – perguntou Leah, olhando para mim.

Apenas acenei com a cabeça. Leah sustentou meu olhar por mais alguns minutos, e então soltando o ar pesadamente, correu em direção a La Push.

As dores. As possibilidades. Fugir era fácil, enfrentar os problemas era difícil, mais ainda, depois de Leah ter colocado os pensamentos e emoções tantas vezes em minha mente. Pensei em dar uma espiada na casa de Bella, ver o que estava acontecendo, mas consegui reprimir o desejo de vê-la, isso só dificultaria minha “recuperação”.

Ao invés de contribuir para o meu vício, optei por tirar um cochilo, descansar em colchão macio e aconchegante.

Soltei o ar pesadamente, e então peguei o rumo de Leah, de volta a La Push. O sol ainda não tinha nascido quando cheguei em casa. Billy e Rachel, ainda estavam dormindo. Entrei sem fazer nenhum barulho. Meu quarto estava intacto, da mesma forma que estava, na ultima vez em que estive aqui.

Não foi difícil pegar no sono, apesar de minha ter sido assombrada por inúmeros pensamentos indesejados, estava exausto, esgotado fisicamente. Finalmente meu corpo teria o tão esperado e merecido descanso.

Acordei sentindo um pouco entorpecido, já tinha consciência dos movimentos ao meu redor, mas meus olhos ainda permaneceram fechados. Estava difícil abri-los.

Esperei que meu corpo se sentisse descansado o suficiente, para finalmente voltar ao normal. Minutos depois, levantei-me com uma vontade enorme de continuar deitado. Parecia que ainda levaria uma semana para repor o sono perdido.

- Ele ainda está dormindo? – Ouvi a voz de Rachel.

- Está. Deve levar mais um tempo, para que seu corpo se recupere… - Billy respondeu. Ouvi o barulho das rodinhas de sua cadeira sendo arrastadas pelo corredor. – Apesar de que dormir dois dias seguidos, não é nada saudável…


Dois dias?! Eu dormi por dois dias seguidos?! Nossa. Eu realmente estava cansado.

Minhas pernas pareciam bambas, quase encontrei o chão ao me levantar bruscamente da cama, o barulho que fiz – porém, deve ter servido para amenizar a preocupação manifestada por Billy ainda pouco. As rodinhas, que pareciam próximas do meu quarto, entraram em movimento novamente.

- Acho que acabou de acordar… - disse ele, em meio a uma risada.

- Ótimo. Irei preparar algo para ele comer. Deve estar faminto… - disse Rachel.

- Acho melhor caprichar, o apetite desse menino, às vezes me assombra. Não quero nem ver como deve estar agora…

Peguei uma toalha no guarda-roupa e fui em direção ao banheiro. Tomei um demorado banho gelado que me ajudou a despertar. A água fluía “violenta” do chuveiro, desejei que meus pensamentos, e o desejo incontrolável de ver Bella, dessem por ralo a baixo. Mas não era assim tão fácil. Respirei fundo, lembrando-me das conversas com Leah.


Desliguei a ducha, decido a fazer uma caminhada. Billy e Rachel, provavelmente iriam me fazer um interrogatório, ao qual não estava nenhum pouco a fim de participar.


- Bom dia! – Rachel me saudou assim que coloquei o pé para fora do banheiro.


Ela veio em minha direção e me deu um abraço apertado.


- Que bom tê-lo de volta. – disse ela, dando um beijo em minha bochecha. – Preparei algo para você – disse ela, em resposta aos protestos do meu estomago.


-Bom estar de volta. – Retribui o abraço, e indo para meu quarto me trocar.


Billy estava sentado a mesa. A expressão parcialmente insondável. Havia felicidade em me ter novamente em casa, e de certa forma, um pouco de receio de que eu voltasse a fugir novamente.


Nós nos olhamos e então passei por ele, tocando seu braço com um leve soco. Sentei-me de frente para ele, Rachel ao meu lado, estendendo um enorme prato em minha direção.


A comida de Rachel estava uma delicia. Era bom comer algo descente, e bem temperado para variar.


Billy e Rachel foram discretos, não tocaram em nenhum assunto delicado.

Enquanto eu repetia, pela quarta vez, ouvi Billy contar da pequena discussão com Charlie. Ao que parece ele havia ficado muito chateado por Billy ter se mostrado resignado com minha ausência.


- Vi os cartazes…


- Hum. Charlie arrumou a maior encrenca comigo por causa deles… - Billy resmungou feito uma criança.


- Estava pensando em informá-lo sobre a novidade. E agradecê-lo pela preocupação…


- Disse indo deixar o prato na pia.


- Jacob… - Billy tentou iniciar algum sermão, fazer-me alguma advertência, mas eu o interrompi antes que aquele assunto se prolongasse.

- Fique tranqüilo, não irei atrás de Bella. – O assegurei. – Além do mais, minha namorada é meio temperamental…

Soltei a bomba e logo em seguida sai de casa, deixando no ar os interrogatórios. Não sei bem porque utilizei isso, para me interromper o falatório de Billy. Ainda não estava decidido que Leah e eu seriamos namorados, estávamos apenas curtindo a presença um do outro, não tínhamos certeza até onde iríamos com isso… Mas já que eu me propus a tentar, tinha que ser da forma certa.

Encontrei Paul na porta de casa, nos cumprimentados rapidamente e então caminhei em direção a praia.

Eu realmente havia dormido muito além do esperado. O sol já estava se pondo quando atravessei o estacionamento deserto da praia.

Os sons das ondas se arrebentado contra os rochedos, me trouxeram lembranças as quais queriam esquecer. Porém, por algum motivo, estar ali estava me fazendo menos mal do que eu cheguei a imaginar.

Meus pés logo me levaram para um lugar conhecido. A velha arvore, onde costumávamos nos encontrar, estava lá, do mesmo jeito: velha e cheia de raízes proeminentes, como o amor que sinto por Bella.

Respirei fundo, desejando que o ar carregasse consigo os meus pensamentos, mas não adiantava, aquilo que eu mais queria esquecer, estava vinte quatro horas em meus pensamentos.


Forcei minha mente a se concentrar em outra coisa menos dramático e perturbador. Funcionou. Comportei-me como mero observador.

O por do sol é particularmente um dos espetáculos mais fantásticos proporcionados pela natureza. A riqueza e a imperiosidade de suas cores só são superadas pelo seu próprio nascer.

O colorido estampado no céu, logo desbotou, dando lugar ao manto negro, e uma magnífica lua… o palco de um espetáculo melancólico, para os solitários, como eu!


Em questão de minutos, minha mente estava desligada, totalmente em modo off, estava tão absorto e distante de tudo ao meu redor, que mau fui capaz de captar sua chegada.

Quando dei por mim, Leah já estava ao meu lado, sussurrando em meu ouvido.

- Aceita companhia?

Aquilo não era bem uma pergunta, por mais que eu dissesse não, Leah iria ficar. E aquele era seu jeito sutil de dizer “cheguei…e estou aqui para ficar!”

Sorri confirmando que sua presença seria bem vinda. Ela passou suas pernas por cima do tronco e então – decidindo mentalmente – qual a melhor posição, optou por sentar no chão, entre minhas pernas. Sem Sem pestanejar apoio sua cabeça em meu peito.

Não trocamos uma só palavra, por um bom tempo, apenas contemplamos o brilho da lua refletido no mar…

- Dormiu bem? – perguntou ela.

- Como há muito tempo não dormia… - respondi, lembrando-me da voz de espanto de Billy.

- Você está bem?… Quer dizer, não terei que ir à seu socorro novamente? - brincou ela.

Leah revirou-se inquieta livrando-se dos meus braços, ficando de frente para mim, provavelmente, para constatar que minha resposta seria sincera.

Eu sabia perfeitamente a ambigüidade contida naquela pergunta. Leah queria saber se eu já havia sido informado de alguma coisa, mais especificamente de alguém. Sorri ao perceber que aquele assunto perdurava, tanto em minha, quanto em sua mente… Eu estava louco de curiosidade, cada parte de meu ser desejava ver, ouvir, tocar Bella; mas eu estava me saindo bem no autocontrole.

- Nada de novo… - disse acariciando seu rosto, tirando algumas mechas que caiam em seus olhos. – Acordei meio indisposto para diálogos…

Ela me deu um sorriso, e então encenando, trancou a boca e me deu a chave.

Os olhos de Leah prenderam-se aos meus – hipnotizantes! - Uma de suas mãos percorreu meu pescoço repousando-se sutilmente em minha nuca, nossos rostos se aproximaram. Já havia acontecido algumas vezes durante a viagem, não havia mais sentido negar a nova intimidade entre nossos lábios.

Beijar Leah era diferente. Era como sentir uma explosão de sensações nos lábios. Não podia negar que estava gostando. Nossos lábios moviam-se ao mesmo ritmo, a selvageria – típica de Leah – tornava tudo mais divertido e empolgante. Seu olhar queimava, e às vezes parecia que ela ia estrangular-me nos seus braços, ou asfixiar-me com seus beijos.

Senti meu lábio inferior sendo sugado com força e esse processo sendo finalizado com uma leve e ofegante mordida. Não segurei o gemido – mais de dor do que de prazer – Leah sorriu em meus lábios.

- Desculpa! É que não resisti… - sussurrou ela, divertindo-se na minha cara.

Sabia que Leah acabaria encontrando outra forma de descontar a brincadeira que fiz.

- Acho bom começar a se controlar, ou acabarei sem meus lábios.

Havia um leve gosto de sangue em minha boca.

Ela sorriu. Íamos nos beijar novamente quando ouvimos risos e passos vindo em nossa direção. Leah saltou de sua posição e encontrou outra – a que fosse menos suspeita, e mais afastada possível de mim.

- Não quer que eles saibam? – Perguntei observando-a pelo canto dos olhos.

- O que faço da minha vida não é da conta de ninguém… - disse ela, entre dentes.

- Você sabe que não iremos manter segredo por muito…

Foi tudo o que conseguimos dizer, antes que eu pudesse encerrar a frase, os meninos já entraram em nosso campo de visão. Olhei para Leah, a expressão leve e descontraída de segundos atrás, havia sido substituída pela velha carranca de sempre…

- Jacob! – A voz de Seth foi a primeira a ser ouvida. – Cara, é você mesmo. Fico feliz em saber que você resolveu voltar… Ah. Cara, esses meninos são uns malas, difíceis de serem aturados… Mas agora que você está de volta, talvez você possa, sabe como é…


Seth tagarelava feito uma gralha, completamente descontrolado.

- Cara, você estava realmente cansado… passei umas cinco vezes na sua casa, e Billy me dava sempre a mesma informação. “Ele ainda está dormindo…”

Quil segurou Seth e tapou sua boca.

- É, Jacob. Realmente é um alívio que você esteja aqui… só você para aturar esse moleque.

Eles iniciaram alguns golpes. Estava iniciada a bagunça.


Mais de longe, percebi o olhar estranho de Sam que vagaram inexpressivos entre mim e Leah.

- Estamos atrapalhando alguma coisa? – Jared perguntou.

- O de sempre… PAZ. Sossego! –respondeu Leah, em seu tom amargo.

- Há procuramos por todos os lugares, onde você se meteu? – A voz de Sam estava bruta.


- Posso imaginar a preocupação de vocês… - foi tudo o que ela respondeu.

- Bem que estranhamos a tranqüilidade… - Paul foi quem disse. Nem tinha reparado que Paul estava aqui, pensei que estivesse com minha irmã, para variar.

Leah não respondeu apenas se levantou do lugar onde estava, passou pelo alvoroço dos meninos, empurrando-os. Quil caiu por cima de Seth, e os dois acabaram rolando na areia da praia.

- Que bicho te mordeu? – Seth perguntou, levantando-se do chão e limpando a areia do seu corpo.

- O bicho da intromissão… - respondeu ela, já bem distante, tanto que as palavras mal puderam ser captadas.

 Os meninos logo desencanaram, vê-la irritada não era algo extraordinário, e na verdade, era raro não acontecer. Então, como sempre faziam, ignoraram o “piti” da única garota do bando.

Meu coração se apertou, queria ir atrás dela, saber o que estava acontecendo. Pela primeira vez, compreendi que sim, me importava com ela. E que a decisão de tentar fazer dar certo estava valendo, e era para valer.

Mas não podia sair, assim, atrás de Leah. Era dar bandeira demais. Tentei me concentrar nas brincadeiras dos meninos, nos diálogos cada vez mais empolgados – mas apagados em minha mente – eu já não estava mais ali.

Senti o olhar de Sam, me queimar a face, mas assim como eu não me manifestei, ele também não.

Não fiquei muito tempo com os meninos, ele me falaram algo a respeito de uma festa, que eles estavam pretendendo fazer. Eles decidiram comemorar o meu retorno, com um luau. Não lembro de ter respondido alguma coisa. Depois de alguns minutos, fazendo a “capa”, tentando me concentrar no conteúdo expelido por suas bocas, acabei desistindo. Tinha que saber se ela estava bem. E foi o que fiz.

Andei pela praia, por um bom tempo, mas não a encontrei. Talvez ela tivesse voltado para a sua casa. Acabei me conformando, e deixando ela aproveitar o seu momento de sei lá o que… Amanhã, se ela não viesse ao meu encontro, eu a encontraria de qualquer jeito. La Push não era um lugar muito grande…

Voltei para casa, para o meu azar, Billy ainda estava acordado. Rachel tinha ido para a casa de Emily a qual Billy me informara que estava ansiosa para me ver.

Billy estava sentando na frente da televisão, mas aquele gesto não me enganava. Ele queria me questionar, especular, arrancar de mim o máximo de informação que fosse possível. Tenho certeza de que as perguntas estavam para lhe fundir a cabeça. Mas resolvi fazer o de sempre, ignorar. Eu não iria falar, a não ser que ele perguntasse.

Ele se mexeu na cadeira, pude sentir seu olhar queimando em minha direção, continuei ignorando, me estiquei mais no sofá. Olhando para a televisão, sem realmente prestar atenção nela.

- Quero saber quanto tempo este mistério irá perdurar… - Billy resmungou.

- Sabia que você não ia agüentar. – respondi, ainda olhando para a TV. – Você é muito curioso, pensei que isso fosse coisa de mulher.

- Agr! Respeite-me menino. Apenas quero saber o que meu filho anda aprontando… - resmungou ele novamente.

- Fique tranqüilo, seu filho não é de aprontar muito. O senhor melhor do que ninguém deveria saber disso.

- Esta bem… só quero ver…

Sorri, observando a curiosidade lhe corroer.

- No momento certo meu velho, no momento certo.

Ele nem me olhou, apenas desligou a televisão e dirigiu-se ao seu quarto. Eu sorri desta atitude. Fui até a geladeira fazer algum lanche e então depois de me alimentar, fui deitar decidido a visitar Charlie na manhã seguinte.





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