Quando sua irmã foi enterrada Rachel teve certeza que sua vida não seria a mesma. Na verdade, ela não sabia o que sentir afinal ela só tinha oito anos. Sua irmã, a menina dos cabelos dourados e a pele de bebê. Rachel nunca teve o mesmo cuidado que ela, seus pais nem parecia notar sua presença, era só ela, a sua primogênita. Mesmo assim a ruiva não tinha raiva, nem ciúmes, ela admirava a irmã, o modo com ela dançava, se vestia, e era tão... Amigável, sim isso ela era e muito. Era agora não é mais. A dor da morte de sua super-heroína trouxe a garotinha muito sofrimento! Naquele mesmo ano os pais dela decidiram “se livrar de um fardo”, Rachel nada mais era do que um fardo para eles, então a mandaram para um internato. Os anos no internatos foram duros, ela era maltratada diversas vezes ao dia, era trancada em porões por coisas que não fazia, as meninas mais velhas encrencavam- apelido para o que faziam- com ela diariamente, sem contar de todos os danos físicos que a causavam, em menos de um ano ela: quebrou o braço, uma perna, o nariz, ficou cheias de marcas nos joelhos e nos cotovelos. Os olhos verdes não tinham mais brilho. Ela foi totalmente destruída! Cinco anos depois, já com treze anos, ela saiu de lá. O avô dela em uma visita viu o que acontecia e pediu a guarda da garota, os dois meses seguintes foram mágicos para ela. Mais na véspera de natal o avô dela morreu. Foi três vezes pior do que a morte da irmã. Foi como se o mundo caísse sobre ela. Ela chorou, dias e mais dias, não queria voltar para o internato de jeito nenhum. Os pais a deixaramela voltar para casa, continuando sem dar atenção a ela. A menina nunca recebeu amor – a não ser o do avô que acabou de forma trágica- e não sabia se um dia iria sentir. Não dos seus pais, deles NUNCA