A Far-off Memory escrita por LawlietShoujo


Capítulo 9
Decepcionante nova rota


Notas iniciais do capítulo

Espero que eu não esteja demorando!
Muito obrigada por lerem e espero que gostem!



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Ryutaro estava angustiado: há cinco dias não conseguia entrar em contato com Yosuke pelo celular e ele não sabia se o garoto ia viajar para algum lugar que tivesse outro telefone para entrar em contato. "Bom, talvez eu precise me distrair mais, sair da rotina. Quem sabe eu não faço mais amigos?", pensa, pegando as chaves de casa e saindo sem dar satisfações.

Ele sempre seguia um caminho padrão, caminhando nas ruas de seu bairro. Mas, aventureiro, resolve conhecer novas rotas, tomando o sentido contrário. Passa por algumas lojas interessantes; toma nota de alguns restaurantes que os pais possam gostar; visita algumas bancas de revistas, que eram um de seus lugares preferidos. Sua mente pairava pelas ruas, como um animal conhecendo um novo lugar. Estava animado e satisfeito com a nova rota, entrando em outras ruas, indo mais a fundo no seu tour por uma Hikari desconhecida e encantadora. Já estivera em algumas partes dali, mas meramente por passar, de carro, no intuito de ir a outro lugar ou de viajar para outro município. Nunca fora lá para andar na calçada e explorar.

De repente, enquanto ele se dirigia a outra rua, algo se destaca na multidão. Aquele casaco era conhecido, assim como aqueles tênis surrados e cabelos bagunçados. Não, não era possível. Ele está viajando com os pais. Ryutaro tenta se convencer de que esteja imaginando Yosuke ali, em meio aos pedestres. Em vão. Ele apressa o passo, desviando-se das pessoas com agilidade felina até chegar ao moreno, que não havia até então notado a presença do outro.

- Yosuke? - O ruivinho pergunta, segurando o casaco do outro, que se vira de forma assustada ao reconhecer aquela voz.

- Ryutaro?! Que diabos faz desse lado?! - O coração do maior dispara. A mentira havia sido descoberta. No mesmo instante, a imagem de Aiya levando o ruivo pra longe - imagem essa que assombrava Yosuke há dias - vem à mente.

- Eu ia te perguntar o mesmo. Não estava viajando? Chegou quando? Podíamos passear, que tal?

"Chega. Eu tenho que ser rude com esse garoto, ou a mãe dele vai afastá-lo de mim pra sempre. Tenho que arriscar e esperar as memórias dele voltarem.", o moreno pensava, no tom mais persuasivo que pôde, para acreditar que era o melhor a se fazer, apesar de ser difícil. "Mas, e se eu o magoar tanto que ele não queira mais falar comigo?", a dúvida martelava os pensamentos de Yosuke, mas ele conclui que quando a memória do menor voltasse, ele compreenderia.

- Eu menti. Sinto muito por isso. Não podemos mais nos ver. Eu não quero te ver mais. Eu não gosto de você, não gosto de olhar pra você, de ouvir sua voz.

- Hã? Como assim? S-Shinohara-san, foi algo que eu disse? Ou algo que eu tenha feito? - Era possível ver mágoa e frustração transbordando no olhar do menor, que estava perplexo.

- Não insista. Não insista! Me esqueça logo de uma vez! A gente nem amigo é!

- M-mas...! O que aconteceu...?

Yosuke faz um movimento brusco com o braço, soltando-se do ruivo e saindo em disparada pela rua. Ryutaro fica sem reação durante alguns instantes, tentando digerir aquilo tudo. Não sabia o que sentir. Estava magoado, estava com muita raiva. Resolve voltar pra casa o mais rápido possível, para enterrar-se nos jogos, de onde não deveria ter saído.

Ao entrar em casa, depara-se com os pais olhando para ele furiosamente, já que saiu sem avisar. Eles iniciam um discurso parental sobre como ele foi irresponsável e inconsequente, mas notam que o garoto não estava dando a mínima, com o olhar perdido na casa.

- Ryutaro Shimizu! Eu e seu pai estamos falando com você!

- Não me encham.

- Isso é jeito de tratar os pais?

- Me poupem desse papo furado de "pais". Todas as vezes que eu precisei de vocês, vocês estavam ocupados demais pra me dar atenção. Sempre trabalhando ou cuidando da minha irmã porque ela é a "mais nova" e me rejeitando, como se eu fosse um hóspede qualquer nessa casa. Aí quando eu faço alguma coisa errada e vocês, pra variar, notam, me alugam durante HORAS numa porra de discurso como se vocês agissem como pais todos os malditos dias!

Sem olhar para trás, o garoto vai para o quarto, fechando a porta com uma força descomunal e se trancando. Aiya e o marido ficam perplexos - nunca viram aquele doce menino se comportar assim e dizer coisas tão duras. Eles se entreolham e a senhora apoia-se no pai, chorando. Sempre souberam no fundo que não eram os melhores pais, mas não esperavam por isso. Não do doce Ryutaro.

O clima na casa fica insuportável. Os pais, em silêncio, cuidavam da pequena Megumi como se quisessem compensar os erros que cometeram com o mais velho, que jazia no quarto, molhando o travesseiro com lágrimas quentes.

- Que inferno! - Gritava, chorando alto. - É sempre assim! Eu fico sempre em segundo plano!

O garoto, furioso, atiçava tudo que via pela frente na parede: travesseiro, lençol, despertador, canetas. Ele estava magoado e toda a frustração que carregava pelos pais estava vindo à tona e sabia que se continuasse ali, ia acabar se ferindo ou destruindo algo importante. Não havia dito mentira alguma para seus pais ao falar aquilo tudo, mas se sentia pesado de remorso, o que não contribuía naquela hora. Ele abre a porta com tanto vigor que alguns papéis voam dentro do quarto. Ia para o único lugar no planeta em que podia extravasar e se acalmar, pensar com clareza: o Bosque da Paz.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado! Estamos muito próximos do final!
Beijos e muito obrigada por acompanharem!



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