A Far-off Memory escrita por LawlietShoujo


Capítulo 8
Focos da Memória


Notas iniciais do capítulo

Atualizando! Agora sem mais demoras! >—<É constrangedor ficar sem atualizar por tanto tempo Ç_Ç
Espero que gostem!



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Dois dias se passaram desde o último encontro de Ryutaro com o amigo. Ele estava cada vez mais afundado no tédio e sua irmã, como sempre, recebia toda a atenção parental. Ele não se importava muito, desde que não o prejudicasse de alguma forma. Era um garoto muito paciente.

Do outro lado do município, Yosuke jazia em seu quarto, cheio de remorsos por mentir pro seu adorado ruivinho. Mas aquele encontro com a mãe dele no shopping o havia afetado muito - sentia medo de perder Ryutaro para sempre. Ao ligar o computador, vê uma pasta com uns vídeos que gravaram juntos e a música que ouviam quase todos os dias, "Natsukoi". Gostavam do ritmo e da letra dela e se divertiam cantando alternadamente as estrofes.

Naquela noite, Yosuke, que não fazia o tipo religioso, ajoelhara-se ao lado de sua cama, rogando a alguma força maior que trouxesse de volta as memórias do namorado. Ele se sentia estranho enquanto orava, porque não acreditava muito na existência de um Deus, ou algo que o valha. Mas naquele instante ele se viu sem qualquer outra escolha. Juntara as palmas como via nos filmes e parou por algum tempo, pensando se era preciso falar alto para que Deus ouvisse. "Não", concluiu, "Ele não seria tão poderoso se não possuísse uma boa audição, certo?". Prosseguiu a oração em sussurros. Sentiu uma crença inocente e desesperada flambar suas palavras.

Ao mesmo tempo, Ryutaro já se posicionava no colchão, cobrindo-se com o macio edredom. Leva alguns minutos para ficar sonolento, já que não costumava dormir cedo e só o estava fazendo porque não tinha outra opção de entretenimento.

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- Yosuke~ Coloca Natsukoi pra tocar de novo?

- Mas já ouvimos três vezes hoje!

O ruivinho faz a cara mais fofa que consegue, levantando-se da grama e abraçando o outro por trás. Yosuke segura as pernas do menor, carregando-o firmemente e correndo pelo espaço entre as árvores enquanto ouvia a risada ingênua de Ryutaro em sua orelha. "Me põe no chão, Yosuke!", dizia, com um tom divertido.

- Ok! Você que pediu.

O moreno desce até bem perto da grama, despejando o outro de forma desajeitada. Ficam deitados naquela paisagem esverdeada, encarando as nuvens como adoravam fazer.

- Ei, você acha que vamos ficar juntos até quando, Yocchan?

- Não sei. Quanto tempo quer que fiquemos assim?

- Pra sempre! - O menor diz num sorriso de porcelana, jogando os braços pra cima e abrindo como se mostrasse o tanto de tempo que gostaria de passar com o outro.

- Então assim será.

- Ótimo.

- Daí vamos nos casar e viver de chocomenta! Que te parece?

- É a melhor ideia que você já teve. - Yosuke fecha os olhos ofuscados pelo Sol e ri. - Ei, eu já ia esquecendo da surpresa que eu trouxe pra colocarmos na caixa!

Ryutaro se agita na grama, ansioso para ver o que tinha na mochila do outro, que a abria animadamente. Ele põe as mãos dentro de um compartimento e puxa uma câmera estranha, bem diferente da que o ruivinho tinha. Yosuke também segurava um tipo de caneta azul mais grossa que a comum.

- Essa é daquelas câmeras que a foto é revelada instantaneamente, sabe?

- Incrível! - O ruivo se empolga, puxando a máquina para si e a observando com os olhos cintilantes. - E a caneta?

- É pra escrever alguma coisa atrás das fotos. Assim a gente registra tudo que a gente viver, põe uma legenda divertida e guarda na nossa caixa.

- Sim! Mas, Yosuke-kun, não acha que o atual esconderijo da caixa é um tanto problemático para acessá-la?

- É o melhor que podemos fazer, já que não temos com quem contar.

- Tanto faz, vamos tirar nossa primeira foto juntos com essa belezinha aqui!
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Ryutaro então acorda no meio da noite, completamente descoberto e com o travesseiro no chão. Desde que encontrara aquele garoto de cabelos pretos no hospital, vinha sonhando com ele - e sonhos estranhos, em que eles agem como namorados. Com o coração acelerado, o ruivinho leva as mãos ao rosto, soltando o ar como se estivesse ofegante.

- Por que com ele...?

Estranhamente, ele não se sentia constrangido ou incomodado com a conotação romântica dos sonhos - era como se ele estivesse habituado a agir assim com Yosuke. Sua cabeça começa a doer e olha pela janela, vendo o Sol nascer aos poucos. Sem conseguir adormecer novamente, ele desce as escadas silenciosamente, para não acordar os pais ou perturbar o sono da irmã convalescente. Liga o videogame, coloca um jogo não muito complexo e entrega-se a ele.

Não soube ao certo quanto tempo ficou jogando, mas caira no sono no sofá, deixando o joystick cair no chão. Fora a mãe quem o acordara, para o almoço - ela o havia enrolado num lençol e colocado o travesseiro onde Ryutaro dormia, para não ter que acordá-lo e levá-lo para a cama. Era uma mãe ausente, mas quando alguma enfermidade acontecia ao filho, passava grande parte cuidando dele, o que o levou a fingir estar doente várias vezes, com saudade da figura maternal.

- Suba e lave o rosto, sim? O almoço já está quase pronto.

O garoto resmunga algo, levantando ainda sonolento. Suas pernas o levavam como a um bêbado até o quarto, para que ele despertasse com um pouco de água fria no rosto. Após livrar-se da preguiça matinal, ele se lembra do motivo de ter ido jogar: aquele sonho com Yosuke. Quando ele sonhara com o Bosque da Paz, ele realmente existia. Seria possível que a caixa a que se referiam também fosse real? Habilidosamente, ele pega o celular, ligando para o único que podia responder.

- Alô? - A voz de Yosuke estava rouca, dando-lhe um aspecto moribundo.

- Oi! Sou eu, Ryutaro.

- A-ah, diga.

- Antes de mais nada, como está sendo a viagem?

- ... Ótima. Por que ligou tão de repente?

- Bom, é que essa noite eu tive um sonho estranho com você. - O ruivo decide por omitir a atmosfera romântica que rondava os sonhos em que estavam juntos. - No sonho, você mencionava uma caixa. Eu não sei pra que ela serve ou o que tem nela, mas parece estar relacionada a uma câmera, daquelas que você tira foto e sai na mesma hora, sabe?

- ... - Yosuke fica abismado. Ele se lembrava muito bem da câmera e da caixa. Se contasse, a mãe de Ryutaro ficaria possessa, pois é algo que mexeria demais na memória recente do pequeno. - Não, não sei de nada disso.

- Ah, poxa vida. O sonho parecia tão real que eu realmente acreditei que existia aquilo.

- Não, não existe. Eu vou tomar banho, então tchau.

Sem dar chance de responder, o moreno desliga, jogando o celular contra a parede, com raiva acumulada por toda aquela situação terrível. O aparelho se divide em duas metades, e o visor é destruído.

Ryutaro, imaginando que a ligação tinha caído, tenta ligar novamente, mas uma voz automática afirma que o celular estava desligado ou fora da área de cobertura. "Estranho", pensa o menor, descendo as escadas para o almoço em família, mas com a mente muito longe dali.


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Notas finais do capítulo

Estamos quase no final da fic! >—
Muito obrigada! Beijos~



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