A Far-off Memory escrita por LawlietShoujo


Capítulo 10
YosuRyu


Notas iniciais do capítulo

Oooi!
Postando mais um capítulo aqui!
Obrigada a todos que estão lendo!



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Ele estava ofegante e parecia estar possuído por algo medonhamente destrutivo - queria arrancar as árvores da parte dos fundo do bosque com os dentes, até não sobrar nenhuma. Nunca deixara sua raiva extravasar daquele jeito, se sentia traído e abandonado. Ele continuava andando em círculos e buscando se acalmar, mas não estava tendo sucesso em seu objetivo. Em verdade, quanto mais ficava com a mente vazia, mas pensava nas palavras que ouvira de Yosuke e na atitude dos pais. "Inúteis! Todos eles! Aquele garoto, meus pais, minha irmã, meus colegas de escola! Eu sou sempre a última opção! Um maldito brinquedo que é ótimo até a pessoa enjoar", ele repetia para si mesmo, em fúria. Chuta uma pedra que jazia na grama, levantando grande quantidade de terra, que se mistura ao ar como uma fumaça.
- Droga.
Observa a marca profunda que deixara no solo do local durante algum tempo, distraindo-se de sua ira por uns instantes breves. Pensando que aquilo talvez o mantivesse ocupado, continua a golpear a terra com o pé, sujando o tênis e fazendo um manto de poeira se erguer, manchando também sua calça. O som e o toque macio do solo era o que mais o distraía naquele momento, até que em um dos chutes o som adquire um tom diferente, como se ele tivesse atingido algo oco. Seus ouvidos atentos fazem com que sua atenção se voltasse inteiramente para aquele barulho esquisito. Com o bico do tênis, chuta novamente, notando que o som era realmente diferente.
- Que estranho.
Àquela altura, o pequeno dava importância a pequenas coisas, buscando desligar-se dos problemas que tivera anteriormente. Ele passa a friccionar a sola do tênis na parte de terra peculiar, formando uma pequena depressão no lugar. Aparentemente o solo era mais ralo ali, justificando o som oco. Ele mantém a ação até que algo arranha seu tênis, fazendo-o agachar para ver de perto o que era. Era uma ponta preta, manchada pela terra, que se sobressaía devido ao que Ryutaro fizera. Com a ponta dos dedos ele explora aquele pedacinho de alguma coisa, percebendo que havia uma continuação debaixo da terra. Sem se importar com seus dedos, põe-se a cavar como um animal, jogando grama para todos os lados. A ponta preta revela-se cada vez maior, até que, em um determinado momento, era possível ver que se tratava de uma caixa.
- M-maldito...! Essa caixa é... - Ryutaro se senta pesadamente em meio à terra, com os dedos feridos de tanto cavar. - É a maldita caixa do meu sonho! Mais uma mentira, senhor Shinohara.
O garoto consegue retirar o solo ao redor do objeto e em seguida passa a palma das mãos sobre ele, para limpar. À medida que a terra saía de cima da caixa, ele via uma inscrição talhada nela. "YosuRyu".
- Mas o que é isso?
Ele desenterra completamente e respira fundo, abrindo a caixa vigorosamente. Ao ver o conteúdo, seu coração dispara e sua cabeça põe-se a pulsar, numa dor lanscinante. Fotos dele ao lado de Yosuke, desenhos assinados por eles em datas anteriores ao acidente, a câmera e a caneta, letras de músicas. Toda uma gama de memórias ao lado de Yosuke. Memórias que ele não tinha.
- C-como isso é possível?! Esse sou eu! E... E ele!
Algumas fotos o faziam lembrar dos sonhos que tivera, o que aumentava sua angústia. Estava confuso, completamente perdido. Olhava, incrédulo, para todo o conteúdo da caixa, tentando imaginar algum porquê, tentando entender o que estava acontecendo. Não sabia o que fazer até achar algumas cartas nas quais o endereço de Yosuke estava no verso. "Esse maldito é o único que pode responder meus questionamentos", pensa, enquanto se levanta com a caixa, todo sujo de terra e com a cabeça latejando.
Sai do Bosque da Paz, pegando um táxi direto para a casa do moreno, ansioso para descobrir o que estava por trás de tudo aquilo. No caminho, ele continua olhando as fotos, que transmitiam uma felicidade quase palpável.
O motorista para em frente à casa de Yosuke e Ryutaro salta num pulo ansioso, o coração querendo desprender-se de sua carne e ganhar o mundo. Ele toca a campainha, com os dedos cheios de terra e uma expressão indecifrável, misteriosa. O outro abre a porta e ao deparar-se com Ryutaro todo sujo olhando para ele, fica completamente sem ação.
- Acho que precisamos conversar. - O ruivo diz, com a caixa em mãos.


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Notas finais do capítulo

Estamos muito próximos do final!
Espero que gostem



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