Os Escolhidos escrita por Pirataurbana, Stefany01


Capítulo 3
Da escolhida de Ártemis uma flecha surgirá...




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Ismeria pov's

- Essa biga ficou incrível – eu disse me segurando para não cair – E esses cavalos estão correndo muito rápido

- Ficou ótima – disse Odilon conduzindo a biga - Vamos chegar rapidinho em Afrodisias e iremos atrás do templo de Afrodite

Olhei para frente, para a floresta que logo entraríamos e algo no céu chamou minha atenção, parecia um pássaro ou uma mulher, aquilo me passou uma sensação ruim.

- Odilon tem algo no céu - disse alarmada - Um tipo de pássaro, mas esta bem longe

- Não tenho a mesma visão que você – respondeu Odilon – Mas se são pássaros não irão nos fazer mal nenhum, vamos apenas seguir em frente.

Sem ouvir Odilon preparei meu arco, coloquei uma das flechas que Odilon tinha me dado, elas eram de madeira com a ponta de aço, eram rápidas e mortais. Mirei com cuidado e atirei, vi que a coisa tremulou um pouco e chegou a voar mais baixo, mas não caiu. Outras duas apareceram e elas começaram a rodar o céu atrás de quem tinha soltado a flecha.

- Odilon aquilo não é um pássaro – eu disse assustada – Aquilo... Aquilo é uma benevolentes elas são servas de Hades, o que fazem aqui? Só se...

- O que? – eu perguntei ainda olhando pra floresta – O que esta acontecendo?

- Elas são servas de Hades – continuo Odilon – Devem esta atrás do servo de Zeus, Alexandre.Vamos parar por aqui Ismeria,não quero me meter em uma briga que não é minha,ate por que talvez eles não saiam vivos dessa


Alexandre pov's

- Ela não acorda nunca – eu disse irritado – Tem que ter um jeito dessa menina acordar

Estávamos andando há horas, sabíamos que o sol estava brilhando porem não víamos, estávamos caminhando por uma mata muito fechada e escura onde quase nenhum raio de sol entrava.

- Ela precisa de sol – disse Sofia – Ela necessita da luz do sol para ter forças, afinal ela é escolhida de Apolo.

- Eu sei – comecei – Mas é que...

Não terminei minha falar, Abaris começou a queimar nas minhas costas e eu tive que soltá-la, ela estava com um brilho avermelhado, como mágica algo a ergue no ar, ela abriu os olhos e eles estavam totalmente brancos. Ela abriu a boca e recitou os versos como num poema.

Na parte escura da floresta essa busca irá os levar

Um grande amigo, vocês devem achar

De um grande perigo ele irá lhes salvar

Da escolhida de Ártemis uma flecha surgirá

Um tesouro para cada deverão pegar,

Mas fujam rápido, pois as trevas logo irão retornar

Depois ela caiu desacordada, a luz ao seu redor se apagou e seus olhos se fecharam, ela estava novamente desacordada, não mexia um músculo, quando toquei nela percebi que estava gelada.

- Aquilo foi uma profecia – disse Sofia – E eu achando que esse dom dela era mentira.

- Ela esta congelando – eu disse colocando Abaris nas minhas costas – Precisa de sol e rápido, está cada vez mais fraca.

- Não podemos nos separar – disse Sofia bem seria – E você ainda não consegue voar, só podemos rezar para que ela aguente até conseguirmos sair daqui.

Corríamos rápido, a vida de Abaris dependia disso, mas nenhum de nos tínhamos velocidade ou resistência para correr por horas sem ter comido nada, nós dois fizemos turnos de vigia então estávamos cansados, não fomos atrás de comida por tanto não comemos já faz um dia.

- Alexandre? Sofia? – chamou uma voz conhecia – Já estão aqui? Até que foram rápidos.

A pessoa que falava estava sorrindo, sua túnica dourada estava suja com manchas vermelhas e seus cabelos estavam bagunçados, o garoto ao seu lado estava sentado observando algo no chão que pareciam penas de algum animal, seus cabelos loiros estavam manchados de vermelho e sua túnica azul estava rasgada.

- Houve uma batalha aqui? – perguntou Sofia – Estão com manchas se sangue.

- Tinham três benevolentes aqui – disse Tibério – Mas algo acertou uma delas e agora elas estão voando lá no alto, na certa tentando ver o que as acertou.

Nessa hora um barulho que era uma mistura de um rugido com um chiado ecoou no ar, uma coisa escura e rápida começou a desabar do céu em nossa direção enquanto outras duas voavam mas devagar. Não dava para ver ao certo como elas eram, mas não era boa a sensação que elas me causavam.

- A Abaris está desacordada – eu disse colocando ela no chão – É um alvo fácil.

- Como assim desacordada? – disse Aristides enquanto desviava de um golpe – Temos que tirar ela daqui!

Nessa hora a coisa deu um golpe ao meu lado e eu pude vê-la direito, era repugnante e assustadora, coberta de penas, mas com rosto e corpo de mulher, tinha asas que brilhavam como prata e unhas fortes que pareciam capazes de perfurar qualquer metal,seus cabelos eram serpertes verdes que chiavam sem parar. Ela deu um golpe e acertou meu braço rasgando ele com suas unhas.

- Acorda Alexandre – gritou Sofia – Elas são servas de Hades, estão aqui atrás de você e do Tibério, a Abaris não é um alvo fácil, você e Tibério que são os alvos. Elas devem estar atrás de vocês, atacaram o Tibério primeiro,elas bão perseguir vocês  por que seus cheiros são mais fortes já que são escolhidos de dois dos três grandes deuses!

A Benevolente veio novamente pra cima de mim, antes que ela me acerta-se Tibério pulou na minha frente e parou o golpe com sua espada, ele olhou pra mim sorrindo, um sorriso forçado, pois olhei e vi que estava com sangue saindo da sua perna, ele correu para atrair atenção da benevolente e afasta-la de mim enquanto as outras duas atacavam Sofia e Aristides.

Eu me sentia um inútil, não estava lutando e sempre que me mexia as benevolentes vinham para cima de mim, eu não podia ajudar em nada.

- Parece que estamos juntos nessa – disse Aristides – Sofia será que você não pode dar uma luz aqui?

- Luz? – disse Sofia arremessando a benevolente longe – É isso! Elas são seres das trevas, luz as cega. Aristides você tem que levar a abaris pro sol, ela pode iluminar isso aqui e resolver tudo.

Quando eu vi ele já estava com ela nos braços correndo para fora da floresta, ele corria como o vento, com certeza já controlava seus poderes, eu tentei ficar de pé e entrar na luta, saquei minha espada e pulei na frente da benevolente antes que ela pudesse seguir Aristides.

- Você não vai a lugar nenhum – eu disse estendendo minha mão pra frente – Eu não vou ficar sentado vendo meus amigos lutarem!

Nessa hora uma corrente elétrica correu pela minha mão, formou um pequeno raio que acertou a benevolente deixando ela tonta.

- Como eu fiz isso? – perguntei surpreso

Aristides'pov

Eu corria o mais rápido que meus poderes permitiam, sentia Abaris gelada nas minhas costas e tinha medo que ela não agüentasse até sairmos da floresta, vi uma luz brilhante em uma clareira e logo imaginei que o sol chegava nela.

- Calma Abaris – eu dizia diminuindo a velocidade – Estamos chegando, agüente!

Na verdade eu não sabia como ajudá-la, rezava para que ela se recuperasse assim que a luz do sol a tocasse, se isso não acontecesse, eu não saberia o que fazer.

Chegamos na clareira eu olhei para onde poderia colocá-la, era um lugar bem iluminado, eu queria encontrar alguém canto onde ela pudesse receber o máximo de sol possível.

- Ali Aristides – ela disse com um sussurro – Naquelas folhas secas.

A deitei numa pilha de folhas secas e observei o que ela fazia, ela estendeu as mãos para cima com dificuldade e controlou um raio do sol, quando este estava em cima dela Abaris abriu os braços e o raio se estendeu iluminando todo o seu corpo, todo o seu corpo brilhava e voltava a ter cor, seus olhos adquiriam um novo brilho e ela deu um sorriso enquanto ficava de pé.

- Você estão radiante – eu disse sorrindo – Literalmente radiante!

- Pior é que eu não sei apagar esse brilho – ela disse rindo – E então vamos?

- Vai acontecer isso toda noite? – eu perguntei – Você vai ficar sem forças sempre que o sol se pôr?

- Não se eu fizer isso – ela disse absorvendo um raio do sol – Eu tenho que absorver vários durante o dia assim de noite eu não vou desmaiar.

- Bem então vamos logo – eu disse começando a andar – Os outros nos esperam.

- Está certo – ela disse enquanto segurava no meu braço – Pode correr, eu me seguro firme e não caio.

- Tem certeza? – eu pergunto dando um sorriso maroto – Eu vou o mais rápido possível!

- Eu sei que eles já estão salvos – ela disse com um ar sapeca – Mas se está me desafiando, dê tudo de si!

- Como assim já estão salvos? – perguntei surpreso – Eles estavam bem enrascados quando os deixamos.

- Eles talvez não – ela disse pensativa – Mas da escolhida de Artemis uma flecha surgirá!

- Deixa de fantasia Abaris – eu disse bem serio – Sua irmã sumiu há anos, talvez esteja até morta!

Sim, Abaris tinha uma irmã, o nome dela era Pámela. Elas nasceram no mesmo dia, mas não são gêmeas, como isso é possível? O pai das duas mantinha relações com duas mulheres, Abaris é fruto de uma amante, já Pámela era de um casamento o fato é que mesmo filhas de mães diferentes elas nasceram regidas pelos Deuses Apolo e Ártemis sendo assim as escolhidas desses Deuses.

Quando fizemos cinco anos e nossos treinadores nos tirarem de nossos pais Abaris já vivia nas ruas há muito tempo.Sua mãe morreu em seu parto e seu pai fingia que ignorava sua existência, já Pámela crescia em meio ao luxo e a riqueza e mesmo sabendo que tinha uma irmã nunca a procurou ou se preocupou com ela, e quando as duas se conheceram o ódio já estava em seus rostos, ambas eram belas e inteligentes, mas com personalidades totalmente diferentes. Pámela nunca gostou de se aproximar dos homens querendo algo mais do que amizade já Abaris usava sua sensualidade desde cedo para conseguir o que queria e isso causava muitas brigas entre as duas.

Um dia elas tiveram uma briga feia e juraram nunca mais lutarem juntas novamente, para que isso fosse mais forte ainda Pámela fugiu da aldeia contando apenas para sua irmã onde estaria, elas juraram se encontrar novamente e acertarem suas diferenças. Os anos se passaram e as buscas por Pámela foram canceladas levando todos a julgar que ela estava morta, afinal era difícil imaginar uma garota de dez anos sozinha sobreviver muito tempo.

Abaris sempre se recusou a contar onde sua irmã estava, ela se recusava até mesmo de pronunciar o nome dela, para Abaris ela jamais tinha tido uma irmã. Crescer sozinha, vivendo nas ruas e tendo um treinamento pesado fazia Abaris uma forte e determinada guerreira que nunca sentiu o amor de uma família, mas ao mesmo tempo uma doce e assustada menina que apenas quer sobreviver seguindo o destino que lhe foi imposto.

- Ela está viva, Aristides – me encarando – Eu sei que está, mas ela não vai me impedir de realizar o que eu quero ,se eu não virar deusa sairei pelo mundo, quero ir a lugares distantes, quero ir em cada oráculo de Apolo, quero abraçar esse mundo como se ele fosse muito pequeno para mim, meu nome será ouvido por todos os lugares ate chegar no monte Olimpio e só nesse dia eu poderei dormi em paz.

- Bem então temos um problema demográfico – eu disse com um sorriso tímido – Você quer abraçar o mundo, e eu me contentaria em abraçar apenas você.

Tiberio pov's

- Quem é você? – perguntou Alexandre – Me parece tão familiar...

Três flechas tinham cortado o ar minutos antes e acertado em cheio o coração das benevolentes fazendo elas sumirem deixando apenas uma poeira negra. Não entendemos de onde as flechas tinham vindo até que uma garota saiu da mata, ela vestia uma túnica romana rosa, tinha olhos verdes como safiras, pele branca como as nuvens e era dona de uma beleza angelical, em sua mão tinha um arco feito de mármore branco, mas não era nada disso que chamava atenção nela, ao lado dela tinha um lobo enorme, com o pelo muito branco e olhos negros, ele parecia estar totalmente domado pela garota e enquanto ela se aproximava de nós, ele andava atrás dela a seguindo como um cachorrinho adestrado.

- Faz tanto tempo assim? – ela disse sorrindo mostrando seus dentes perolados perfeitos – Sofia como você mudou estar com um ar mais decidido, Tibério, o nosso garotinho, não precisa ter medo do Panagio, ele só ataca quem eu mando, e como vai Alexandre? Orgulhoso como sempre?

- Olá Pámela – disse Alexandre pegando uma flecha do chão – Bem que a Abaris disse que você estava viva. Flechas envenenadas, jogada esperta.

- Aprendi muito com as Amazonas – ela disse pegando a flecha de volta – Minha senhora Ártemis me presenteou com esse arco inquebrável e me fez uma guerreira. Ela me guiou pelas cidades até que eu chegasse em Temiscira, lar das amazonas, por mim nunca teria deixado a companhia delas, mas recebi ordens de minha Deusa pra cumprir minha missão, ela me disse que eu devia seguir caminho ao lado do escolhido de Poseidon.

- Você vai seguir comigo então? – eu perguntei surpreso – Mas achei que Ártemis não gostasse dos homens!

- E ela não gosta – disse uma voz saindo da floresta – Mas ela não é burra, quer colocar sua protegida com uma companhia forte, com um escolhido dos três grandes deuses. Tenho certeza que ela queria o escolhido de Zeus, mas acho que Apolo foi mais rápido.

- Olá minha irmã – disse Pámela olhando Abaris dos pés à cabeça – Vejo que continua a mesma oferecida de sempre.

- Vejo que continua a mesma rabugenta de sempre – disse Abaris – Pelo menos matou as benevolentes, acho que os troféus são seus e de sua equipe.

- Juramos nos reencontrar – disse Pámela – Hora perfeita pra uma batalha não acha?

- Não eu não acho – respondeu Abaris sorrindo – Seria uma luta rápida quer terminaria com a minha vitória, é claro.

- Isso é o que vamos ver – disse Pámela – Arco e espada ou mãos livres sou melhor que você de qualquer jeito.

- Vem então – disse Abaris sacando a espada – Posso te vencer e chegar em Atenas tudo no mesmo dia.

- Abaris controle-se – gritou Sofia – Não temos tempo para lutas e ela é sua irmã! Está na hora de vocês cooperarem e se amarem.

- Sinto muito Sofia – disse Abaris seriamente – Mas o ódio tem melhor memória do que o amor.

- Já vivi o suficiente para ver que a diferença provoca o ódio. – disse Pámela – E nos duas somos muito diferentes.

- Sua hora ira chegar doce irmã – disse Abaris ficando de costas – E eu não terei piedade nesse dia, pode acreditar.

Dizendo isso ela se afastou de Aristides e ficou ao lado de Alexandre e Sofia, Pámela caminhou até onde as benevolentes tinham morrido e pegou algo do chão, pareciam três garras negras, ela entregou uma pra mim, guardou a outra no bolso e ficou olhando pra terceira.

- Imagino que essa esteja sem dono – ela disse pensativa – Diga-me Tibério mais alguém está com a gente?

- Eu estou – disse Aristides se aproximando e pegando a garra – Então acho que isso é meu.

- Escolhido de Hermes? – ela disse meio desapontada – Como é o seu nome mesmo?

- É Aristides – ele respondeu irritado – E vamos logo acabar com isso e seguir viagem.

Olhei para os outros três, não pareciam muito feliz com aquilo, eu apertava a garra na minha mão me perguntando se aquilo era justo. Abaris caminhou ate mim e se abaixou, ela passou algo gelado na minha perna e a ferida se fechou totalmente, depois ela caminhou ate Aristides e fez o mesmo no braço dele cessando o sangue que pingava depois ela se virou sem falar nada e seguiu em frente com Sofia e Alexandre.

- Ela nos curou de novo? – disse Aristides surpreso – Mesmo sendo ferimento de batalha.

- Essa cura não vai durar muito tempo – disse Pámela – Ela não ofereceu nada a Apolo por ela, logo a ferida abre de novo.

- Dava pra você nos explicar esse lobo? – eu perguntei ainda amedrontado – Por que ele age como se fosse um cachorro dócil?

- Não se engane Tibério – disse ela enquanto acariciava o lobo – Ele só é manso assim para enganar os seus inimigos, ele pode dilacerar qualquer pessoa com apenas um comando meu, foi presente da minha senhora, ele que me guiou quando eu era uma criança ate que eu chegasse perto das amazonas e estamos juntos desde então, eu sei que ele nunca me abandonaria.

- Estamos indo pra Atenas – disse Aristides ainda desconfortável com a companhia de Pámela – Se quiser nos siga.

Aristides não gostava da Pámela, quando éramos menores os dois eram amigos inseparáveis antes mesmo de descobrirem que seriam heróis, eles tinham sido prometidos em casamento promessa que foi desfeita quando Pámela sumiu. Aristides sofreu muito quando Pámela sumiu mesmo sabendo que ela nunca quis se casar com ele uma vez que ela tinha jurado ser, assim como sua deusa, uma eterna donzela, mas mesmo depois de separados de nossos pais essa promessa continuou valendo, coisa que não agradava nem um pouco os dois, acho que agora eles estão se evitando por que tem medo que agora que se reencontraram a promessa volte a valer e eles sejam forçados a ficar juntos. Desde que Pámela sumiu Aristides se tornou grande amigo de Abaris e Alina, tenho quase certeza que o maior medo dele era que isso mudasse agora que ela voltou.

Aristides pov’s

Já está de noite, montamos acampamento e acendemos a fogueira. Tibério dormia profundamente, mas eu simplesmente encarava a fogueira crepitante e repesava cada detalhe da minha vida.

- O que você acha? – disse uma voz do meu lado – Acha que ainda está valendo?

- Foi uma promessa a deusa hera – eu respondi – Com certeza ainda vale.

- Mas eu sou uma Amazonas – ela respondeu – Não posso me casar, fiz um juramente sagrado à deusa Ártemis.

- Um juramento não anula outro – respondi cabisbaixo – Sabíamos que esse dia chegaria.

- Eu não vou me casar – respondeu Pámela irritada – Eu ou você vamos virar deuses e assim estaremos livres dessa promessa.

- Então será você – respondi sem mudar o tom – Por que se ser Deus me impedi de me casar com uma mortal eu não quero isso pra mim.

-Você está apaixonado – ela disse surpresa – Por isso está tão preocupado!

- Aquilo que provamos quando estamos apaixonados talvez seja o nosso estado normal – eu disse em meio a um suspiro – O amor mostra ao homem como é que ele deveria ser sempre.

- Não entendo desses assuntos – ela respondeu – Do amor eu sou ignorante, mas se é assim então menos concorrência.

-Você é a mesma de sempre - eu disse rindo - A mesma Pamela que eu conhecia e ainda adoro

Ela olhou pra mim com um sorriso timido e eu sentia que ela pensava do mesmo jeito,que por mais que tempo tenha passado nos ainda eramos amigos,e continuariamos sendo apenas isso por todo o resto da nossa eternidade.

Abaris’pov

Eu estava irritada e alegre ao mesmo tempo, como posso eu perceber um sentimento maravilhoso e na mesma hora esse outro que estava guardado voltar e quebrar meu coração? Odeio aquela garota, e não acredito que ela vai seguir com o Aristides, se a promessa deles ainda valer o que vai ser de mim?

- Não consegue dormir? – perguntou Alexandre – Deveria descansar pelo menos um pouco

- Não obrigado – respondi sem tirar os olhos do fogo – O calor da fogueira me acalma.

- Estamos perto de Atenas – ele disse se sentado ao meu lado – Logo acharemos nosso primeiro tesouro.

- Não quero mais virar Deusa – eu disse num fio de voz – Não poderei ficar com um mortal se virar uma deusa.

- Está apaixonada não é mesmo? – ele disse sorrindo – Já estava esperando por isso.

- Ainda poderá nos ajudar Abaris – disse Sofia se aproximando – Ainda estamos juntos nessa não é mesmo?

Dei um sorriso tímido pra eles, mas naquele momento eu não tinha certeza de nada, eu só queria seguir em frente e seguir o meu destino, não sei o que os deuses prepararão pra mim, mas sinto que logo vou descobrir.



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Notas finais do capítulo

As Erínias, que em grego significa as bondosas ou as Benevolentes, eram personificações da vingança, semelhantes a Nêmesis. Enquanto Nemesis punia os deuses, as Erínias puniam os mortais. Eram Tisífone (Castigo), Megera (Rancor) e Alecto (Interminável).Viviam nas profundezas do submundo, onde torturavam as almas pecadoras julgadas por Hades e Perséfone. Nasceram das gotas do sangue que caíram sobre Gaia quando o deus Urano foi castrado por Cronos. Pavorosas, possuíam asas de morcego e cabelo de serpente.