Os Escolhidos escrita por Pirataurbana, Stefany01


Capítulo 4
Primeiro tesouro...




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Enquanto Pámela, Aristides, Abaris e os outros lutavam contra as benevolentes, Isis e Melanie já tinham ido em direção ao oráculo de Nix após perceberem que νύχτα não era a cidade certa.

- Droga, como não vi isso antes? Nós deveríamos é estar no oráculo de Nix! – exclamou Isis irritada – Ainda bem que é perto. Daqui a pouco chegaremos lá. – ela suspirou olhando para sua companheira

- Isis... Como você sabe que é lá que está a missão? – perguntou a garota de cabelos roxos – Quero dizer... Tudo bem que é o oráculo de Nix e tal, mas... Como você tem certeza que é lá?

- Bem, é que eu reconheci o lugar do meu sonho. É o oráculo de Nix... Exatamente quando as estrelas somem e a lua cheia fica mais perto. – respondeu a baixinha sem desviando o olhar para a estrada – Temos muita sorte de ninguém se lembrar disto, ou estarem atrás de missões mais fáceis...

Melanie concordou e ficou olhando ao redor, em busca de algo interessante. As duas já estavam perto do oráculo de Nix quando viram algo passando por perto. De início não entenderam o que era, mas ao verem um animal... Ficando petrificado eles entenderam.

- Melanie, pule! – gritou a baixinha guiando a biga para longe. Depois de estar um pouco afastada, pegou suas facas e pulou para o chão, flutuando em direção à Górgona, Medusa.

Com uma faca em cada mão, Isis se aproximou da górgona, pronta para ter que batalhar... Mas onde estava Melanie?

Melanie já havia ficado invisível na hora em que pulou, para chegar despercebida até a górgona. Ela carregava a faca escondida e procurava o melhor lugar para atacar. Quando viu Isis procurando por si, fez um corte no ar com a faca, chamando a atenção da baixinha que acenou para ela.

As duas chegaram por trás da górgona e se prepararam para atacá-la, mas a górgona as sentiu e atacou para trás.

Por pouco não acertou Isis em cheio, dando-a tempo só de se jogar para o chão, mas mesmo assim passou de raspão pelo seu braço, dificultando seu movimento.

Melanie fez um corte na górgona, mas não era o suficiente. Isis se levantou com cuidado, tentando lembrar sobre o ponto fraco da górgona.

- Corte a cabeça. – comentou uma voz que não pertencia nem à Melanie, nem à ninguém que Isis conhecesse.

- Ah sim, obrigada. – agradeceu sem prestar muita atenção – Ei, quem falou isso? – olhou ao redor procurando a pessoa que disse... Só viu um corpo tremeluzente – Ahn... Um... Espírito? Ah... Meu outro poder... – comentou distraída, sendo quase acertada novamente – Bem, obrigada de qualquer forma. – agradeceu novamente, com um sorriso discreto

Isis fez um gesto com a mão... Cortando a própria cabeça. Melanie olhou para ela sem entender, até que viu a faca passando perto da cabeça. Melanie fez uns gestos com a faca, chamando Isis para perto.

Isis procurou como olhar para a górgona sem olhar para seu rosto... Lembrou que nas lendas, usaram um escudo... Tudo o que ela tinha era uma faca. Será que funcionaria?

Tentou olhar de lado pela faca... Mais ou menos... Dava para ver onde ela estava, mas mesmo assim não era muito. Bem, era a única chance delas. As duas chegaram mais perto da górgona, sem olhar para ela. Isis ia levando Melanie, olhando pela faca.

Elas conseguiram fazer um corte na base do pescoço dela, mas foi de leve, a mesma desviou. Resolveram pensar em um plano... Isis olhou para o espírito que ainda estava ao seu lado.

- Hm... Poderia me ajudar com algo? – a baixinha perguntou para o espírito, sem olhar para ele, mas soube que ele concordou com a cabeça – Bem... Vamos fazer um teste.

A baixinha falou para o espírito ir em direção à Medusa, chamando sua atenção. Ele fez isso... Ela ficou parada por um tempo. Isis usou esse tempo para hipnotizá-la...

- Não deu muito certo... – ela resmungou irritada – Pelo menos está um pouco atordoada... Melanie, agora! – exclamou ela chegando perto

As duas conseguiram cortar a cabeça da górgona trabalhando juntas. Elas taparam a cabeça da górgona com o que encontraram e saíram carregando-a para a biga.

As duas continuaram seu caminho para o oráculo de Nix. Ao chegarem na porta encontraram dríades e náiades as esperando.

- Vocês são as informantes? – perguntou a mais baixa, olhando-as diretamente

- Um desafio aí dentro as espera, tragam para mim o troféu de guerra. – respondeu uma delas. Elas entenderam isso como um “sim, somos as informantes”.

Isis olhou para dentro do oráculo, pensativa. Olhou para o céu e viu que não tinham estrelas, somente uma lua cheia grande e próxima.

- Uma brava batalha vocês enfrentaram, me entreguem o fruto do seu trabalho. – falou outra

- Uma brava batalha...? – perguntou Isis desviando o olhar de volta para elas

- O fruto do seu trabalho...? – perguntou Melanie – Ah...! Isso? – perguntou a mesma erguendo a cabeça da Medusa que estava tampada

- Exatamente. Meus parabéns as duas por terem conseguido passar no teste antes mesmo de terem sabido o que era. – respondeu a primeira a falar

- Entrem no oráculo, e recebam o prêmio pelo seu trabalho duro. – falou a segunda

Isis e Melanie se olharam rapidamente antes de entrarem no oráculo de Nix. Dentro do oráculo encontraram um pedaço de um manto negro com detalhes prateados. Um pedaço do manto estrelado de Nix.

Muito bem minha escolhida, o tesouro é seu.

Cumpriu bem sua missão,

Mas não é hora de dizer adeus.

Foram as primeiras a pegarem um tesouro,

Por isso lhes ofereço conforto.

A voz parecia portar um sorriso aconchegante. Melanie ainda estava tentando ver de onde vinha, mas Isis reconheceu a voz na mesma hora e ficou bastante alegre, afinal, não é sempre que o deus que te escolheu te elogia. Melanie observou o sorriso no rosto de sua companheira e sorriu, um sorriso alegre.

As dríades entraram no oráculo e as levaram para um lugar onde pudessem passar a noite e Nix lhes abençoou, para que se recuperassem completamente.

Alina pov ‘s

- Olha pra onde vai! – eu gritei tapando os olhos – Controle isso ou vamos bater!

Mas era tarde demais, Eraldo tinha pego no sono, fazendo com que Naiara assumisse a viga, mas digamos que ela não era muito boa nisso então acabamos invadindo uma cidade e destruindo muitas barracas e barris.

- Me dá essa guia – eu disse tomando a guia da mão dela – Se não sabia dirigir, por que não disse?

- Mas eu disse – ela respondeu – Só que você disse que não iria dirigir por que se não iria quebrar uma unha e... Olha pra frente!

Olhei, mas era tarde demais. Entramos em um anfiteatro redondo onde vários homens estavam sentados discutindo algo, todas as vozes pararam quando a nossa viga parou bem no centro da sala.

- Que confusão é essa? – disse Eraldo acordando – Deixo vocês duas sozinhas por duas horas e destroem uma cidade?

- Ninguém mandou você pegar no sono! – respondeu Naiara ainda meio zonza – Sabe que não dirigimos direito.

- Não dirigem direto? – ele gritou - Vocês faltaram todas as aulas de direção foi? Eu passei dos dias e duas noites em claro dirigindo sem parar enquanto as mocinhas davam ordens, acho que eu merecia  um descanso!

- Você só pensa nisso – gritou Naiara – Só sabe dormir, dormir e dormir! Só por que é escolhido do Deus do sono, não precisa ser desse jeito!

- Olha só quem fala – respondeu Eraldo – Você vive dizendo que é espartana, mas você sabe que não é, tire essas idéias da cabeça e vai crescer garota, todos nós nascemos na mesma aldeia, você não é uma guerreira espartana, nem ao menos existem mulheres guerreiras espartanas!

- Vocês dois parem com isso! – eu disse – Não acho que eles estão muito felizes de temos acabado com sua cidade.

- Quem são vocês? – disse um homem bem serio – E como ousam interromper uma assembléia espartana? A pena para tal crime é a morte.

- Estamos em Esparta? – disse Eraldo surpreso – Mas como chegamos tão rápido?

- Não respondam uma pergunta com outra! – disse irritado o homem – Digam seus nomes antes de serem mortos.

- Calma meu Rei. – disse Naiara se ajoelhando – A julgar por sua voz prepotente e sua túnica vermelha devo julgar que vós sois o rei de Esparta?

- Está certa. – ele disse ainda serio – Mas e você, quem é?

- Uma garota espartana senhor. – ela respondeu sem erguer os olhos – Não importa o que meu colega ali falou, meus pais eram espartanos, infelizmente eu nasci fora de Esparta e acabei sendo tirada deles para ser treinada de acordo com a vontade do Deus Ares.

- Essa sua espada... – disse o Rei olhando fixamente pra ela – Onde a achou?

- Estava na estrada. – disse ela se levantando e tirando a espada – É uma espada espartana, não é?

- Ela é mais que isso. – ele respondeu – Mas... Voltando ao assunto anterior, a menos que possam pagar pelos danos espero que os consertem. Saibam que aqui em Esparta temos duros castigos para aqueles que vão contra as regras.

Olhamos um pro outro e demos um suspiro, não podíamos gastar nosso dinheiro, então o jeito era consertar. Era um buraco enorme na parede então demoraria uns dois dias para ajeitar, pelo jeito estamos presos em Esparta. Naiara parecia não ligar, seus olhos estavam brilhando de coragem.

Odilon pov’s

- Como você dobrou do lado errado? – gritei – Eu não faço nem idéia de onde estamos!

- Foi idéia sua pegar um barco. – respondeu Ismeria – Agora estamos aqui nessa ilha escura e longe de qualquer civilização, pra piorar o barco virou e foi levado pra longe nos deixando sem ter como voltar.

- Fica calada! – respondi irritado – Anda, vamos explorar essa ilha, é melhor que ficarmos aqui parados

Era uma ilha grande, era cercada por um deserto sombrio e por plantas mortas. No centro se via uma montanha negra enorme com varias cavernas nela, era um lugar sombrio e demoníaco. Era como se estivéssemos descendo para o mundo inferior. O sol brilhava atrás da montanha, mas não chegava onde estávamos, fazendo o dia parecer uma eterna e nefasta noite. Entramos em uma caverna ligada a montanha, deveria ter gente naquele lugar, pois tochas estavam fincadas nas paredes e esqueletos estavam em quase todos os lugares. Não era um lugar muito acolhedor.

- Fique perto de mim Ismeria. – eu disse enquanto pegava uma tocha – Não sabemos o que nos espera.

- Sou uma guerreira também! – disse ela pegando uma tocha – Não tem que me proteger de tudo.

Continuamos andando, barulhos estranho eram ouvidos direto, era tudo muito escuro de modo que só podíamos ver o brilho das tochas em nossas mãos. De repente senti Ismeria me puxar pra baixo e percebi algo passando pelas nossas cabeças.

- Fogo grego – disse ela olhando as marcas de queimado no chão – Esse lugar tem armadilhas

- Fogo não me assusta – respondi serio – Anda vamos seguir em frente, duvido que aquela tenha sido a única armadilha.

Pra que eu fui falar? Bastou darmos mais dois passos para sentirmos o chão faltar sobre nosso pés e cairmos em um buraco, era muito fundo e escuro, na hora que caímos, Ismeria torceu o tornozelo, pra nossa sorte a chama da tocha não se apagou.

- Vamos descansar um pouco. – eu disse me sentando – Depois damos um jeito de sair daqui.

Não fazia nem idéia de como sair, sei que Ismeria conseguiria escalar, mas eu sei que cairia, que droga pra que fui faltar àquela aula?

Abaris pov’s

Era uma noite gelada, sombria e um ar pesado de perigo pairava ao redor. Alex dormia perto da fogueira, Sofia afiava sua espada e eu apenas esperava o sono chegar, a noite era realmente pertubadora pra mim.

- Sem sono Abáris? – perguntou Sofia – Devia descansar.

- Não consigo – respondi – Está muito escuro, isso me passa uma sensação ruim, quando o sol estiver nascendo no horizonte aí eu durmo. Duas horas de sono me são o suficiente.

Fui treinada pra dormir pouco, acredito que meu treinador soubesse por tudo que iria passar e já me deixou preparada. A lua me dava calafrios, as estrelas para mim eram como milhares de olhos me olhando sem parar. De repente tudo ficou escuro. Senti minha cabeça rodar e desmaiei. Sei que não comandava meu corpo, mas lembro de tudo com clareza, meus olhos se abriram e eu encarei Sofia que me olhava muito seria. Eu estava tendo uma visão, meus lábios se mexeram e eu recitei os seguintes versos:

No lugar onde o sol é mais fraco

O destino de vários é encerrado

Um erro do passado pode ser cobrado

Corra ou o ferreiro ia padecer

E junto com ele o amor de alguém ira se desfazer

O tempo é curto para aquele que espera

Pois a escuridão que o aguarda tem muita pressa

Depois caí no chão, segundos depois abri meus olhos e senti meu corpo voltando ao normal, me levantei e olhei para Sofia. Ela estava paralisada, seus olhos estavam espantados e ela estava tremendo.

- A culpa será minha! – dizia ela – Será toda minha, só minha...

- Sofia? – chamei sem obter resposta – Sofia o que você quer dizer com isso?

- É tudo culpa minha, Abáris! – ela respondeu com uma lágrima descendo seu rosto – Eu o convenci naquele dia, é tudo culpa minha.

Sofia pov’s

-Flash back on-

A pequena Sofia já estava cansada do treinamento árduo que recebia todos os dias. Foi então que certo dia lhe passou pela cabeça uma idéia arriscada:

— Vou fugir hoje. Preciso descansar um pouco mais.

Ela começou a correr para onde o nariz apontava. Depois de um tempo se viu bem longe de onde treinava. Ela estava em uma bela colina. O céu azul, com o sol brilhando intensamente. Ela decide se deitar debaixo de uma pequena oliveira que estava ali perto.

— Daquele lado tem uma bela vista. E também é só por hoje.

Quando ela chega ao lado em que ia se deitar ela encontra um garoto. Ele já estava deitado debaixo daquela árvore aproveitando a sombra, a leve brisa e também a vista que tinha da cidade.

— Odilon? – Perguntou Sofia reconhecendo o garoto.

— Sofia, filha de Atena. O que faz aqui? – Ele perguntou sorrindo.

— Eu decidi fugir um pouco da correria do dia-a-dia. – Respondeu a menina com um tom travesso.

— Você sempre foi a mais sábia, mas também nunca foi a mais disposta. – Falou Odilon rindo.

— Verdade. E você? – Perguntou Sofia.

— Como?

— O que faz aqui? Você sempre foi tão responsável com os treinos.

—Estou em horário de descanso. – Respondeu o menino agora observando o ambiente em volta. — Que já deve estar acabando.

— Então vamos aproveitar o tempo de sobra e conversar mais um pouco.

— Claro.

Ele cedeu um espaço para que Sofia se deitasse ao lado dele, pois sabia que ela também queria apreciar a vista. Foi então que eles começaram a conversar sobre vários assuntos. Trocaram idéias sobre várias coisas, contaram um ao outro como eram os treinos de cada um e por lá ficaram.

— Bem...  Já é hora de voltar aos treinos. – Dizia Odilon.

— Por favor, não vá. – Falou Sofia.

— Eu preciso. Tenho um compromisso com Hefesto.

— Ele não vai se importar se um filho tão responsável se atrasar somente dessa vez.

Odilon permaneceu ali, parado, pensativo. Depois de um tempo se virou de costas para Sofia e olhou para o caminho que deveria pegar. Ameaçou dar o primeiro passo, mas desistiu e lá ele ficou com a filha de Atena.

— Podíamos nos encontrar aqui todos os dias, não? – Perguntou Sofia.

— Seria ótimo. – Falou Odilon.

— Vou tentar mudar o meu horário de descanso para que eu possa vir aqui todo o dia a essa hora.

— Espero que você consiga. É muito ruim poder descansar, mas não ter com quem passar o tempo.

— Concordo.

E assim eles passaram a se encontrar todos os dias naquela mesma colina, naquele mesmo horário.

-Flash back off-

Ele perdeu algo naquele dia, eu sei que perdeu. Ele estava faltou alguma aula apenas pra ficar comigo, esse é o erro. Não sei o que ele ia aprender naquele dia, mas sem esse ensinamento ele esta em perigo. Se ele morrer eu nuca seria capaz de me perdoar, mas se seguir agora desviarei do meu caminho e colocarei Abáris e Alexandre em perigo.

- Eu... Eu... – falei muito baixo – Eu não sei o que fazer.

Eu odiava ficar em dúvida, sou uma escolhida de Atena, devia ser sábia em todos os momentos, mas eu não sabia o que fazer, não sabia o que escolher, estava com medo, assustada e... Senti Abaris colocando a mão no meu ombro. Ela olhou pra mim com um sorriso, me dizendo que tudo ia ficar bem, e, sabe, ela está certa, medo todos nós teremos nessa viagem, mas superar esses medos é um ensinamento que devemos entender por nós mesmos.

- Está certo – eu disse enxugado as lagrimas – Acorde o Alexandre, vamos salvar o Odilon.

-Pera aí Sofia – disse Abáris – Você pelo menos sabe onde ele está?


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