Charlie Team 2 - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 5
Capítulo 4




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Capítulo 4

Nem todos sairão vivos...

Fim de tarde.

O silêncio que predominava na sala do S.T.A.R.S. estava carregado de tensão e incerteza. Um membro do grupo fora seqüestrado, e os demais integrantes simplesmente não podiam ficar ali, de braços cruzados. Foi quando Rafael O’Brian tomou a palavra, levantando-se de sua cadeira:

         Pessoal, eu e a Vitória conversamos, e estamos dispostos a iniciar uma ampla investigação com o intuito de descobrir para onde o Andrei foi levado. Já acionamos alguns contatos e contamos com o apoio de todos vocês para assim conseguirmos desvendar esse mistério!

Os policiais assentiram com a cabeça, quando subitamente ouviram um som aterrador. Tratava-se de um tiro, e fora efetuado ali mesmo, dentro da delegacia. Os membros do Charlie olharam apreensivos para a porta da sala, alguns sacando suas armas. Redferme indagou:

         O que foi isso?

         Um disparo, provavelmente no corredor! – murmurou Helder.

         E o que faremos? – perguntou Raphael Redfield.

         Eu e o Redferme seguiremos à frente! – respondeu Flag se dirigindo até a saída do escritório junto com o major. – Se tudo estiver limpo, chamaremos vocês!

         OK! – exclamou Logan.

Os dois líderes da equipe Charlie cruzaram a porta cautelosamente, cada um apontando sua arma para um lado diferente do corredor. A poucos metros de distância, havia um policial baleado no chão, ainda vivo, porém perdendo muito sangue. Nenhum sinal do provável atirador.

Redferme voltou-se para dentro da sala, informando aos demais combatentes a aparente ausência de perigo no corredor com um gesto. O resto da equipe deixou também o escritório, ganhando o lado de fora lentamente. Protegida por Hayter e O’Brian, Freelancer correu até o policial ferido, averiguando rapidamente qual era sua situação.

         Ele foi atingido pouco abaixo do ombro esquerdo e está sangrando muito! – disse a doutora. – Precisa ser levado para um hospital imediatamente!

De repente, os disparos recomeçaram. Alguém surgiu no corredor atirando incessantemente contra os S.T.A.R.S., gritando em fúria. Enquanto alguns dos soldados recuaram para dentro do escritório, outros buscaram abrigo no corredor, respondendo à altura ao fogo inimigo. Em poucos instantes o misterioso atirador tombou sobre o piso, baleado duas vezes no abdômen. Leon, Adam e Goldfield se aproximaram do moribundo, este último exclamando:

         Quem é você?

         O último teste... – oscilou o criminoso, sangue escorrendo de sua boca. – Foi concluído!

Em seguida, para espanto de todos, o intrigante indivíduo começou a derreter sem mais nem menos, assim como Antony Werb no Hotel Metrostate. Os integrantes do Charlie recuaram, assustados e confusos. Afinal de contas, o que todos aqueles estranhos acontecimentos significavam?

         Que dia! – rosnou Goldfield. – Primeiro minha namorada me deixa, depois o Aiken é seqüestrado, e agora isso! Preciso de férias!

Nisso chegaram dois policiais, que antes perseguiam o invasor da delegacia. Olhando para os restos deste e em seguida para os membros do time Charlie, um deles indagou:

         Que diabos houve aqui?

         Talvez o desgraçado que está nos testando seja capaz de responder! – replicou Flag furioso, engatilhando sua Red Colt.

Hong Kong, China.

O indivíduo deixou o elevador assim que este parou no décimo quinto andar do prédio. Caminhando pelo corredor, contemplou através de uma janela o centro da cidade, repleto de arranha-céus altíssimos. Aquele lugar, que até 1997 pertencera ao Reino Unido, era um crescente pólo capitalista dentro da China que ainda se dizia socialista. Após passar por dois homens de terno, o recém-chegado adentrou uma espécie de escritório onde uma bela chinesa digitava em um computador, sentada atrás de uma mesa.

         Com licença! – disse o sujeito em inglês, possuindo sotaque italiano na voz.

         Oh, a delegada Zang o está aguardando! – informou a secretária num sorriso. – Pode entrar!

         Obrigado!

O homem caminhou até uma porta logo em frente, cruzando-a. Ganhou então o gabinete da chefe de polícia de Hong Kong, Chun Li Zang. Vendo o indivíduo entrar, pediu que ele se sentasse na cadeira diante de sua mesa com um gesto. Em seguida perguntou:

         O que o traz aqui?

         A Interpol européia me enviou. O pessoal de Washington está pressionando meus superiores. Eles exigem respostas sobre o que está acontecendo!

         E ordenaram que você viesse direto a mim, já que sou uma ex-agente da Interpol e assim contribuiria mais facilmente com as investigações, correto?

         Senhorita Zang, tenha em mente que dois importantes funcionários do consulado norte-americano desapareceram misteriosamente, e que um deles reapareceu numa metrópole da América liderando um ataque terrorista em circunstâncias totalmente sem nexo! Há algo muito errado acontecendo, e esse caso precisa ser solucionado o mais rápido possível!

         Que saudades dos tempos da Shadow Law...

Dizendo isso, Chun Li levantou-se e caminhou até uma janela, através da qual era possível admirar a bela baía de Hong Kong. Observando os barcos que navegavam ao longe, a delegada murmurou:

         Desde que meu pai morreu, vem sendo difícil administrar minha própria vida. Assim que deixei de ser uma lutadora de rua, pensei que talvez encontrasse estabilidade assumindo o cargo que outrora fora ocupado por aquele que me criou, mas estava enganada... Porém, nunca deixei de zelar pela lei e a ordem...

         Onde quer chegar?

         O senhor sabe muito bem que seu passado o condena. Um ex-mafioso não é de forma alguma totalmente confiável. Porém, eu o auxiliarei no que for necessário para resolver esse mistério!

         Obrigado, senhorita Zang! – agradeceu o agente da Interpol ficando de pé. – Seu apoio é muito importante!

         Ah, apenas uma última coisa... Como é mesmo seu codinome? Eu li sua ficha, mas acabei me esquecendo...

         É Sniper! – respondeu o italiano. – Sniper Nemesis!

         O nome do sujeito era Charles Greedman, funcionário do consulado norte-americano em Hong Kong – explicou o chefe de polícia Jeremias Farfield ao major Redferme. – Ele desapareceu sem deixar vestígios há aproximadamente duas semanas, quase simultaneamente ao Werb! Não tenho idéia do que o fez invadir a delegacia de Metro City disparando contra policiais!

O líder da equipe Charlie mordeu os lábios. Mais uma pista que apontava para o mesmo local: China. A solução daquele incrível mistério provavelmente se encontrava lá...

Já era noite. Pensativo, Redferme deixou a sala de Farfield, caminhando pelos corredores do prédio até o escritório do S.T.A.R.S., elaborando mil teorias sobre os estranhos fatos recentemente ocorridos. Algumas realistas, outras mirabolantes...

Um integrante da equipe fora seqüestrado. Para piorar, provavelmente pela mesma pessoa que estava testando cada membro do Charlie em ação. Quem estaria por trás disso? A Biocom? A Escorpião Negro? Ou o grupo estaria desta vez diante de uma ameaça de proporções inconcebíveis, capaz de colocar em risco não só a população de Metro City, mas a de todo o planeta?

O major suspirou. Tomado por intensa e inesperada nostalgia, começou a lembrar-se da época em que o time Charlie nascera. Fechando brevemente os olhos, viu-se mais uma vez sentado em sua mesa na delegacia de Squarell City, quando ainda era capitão. Ao longo dos anos, Redferme perdera muitos soldados de valor em combate. De certa forma, o homem da lei sentia que muito em breve ele e seus comandados passariam novamente por incontáveis tribulações. Entretanto, ao contrário da missão nos arredores de Metro City meses antes, desta vez nem todos sairiam vivos...

Entrando na sala do S.T.A.R.S., o líder do esquadrão olhou para seus combatentes. Todos pareciam dispostos a arriscar suas vidas para evitar que inocentes morressem. Após respirar fundo, o major disse, fechando os punhos:

         Preparem suas malas, meus amigos. Se quisermos encontrar Aiken Frost, teremos de viajar para o outro lado do mundo!

Salão Oval, Casa Branca, Washington, D.C., EUA.

O presidente Roger Jackson estava inquieto. Com a face perturbada, caminhava em círculos pelo recinto, até que a porta deste se abriu. Surgiu então Max Craig, o qual, sempre aparentando calma e serenidade, aproximou-se do governante, perguntando:

         O senhor me chamou?

         Sim, Max! – respondeu Jackson, voz preocupada. – Eu acabei de chegar da clínica onde realizei aqueles exames que você recomendou... Os resultados estão sobre a mesa!

O chefe do Serviço Secreto caminhou até o móvel, sobre o qual havia um envelope com a inscrição “Biocom, Divisão Médica – Washington”, além do conhecido símbolo da empresa: uma seringa injetando algo num coração humano. Craig apanhou os papéis contidos na embalagem e, após breve leitura, exclamou, demonstrando surpresa:

         Meu Deus! Eu mal posso acreditar!

         É a mais pura verdade, Max... – afirmou o presidente num suspiro. – Estou com leucemia!

De costas para Roger, Craig abriu um grande e insano sorriso.

Continua...


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