Charlie Team 2 - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 4
Capítulo 3




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Capítulo 3

Mistério.

O sol surgiu no horizonte.

Mary despertou num sorriso, movendo seu corpo nu sob o lençol. Bocejando, sentou-se sobre a cama, olhando para o amado ao seu lado, ainda adormecido. Fora uma noite e tanto...

A jornalista chegara ao apartamento de Goldfield por volta das vinte horas, trazendo um presente para o namorado: uma coletânea com os melhores contos de ficção científica já escritos. Era uma forma de Copperplain se desculpar por ter sido indelicada com o policial, coisa que vinha se repetindo constantemente desde quando a relação dos dois tivera início. As brigas sempre ocorriam devido à mesma palavra: “Silverhill”.

Após um jantar de reconciliação e algumas taças de vinho, o casal acabara fazendo amor. Aparentemente haviam se entendido definitivamente. Sentindo-se leve e perdidamente apaixonada, Mary começou a se vestir para em seguida ir até a cozinha preparar o café da manhã dos dois. Porém, antes de deixar o quarto, a repórter se aproximou novamente da cama, acariciando o tórax do membro do Charlie. Ela o viu sorrir sem abrir os olhos, sentindo enorme prazer enquanto os dedos da jovem tateavam sua pele.

         Oh, Silverhill... – murmurou Goldfield.

Copperplain estremeceu. Cerrando os dentes, a jornalista se afastou imediatamente do namorado, punhos fechados. Silverhill. Ela, sempre ela, que mesmo estando morta não saía dos pensamentos de seu amado! Dominada pela raiva, Mary saiu rapidamente do quarto, passos firmes e decididos, disposta a nunca mais voltar...

Em seu apartamento, Rafael “Leadership” O’Brian tomava seu café da manhã na cozinha, ouvindo o noticiário matinal da MXT, a principal estação de rádio de Metro City.

         E dessa maneira a Biocom negou mais uma vez ter realizado experiências genéticas em seres humanos – a voz da jornalista chegava aos ouvidos do infiltrador, que mordia uma torrada calmamente. – E atenção, isto acaba de chegar: os faxineiros do Metrostate Park encontraram há pouco no local vários cadáveres baleados próximos da estátua de John Metrostate, a qual também foi alvejada. Um dos mortos foi identificado como o consultor militar Igor Viennikov, ex-general soviético que vivia nos Estados Unidos desde o início da década de 90. O FBI está tentando estabelecer uma ligação entre o crime e os assassinatos de oficiais do Pentágono que vêm ocorrendo recentemente. Traremos novas informações a qualquer momento.

O’Brian desligou o aparelho. Estava na hora de ir para o trabalho. Em sua mente havia apenas uma pessoa. Helen. O nome dela lhe causava dor semelhante à provocada por um ferimento de guerra. Por que tudo tivera que ser daquela maneira?

O soldado tocou a faca em seu cinto. No fundo sabia que a luta ainda não havia terminado...

Assim que chegou à sala do S.T.A.R.S., Fong Ling deparou-se com uma cena alarmante: Vitória Drakov se encontrava sentada numa cadeira, rosto banhado em lágrimas, enquanto era amparada por seu namorado, William Hayter, além de Flag e Redferme.

         O que houve, Vitória? – perguntou a recém-chegada. – Por que está chorando?

         Meu pai desapareceu! – respondeu a russa. – Por favor, vocês precisam encontrá-lo! Ele saiu de casa às pressas esta madrugada e não voltou mais! Eu já perdi toda a minha família, não suportarei se meu pai morrer...

Todos estavam surpresos. Nunca haviam visto a filha de Aiken Frost daquela maneira. Ela, que muitas vezes se mostrara fria em situações emocionalmente carregadas, fora realmente tomada pelo desespero. Tinha medo de perder a pessoa que mais amava no mundo...

         Acalme-se, Vitória! – disse Flag. – Não chegaremos a lugar algum desta maneira! Precisamos primeiramente reconstituir os passos do Aiken e depois...

         Pessoal, tenho notícias! – exclamou Fred Ernest entrando rapidamente na sala. – Encontraram a moto do Frost na frente do Metrostate Park! Há alguns cadáveres lá também, mas nenhum sinal dele! Dois furgões estão aguardando para nos levarem até o local!

Após breve silêncio, Redferme deu a ordem:

         Vamos!

O enigmático agente do FBI examinava o corpo sem vida de Igor Viennikov. Usando luvas, o federal tocou o ferimento a bala no pescoço do russo, balançando negativamente a cabeça. Nisso, aproximou-se um homem de terno que também tinha os olhos ocultos, além de um fone no ouvido, perguntando:

         E então, alguma teoria?

         Sim, muitas... – rosnou aquele que averiguava o corpo. – E eu diria que foi algo perverso...

Em seguida se levantou, apontando para os demais cadáveres próximos da estátua do fundador da cidade. Explicou então o que tinha em mente:

         Esses outros caras provavelmente foram os assassinos do russo. Alguém atirou neles e fugiu. Por isso acredito que Viennikov não estava sozinho.

         Mas quem poderia estar com ele? – perguntou o outro indivíduo.

         É o que precisamos descobrir... Entretanto, suspeito que você contará tudo ao Craig sem demora...

         Esse é meu trabalho!

         Sei umas coisinhas sobre seu chefe que fariam os manda-chuvas em Washington o trancarem numa cela e jogarem a chave fora... Mas de qualquer forma, isso não importa neste momento!

         Senhor Adams, os S.T.A.R.S. chegaram! – informou um policial próximo.

O agente do FBI fitou os recém-chegados, que se aproximavam receosos. Vitória repousava sua cabeça no ombro direito de Hayter, olhos vermelhos de tanto chorar. O homem que examinara o cadáver de Viennikov caminhou até Redferme, dizendo enquanto lhe estendia uma das mãos:

         Você deve ser o líder do grupo. Sou Ernest Adams, FBI. Estou aqui para coordenar as investigações!

O major olhou para os intransponíveis óculos escuros do indivíduo diante de si, inseguro e preocupado. Após segundos de hesitação, o homem no comando do S.T.A.R.S. em Metro City finalmente apertou a mão de Adams, justificando sua apreensão:

         Perdoe-me, é que recentemente eu e minha equipe tivemos sérios problemas com sujeitos que se diziam federais...

         Oh, sim... – murmurou Ernest. – Eu acompanhei tais acontecimentos e só tenho a lamentar que membros do nosso governo sejam tão corruptíveis. Mas não se preocupem, estou aqui apenas para ajudá-los!

O outro indivíduo de óculos escuros, que antes conversava com Adams, perguntou aos membros do Charlie:

         Uma moto pertencente a um colega de vocês foi encontrada na entrada do parque, correto?

         Sim, ela pertence ao meu pai, que está desaparecido desde esta madrugada! – respondeu Vitória tentando conter as lágrimas.

         Ele chegou a lhe revelar o motivo de ter saído de casa, amor? – indagou William.

         Não, disse apenas que voltaria logo, parecia muito apressado... Hei, agora estou me lembrando! Pouco antes de meu pai ter saído, o telefone no quarto dele tocou!

         Esperem... – pediu Adams abaixando-se novamente ao lado do morto.

Intrigado, o federal retirou algo de um dos bolsos de Viennikov. Um celular, mais precisamente. Ligando-o enquanto se erguia, Ernest verificou a lista de contatos do consultor. O primeiro nome, logo no topo, não deixava dúvidas...

         Andrei Drakov! – leu o agente do FBI em voz alta.

         Mais conhecido como Aiken Frost! – complementou O’Brian. – Ele e Viennikov eram grandes amigos desde os tempos da Guerra Fria!

         Aos poucos tudo se encaixa! – exclamou Flag. – Viennikov estava sendo perseguido e telefonou para Aiken pedindo ajuda!

         Os dois provavelmente conversaram, mas acabaram pegos de surpresa pelo ataque dos assassinos! – afirmou Adams apontando novamente para os outros cadáveres. – Drakov não conseguiu salvar o amigo, mas eliminou os atiradores e provavelmente fugiu!

         Ou então foi capturado, já que a moto dele foi encontrada na frente do parque e numa situação como essa dificilmente alguém deixaria o local a pé... – cogitou o outro federal.

         Mas capturado por quem? – perguntou a doutora Kasty.

         É quase certo que pelos mesmos homens que vêm assassinando oficiais de importância do Pentágono nestes últimos dias... – disse Ernest. – Creio que a morte de Igor Viennikov seja apenas a ponta do iceberg! Vitória, existe algum recurso que possamos usar para localizar seu pai?

         Receio que não... – replicou a jovem. – Ele não usa celular e o rádio que sempre carrega para entrar em contato com a equipe em caso de emergência está na moto. Além disso, creio que se ele estivesse em condições de se comunicar conosco, já o teria feito!

         Isso reforça a teoria da captura... – murmurou Adams coçando o queixo. – Prometo que, com a ajuda de vocês, chegaremos ao fundo disso!

Todos assentiram com a cabeça, extremamente preocupados com a vida de Aiken. Sabiam que estavam mergulhando numa situação infinitamente perigosa, a qual exigiria o máximo de cada um para ser superada.

O indivíduo soltou uma maléfica e amedrontadora risada, a qual foi abafada pela máscara de gás em sua face. Tinha diante de si um mapa de Metro City, a grande metrópole da costa leste dos EUA, com várias setas em vermelho indicando o que parecia ser o plano de uma invasão. Sim, quando a hora certa chegasse ele iniciaria sua derradeira revanche. Logo que suas tropas tomassem a cidade, ele descartaria rapidamente seus aliados, iniciando assim a marcha que culminaria na conquista mundial.

Para tal fim, estava criando um exército perfeito, composto por mutantes praticamente invulneráveis. Ele e o doutor Lee triunfariam no que a Umbrella e a Biocom haviam fracassado. Porém, para garantir o sucesso da operação, seriam necessárias cobaias adequadas que constituiriam a elite da força de combate, e após o teste realizado em Metro City, não restava dúvida sobre quais seriam...

Continua...


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