Charlie Team 2 - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 2
Capítulo 1




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Capítulo 1

Voltando à rotina.

Sala do S.T.A.R.S., Departamento de Polícia de Metro City, seis e meia da manhã.

Por ainda ser muito cedo, apenas o major Redferme e o capitão David Flag se encontravam no recinto. Já há algum tempo a equipe Charlie se tornara a única a integrar a unidade S.T.A.R.S. da cidade, fato que reduzira o número de mesas no local pela metade. O espaço vazio fora preenchido com alguns armários e máquinas de refrigerante, tornando o ambiente mais funcional e agradável.

Naquele momento, o líder da equipe e o segundo no comando conversavam sobre a missão da noite anterior:

         Eu simplesmente não consigo me conformar... – murmurou o major. – Como aquele homem pôde derreter diante dos nossos olhos?

         Nós já deveríamos ter nos acostumado – respondeu Flag. – Zumbis, mutantes, ameaças biológicas... Se formos pensar, essa é nossa verdadeira rotina!

         Você ouviu a voz daquele sujeito através do rádio? Era assustadora! Algo me diz que estamos prestes a mergulhar num novo pesadelo, meu amigo...

         Com licença! – exclamou alguém.

Os dois integrantes do Charlie voltaram-se para a porta da sala, onde se encontrava o chefe de polícia Farfield, que disse:

         Bom dia! Eu gostaria de congratulá-los pela ação de ontem à noite! Se não fosse por vocês, talvez Metro City estivesse em ruínas neste momento!

         Obrigado, chefe – agradeceu Redferme num sorriso. – Mas não fizemos mais que nosso trabalho! Sabemos que há pessoas dependendo de nós lá fora e não as decepcionaremos!

         Bem, de qualquer forma, parabéns e obrigado! Saibam que minha admiração por vocês cresce a cada dia!

         Nós é que agradecemos, senhor Farfield – retribuiu o capitão.

Jeremias se afastou, deixando os dois líderes do time Charlie imersos em seus pensamentos.

Na cozinha de seu apartamento, o soldado Goldfield terminava seu café da manhã, tomando uma caneca de café. De repente o telefone tocou, e a ligação foi imediatamente transferida para a secretária-eletrônica. A voz da repórter Mary Copperplain pôde ser ouvida através do aparelho:

         Gold, aqui é a Mary. Desculpe por ontem à noite, OK? Sei que fui um pouco arrogante com você, prometo que isso não se repetirá. Afinal, você salvou minha vida, e não há prova de amor maior do que essa! Atenda se possível, está bem? Beijo!

Mas o hacker não atendeu. Ainda segurando a caneca, Goldfield caminhou até a sala, onde um televisor ligado exibia o noticiário matinal da Metro TV. Na tela, o jornalista Teddy Vain informou:

         Nesta madrugada o general Robert Burt foi misteriosamente assassinado em sua casa nos subúrbios de Washington. Ele é o quinto oficial de influência no Pentágono morto em menos de uma semana. Em todos os crimes, não houve qualquer evidência ou vestígio que pudesse levar aos possíveis culpados. Há alguns minutos, o chefe do Serviço Secreto e porta-voz da Casa Branca, Max Craig, fez um pronunciamento sobre a recente onda de assassinatos.

Surgiu a imagem de um homem loiro trajando terno de pé na sala de conferências da Casa Branca, apoiado numa bancada com um microfone e o conhecido símbolo da presidência dos Estados Unidos, possuindo o emblema de uma águia. Sob os flashes dos fotógrafos, ele começou a falar:

         Estamos iniciando uma ampla investigação para desvendar o mistério por trás desses crimes hediondos. É evidente que eles possuem uma ligação entre si, e seja qual for, os culpados serão presos e punidos de acordo com a lei. O sangue de homens que servem nosso país não pode continuar sendo derramado.

Vain voltou a aparecer na tela, dizendo:

         E agora, nas notícias internacionais, continuam os relatos de camponeses sobre estranhas criaturas rondando uma prisão abandonada no norte da China...

Goldfield desligou a TV. Precisava ir para a delegacia ou acabaria se atrasando.

Quase oito horas da manhã. Redferme e Flag ainda se encontravam na sala do S.T.A.R.S., quando Falcon e Raphael Redfield entraram.

         Aí estão nossos dois pilotos! – sorriu o major. – São os primeiros a chegar além de nós!

         Eu nem dormi direito pensando no que aconteceu ontem... – murmurou Raphael sonolento, bocejando em seguida. – E então? O que vai ser hoje? Mutantes descontrolados?

         Nunca desejei tanto enfrentar bandidos normais como agora... – afirmou Flag se sentando em sua mesa. – Alguém estava nos testando ontem! O pior ainda está por vir!

Nesse instante Fong Ling e William Hayter adentraram a sala. A especialista em comunicações trazia consigo um exemplar do Metro City Mirror, um dos jornais da cidade. Mostrando-o aos colegas, ela disse:

         Vejam a manchete! Um avião carregando a elite das forças especiais do Exército caiu ontem à noite no Arizona. Não sobrou ninguém.

         Desgraça pouca é bobagem! – exclamou Leon que acabara de chegar, apanhando o jornal. – Há alguma reportagem falando da gente?

         Na página cinco! – respondeu a chinesa.

Kennedy começou a folhear o exemplar, ao mesmo tempo em que Aiken Frost e Rafael O’Brian ganhavam também o centro de operações. O russo disse:

         Adivinhem só, camaradas! O pessoal da perícia concluiu a análise dos restos daquele cara, e o DNA dele é a coisa mais estranha que eles já viram! Parece que algum tipo de enzima foi responsável pelo derretimento do corpo, mas eles ainda não concluíram os testes!

         Será que a Biocom está por trás disso, como da outra vez? – indagou Rafael.

         Eu duvido – discordou Redferme. – Desde que aquele laboratório nos arredores da cidade explodiu, eles vêm tentando manter a boa imagem da companhia a todo custo, e isso exclui a possibilidade de terem enviado aquele mutante para nos testar!

         Mas a Biocom teria grande interesse em nos matar, pois descobrimos as experiências ilegais que seus cientistas realizavam naquele complexo! – afirmou Logan Devendeer, entrando na sala junto com Goldfield. – Não se lembram daquelas criaturas desproporcionais que enfrentamos?

         Não, creio que outra pessoa esteja por trás disso tudo... – murmurou Flag. – Com certeza o desgraçado dono daquela voz que ouvimos pelo rádio do loiro... Aliás, Aiken, eles descobriram a identidade dele?

         Oh, perdoem-me, acabei me esquecendo! – exclamou o infiltrador. – O nome dele era Antony Werb, funcionário do governo, desaparecido há aproximadamente duas semanas!

         Um funcionário do governo? – estranhou Fong Ling. – O que o levaria a comandar um ataque terrorista e ainda por cima derreter sem qualquer tipo de explicação plausível?

         Eu posso fazer uma pesquisa na Internet sobre esse cara! – propôs-se Goldfield caminhando até sua mesa.

         Ótimo! – disse o major, enquanto mais membros do Charlie chegavam. – Mais um dia se inicia, pessoal! Vamos trabalhar!

A tela do computador exibia uma cadeia de DNA tridimensional repleta de legendas e cálculos, a qual era girada por aquele que operava a máquina através do botão direito do mouse. Após digitar brevemente no teclado, o indivíduo de frente para o monitor esparramou-se na cadeira, envolvido pela quase total escuridão do recinto. Em seguida exclamou, sua voz abafada por algo:

         As maravilhas da genética!

Rindo, o misterioso personagem fechou os olhos, visualizando como seria o mundo depois que passasse por sua “reforma”: um planeta onde se tornaria o chefe supremo, e apenas a raça superior por ele criada seria apta a sobreviver, assim que a atmosfera terrestre se transformasse numa mistura de gases tóxicos mortal a qualquer outra forma de vida. Sim, esse era seu sonho, sua maior ambição... O fim dos tempos, como diria a maioria. Porém, para ele, não passava de uma transição, um processo que eliminaria a humanidade de todas as suas fraquezas...

Súbito, foi tirado de seus pensamentos quando um dos experimentos adentrou a sala. Viu tratar-se do mutante que chamava de Lúcio, em homenagem a seu falecido assistente de laboratório. Aparentemente um homem normal, mas sua estrutura genética faria com que todos os biólogos do mundo ficassem de cabelo em pé...

         Mestre! – disse o recém-chegado.

         Sim? – indagou o indivíduo de voz abafada voltando-se na direção de Lúcio, sua sombra revelando que usava algo no rosto parecido com uma máscara de gás.

         Eu estava lá embaixo junto com meus irmãos, e uma pergunta passou por minha cabeça... Qual é o significado da vida? Por que estamos neste mundo, afinal de contas?

         Questão interessante, meu caro... Siga-me e eu lhe explicarei tudo!

Lúcio assentiu com a cabeça, enquanto seu mestre se levantava e caminhava até a porta que levava ao muro da prisão abandonada. Os dois indivíduos ganharam o exterior, iluminados pelo sol vespertino. A claridade revelou que o sujeito de voz abafada realmente usava uma máscara de gás em sua face, tendo compridos cabelos negros que caíam até sua cintura. Trajava jaleco de laboratório e botas pretas. Já seu discípulo vestia apenas um calção verde-escuro, calçando improvisadas sandálias.

Ambos seguiram pelo muro. Lá embaixo, no pátio, vários homens, alguns idênticos a Lúcio, se encontravam envolvidos com diferentes atividades físicas e mentais. O indivíduo da máscara de gás parou após mais alguns passos, apontando para uma grande muralha que percorria os montes daquela região, estendendo-se além do horizonte.

         Lembra-se dela? – perguntou o mestre.

         Sim, é a Grande Marulha! – respondeu Lúcio prontamente. – A única obra feita por mãos humanas que pode ser vista do espaço. Sua construção teve início...

         Não precisa me fornecer todos os dados sobre ela... Apenas quero que pare e pense. A muralha não é bela?

         Sim, é belíssima!

         Pois imagine quantos séculos foram necessários para que essa obra magnífica fosse concluída. Pense no número de operários que perderam a vida durante a construção, deixando desoladas suas famílias. Tente raciocinar sobre todo o suor e sangue derramados para que hoje esse monumento estivesse diante de seus olhos!

         O que quer dizer, mestre?

         A vida é exatamente como a construção dessa muralha, Lúcio. Nós nos esforçamos tanto para conseguir algo grandioso, que no caminho acabamos encontrando apenas sofrimento e desolação. Espero que tenha sanado sua dúvida.

Dizendo isso, o sinistro indivíduo se afastou, enquanto Lúcio, coçando o queixo, olhava para seus irmãos no pátio, refletindo sobre as tão frias e sinceras palavras de seu mestre...

         Encontrei! – gritou Goldfield.

Alguns colegas de equipe se aproximaram. No monitor havia uma foto do sujeito que derretera na noite anterior, além de vários dados sobre sua pessoa. O hacker explicou:

         Antony Werb era um ex-diplomata que trabalhava atualmente no consulado norte-americano em Hong Kong, China!

         Isso está cada vez mais esquisito! – exclamou Adam Groove. – Por que razão ele voltaria aos Estados Unidos para sem mais nem menos invadir o Hotel Metrostate junto com um bando de capangas armados?

         Talvez essa seja uma identidade falsa... – cogitou MacQueen.

         Pouco provável! – respondeu Goldfield. – Werb era um dos homens de confiança da Casa Branca no oriente. Quando a China tentou invadir Taiwan em 2006, ele foi um dos diplomatas que mais tiveram importância nas negociações de paz!

         Puxa vida, que mistério! – afirmou a doutora Kasty. – Tudo está tão confuso!

         É melhor nos prepararmos, tenho o palpite de que enfrentaremos algo grande e poderoso muito em breve... – murmurou Redferme.

Continua...


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