Charlie Team 2 - By Goldfield escrita por Goldfield


Capítulo 13
Capítulo 12




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Capítulo 12

Ruptura – Parte II.

A tensão imóvel foi cortada literalmente quando Rafael O’Brian rasgou o ar com sua faca, lançando-se contra um dos invasores. Antes que o alvo pudesse reagir usando a arma de fogo, teve a garganta aberta pela afiada lâmina, um esguicho de bizarro sangue esverdeado precipitando-se sobre o chão e o atacante. “Leadership” sentiu sua pele ser queimada pela substância provavelmente ácida, porém não recuou. O outro mascarado ergueu a H&K para revidar, mas o integrante do Charlie girou novamente o braço... E partiu o cano da submetralhadora em dois com uma precisão espantosa.

O adversário, atordoado, ficou olhando sem reação para o agressor, que lhe aplicou uma seqüência de chutes na face, derrotando-o brutalmente. Nisso, os demais policiais também começaram a se mexer: Adam Groove agarrou o braço de um dos intrusos que haviam entrado pela janela, torcendo-o violentamente. O oponente soltou um gemido estranho e largou sua arma. Todavia, teve tempo de reagir com um chute no estômago do fã de zumbis. Este retrocedeu com as mãos no abdômen, acabando por cair sentado junto a uma parede.

O outro criminoso próximo atirou com a espingarda na direção de Leon. Este teve tempo de se esquivar, ágil como um artista circense, mas um dos projéteis pegou-o de raspão no braço esquerdo, respingando sangue. MacQueen já havia sacado uma pistola calibre 45 e disparou rapidamente contra a cabeça do invasor. A bala fez um grande buraco em sua máscara de gás, por onde vazou mais líquido verde. Caiu morto, a arma escapando de seus dedos. Raphael Redfield apressou-se e apanhou-a, averiguando o cadáver para ver se também encontrava munição. Estaria em melhor estado contra aqueles misteriosos soldados se tivesse em mãos uma calibre 12.

Adam ergueu-se lentamente do chão, ainda sentindo muita dor devido ao ataque contra si, que parecia ter sido dotado de força sobre-humana. Olhando para a desordem ao redor e para os semblantes agitados de seus companheiros, indagou numa careta:

         Será que acabou?

A resposta foi imediata: mais um mascarado segurando um rifle M-16 saltou pelo duto de ventilação aberto e outros dois armados com pistolas Desert Eagle chegaram de rapel atravessando a janela quebrada. Fred Ernest, buscando abrigo atrás de um sofá junto com Goldfield e Freelancer, gritou para Groove:

         Isso sana sua dúvida?

         Com certeza! – exclamou ele, ao mesmo tempo em que derrubava um dos novos adversários com uma rasteira.

No quarto do Retag, Helder e Falcon levantaram-se em alvoroço da mesa assim que ouviram os tiros vindos do lado de fora, as cartas de baralho voando pelo carpete representando a sorte que era lançada. E, sacando desesperadamente suas armas, perceberam tarde demais um vulto humano surgir da penumbra difusa do aposento, apontando-lhes uma submetralhadora Uzi. Tinha o semblante oculto por uma apavorante máscara de gás, e sua voz soou angustiantemente abafada quando ordenou à dupla:

         Coloquem as armas no chão, agora!

Os dois já pensavam seriamente em se render, talvez até mesmo reagir, apesar da enorme probabilidade de serem alvejados antes, quando subitamente a coberta de uma das camas agitou-se, foi jogada para fora do móvel e de baixo dela surgiu, erguendo o tórax, o capitão David Flag, rosto sonolento e roupa amarrotada, mas tendo na mão direita sua fiel e infalível Red Colt...

BANG!

O crânio do intruso foi atingido em cheio pelo projétil de grosso calibre, explodindo diante dos presentes, tudo ao redor sendo tingido de verde. Os que ainda dormiam acordaram nesse momento. Flag, que há um bom tempo costumava dormir com sua estimada arma embaixo do travesseiro, levantou-se rapidamente da cama. Calçando suas botas e colocando seu colete, disse aos demais num gesto rumo à porta:

         Temos que dar o fora daqui agora, pessoal!

No dormitório ao lado, o som dos disparos também colocou os hóspedes em alerta. Logan e William saltaram das camas, apanhando suas armas do chão. Engatilharam-nas e em seguida passaram a sondar uma silhueta desconhecida que perceberam vagar pelo recinto. Devendeer abriu fogo com sua pistola 9mm na direção de onde pensou ter identificado passos, e ouviu o ruído de algo, provavelmente um corpo, caindo sobre o piso. Apesar de ter acertado o inimigo, não foi um disparo letal, e ele, do chão, ainda teve tempo de atirar com sua submetralhadora contra o ex-membro da SWAT, acertando-o dolorosamente numa das pernas. Gritou de dor, também tombando. O maldito parecia ser capaz de enxergar no escuro para poder atirar com êxito nas circunstâncias em que se encontrava!

         Logan! – berrou Hayter, preocupado com o amigo ferido.

O clarão dos disparos havia iluminado suficientemente o local para que o franco-atirador localizasse seu alvo. Seu rifle estava sem a mira telescópica, porém ela não foi necessária: o estrondoso tiro ecoou por todo o prédio, atingindo o tronco do invasor. Alguma artéria ou veia vital aparentemente foi rompida, já que dois intensos jatos de sangue ácido romperam do cadáver cambaleante, chamuscando o carpete ao entrarem em contato com ele. Depois de desabar de joelhos, o morto finalmente parou de se mexer com a face da máscara encostada ao chão.

William apressou-se então a acionar o interruptor de luz do quarto. Vitória já se levantava, indo examinar junto com o namorado o estado de Logan, ainda sentado com uma provável hemorragia numa das coxas. Seu estado era grave e precisava ser levado urgentemente a um hospital para maiores cuidados. O pior era que os tiros continuavam nos outros cômodos da suíte: mais daqueles estranhos soldados apareciam a cada instante.

         Agüenta firme, cara! – disse Hayter ao colega.

         Vão ajudar os outros e depois voltem para me pegar! – pediu o incapacitado policial, falhando em tentar se erguer. – Não vão poder me tirar daqui se ninguém sobreviver!

Ótimo argumento. O franco-atirador mordeu os lábios e assentiu movendo a cabeça, deslocando-se em seguida até a porta fechada do recinto. Abriu-a devagar, buscando cobertura junto à parede. Ninguém entrou, e os sons do confronto travado pelos demais integrantes da equipe Charlie tornou-se mais nítido. A filha de Aiken Frost apanhou uma pistola Glock que trazia oculta num coldre preso a uma de suas pernas. Juntou-se ao amado e, com o máximo de cuidado, avançaram até a sala de estar para auxiliarem os outros.

Devendeer, por sua vez, rastejou até o inimigo aniquilado, que por sinal começara a cheirar extremamente mal, e apanhou a arma deste. Se alguém ousasse entrar ali para liquidá-lo de vez, resistiria até suas forças se exaurirem completamente...

Na sala o combate continuava. O Retag se juntou ao grupo, além de Helder, Falcon, William e Vitória. E mais e mais inimigos surgiam sem parar. O fedor dos cadáveres causava enjôos. A porta da suíte fora arrombada e compunha agora mais uma entrada para os assassinos. Estava sendo cada vez mais difícil responder à altura, e já eram vários os feridos entre o Charlie.

         Eles são muitos! – exclamou Redferme, baleado no ombro, enquanto retornava fogo contra dois criminosos que haviam acabado de surgir pela janela já totalmente estilhaçada.

         Pra mim isso é apenas um estímulo! – afirmou Nietparusky, retalhando o peito de um outro oponente com uma rajada de seu AK-47.

Goldfield, munido de sua SIG P210, tentava dar o melhor de si na resistência ao esmagador ataque. Ficou surpreso consigo mesmo quando começou a se lembrar da doce Silverhill em meio àquela balbúrdia. Mas fazia sentido pensar em algo que o reconfortasse, uma fonte de calma e leveza em meio à matança. E ele desejava apenas que ela ainda vivesse, para poder se recuperar daquilo tudo fitando seus serenos olhos e seu singular sorriso...

BANG! BLAM!

Mas os disparos apenas faziam com que voltasse para a triste e truculenta realidade...

Todos estavam empregando seus últimos esforços, muito em breve a linha de defesa cairia. Exauridos, os policiais ouviram de repente o som de algo metálico caindo e rolando sobre o chão do lugar: um cilindro parecido com uma granada de algum tipo, e muito provavelmente era. Desesperados, todos procuraram abrigo onde puderam, já no aguardo da terrível explosão... Quando o peculiar ruído de gás sendo expelido tornou-se perceptível. O artefato liberava um vapor esverdeado que logo formou uma neblina, dominando todo o interior da suíte num piscar de olhos.

Os S.T.A.R.S. tamparam os rostos na tentativa de evitar a inalação do composto, porém era inútil: quem não estivesse usando máscara não poderia se proteger da substância e seus efeitos. Assim, um por um, os resistentes foram caindo desmaiados, alguns tossindo, outros praguejando, uns poucos ainda atirando a esmo na direção dos intrusos, que aos poucos foram se tornando vultos opacos e aterradores, até desaparecerem por completo...

Transcorreram poucos minutos, e um outro combatente surgiu pela porta do local, os demais batendo continência conforme passava. Era o comandante do grupo, algumas estranhas insígnias em seu uniforme comprovando tal fato. Ao chegar ao centro da sala, parou, contemplou todos os homens e mulheres inconscientes e então retirou sua máscara de gás, tendo a arma química se dissipado tão veloz quanto se espalhara. Era Jack Hamilton, o traiçoeiro agente do FBI.

         Ótimo trabalho... – elogiou. – Algum deles foi morto?

         Nenhum, senhor! – respondeu um dos soldados mecanicamente.

         Têm certeza de que todos estão aqui, nenhum fugiu?

         E por que eu fugiria? – a voz não pertencia a ninguém daquele esquadrão.

Logan Devendeer se arrastara até ali e agora apontava a submetralhadora para Hamilton, olhos cheios de fúria. O traidor mal teve tempo de se virar e foi alvejado mortalmente, as balas impelindo seu corpo para trás. Caiu sem vida: acabara ficando sem o gordo pagamento que haviam lhe prometido.

Os comandados de Jack não hesitaram: todos abriram fogo pesado contra o membro do time Charlie ainda ativo, encerrando-lhe a existência na Terra. Porém, quando deu seu último suspiro, Logan não estava desapontado. Morrera defendendo seus amigos e isso fazia com que seu sacrifício valesse totalmente a pena. Um discreto sorriso podia ser visualizado em seu semblante moribundo, os invasores parando de atirar ao notarem que não respirava mais. Um deles voltou-se para os colegas e falou, no mesmo tom incômodo que todos eles assumiam ao se comunicarem:

         Vamos levar todos até o helicóptero no terraço, as ordens do comandante foram claras!

Começaram então a executar a tarefa, alguns relâmpagos ameaçadores clareando o céu chuvoso. As gotas da tempestade caíam como lágrimas vertidas pelo céu devido a tudo que ocorrera e que ainda estava por vir...

Continua...


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