Meus olhos se abriram como todas as manhãs, mas hoje meu coração bateu mais forte assim que acordei. Eu estava com um mau pressentimento. Tentei ignorar esse sentimento repentino, deixá-lo de lado, mas estava quase impossível. Vesti-me como normalmente fazia e desci as escadas. Era o segundo dia do feriado de Natal, logo seria o terceiro e eles voltariam (n/a: Não sei se é assim, mas dane-se! Hahaha). O Salão Principal estava parcialmente vazio, mas algumas pessoas já voltavam. Sentei-me à mesa da Grifinória, onde estavam sentadas aparentemente dez pessoas. Draco Malfoy lançou-me um olhar cansado assim que sentei-me na mesa e depois fez um gesto rápido para que conversássemos depois lá fora. Apenas abaixei a cabeça refletindo no que o afligia hoje e me pus á comer. Eu nem senti o gosto do alimento de tão “fora do ar” que eu estava, mas não liguei e fui para a porta do Salão. Draco já estava lá fora com um ar impossível. Assim que me viu, abraçou rapidamente minha cintura e deu um beijo de leve em minha testa.

_Olá Jane.

_Bom dia Draco..._Desvencilhei-me delicadamente de seus braços._Qual o problema?

_Bem... Nós fomos descobertos por algumas pessoas da Sonserina e agora..._Ele olhou para o lado.

_O que?_Perguntei suavemente e dei um passo em sua direção, para acariciar um pouco seu braço, que estava cruzado com o outro.

_Eles estão me ameaçando, eles vão..._Olhou significamente para mim._Te matar.

Arregalei os olhos.

_Mas eles não podem...

_Jane, não duvide da frieza dos Sonserinos, querida._Ele acariciou meu rosto.

_E agora?_Franzi meus lábios trêmulos.

_Eu vou ter de te esconder, amor._Seu olhar era preocupado sobre meu rosto.

_Mas... Eu tenho uma vida Draco, eu não posso apenas me esconder do nada e... E você? Vão querer te matar Draco, você..._Minha voz ficou mais alta e histérica, então ele segurou meus braços levantados, olhando para mim com carinho.

_Shhh... Eu sei me cuidar, Hermione._Draco se aproximou de mim e deu um beijo leve em meus lábios, que logo foi se aprofundando, como todos.

E aconteceu tudo de novo. A eletricidade percorrendo todo meu corpo, o mesmo pegando fogo, o desespero por mais... E agora, o perigo, que de certo modo era delicioso. Ele encerrou nosso beijo ofegante, mas logo iniciou outro, mais molhado, mais desesperado. E assim foi o terceiro, quarto, quinto beijo... Quando eu já havia perdido a conta de quantos foram feitos, ele finalmente parou. Não que eu achasse necessário.

_Pare de me seduzir, Hermione, estamos correndo perigo._Ele sussurrou ofegante.

_Agora a culpa é minha?_Brinquei murmurando contra seus lábios que ainda estavam perto dos meus.

_Desculpe... Eu perdi o controle.

_Você sempre perde._Comentei selando rapidamente seus lábios e depois me separando dele.

_Então... Eu tenho que procurar um lugar seguro para você... Vá para a Sala Precisa, lá é um lugar temporário.

_Tudo bem.

Dizendo isso ele me deu as costas e começou á andar. Depois de alguns segundos, fui para a outra direção, procurando a parede em que normalmente a Sala Precisa se formava. Seguir em frente, ir para o segundo corredor á esquerda, ir para a direita, direita e seguir reto. Eu faria esse caminho decorado se não fosse impedida no terceiro corredor.

_Olha o que encontramos gente, uma ratinha fugitiva._Um menino alto com o rosto contorcido em ódio e malicia._Mas até que ela é bonitinha.

_Está brincando, Christian? Ela daria sim é uma boa bonequinha de luxo._O segundo de três tocou em meu queixo.

_Não toque em mim..._Murmurei me desvencilhando de sua mão grande.

Os três riram em conjunto e então Christian, que parecia o líder deles, começou á falar.

_Nós tocamos em você quando queremos, sangue ruim. Você não tem o direito de nem ao menos olhar para o Malfoy, está entendido? Várias pessoas aqui estão contratadas para tomarem cuidado de Draco e nós somos três delas. E em casos especiais, podemos apenas cortar o mal..._Ele passou o dedo em minha garganta._Pela raiz. Isso não é um aviso.

_É uma ameaça?_Perguntei murmurando.

_Que garotinha esperta..._Ele apertou minha cintura._Agora pode seguir seu caminho, da próxima vez que virmos vocês dois juntos, bye bye Hermione Granger._Os três passaram por mim._Passar bem._Disse sarcástico e continuou seu caminho.

Agora que tudo havia passado, ao invés de me sentir aliviada, fui tomada por todo o desespero que antes eu não tive. Meu coração tremeu e meu corpo também, enquanto eu me encolhia, apertando minha cintura. Corri até o corredor e quando a porta se abriu, apenas adentrei nela e depois a fechei. Meus passos foram largos e rápidos até o sofá, onde me deitei pesadamente.

Havia acabado, mas eu ainda estava com medo. Trêmula, insegura, desesperada, isolada. Tudo isso foi como uma facada no estomago e então eu gritei. Eu sabia que ninguém me ouviria, então gritei com todas as minhas forças, tentando fazer com que aqueles sentimentos saíssem pela minha boca simplesmente. Mas eles acabaram escorrendo pelos olhos, formando lágrimas desesperadas que caiam no canto dos meus olhos até meus cabelos. Meus soluços histéricos seriam ouvidos se a sala não fosse... Escondida.

Eu não percebi quando dormi, mas fui acordada por um leve carinho em minha face. Assim que meus olhos se abriram, vi a face preocupada de Draco.

_O que aconteceu com você, meu amor?_Ele disse com carinho e preocupação.

Despejei tudo aquilo em palavras para ele e á cada palavra, seu rosto se contorcia mais ainda em preocupação.

_Foi tudo culpa minha... Desculpe-me por ter te deixado sozinha, eu não podia..._Draco ficou perto de mim, roçando nossos narizes.

_Tudo bem Draco..._Falei já entorpecida pelo seu hálito.

Seus lábios se encontraram com os meus levemente para iniciar um beijo lento, molhado, quente... Como lava em metal, nossos lábios iam se encontrando e se derretendo. Meu coração se acelerou como em todas as vezes que ele me tocava daquele jeito... Ou de outros, tanto faz, eu não estava raciocinando direito no momento. Não era porque ele beijava bem, podia até ser... Mas é porque era ele. Eu estava beijando seus lábios, encostando meu corpo no dele, sentindo sua quentura, seu amor... E tudo isso resumia o que podemos dizer de... Amor? Um carinho mais inquieto, um amor mais... Desesperado do que o de amigos, de mãe para filho... Era muito diferente.

Ele parou o beijo e sussurrou.

_Eu vou me controlar.

Beijou-me de novo, mais profundamente dessa vez.

_Eu vou...

_Não adianta, Draco._Murmurei de volta, o beijando com toda a vontade que eu tinha, com todas as forças.

Era estranho, pois quanto mais eu tinha Draco para mim, mais eu o queria. Não me cansava de seus beijos, de suas caricias, de suas palavras, de seu rosto... E agora tudo que eu queria era ele. Draco Malfoy, o meu Malfoy.