-Ah, sim! – Minha mãe entendeu. – Por isso não te encontrei em casa, você estava na Mariana né? Okay!

-É, isso mesmo! – Sorri amarelo, e ela assentiu. – Então como foi a viagem? – Desconversei me jogando no sofá da sala, ela começou a me contar como foi bom, que se divertiu muito e essas coisas pós-viagem. Após horas conversando com ela, minha mãe decidiu ir na casa da minha avó... E bem eu fui arrastada pra lá também. E com certeza isso não era bom, não queria dar de cara com uma ‘certa’ pessoa, mais foi inevitável.

-Joe... Querido, você por aqui. – Ela disse em tom de surpresa, abaixei a cabeça e tentei manter a calma.

-Oi, tia! – Ele a cumprimentou sem muito animo na voz. Suspirei triste, e tentei não olhar pra ele.

-Paulinha? – Ela me chamou, e eu levantei o olhar murmurando apenas um ‘hum?’ – Não viu o Joe aqui não filha?

-Ah, claro! – Forcei um sorriso. – Oi, Joe! – Acenei rapidamente, e ele deu um aceno de cabeça esboçando um sorrisinho totalmente sem graça. Meu coração se quebrou, com a culpa. – Err... Mãe, eu acho que vou voltar pra casa... Eu tenho que fazer alguns deveres.

-Ah, tudo bem Paulinha! – Ela consentiu, e eu respirei fundo enfiando as mãos dentro do bolso e me virando para sair, andei alguns passos... E ouvi outros atrás de mim, apertei meus passos com medo, e a pessoa atrás de mim riu, reconheci a sua risada na hora. Apertei meus olhos me virando de uma vez.

-Que foi? – Perguntei seca, ele levantou a sobrancelha e deu um passo pra trás.

-A gente precisa conversar! – Ele disse serio, eu soltei minha respiração e passei a mão na testa apreensiva. E concordei. – Eu não devia ter dito aquilo pra você, eu estava de cabeça quente... E acabei falando o que não devia! – Ele respirou fundo e se aproximou de mim, mordi meu lábios olhando em seus olhos. – Desculpa... Eu não quero perder você!

-Mais você estava certo... Não dava mais pra continuar daquele jeito, eu te entendo... É melhor você procurar alguém que te mereça de verdade... Alguém que não seja eu! – Respirei fundo e senti meu rosto arder, e meus olhos marejarem. Coloquei a mão sobre a boca, segurando o choro. Ele balançou a cabeça negativamente, e eu me afastei dele negando com a cabeça. – Não... – Eu sussurrei e corri até a minha casa, ouvindo ele me chamar. Mais sem voltar atrás.

Me tranquei no meu quarto, e chorei longos minutos, senti o cansaço invadir meu corpo e me deixei adormecer... Acordando horas mais tarde. Estava escuro quando eu me levantei, fui ao banheiro e joguei um pouco de água no rosto, espantando todo o vestígio de sono que tinha ali. Suspirei triste assim que me lembrei o porque de eu ter adormecido e consequentemente antes ter chorado. Balancei a cabeça afastando os pensamentos, e fui até a sala... Onde minha mãe estava sentada assistindo a alguma coisa. Me sentei ao seu lado, e depois deitei a cabeça em seu colo e suspirei fechando os olhos, ela começou a fazer cafuné em meus cabelos, e uma vontade enorme de chorar tomou conta de mim, mais me segurei. – Mãe? – A chamei, ela murmurou um ‘hum?’ em resposta e eu continuei. – Você já gostou muito de uma pessoa, e essa pessoa gostar de você do mesmo jeito... Só que o amor de vocês serem proibido?

-Ah, Paulinha... Acho que não, porque a pergunta? – Ela me perguntou curiosa, dei de ombros fingindo não dar importância.

-Nada, curiosidade! – Disse apenas, ela assentiu meio em duvida mais não comentou nada.

-Sabe, achei o Joe triste hoje! – Ela comentou, e eu respirei fundo. – Ele sempre foi tão alegre, hoje ele estava pra baixo, não fez nenhuma brincadeira que ele costuma fazer, achei estranho... Eu perguntei pra ele o que ele tinha...

-E ele falou o que? – Perguntei interessada, ela pareceu pensar e depois respondeu.

-Ele disse que eram coisas do coração... Não entendi muito bem, ele brigou com a namorada? Você sabe de alguma coisa? – Ela perguntou, e eu mordi os lábios sentindo uma faca cortar em pedacinhos meu coração.

-A namorada dele é uma idiota! – Eu disse, e ela levantou a sobrancelha surpresa. – È, ela não sabe dar valor a pessoa que tem... Ele ama muito ela... Tá que ela também ama muito mesmo ele. – Me empolguei e me sentei fitando-a. – Mais acho que ele merece alguém melhor entende? Talvez ele precise encontrar uma pessoa que entenda ele, e que não faça ele sofrer.

-Nossa... – Ela disse surpresa pela minha ‘revelação’. – Mais se eles se amam como você mesma disse, acho que eles deveriam ficar juntos... O amor vence qualquer coisa, eu aposto que se ele quisesse outra pessoa ele não estaria mais com ela... E nem sofrendo por ela, você não acha? Ele simplesmente cairia fora e procurava outra.

-Talvez ele tenha medo de machucar ela. – Disse encolhendo minhas pernas em cima do sofá e abraçando-as.

-Talvez ela esteja se precipitando, ela deveria dar mais uma chance parar o amor deles... È difícil arranjar um garoto com o Joe hoje em dia... E ela seria muito boba se deixasse ele escapar assim... – Ela disse olhando nos meus olhos, por um minuto eu cogitei a possibilidade dela saber do que eu realmente estava falando.

-Hum... Talvez! – Eu disse e suspirei, encostando a cabeça nos meus joelhos. – Darei essas dicas a ele!

-Okay... – Ela se levantou. – Ah, por falar em Joe ele me pediu pra te avisar que ele vai embora amanha cedo... Se você quiser ir se despedir dele.

-Ah... – Me surpreendi, mais depois deixei os ombros cair. – Certo... Falarei com ele mais tarde, obrigada! – Forcei um sorriso e ela assentiu me dando um beijo no alto da cabeça e saindo em seguida. Soltei a respiração que prendia, e mordi os lábios segurando lagrimas que lutavam em descer. – Eu tenho que fazer isso... – Abaixei a cabeça. - ... Pela ultima vez! – Me levantei rapidamente, e sai correndo e gritei. – Mãe, tô indo lá na vó! – Corri o mais rápido que pude, e decidida que eu tinha que fazer isso.