QUEM SOU EU

Antes do Jaleco usar
Havia muito a se contar
Do nascer ao sol descer
Tudo e nada a se fazer

No ciclo zênite e nadir
Em lágrima e sorrir
O momento do apogeu
Também foi o que logo perdeu

Por vezes decidi meus pés fincar
Não mais em ilusões me perturbar
Mas elas fazem parte do que sou
Pois ainda não sei onde estou

Meu primeiro amor foi escrever
Nada conseguia tanto me ater
Porém o microfone e cantar
Juntos me fizeram começar a sonhar

Culturas diferentes fizeram-me atrair
Logo cedo ao oriente quis ir
A distância sempre foi demais
Mas na minha mente estávamos iguais

Mesmo com deficiência no paladar
Há sempre o que degustar
Se em uma churrascaria entrar
Muitas despesar vou dar

Outro modo de vidas viver
Logo comecei a livros ler
E não foram os internacionais
Inexploráveis mas muito nacionais

Idiomas comecei a ter
Facilidade e dificuldade em saber
Posso até compreender
Mas não me peçam para deles viver

Vivi grandes horas
Mas não me falem da escola
No início o mandato era aprender
Logo em seguida, sobreviver

Ainda assim, queria aprender
Levei um tempo até decidir fazer
Concluí que iria ajudar
Das pessoas iria cuidar

Feliz pela conclusão
Não me desviei da confusão
Sou fisioterapeuta, sou romancista
Sou cantora e pouco realista

Sou apenas alguém com fé
Que acredita não andar com próprios pés
Que boas novas teremos
A humanidade não perderemos

Com mais da metade do meio século vivido
Renunciei muitos desejos tidos
Algo melhor há sempre de aparecer
E assim será até o sol descer...