Bufou, grunhiu e até mesmo suspirou em frente a tela de seu monitor.

Não tinha a menor ideia de como deveria fazer, afinal, nunca fora muito boa em apresentar-se à outros.

Mesmo já passado algum tempo, Charlotte Drew se mantinha na mesma situação. De cabelos bagunçados, e a expressão dada por vencida, demonstrava o quanto produzira durante aquele período.

Ela era consideravelmente boa em algumas (poucas) coisas, coisas estas que a divertiam mais do que se pode imaginar.

A arte - desenhos;

A escrita;

A fotografia (voltada para a visão artística da coisa);

Mas, havia uma coisa, porém, da qual era impossível realizar e sentir-se satisfeita após o termino disto; falar ou escrever sobre si mesma. Nunca gostou de gabar-se de suas habilidades, sempre considerando-as inferiores. E quando tocavam no assunto Charl (ou Charulu, apelido carinhoso dado por ela mesma) não sabia como expressar-se e apenas sorria timidamente, ou, em situações como as de agora, incorporava o narrador dentro de si e descrevia estranhamente seu modo de ser e seus gostos.

Vivia sempre na mesmisse do mundo. Sempre olhando para o nada, parecendo enxergar além do comum, parecendo viajar longas distâncias apenas com a imaginação. Sempre sendo delicada e gentil.

Mas, como toda menina estranha, Charlotte tem um desejo incomum. Sua única vontade própria, sua prece, é ter o poder de mudar a cada dia, poder gerar uma nova história a cada instante, ser um alguém diferente a cada possibilidade.

Mudar, este é seu desejo, deixar de ser à-toa na rotina simplista do sempre.

Ser Ficwriter lhes deu essa oportunidade.

…

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