Pequenos fragmentos da vida do witcher Geralt de Rívia, explorando o passado e o presente e os relacionamentos do Lobo Branco com os amigos e com certa feiticeira de olhos violetas.

Leandro de Vanrieth é um nome conhecido por muitos, tendo atravessado o tempo com o título de 'O Colecionador de Histórias', nome conquistado através do esforço feito para registrar as histórias que marcavam cada reino, histórias que, hoje, não passam de antigas lendas. Mas por que atravessar o mundo em busca de histórias? O que o fez deixar o próprio lar para perseguir nomes carregados com a voz de velhos contos e fantasia? Ele encontrou alguma verdade durante sua busca? Essas são perguntas que poucos conseguem responder, baseados em suposições e hipóteses. Mas a verdade? Talvez a verdade esteja no antigo diário de Leandro, encontrado na cidade que ele nasceu, o coração da terra que, um dia, foi o místico Reino do Sul.

Inesperadamente, a busca por Ciri se torna uma chance para Geralt reencontrar alguém que há muito tempo foi pensada perdida. Mas esse reencontro traz consigo muito mais do que simples lembranças. Todo o frio e a violência da Caçada Selvagem o acompanham, assim como o calor da amizade e de laços mais fortes do que sangue. Esse não é um reencontro apenas para Geralt, mas também para todos, e uma chance a mais, um poder a mais na luta contra os Cavaleiros Vermelhos.

Anos após a derrota de Grimmel, Nova Berk se desenvolve em paz sob o comando o Soluço e os dragões retornam lentamente para o mundo dos humanos. Contudo, uma nova ameaça nasce nas sombras, sussurrando ameaças, ferindo aliados e colocando em prova a convivência reconquistada. As respostas para enfrentar essa nova ameaça se encontram escondidas no passado, esquecidas em um túmulo silencioso e somente aqueles corajosos o suficiente serão capazes de encontrar o caminho que afastará as sombras e trará a luz do amanhecer. Os cavaleiros de dragão - e os filhos - terão a força necessária para derrotar os novos inimigos?

"(...)Um Assassino caído em busca de redenção, é isso que eu sou agora? Serei capaz de, algum dia, recuperar o respeito e a confiança dos meus irmãos, perdida por minhas próprias mãos?(...)"
...
"É fogo, esse veneno nas minhas veias. Cada inspirar é doloroso, o ar me queima por dentro e ameaça destruir meu coração. (...)"

Há segredos que nem mesmo reis sabem que existem, segredos apagados da memória, lavados com sangue da história. O passado sempre retorna para assombrar o presente e nem mesmo o poder de um soberano pode parar o poder que ele possui de marcar e amaldiçoar, de queimar e sangrar. Mas talvez um rei saiba como transformar o poder do passado, de torná-lo uma arma para salvar e proteger, em um coração pronto para amar.

"O meu lugar? É o mesmo da minha beleza, nas sombras. Na escuridão que afasta as crianças da Lua, na noite que cai sobre as crianças do mundo adormecidas, nas sombras que circulam os sonhos com que sonham, que ameaça puxá-las para um pesadelo, que as leva para o lado mais sombrio de si mesmas. Eu sou as sombras do mundo, e mais do que isso, eu sou as sombras de suas crianças."

"Pelos seus olhos, eu os concederei passagem". Por muitos anos, as palavras sussurradas em uma noite de tempestade permaneceram como uma tatuagem de fogo na memória, sussurrada por uma voz inesquecível, pertencente a uma sombra jamais compreendida. Desde aquela noite, ele cresceu e se tornou um forte e leal capitão, mas a lembrança das palavras permanece como um sussurro no vento, um eco nas ondas, sempre o chamando para as águas, para o reino da Senhora do Mar. Se ele responder a esse chamado, se o seguir, o quão alto será o preço que ele terá que pagar?

"[...] Internamente, o jovem príncipe questiona a origem das histórias que descrevem a Bruxa como alguém cercado por mentiras e jogos, dissimulações e manipulações. Dimitri consegue ver apenas uma poderosa mulher, cautelosa como qualquer outra pessoa com as próprias emoções." Ela era a história contada, a origem da feitiço que marca o sangue e cala a voz. Ela era o perigo a ser evitado, a Bruxa a ser temida. Mas, para o príncipe, ela era o sonho a ser sonhado.

Pela primeira vez, ele percebe que há uma fita roxa envolvendo a pele branca e que se mantém presa pelo laço que descansa sobre o lado direito do pescoço. O rei dirige seu toque para o tecido, mas assim que o toca, a jovem afasta a mão dele com um tapa e dá dois passos para trás, o medo brilhando intensamente nos olhos de ébano. Por um momento, ele permanece aturdido, não entendendo o que fez de errado e que acabou por assustar a jovem.

- Estes lábios estão selados. – ela diz com a voz trêmula e os dedos tocando a fita.

Houve um tempo em que as memórias formavam a realidade, os sorrisos refletiam a vida nos corações e os olhares diziam mais do que a história pode contar. Houve uma época em que a música preenchia as paredes do castelo, dando voz à magia de belas damas e à coragem de bravo soldados. Houve uma era em que os fantasmas do reino esquecido possuíam corpos quentes, mentes cheias de sonhos e almas com a energia que mantém o sol lutando para brilhar uma vez mais no jardim de inverno.

Nascido da primavera e do inverno, ele é eterno na mente daqueles que o possuem em seus corações. O vento que sobre a neve sopra revela as rosas que nascem do jardim congelado e sussurra os segredos que dominam as terras distantes. É uma canção, um poema, a descrição do nascimento do reino e de seu exílio do tempo.