Comentários em Reboot

Angelina Dourado

26/01/2019 às 23:19 • Tomada de consciência
Gostei desse primeiro capítulo, em especial o final. As descrições são bem imersivas e possui sacadas bem interessantes, realmente é bem notável a inspiração das obras de Douglas Adams. Estarei acompanhando os próximos capítulos, até a próxima! ^-^


Resposta do Autor [Dolmayan]: Valeu man! Vai se aproximar mais do Douglas Adams pra frente. É um estilo que eu tentei não seguir mas foi mais forte do que eu, então deixei ir. Espero que curta! 


Denis Rodrigues

27/01/2019 às 16:42 • Tomada de consciência
Olá, excelente primeiro capítulo. Histórias de ficção científica não são tão comuns aqui, especialmente uma que começa com um enfoque tão original como a sua. Ótima ideia de descrever esse androide despertando. E também acho que o capítulo faz um bom trabalho de expor um pouco da personalidade dessa inteligência artificial: arrogante, olhando a humanidade de cima para baixo.
 
Muito curioso com o que você vai fazer com essa história. Bom trabalho!


Resposta do Autor [Dolmayan]: Se eu fosse a coisa mais inteligente do planeta e fosse criada pra consertar a cagada que a espécie que se considera superior fez, eu ia acordar mandando todo mundo a merda. Acho que ela tá bem educada.
Zoeiras à parte, valeu man! Espero que continue curtindo. Ficção científica é meu gênero favorito. Asimov e Douglas Adams são meus autores favoritos nessa vida. Espero passar um pouco disso na escrita.
Valeu!


FagnerLSantos

28/01/2019 às 00:25 • Tomada de consciência
Foi um início de chamar a atenção, vamos ver que verdades serão descobertas com essa tomada de consciência.


Resposta do Autor [Dolmayan]: Obrigada! Esse início de história foi o que deu origem a todo o resto, e não o contrário. Escrevi, antes de tudo, essa cena, e desenvolvi uma história ao redor dela, então fico feliz que tenha gostado!


FagnerLSantos

28/01/2019 às 00:44 • E lá vamos nós de novo
Pelo visto a extinção das abelhas mudou drasticamente o destino da humanidade e ao que parece, a humanidade pretende ignorar a chance de viver por mais alguns anos. No aguardo pelo Capítulo 3!


Resposta do Autor [Dolmayan]: A humanidade é burra na maior parte das vezes, a exceção é a racionalidade... hahaha


Denis Rodrigues

28/01/2019 às 16:11 • E lá vamos nós de novo
Interessante a decisão pelo narrador onisciente, com as informações além do tempo sendo dadas, como a da nova era a partir de 2044.
Hum, admiro sua disposiçãod e tratar assuntos tão complexos assim em sua história, tradicionalmente a ficção científica tem sido um excelente veículo de certas discussões para um público mais amplo, o que exige um nível de domínio dos temas escolhidos. Espero que você dê conta de lidar com essas questões de maneira satisfatória, eheh.
Obviamente, é bem discutível o que diferencia a humanidade dos demais animais, mas o prof. Luiz Marques aponta a perspectiva do próprio fim como um das duas características próprias da humanidade. Isso não é tão distante da religião, já que esta é uma forma de resolução daquela.
Os acontecimentos nesse capítulo me surpreenderam, não esperava ação tão rápido assim, mas estou bem curioso com quem, ou que grupo, está atrás da androide e seu criador.


Resposta do Autor [Dolmayan]: A questão sobre o que nos diferencia do resto dos animais é, claro, altamente discutível, mas no texto foi mais uma questão alegórica que direta: seres humanos são capazes de criar ficção. No texto, usei a ficção das religiões, pois tiveram um enorme impacto na evolução cognitiva, mas poderia também citar a criação de comunidades, de cidades, de normas sociais. Na base, é a criação de histórias, de ficção, que fazem com que seres humanos consigam trabalhar de forma adaptável e maleável, algo que nenhum outro animal consegue. Quando os primeiros hominídeos começaram a adorar alguma forma de deus - provavelmente algum animal ou árvore - é que suas relações interpessoais se aprofundaram, pois, diferente dos chimpanzés, não era mais preciso conhecer outro indivíduo para confiar nele. Basta acreditar nas mesmas "ficções". Obviamente é igualmente discutível, mas é bastante reportado que essas ficções foram responsáveis pelas mudanças cognitivas que nos separariam para sempre dos demais hominídeos que conviveram conosco.
Espero também conseguir lidar com essas questões de forma satisfatória, mas pode confiar que eu nunca vou inventar nenhuma teoria, sempre vai vir com base de pesquisa. É o que eu mais gosto de fazer e é o motivo de gostar tanto de ficção científica. E seria ótimo poder discutir essas coisas que vão surgindo também, então seja sempre bem vindo a apontar suas próprias pesquisas e opiniões! Obrigada!


Denis Rodrigues

30/01/2019 às 16:51 • - President
Diálogo é mesmo uma coisa mágica na escrita: deixa o texto tão mais fácil de ler, tão mais fluído. Não estou reclamando de forma alguma de sua prosa até aqui, mas este capítulo foi de longe o mais gostoso de ler e o que mais revelou informações. Você disse que é fã do Asimov e acho que ele se aproveitava disso mais do que ninguém. Claro que também é uma consequência de suas próprias limitações técnicas/artísticas como escritor, mas os livros dele são tão simples, tão diretos com, sei lá, 80% da prosa sendo diálogos.
Minha maior dúvida com esse capítulo é o fato de que a palestra no capítulo passado já ter chamada tanta atenção para a Thea assim que, de completamente ignorada pelo governo, ela passa a exigir a atenção do próprio presidente e sua alta cúpula. Ainda mais no ano de 2040, quando a tecnologia já está bem mais avançada. Claro, parece que a Inteligência Artificial real aqui é tratada como uma espécie de Santo Graal, mas suspeito que existe algo a mais por trás disso (bem como por trás do ataque terrorista, o que o Andrew deixa claro), informações que ainda não recebemos. Veremos.


Resposta do Autor [Dolmayan]: Cara, você não tem noção do quão bom é ler seus comentários. Essa coisa do diálogo como parte principal da narrativa é algo que eu tinha em mente desde o início, justamente pra me manter fiel à ficção científica (de Asimov, principalmente). Concordo 100%. Asimov escrevia ideias extremamente complexas de forma simples e direta e com muito mais diálogo do que descrições, exatamente porque ele trata de realidades muito diferentes. Como falar sobre um futuro de décadas e décadas pra frente? Como descrever a formação da consciência de uma inteligência artificial? A ideia é justamente que nós, hoje, não temos como compreender, então mais do que transmitir uma mensagem, Asimov, com poucas palavras, transmitia ideias inteiras, e ele é uma grande referência minha. Fiquei feliz que tocou nisso.
Quanto à importância ou desimportância da Thea, ambas as coisas são foco da história. É uma crítica à forma como lidamos com os problemas e nossa crença ou descrença na ciência. Quanto às inteligências artificiais do período, elas não são muuuuito diferentes do que temos hoje, só conseguem fazer mais cáculos por segundo, por assim dizer. Inteligência artificial não significa consciência. A maior parte dessas IAs a que me refiro no texto não são instaladas em androids. São caras demais pra isso. Elas funcionam em computadores, como o WATSON da IBM. Thea é uma "consciência" artificial. Ela tem noção de existência, cogito ergo sum. Como Andrew diz, seria absurdo instalar seu algoritmo num computador, porque esse computador teria consciência de si, e isso seria terrível.
E quanto ao que existe por trás disso, veremos, de fato. Muito obrigada pelo comentário!


Angelina Dourado

31/01/2019 às 21:38 • - President
Adorando essa história, muito bem bolada. Gostei muito desse capítulo repleto de ''crítica social fod#'', principalmente as voadoras que o Andrew jogou nesses engravatados. Fazia um bom tempo que não lia uma distopia tão boa!


Resposta do Autor [Dolmayan]: Pode ficar por aqui então porque vai ter muito mais crítica social e em breve, também coisas mais relacionadas ao Brasil. O Brasil é um desafio por si só, porque é muito difícil escrever uma ficção que supere as reviravoltas da realidade brasileira hahaha. Muito obrigada pelo review e espero que continue gostando :) 


FagnerLSantos

04/02/2019 às 20:13 • - President
Parece que os governo americano está receoso e preocupado com o próprio nariz (que novidade...). Vamos ver no que isso vai dar, apesar de que a descrença geral aí deixa a impressão de que tudo vai dar errado e a humanidade vai ferrar tudo pensando só em seus próprios interesses.


Resposta do Autor [Dolmayan]: Com certeza essa é a impressão que todos estão nessa história. Mas a humanidade precisa de um reboot ;) 


WhiteStorm

30/01/2019 às 11:49 • Belize
Estou adorando essa história, só quero ver qual rumo ela vai tomar. Estou ansiosa pelo próximo capítulo! Por favor, continue assim. Eu encontrei essa história no momento certo,  pois estou muito indignada com a humanidade kkkk. 


Resposta do Autor [Dolmayan]: Pode ter certeza que ela vai tomar rumos bizarros, estranhos, distópicos e utópicos ao mesmo tempo hahahaha Espero que continue gostando, muito obrigada!!


Denis Rodrigues

30/01/2019 às 17:14 • Belize
Aparentemente existem outras inteligências artificiais no seu mundo, mas minha pergunta do último capítulo parece mais clarificada aqui: Thea seria capaz de resolver o problema das abelhas sem matar geral, o que parece uma grande questão.
Honestamente realmente me parece estranho focar tanto assim nas abelhas. Não entendo muito do assunto, admito, mas pelo quase nada que ouvi sobre, me parece algo mais associado ao uso de certos agrotóxicos, o que certamente já estarão bem menos invasivos até 2040. Além disso, se esses são cientistas são tão espertos para criar uma androide capaz de tantas funções humanas, porque não criar uma máquina de polinização que faça o trabalho delas? Não é o aumento dos padrões de consumo de energia e a produção crescente de lixo problemas muito mais difíceis de resolver a longo prazo atualmente?
Mas não importa realmente, eheh, entendo que é uma decisão consciente da sua obra ficcional. Não quero ser cínico e realmente meu entendimento do assunto é precário: não sou de exatas, mas um humanista de formação
Fico satisfeito em ver a comunidade anti-científica "bem" representada. É um dos fenômenos mais curiosos das últimas décadas e sinto que ainda falamos muito pouco sobre isso. Um dos meus melhores amigos quer estudar sobre isso e certamente quero vê-los representados em obras de ficção, não só como recurso cômico, o que é meio inevitável, mas também como legitimamente perigosos, o que são. Ótimo trabalho!


Resposta do Autor [Dolmayan]: E de novo, é ótimo que tenha trazido esse ponto e sua questão é absolutamente válida. Quando você diz que é estranho focar nas abelhas, está correto. Quando diz que está associado ao uso de agrotóxicos, está correto (ainda que tenha mais alguns outros problemas também). Quando diz que os agrotóxicos estarão menos invasivos até 2040....bem, a tendência da humanidade não segue esse ritmo. Mas a sua lógica está perfeita. Porque é o que faria sentido. E eu vou elucidar isso com mais calma em um capítulo próximo, mas o fato é que o ser humano não age de forma lógica pra evitar, previnir ou antecipar problemas. Ele age de forma lógica pra corrigi-los.
Por que os cientistas criam um android caríssimo e ultra complexo pra remediar um problema ao invés de simplesmente reduzir os agrotóxicos? Porque é assim que funcionamos, e é assim que funcionamos nos últimos 10 mil anos. Exemplos não faltarão no texto. Mas a questão das abelhas, hoje, é patética, e gigantesca ao mesmo tempo. Sou bióloga e, apesar de não trabalhar com abelhas (trabalho com diagnóstico e controle de influenza aviária), estudei muito sobre a questão. Métodos artificiais de polinização são inviáveis. A maior parte da polinização é feita por abelhas selvagens, e não pelas domésticas. As abelhas foram recentemente classificadas como os animais mais importantes do planeta terra. Elas seguram literalmente todo o ecossistema de suporte ao homem. 3/4 dos nossos alimentos simplesmente desapareceriam sem as abelhas. E tem uma leva gigantesca de cientistas correndo pra achar métodos de polinização levando em consideração a extinção delas. Isso é sério. Hoje, 2019, estão pensando em formas de polinizar os alimentos sem as abelhas, e até hoje só se conclui que é inviável em larga escala. Mas não tem nada visando interromper a morte delas. Só congressos de cientistas falando que vai dar merda, falando o que é pra fazer, falando o que as mata, mas nenhuma ação. Só viram ações os métodos de polinização alternativos extremamente falhos (tem mini drones simulando abelhas, igual em Black Mirror, mas são basicamente inúteis).
Mas o seu ponto é extremamente correto em todos os seus argumentos. Você fez toda a lógica: por que abelhas? Por que não problemas maiores? Por que fazer um android caríssimo e ultra complexo quando há formas mais simples?
E a resposta disso tudo é justamente o que quero passar com essa história. Vou explicar melhor. Mas a resposta é uma analogia à Ilha de Páscoa.
Obrigada!