De todas as suas histórias, essa aqui foi a que mais me envolveu no enredo, que me fez esquecer onde eu estava e me fez entrar de cabeça no conto.
Eu não fiquei "isso aqui é a cara dele", nem nada do tipo, acho que sem aquele narrador que eu já visualizava praticamente como o autor e por consequência vc, Bruno, a trama se desenrolou suavemente e até mesmo suas figuras de linguagem e descrições das lembranças e sentimentos ficaram mais naturais.
Ironicamente a história pertence ao gênero que eu menos gosto, mas fui atraída pelo "contém violência " que para quem não sabe, até que me agrada um pouco.
Mas só um pouco.
Adorei a sua protagonista, Valiae é carismática sem ser comum, muito pelo contrário, ela é estranha e sabe disso, mas eu a imagino como alguém peculiar e prático, com quem seria interessante bater um papo, já que ela foi uma criança cheia de imaginação e agora é uma jovem mulher cheia de carga emocional.
Gostei dela de verdade, talvez ela seja a mais real das pessoas de todo o seu universo, possivelmente a perda do pai seja a responsável por essa nuance mais verdadeira, não sei.
Não esperava uma cruz dentro do relógio, talvez uma voz ou uma sensação de medo pior ou até mesmo um portal para outro mundo, não tinha nada na mente em concreto, estava no mesmo raciocínio que a personagem, no mesmo lugar e estado que ela, então nem fiz projeções para o que teria mais a frente, mas uma cruz foi inesperado.
Suponho que essa é a hora em que eu começo a me benzer e fazer uma reza braba, porque daqui em diante só vem tiro, porrada e bomba.
Bjuxxx e estou no aguardo do próximo, continue com essa média de palavras, o ritmo fica bom assim.
P.s.: na capa consta q serão cinco capítulos, mas na nota vc disse q o primeiro tem 3 partes, isso significa dizer q na prática teremos mais de cinco capítulos? 

Resposta do Autor [BJosé]: Olá, Lara! Só pra não esquecer de responder: serão cinco capítulos, mas, dependendo do tamanho deles, eu vou dividir em partes. Pra não ficar nada imenso e desconfortável - o que também me dá mais tempo de escrever que eu não sou nenhum besta. RISOS.
Que bom que você gostou da narração! Sabe, eu tava pensando, enquanto estava fazendo o projeto dessa história, como eu ia narrar. Eu achei melhor um narrador diferente do outro que usei no pote de biscoitos; o tom é diferente. É melhor optar por um narrador menos dedudo na história. 
Pois é! Tinha uma cruz de madeira lá dentro; e se o relógio estiver cheio de bicho? Vixe! @_@
Deixa o relógio abrir. :)
Obrigado por ler! Até o próximo! :D

O que mais gostou no capítulo?

o tufão de borboletas

Ah sim, meu conto favorito com certeza! 
Eu gosto muito de toda a construção dessa história, do ritmo e dos elementos, mas eu já falei isso, não vou repetir.
Minha hipótese mais concreta para a presença da cruz é que o pai sentia que não mais poderia proteger Valiae, então pois a cruz como uma espécie de peso sobre o relógio ou o que quer que tenha lá e agora que ela tirou, as coisas vão ficar interessantes. 
Mas a parte dele não ser muito religioso enfraquece um pouco minha teoria, pq vc diria isso se não tivesse algo mais aí? 
Adorei sua abordagem sobre o luto, o apagamento e as memórias. Ficou muito bonita essa reflexão de como nós encaramos a morte e damos sentido a vida que se perde, mas que, por outro lado, tem que continuar.
A menção a Pomerillo foi bem legal, lembrei das borboletas das lanternas e não sei se tem algo a ver com a borboleta da "bruxa boa" das terras distantes, mas gostei muito da atitude da mãe de ter visto o sadismo por trás de um escritor meio esquisitão, que se aproveita do medo de uma garotinha para fazer um livro para ela.
Claro que não é a verdade, mas eu gostei do fato dela ter visto assim, porque é o lógico para quem não tem intimidade com o homem e nem sabe que as histórias dele são reais, né?
Gostei ainda mais desse capítulo do que do primeiro, o envolvimento de não pensar muito no mundo exterior e nem em quem escreveu ficou maior e isso é um grande mérito. 
Agora deixa eu falar minha parte favorita do capítulo: que cena linda essa do tufão de borboletas!
A descrição foi maravilhosa, eu estava vendo a sala perfeitamente e fiquei meio confusa quando ela começou a subir e descer, na minha mente eu fiquei fazendo o movimento de subida e descida dos objetos e isso meio que causa um efeito estranho, de ondulação espacial, então quando tudo se transformou em milhares de borboletas, tudo fez sentido eu me senti a própria Valiae, porque eu entendi perfeitamente a cena e ela foi linda!
Não estou falando isso apenas porque você é meu amigo, mas juro que fiquei impressionada com isso, porque você conseguiu fazer a cena de ficção ser real e deve estar escrito em algum lugar que é disso que se trata a escrita, não saberia dizer, mas parabéns pela conquista.
Então é isso, obrigada por mais um capítulo!
Bjuxxx