Comentários em Tumbeiro

Last Rose of Summer

21/06/2016 às 21:27 • Capítulo Único

[SBLAN — CRITIQUE-ME]




Olá, meu querido, tudo bem? Eu sou a Giulia, sua crítica do projeto critique-me, que é uma iniciativa da liga dos betas no SBLAN (mas isso você já sabe, AHAHAHA). Estou aqui hoje para entregar a crítica linda e cheirosa da sua fic, e espero que seja tudo o que você estava esperando.
Antes de começar, porém, eu gostaria de dizer que minha intenção aqui não é e nunca será diminuir você ou a sua história de nenhuma maneira, e que tudo o que eu disser será na melhor das intenções com o único objetivo de te ajudar a melhorar a sua história. Acho importante mencionar isso antes de mais nada, só pra ficar bem claro o que eu pretendo com o comentário que vem a seguir. Não se assuste, isso não quer dizer que direi muitas coisas ruins, AHAHAHA.
Vou dividir a crítica em partes, ok? Título, sinopse, gêneros, avisos, capítulo.

Sobre o título:
Na verdade, achei o título legal. Não é do tipo que a gente vê sempre por aí, e chama a atenção. Além disso, tem tudo a ver com a fic que você apresenta.


Sobre a sinopse:
Aqui você tem duas inconsistências históricas: 1) Angola só vai passar a existir em 1800 e tantos, na conferência de Berlim, e 2) 1583 é século XVI. Também não tenho certeza se o ápice do tráfico negreiro foi o século XVI, minhas pesquisas no google parecem indicar que esse ápice ocorreu no século XIX, quando 2,3 milhões de africanos foram trazidos ao Brasil.
Você tem também algumas palavras que deveriam estar acentuadas: século, tráfico, Atlântico; e uma vírgula que não devia estar ali (depois de português, antes de e cabe a ele).
Fora isso, a sinopse está muito boa: cumpre o seu papel e chama a atenção do leitor, além de falar sobre a história sem dar muitos spoilers sobre o final.


Sobre os gêneros e avisos:
Creio que a classificação livre está incorreta. Você menciona muito claramente a situação horrível dos escravos e descreve graficamente demais a violência. Falar em tripas, comentar dos membros espalhados pelo navio, cortar o braço…? Bem, eu colocaria um +16 na classificação e um aviso cheiroso de violência e, talvez, mutilação (lembre-se de que as regras do nyah! dizem que é obrigatório colocar um aviso se ele faz parte da sua história).
Sobre os gêneros, creio que falte indicar o gênero Fantasia, já que o protagonista é um feiticeiro. A falta do gênero fantasia indicado pode fazer com que o leitor leia a história esperando uma coisa e receba outra, completamente diferente.


Sobre a história em si:
Como eu disse ali em cima, a Angola ainda não existia, o que quer dizer que muito dificilmente o protagonista viveria numa vila, e, mais dificilmente ainda, falaria português fluentemente o suficiente para conversar com os marinheiros portugueses. Outra coisa, as tribos africanas num geral tinham poucas tendências monogâmicas: a maioria dos homens tinha mais de uma esposa; então ele estar casado somente com uma mulher é pouco crível.
Não vi a falta de descrição dos personagens como um ponto fraco. Na verdade, as descrições não me fizeram falta como leitora. E, já que a história foi contada quase toda na terceira pessoa restrita, quase que pelo ponto de vista do Afiba, faz sentido que ele não seja descrito, nem sua esposa. No entanto, você descreveu Zarina e o português, o que foi uma ótima escolha~
Outra coisa: você comentou no formulário que sua linguagem tinha sido simples, mas eu tenho que discordar. Em vários momentos, principalmente pro começo da história, você utilizou palavras que poderiam facilmente ser substituídas por palavras mais comuns no dia-a-dia. Não que tenha sido uma leitura muito difícil, mas se sua intenção é atingir um público amplo, eu sugeriria modificar essas palavras pra outras mais simples. Sem querer soar arrogante (há, isso me lembra aquele não sou x, mas…), mas eu possuo um bom vocabulário, e o fato de eu não ter encontrado grandes dificuldades na leitura pode ser por causa disso.
O que me leva a uma pergunta: você escreveu o começo e o meio/fim da história em tempos distintos? Porque eu *meio* que tive essa impressão. Tanto pela formatação, que se modifica (você começa usando hífen/meia-risca para indicar falas, e depois começa a usar travessão, além de ter usado parágrafos duplos em alguns momentos do começo) (o que eu sugiro mudar, AHAHA, já que hífen e meia-risca não são adequados para indicar fala, eles têm outras funções. O uso mais adequado é o travessão em todos os momentos, mesmo no meio da fala), quanto pela linguagem, que se simplifica. Não que tenha sido uma transição muito brusca, mas dá pra perceber alguma fala de uniformidade.
That being sad, uma outra coisa que me incomodou, e isso talvez tenha sido mais pessoal, foram as cenas de luta. O Afiba está cansado, comeu pouco por dias, mas ainda assim consegue lutar e vencer vários marujos antes de chamar o Jujau. Fora que ele é um feiticeiro, mas é capaz de usar lanças e espadas. Usar magia foi, claro, uma escolha inteligente para deixar mais crível o fato de que ele venceu sozinho a tripulação de dois navios portugueses, mas tive a impressão de que ainda assim não ficou tããão crível. Talvez ele pudesse usar a magia desde o começo? Ou talvez conseguisse organizar um motim?
Mas nem só de coisas ruins se faz uma crítica, ahahaha. Eu curti bastante a sua trama, tanto por ser um tema difícil de ser visto em fanfics, tanto pela maneira como foi desenvolvida. Também gostei do seu estilo de narração, realmente bastante fluido — sem frases curtas ou longas demais, sem momentos em que o leitor para e precisa reler pra entender o que está querendo dizer porque a frase está grande ou confusa. Gostei especialmente do final feliz, ahahaha. Adoro finais felizes.



É isso!
Obrigada por participar do Critique-me! Continue escrevendo sempre (:
Abraços,
Giulia.