Comentários em O namorado do vento

Yulia

19/05/2016 às 23:10 • O namorado do vento
Um devaneio vivo, caminhando entre os homens. Querer alguém parece coisa simples, mas como pode ser simples querer morar/se encontrar/se perder noutro corpo, noutra mente: um universo à parte, inexorável-desestruturado: incendiário. Quem faz parecer simples não sabe das estantes mentais a serem derrubadas, li uma vez que relações são vias de mão dupla, ela quis dizer uma coisa e eu entendi outra: o gozo, a agonia - o gozo na agonia. "[...] sentirei dor que me fará ser o antídoto e a ferida. Assim poderei nomear a minha amada", tua escrita grave casa com o arranhado dos violinos, com os cacos de vidro cortando os pés: casa com tudo que é certo, e eu tenho uma ânsia de cuidar dela para que nunca se perca.
As experiências só valem quando compartilhadas? As pessoas são, então, as coisas mais essenciais desse mundo? (Espero que haja outros onde perguntas assim não fecundem nem vinguem, essas mentes trabalhadeiras fazem adoecer tudo que um dia foi puro) Tu de certa forma me fascina, mas então lembro que não te conheço. Perdi-me ao deitar os olhos - cansados - em "namorado do vento". Do vento. Quão triste? Quão fugaz.
Eu acho que quando se abriga (obriga) alguém dentro de ti, retira-se do mundo um pouco dessa pessoa. Como sugar sutilmente. (Como salvar.)
Sinto-me quase na obrigação de agradecer pelos quinze anos de hipergrafia, mas não chegarei a tanto. 

Com carinho,

Yulia.
P.S. "[...] insistir nessa saudade que eu sinto de tudo que eu ainda não vi"...


Resposta do Autor [0 Ilimitado]: Sei que demorei muito para responder e meus pensamentos mais sublimes tendem a me dizer que eu deveria começar essa resposta curta com um pedido de desculpas. Simplesmente, fui sugado. Só, absorto por tanto, que tenho material inspirador para o resto da minha vida e olha que posso morrer amanhã, ou logo quando terminar essa mensagem, ou quem sabe agora, agora mesmo. 
Li e reli seu comentário. Confesso, meus olhos brilharam ao lê-lo, pois, senti que no âmago encontrou na minha fugidia escrita algo que a faça querer guardá-la... Mesmo que seja vento que vai para não voltar ao mesmo lugar. 
Yulia, obrigado por ter chegado até aqui. Depois de lembrar do seu comentário e assistir um filme cult, a inspiração engolfou-me e levou-me à pena, saiu uma pérola, daquelas que se espatifam no menor dos movimentos bruscos. Se puder, se quiser, seria um prazer tê-la mergulhada em mais um excerto de (in)sanidade:
https://fanfiction.com.br/historia/696729/Por_qual_motivo_escrever/capitulo/1/ . Sinta-se convidada. 
Até a próxima, espero.