Comentários em Um presente de Natal

Elyon Somniare

20/01/2014 às 18:49 • Um presente de Natal
Pessoalmente, não sou fã da narração com Presente do Indicativo, em especial quando é um narrador heterodiegético. Também aconselharia que situações típicas de animes/mangas - como a personagem a chorar no canto por uma ofensa, ou toda a gente se envolver em pancandaria colectiva - fossem evitadas, por trazem consigo um sentido de irrealidade.
No geral a história bem escrita. O enredo segue uma estrutura, as coisas estão bem explicadas, e a maioria das personagens encontra-se bem construída.
Abraço.


Resposta do Autor [Katsune-chan]: Primeiramente, obrigada por ter lido e comentado! Vou tentar responder tudo na ordem em que foi colocado.
Quanto ao tempo verbal, tive alguns probleminhas de "salada mista", que inclusive foram alertados pela minha beta e saí correndo para alterar. As duas primeiras cenas estavam escritas no Presente, como uma forma de relatar o que estava ocorrendo naquele exato instante nos dois lugares (Polo Norte e cidade do Machado). No entanto, durante a cena da delegacia, acabei inconscientemente trocando para o Pretérito (e depois ainda teve mais um pouco de "troca-troca" de tempos verbais em outros parágrafos). Por fim, durante a betagem, optei pelo Presente justamente para que o leitor pudesse acompanhar os acontecimentos "em tempo real", como se estivesse imerso na história. Quase como se assistisse ou participasse do processo investigativo com o restante dos detetives, podendo, assim, acompanhar e sentir as mesmas sensações que os personagens sentiram (como a surpresa nas reviravoltas ou a raiva por ter tido todo aquele trabalho para investigar, quando o culpado e a vítima eram a mesma pessoa e ainda tinha retornado para casa por conta própria). Pelo menos, essa foi minha intenção.
Quanto às situações de anime/mangás, optei pelo seu uso como alívio cômico, ao mesmo tempo em que fazia uma auto ironia da história, tendo em vista que em mangás as situações "choro no cantinho" e "pancadaria coletiva" geralmente são usadas como artifícios de comédia. Na cena de choro, pensei em criticar a forma de agir do Machado, e mostrar ainda o quanto Samir é criança, chorando daquele jeito mesmo na faixa dos trinta anos. Na cena de pancadaria, a intenção era evidenciar a raiva dos investigadores, afinal, se o Papai Noel voltou por conta própria e saudável, isso significa que aquela investigação internacional foi inútil (quem não ficaria com raiva depois de ver seu trabalho de dias sendo descartado?). Então, aqui seria como uma resposta, poderia até ser dos leitores (considerando que minha intenção era fazê-los participar emocionalmente da história), à situação ridícula em que o grupão foi colocado. Afinal, sentimentos nem sempre podem ser explicados, e quando se percebe, a ação já foi realizada sem pensar, como que por impulso.
Finalizando, foi uma correria para terminar tudo, fora os cortes que tive que fazer para caber nas 8000 palavras (apesar de o contador marcar mais do que de fato existe). Fiquei mesmo muito preocupada na estrutura do enredo, nas pistas, nas explicações... Tinha tido a ideia no dia 25 (sim, "naquele" dia, *risos*), enrolei uma semana por causa de um trabalho final, e, quando fui escrever, "empaquei" com a sequência lógica da investigação. Depois ainda transformei Mark em Marianne (sim, ela seria ele, mas como já muitos personagens masculinos, decidi trocar para uma mulher), procurei por nomes, pesquisei o trajeto (não necessariamente nessa ordem)... Quanto às personagens, quando ia trabalhar melhor algumas delas, lembrei-me da limitação de palavras...
Enfim, mas eis a fanfic pronta. Espero que tenha se divertido e obrigada pelas observações!
Até a próxima,
Katsune-chan.