Strike! escrita por Lirio_de_Maio


Capítulo 14
Capítulo 13 - Almost paradise


Notas iniciais do capítulo

Olá meninas, mais uma vez desculpem a demora... aconteceram muitas coisas! No fim a gente conversa! Curtam o capítulo... a fic está quase no fim! Bjs!



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CAPÍTULO XIII

Bella nunca assistira a uma partida de beisebol com indiferença, mesmo depois que seu pai havia parado de jogar. O velho Swan a ensinara a amar o esporte, desde sua mais tenra infância. E agora, ela chegara à conclusão de que nada mexia tanto com os nervos de um ser humano como uma partida de beisebol difícil. A tensão no ar parecia estalar como eletricidade estática.

Exatamente como acontecia quando ela e Edward faziam amor. Ali, sentada na parte reservada à imprensa, ela o observava, tentando adivinhar o que se passava por sua mente. Será que ele estaria pensando nela? Provavelmente não. Aquele jogo era decisivo. Se os Rebels perdessem, poderiam dar adeus ao título de campeão daquele ano. Aquela era a primeira vez, em cinco anos, que eles chegavam tão perto da derrota. De qualquer modo, chegar perto não queria dizer nada. A única coisa que contava era vencer.

Será que ele estava pensando em vencer, ou nela? Ou será que as duas coisas se misturavam em sua cabeça? As velhas incertezas de Bella voltaram-lhe à mente para assombrá-la como fantasmas. Começou a digitar alguma coisa em seu notebook, mas acabou desistindo. Não estava inspirada. Só conseguia pensar em Edward. Ele fazia amor do mesmo jeito que jogava: com determinação, mas ainda assim, com controle e paciência. Será que o fato de conquistá-la era crucial para ele? Será que aquele namoro acabaria se transformando num simples jogo, importante no momento, mas esquecido no ano seguinte? Ele lhe dissera muitas coisas. Coisas lindas. E parecia sincero.

Parecia. Aquele era o problema. E se ele agora estivesse pensando em outra mulher?

"Mas como você é idiota", ela disse a si mesma. "O coitado tem que vencer esse jogo de qualquer jeito e não deve estar com nenhum outro pensamento na cabeça!"

Havia um fato grave que não favorecia os Rebels. Eles não estavam jogando em casa. Embora houvesse alguns torcedores do time no estádio, a maioria esmagadora estava torcendo para os Kings.

— Cinco pratas como os Rebels vão perder.

Bella virou-se para o lado e olhou para um homem que havia se apresentado como Harry Vaughn, do Sun and Times.

— Você não está muito seguro, não é?

O repórter franziu a testa.

— Como assim?

— Se estivesse, teria apostado muito mais do que apenas cinco pratas.

Vaughn sorriu. Aquilo ia ser tão fácil quanto tirar um doce da boca de uma criança.

— Quanto você quer apostar?

A resposta veio rápida:

— Cinqüenta.

— Feito.

Edward não estava em seus melhores dias. Bella podia dizer aquilo só de observar o jeito como ele andava pelo campo. Conhecer bem o jeito dos jogadores fazia parte do seu trabalho, mas a coisa mudava de figura quando o assunto era Edward. Ela não apenas conhecia seu jeito. Conhecia também sua alma.

Como conhecera bem a alma de seu pai. Que pena que ambos não tivessem freqüentado a mesma escola. O velho Swan jogara num só time durante toda a vida. Edward jogara em quatro. Era só seu empresário aparecer com uma oferta maior que ele partia, sem nem olhar para trás. Tanta falta de lealdade a incomodava. Quem lhe garantia que ele não iria abandoná-la com a mesma facilidade?

E, além de tudo, havia o fato de que seu pai jamais aprovaria seu envolvimento com um homem que se vendia por um punhado de dólares a mais.

— Mais um ponto! — exclamou Harry Vaughn, entusiasmado. — Estamos ganhando!

Virou-se para Bella:

— Pode ir dando adeus ao seu rico dinheirinho!

— A partida ainda não acabou. — Ela deu um sorriso irônico. — Não acha que ainda é muito cedo para cantar vitória?

Ele franziu a testa.

— Você acredita em milagre?

— Não. Acredito em Edward “Raposa” Cullen.

Harry Vaughn deu uma cotovelada no repórter a seu lado, um sujeito alto e calado, que não abrira a boca desde que entrara no boxe.

— Ouviu essa? A moça é mesmo fã do cara!

Não. Ela não era apenas fã de Edward. Era a mulher da vida dele.

Pelo menos, era o que ela esperava.

Os Rebels conseguiram mais alguns pontos graças a um grande esforço de Emmett. Ainda há esperanças, ela pensou, olhando para Vaughn com um sorriso irônico nos lábios.

Um vendedor de sanduíches entrou no boxe e Bella comprou um cachorro-quente.

— Com bastante mostarda, por favor.

Começou a comer, sem desgrudar os olhos do campo. Os Kings marcaram mais um ponto. Vaughn olhou para ela, triunfante:

— Eu aceito cheque.

Bella engoliu um pedaço de cachorro-quente, junto com sua raiva.

— O jogo não acabou, cara. Será que ainda não percebeu?

O técnico Gibson chamou Edward para o arremesso seguinte.

Os Kings mandaram seu melhor batedor para enfrentá-lo. Bella segurou a respiração. O que acontecesse agora poderia decidir o jogo.

Ponto para os Rebels.

E outro.

E mais outro.

Bella soltou um grito.

— Ganhamos!

Harry Vaughn tirou a carteira do bolso, vermelho de raiva. Estava louco da vida.

— Você não perde por esperar. Amanhã, nós o pegamos.

Bella estendeu a mão para receber o dinheiro.

— Obrigada. Você acabou de pagar meu jantar.

Guardou o dinheiro na bolsa e deixou o boxe de cabeça erguida.

Resolveu esperar do lado de fora do vestiário. Sentia uma vontade enorme de entrar e abraçar Edward, mas achou melhor não pressioná-lo.

Ele apareceu quinze minutos depois, com os cabelos ainda úmidos do banho. Nunca o vira assim tão cansado. Pegou-o pelo braço e o afastou da multidão que tentava cercá-lo.

— Vamos sair daqui, antes que esses abutres façam a festa.

Eles caminharam rapidamente em direção ao estacionamento, onde ela deixara o carro.

— Parabéns, querido. Você esteve magnífico.

Edward percebeu que ela sentia orgulho dele. E aquilo era ainda melhor do que ter vencido o jogo.

— Obrigado.

— Você está com fome?

— Morrendo.

— Ótimo. Vamos jantar no Rasputin's, que é o melhor restaurante da cidade. Aliás, a conta já está paga. Harry Vaughn se encarregou dela.

— Quem é Harry Vaughn?

— Um repórter do Sun and Times. O filho da mãe teve a petulância de apostar cinqüenta pratas que você iria perder.

Edward parou de andar e a abraçou.

— É disso que eu gosto numa mulher. Confiança.

— E o que mais você gosta?

Ele sorriu.

— Vou mostrar quando estivermos a sós.

Pelo visto, porém, os dois não iriam ficar sozinhos muito depressa. Havia dezenas de fãs no estacionamento, à espera de seu ídolo.

Edward sorriu para eles, agradeceu o apoio recebido e assinou o que pareceu ser centenas de autógrafos. Ela o observava em silêncio. Que homem maravilhoso! Mesmo depois de um jogo exaustivo, fazia questão de dar atenção a todos que o procuravam.

"Talvez", ela pensou, sorrindo, "papai acabasse gostando dele." Esperou que o último torcedor se afastasse, para então abraçá-lo.

— Você é um amor, querido.

Ele colocou um dedo nos lábios dela.

— Psiu... Não deixe os Kings ouvirem você falar isso.

Eles riram e se aproximaram do Volvo alugado.

— Prefere que eu dirija, Bella?

— Você não está muito cansado?

Ele tomou a chave da mão dela e abriu-lhe a porta do carro.

— Não. É só ver você que o cansaço passa na hora.

Minutos depois, o Volvo seguia pelas ruas da cidade, congestionadas no final da tarde daquela sexta-feira.

Bella encostou a mão em seu ombro.

— Quero dar-lhe os parabéns de novo, Edward. Você esteve magnífico.

Ele deu um sorriso.

— Eu lhe disse um dia que, quando estou defendendo um time, ele recebe cem por cento de toda a minha concentração, energia e habilidade. Ou melhor, recebia.

— Como assim?

— Hoje, no campo, minha mente foi invadida por outros pensamentos.

Ela franziu a testa.

— Que pensamentos?

Edward deu um sorriso maroto.

— Eu não conseguia deixar de pensar numa garota maravilhosa se contorcendo de prazer numa banheira de hidromassagem.

Bella ficou vermelha.

— Estou lisonjeada.

— E deve ficar mesmo. A última mulher em que eu pensei durante um jogo foi em Judith  Ames.

— Ela era bonita?

Ele deu de ombros.

— Um urubu.

— Então a troco de que pensou nela?

— Judith Ames era minha professora de História. A bruxa disse que iria me reprovar se eu não tirasse nota sete no exame final. E o tal exame era no dia seguinte a um jogo muito importante.

— E ela o reprovou?

— Não.

— Que nota você tirou?

— Sete vírgula um.

— Parabéns.

— Obrigado. Sempre fui um péssimo aluno em História. Costumava me sair melhor em Matemática e Física.

Bella fez uma careta.

— Minhas piores matérias. Quase repeti um ano por causa da maldita Matemática. Detesto Geometria e... Ei! Você pegou o caminho errado! Devia ter virado à esquerda. O Rasputin's fica naquela outra rua.

Ele piscou para ela.

— Acontece que nós não estamos mais indo ao Rasputin's.

— Não?

— Não. Mudei de idéia. Vamos voltar ao hotel e pedir alguma coisa para comer no quarto.

— Mas eu pensei que você estivesse morrendo de fome!

— Estava. Só que, agora, estou morrendo de fome de outra coisa.

Ela deitou a cabeça no ombro dele.

— Eu nunca discuto com um vencedor.

— Mesmo que discutisse, iria perder seu tempo. Afinal, sou eu que estou dirigindo.

Pouco depois, chegaram ao hotel. No hall de entrada, deram de cara com Jawersky, Culhane e Emmett. Edward abraçou os amigos e os quatro ficaram conversando animadamente sobre o jogo, como se já não tivessem feito no vestiário. Bella o observava, cheia de orgulho. E cheia de uma outra coisa também: amor.

O amor, porém, era uma coisa assustadora, ela pensou, ao entrar no elevador ao lado dele. Era algo que implicava muita responsabilidade, e, às vezes, muita dor.

Mas deixaria para se preocupar com aquilo mais tarde. Agora, a única coisa que importava era ficar ao lado de Edward e curtir sua companhia.

Ele ligou para a copa e pediu dois hambúrgueres duplos, batatas fritas e  refrigerante. Dez minutos depois, o garçom que havia levado o lanche ao quarto tomava o elevador, feliz da vida com um guardanapo autografado na mão. Para ele, aquilo era muito melhor que qualquer gorjeta.

— Ao que parece — comentou Edward, pondo uma batata frita na boca —, todo mundo por aqui é fã de beisebol.

Bella deu um sorriso.

— É por causa do campeonato. Espere só o fim do ano, quando não costuma haver jogos. Ninguém mais vai lembrar de você.

Ele sorriu.

— Nada como uma mulher que levanta nosso ego...

Ela tirou o saquinho de batatas fritas da mão dele.

— É isso que eu vou fazer agora mesmo, Edward Cullen. Levantar seu ego.

Outro sorriso irônico.

— Você não gosta de batata frita?

— Gosto. Mas gosto muito mais de você.

— Hum... Que coisa boa de se ouvir. Mas posso sabe o que você tem em mente?

— Pode. Eu vou fazer amor com você.

— Que ótima idéia!

Bella o beijou. Edward a havia excitado de uma maneira louca, tinha virado suas emoções de cabeça para baixo. Agora, queria ver se conseguia fazer a mesma coisa com ele, se conseguia excitá-lo da mesma forma.

Começou a desabotoar-lhe a camisa azul-clara e lhe deu um beijo no peito nu. Ele ficou ali, parado, tentando controlar a vontade de jogá-la na cama, arrancar-lhe a roupa e amá-la até a exaustão.

Bella sentiu que ele tremeu ligeiramente.

— Está com frio, querido?

Ele sorriu.

— Exatamente o contrário.

— Ótimo.

Ele levou as mãos aos cabelos dela.

— Você é uma feiticeira, Bella Swan. Eu te quero tanto...

A camisa azul-clara foi ao chão e, momentos depois, o jeans desbotado tinha o mesmo destino. Sem conseguir se controlar mais, Edward a abraçou com força.

Como a amava! Como amava aquela mulher de temperamento explosivo, que o deixava completamente louco! De qualquer maneira, ainda sentia que havia alguma coisa, uma espécie de barreira entre eles. Bella estava insegura. Se ao menos ela soubesse o quanto seus medos eram infundados...

Sorriu para ela.

— Agora é a minha vez.

— Sua vez de quê?

— De despi-la. Esse seu vestido é muito bonito, mas prefiro você sem roupa nenhuma.

Momentos depois, estavam na cama. Bella soltou um gemido de prazer ao sentir o corpo quente de Edward em cima do seu. Tudo naquele homem era perfeito. Menos sua falta de lealdade. Ele costumava deixar os times que jogava sem ao menos olhar para trás.

Será que também a deixaria do mesmo modo?

Não era nada impossível.

Edward parou-de acariciá-la e olhou bem dentro dos olhos dela.

— Você está pensando de novo. Posso sentir isso.

Ela lhe deu um beijo na boca.

— E o que mais você está sentindo?

— Uma vontade inacreditável de possuí-la uma porção de vezes.

— Então que tal começar logo?

Ele sorriu.

— É pra já.

A paixão que os envolveu pareceu ofuscar qualquer outra coisa que já tivesse acontecido entre eles. Dallas estava maravilhada com a energia daquele homem, mesmo depois de uma partida difícil. E estava maravilhada também com o desejo frenético que a consumia.

Ele  a penetrou e ela desejou que aquele ato nunca mais tivesse fim. Uma felicidade enorme invadiu-lhe a alma, uma felicidade que ela nem sabia que existia.

Só mais tarde, após momentos arrebatadores de amor, que culminaram numa explosão gloriosa, eles começaram a conversar. Falaram da partida, dos outros jogadores, deles mesmos. Bella, a cabeça recostada no ombro dele, nunca havia imaginado que, um dia, sentiria tanta paz dentro da alma.

Edward deu-lhe um beijo nos cabelos.

— Ah, já ia me esquecendo de lhe contar uma coisa.

— O quê?

— Dwayme Peterson me procurou, assim que eu cheguei à cidade.

Bella levantou a cabeça, ao ouvir o nome do dono dos Kings.

— O que ele queria? Colocar um punhado de calmantes na sua comida?

Edward sorriu.

— Não. O coitado não é tão mau assim.

— Mas afinal, o que ele queria?

— Me convidar para integrar sua equipe, na próxima temporada.

Ela sentiu um frio na barriga.

— E o que você respondeu?

— Eu disse que, primeiro, tinha um campeonato para ganhar.

Bella sorriu, um pouco mais tranqüila.

— Ele deve ter ficado louco da vida, não é?

— Não. Disse que era por isso que me admirava tanto.

Ela ficou quieta. Será que ele iria mudar de time de novo? E se tais mudanças lhe eram tão simples, o fato de trocar de namorada ou de mulher não seria mais simples ainda?

De repente, Bella se sentiu solitária de novo, mesmo estando nos braços dele.


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Notas finais do capítulo

Enfim, meninas, mais um capítulo postado. Agradeço a todas vcs que acompanham a fic e deixam seus reviews ou não. Agradeço tb pelas palavras de incentivo e solidariedade pelo período de dificuldades que estou enfrentando com a minha família. Meu irmão finalmente conseguiu autorização do juiz para passar os fins de semana de 15 em 15 dias com a Ísis, a filhinha dele, e finalmente, com quase 3 meses de atraso, vamos fazer a festinha de dois anos dela. Minha madrinha está aceitando melhor o tratamento contra o câncer e assim vamos levando, sempre com otimismo. Que Deus ilumine sempre o caminho de todas vcs. Bjs!