Talismã escrita por ALima
Notas iniciais do capítulo
Nova fase da fic. Muitas emoções nesse capítulo. Apenas não me matem, ok?
Spoiler próx. capítulo: Amber visita o pai. Curiosos? 5 reviews pra capítulo amanhã, 23/11.
Eu estava no aeroporto sentada com Erick, me despedindo dele, que iria embora neste dia. Os pais dele nos deram um tempo sozinhos, pra conversarmos antes dele partir.
- Por que será que é tão difícil dizer adeus? –ele disse com os olhos vagos.
- Não sei. Só sei que sentirei sua falta. Tudo que tivemos juntos foi muito verdadeiro, e é bom que você vá com essa lembrança boa de nós dois. –eu disse e ele tentou sorrir.
- Sim. Agora o destino que faça sua parte. Se tivermos que ficar juntos, ficaremos, senão, boa sorte com tudo o que você passará. –nos abraçamos. Senti minha garganta apertar, mas não conseguia chorar. Senti-me mal por deixá-lo ir sendo enganado, não sabendo o que eu realmente era, sendo que eu gostava dele e ele de mim.
- Erick, eu preciso te confidenciar algo...
- Senhores passageiros do voo 1636, favor dirijam-se ao portão de embarque.
- Uh, é melhor irmos. –eu disse.
- O que você ia dizer, A?
- Deixa pra lá, não é nada importante não.
- Tem certeza?
- Sim.
Dei um último beijo nele e o vi se distanciar.
- Me mande um postal! – eu gritei.
- Quantos você quiser. –ele gritou de volta.
Eu sorri e fui embora. Dei partida no carro, e quando olhei para o lado, Carl estava lá. Quase morri de susto.
- Seu idiota! Quase me matou de tanto susto! –eu disse com raiva.
- Calma. Vim aqui apenas te consolar.
- Sei, sei. Quem te permitiu?
- Nessas horas é bom poder se tornar uma sombra às vezes.
Eu revirei os olhos.
- Vamos beber? –ele disse. Eu o olhei séria. – Você sabe que melhora a dor do coração perdido. – eu continue fitando-o. – Tá, parei. Mas o convite ainda está de pé.
- Só porque você é muito insistente. E porque eu ainda preciso de umas informações.
Dei partida no carro e fui a toda velocidade até o Lê Bistrô, mesmo lugar que nos encontramos pela primeira vez.
- Eu quero um chá gelado - eu disse pra garçonete.
- Eu quero um conhaque. –ele disse.
Ela anotou e saiu.
- Vou beber por você. –ele disse.
- Sabia que você é muito irritante? –eu disse.
- O mesmo pra você.
A garçonete entregou nossos pedidos e se foi, rebolando. Esqueci de dizer: Era a mesma da última vez que viemos.
- Ela não chega aos seus pés. Mas coitada. Terminou com o antigo namorado há pouco. Ele a traiu.
- Como você sabe disso tudo? – perguntei meio estarrecida.
- Ser sombra é legal, mas entediante. Tinha que arrumar algo pra fazer.
- Você quer dizer espionar a vida dos outros.
- Que se dane. –ele deu de ombros.
Ficamos conversando por mais algum tempo. Carl era irritante às vezes, mas muito divertido. E bonito, tenho que confessar. O problema era ele ser filho de um demônio, querer me levar pras trevas. Mas eu não me importo. Ele não conseguirá.
Fui embora e Carl me acompanhou. Assim que cheguei lá, ele se foi. Estava subindo a escadaria quando quase tropeço em alguma coisa. O problema é que essa “coisa” era um cadáver. Um jovem homem, pra ser exata: Seus olhos acinzentados esbugalhados e a boca aberta. Sua expressão era de puro terror. Da cintura pra baixo estava envolto em um pano preto. No seu abdome, tinha uma mensagem: Já é hora. Meu choque foi enorme quando notei que aquele cadáver era meu melhor amigo, Jake. Um nó se formou em minha garganta e eu gritei o mais alto que pude.
_______________________________
Pov’s de Carl
- Droga, mestre. Por que fez isso? –disse eu furioso.
- Ah, não me venha com receios, Carl. Era necessário.
- Necessário para quê? Pra tornar ela ainda mais nossa inimiga?
- Não é o seu papel torná-la nossa aliada?
- E é assim que você me ajuda? Matando seu melhor amigo?
- Ela teve foi sorte de não ter sido o namoradinho.
Nesse instante meu pai entra na sala.
- O que está acontecendo?
- É seu filho, John. Não quer aceitar minhas decisões.
- O que você fez Larry?
- Ele matou o melhor amigo da Amber. Como se isso ajudasse ela a ficar do nosso lado. –eu disse revoltado.
- Você fez isso, Larry?
- Sim. Considerei necessário.
Os dois começaram um bate-boca, mas eu estava nervoso demais para aquilo.
- CHEGA! CHEGA! Eu cansei desse inferno. Eu cansei dessa vida. De obedecer a ordens de uma pessoa que não mede as conseqüências de seus atos, de um pai que não dá a mínima pra nenhum dos meus sentimentos e só conversa comigo por eu ser o herdeiro ao trono. Chega, eu desisto. Abro mão de tudo.
- Você NÃO pode fazer isso, Carl. – os dois disseram em uníssono.
- Quem disse que não? Adeus.
Disse e saí dali. Direto para a superfície, que é onde eu me abrigaria agora. Sem hesitar, pulei a janela do quarto de Amber, que estava lá, sozinha, gritando desesperada.
- Hey, Amber.
- Saia daqui imediatamente. –ela disse sussurrando com sua voz baixa.
- Eu fiquei sabendo sobre Jake, Amber. Mas não fui eu quem fez aquilo.
- Quem foi então?
- Foi o mestre.
- Quem?
Sentei-me e contei-lhe toda a história. Ela conseguiu se acalmar um pouco.
- Eu estou do seu lado, Amber. Você precisa confiar em mim.
- Eu não tenho outra opção, não é mesmo? –disse ela forçando um sorriso.
- Acho que não.
- O que ele quis dizer com “Está chegando a hora.”?
- A guerra vai começar.
- Temos tempo?
- Cerca de um ano, mais ou menos.
- Isso não é muito tempo?
- Não, Amber. Não pras proporções dessa guerra.
Ouvimos três batidas na porta. Estava prestes a sair, mas Amber disse pra eu ficar.
- Pode entrar.
Os pais dela entraram, e me encararam.
- Mãe, pai, quero que conheçam Carl, meu novo aliado.
Ela contou-lhes tudo, e eu confesso que fiquei um pouco envergonhado. Quando ela finalmente terminou, Valéria olhou pra Paul, e depois de volta pra Amber e disse:
- Querida, é hora de ver seu pai verdadeiro.
- Tudo bem.
- Vamos embarcar pra Sibéria. –disse Paul.
- Você vem, Carl?
- Não. Ficarei aqui protegendo os outros.
Ela abriu um sorriso. Os pais dela saíram pra arrumar tudo pra viagem, que ocorreria no dia seguinte.
Ela me abraçou e disse: - Fico feliz por ter alguém do meu lado.
Não pude evitar sorrir.
Nossos rostos estavam bem perto nesse momento, e eu queria beijá-la, mas o celular dela tocou nos tirando de nossos devaneios.
Saí pela janela novamente, apenas acenando. Eu tinha muito trabalho pela frente.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Gostaram? Amaram? Odiaram?
5 REVIIIIEEEEEWS! *-*