Talismã escrita por ALima


Capítulo 9
Capítulo 9 - O começo do inferno


Notas iniciais do capítulo

Nova fase da fic. Muitas emoções nesse capítulo. Apenas não me matem, ok?
Spoiler próx. capítulo: Amber visita o pai. Curiosos? 5 reviews pra capítulo amanhã, 23/11.



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Eu estava no aeroporto sentada com Erick, me despedindo dele, que iria embora neste dia. Os pais dele nos deram um tempo sozinhos, pra conversarmos antes dele partir.

- Por que será que é tão difícil dizer adeus? –ele disse com os olhos vagos.

- Não sei. Só sei que sentirei sua falta. Tudo que tivemos juntos foi muito verdadeiro, e é bom que você vá com essa lembrança boa de nós dois. –eu disse e ele tentou sorrir.

- Sim. Agora o destino que faça sua parte. Se tivermos que ficar juntos, ficaremos, senão, boa sorte com tudo o que você passará. –nos abraçamos. Senti minha garganta apertar, mas não conseguia chorar. Senti-me mal por deixá-lo ir sendo enganado, não sabendo o que eu realmente era, sendo que eu gostava dele e ele de mim.

- Erick, eu preciso te confidenciar algo...

- Senhores passageiros do voo 1636, favor dirijam-se ao portão de embarque.

- Uh, é melhor irmos. –eu disse.

- O que você ia dizer, A?

- Deixa pra lá, não é nada importante não.

- Tem certeza?
- Sim.

Dei um último beijo nele e o vi se distanciar.

- Me mande um postal! – eu gritei.

- Quantos você quiser. –ele gritou de volta.

Eu sorri e fui embora. Dei partida no carro, e quando olhei para o lado, Carl estava lá. Quase morri de susto.

- Seu idiota! Quase me matou de tanto susto! –eu disse com raiva.

- Calma. Vim aqui apenas te consolar.

- Sei, sei. Quem te permitiu?

- Nessas horas é bom poder se tornar uma sombra às vezes.

Eu revirei os olhos.

- Vamos beber? –ele disse. Eu o olhei séria. – Você sabe que melhora a dor do coração perdido. – eu continue fitando-o. – Tá, parei. Mas o convite ainda está de pé.

- Só porque você é muito insistente. E porque eu ainda preciso de umas informações.

Dei partida no carro e fui a toda velocidade até o Lê Bistrô, mesmo lugar que nos encontramos pela primeira vez.

- Eu quero um chá gelado - eu disse pra garçonete.

- Eu quero um conhaque. –ele disse.

Ela anotou e saiu.

- Vou beber por você. –ele disse.

- Sabia que você é muito irritante? –eu disse.

- O mesmo pra você.

A garçonete entregou nossos pedidos e se foi, rebolando. Esqueci de dizer: Era a mesma da última vez que viemos.

- Ela não chega aos seus pés. Mas coitada. Terminou com o antigo namorado há pouco. Ele a traiu.

- Como você sabe disso tudo? – perguntei meio estarrecida.

- Ser sombra é legal, mas entediante. Tinha que arrumar algo pra fazer.

- Você quer dizer espionar a vida dos outros.

- Que se dane. –ele deu de ombros.

Ficamos conversando por mais algum tempo. Carl era irritante às vezes, mas muito divertido. E bonito, tenho que confessar. O problema era ele ser filho de um demônio, querer me levar pras trevas. Mas eu não me importo. Ele não conseguirá.

Fui embora e Carl me acompanhou. Assim que cheguei lá, ele se foi. Estava subindo a escadaria quando quase tropeço em alguma coisa. O problema é que essa “coisa” era um cadáver. Um jovem homem, pra ser exata: Seus olhos acinzentados esbugalhados e a boca aberta. Sua expressão era de puro terror. Da cintura pra baixo estava envolto em um pano preto. No seu abdome, tinha uma mensagem: Já é hora. Meu choque foi enorme quando notei que aquele cadáver era meu melhor amigo, Jake. Um nó se formou em minha garganta e eu gritei o mais alto que pude.

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Pov’s de Carl

- Droga, mestre. Por que fez isso? –disse eu furioso.

- Ah, não me venha com receios, Carl. Era necessário.

- Necessário para quê? Pra tornar ela ainda mais nossa inimiga?

- Não é o seu papel torná-la nossa aliada?

- E é assim que você me ajuda? Matando seu melhor amigo?

- Ela teve foi sorte de não ter sido o namoradinho.

Nesse instante meu pai entra na sala.

- O que está acontecendo?

- É seu filho, John. Não quer aceitar minhas decisões.

- O que você fez Larry?

- Ele matou o melhor amigo da Amber. Como se isso ajudasse ela a ficar do nosso lado. –eu disse revoltado.

- Você fez isso, Larry?

- Sim. Considerei necessário.

Os dois começaram um bate-boca, mas eu estava nervoso demais para aquilo.

- CHEGA! CHEGA! Eu cansei desse inferno. Eu cansei dessa vida. De obedecer a ordens de uma pessoa que não mede as conseqüências de seus atos, de um pai que não dá a mínima pra nenhum dos meus sentimentos e só conversa comigo por eu ser o herdeiro ao trono. Chega, eu desisto. Abro mão de tudo.

- Você NÃO pode fazer isso, Carl. – os dois disseram em uníssono.

- Quem disse que não? Adeus.

Disse e saí dali. Direto para a superfície, que é onde eu me abrigaria agora. Sem hesitar, pulei a janela do quarto de Amber, que estava lá, sozinha, gritando desesperada.

- Hey, Amber.

- Saia daqui imediatamente. –ela disse sussurrando com sua voz baixa.

- Eu fiquei sabendo sobre Jake, Amber. Mas não fui eu quem fez aquilo.

- Quem foi então?

- Foi o mestre.

- Quem?

Sentei-me e contei-lhe toda a história. Ela conseguiu se acalmar um pouco.

- Eu estou do seu lado, Amber. Você precisa confiar em mim.

- Eu não tenho outra opção, não é mesmo? –disse ela forçando um sorriso.

- Acho que não.

- O que ele quis dizer com “Está chegando a hora.”?

- A guerra vai começar.

- Temos tempo?

- Cerca de um ano, mais ou menos.

- Isso não é muito tempo?

- Não, Amber. Não pras proporções dessa guerra.

Ouvimos três batidas na porta. Estava prestes a sair, mas Amber disse pra eu ficar.

- Pode entrar.

Os pais dela entraram, e me encararam.

- Mãe, pai, quero que conheçam Carl, meu novo aliado.

Ela contou-lhes tudo, e eu confesso que fiquei um pouco envergonhado. Quando ela finalmente terminou, Valéria olhou pra Paul, e depois de volta pra Amber e disse:

- Querida, é hora de ver seu pai verdadeiro.

- Tudo bem.

- Vamos embarcar pra Sibéria. –disse Paul.

- Você vem, Carl?

- Não. Ficarei aqui protegendo os outros.

Ela abriu um sorriso. Os pais dela saíram pra arrumar tudo pra viagem, que ocorreria no dia seguinte.

Ela me abraçou e disse: - Fico feliz por ter alguém do meu lado.

Não pude evitar sorrir.

Nossos rostos estavam bem perto nesse momento, e eu queria beijá-la, mas o celular dela tocou nos tirando de nossos devaneios.

Saí pela janela novamente, apenas acenando. Eu tinha muito trabalho pela frente.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Amaram? Odiaram?
5 REVIIIIEEEEEWS! *-*



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