Talismã escrita por ALima


Capítulo 19
Capítulo 19 - Now or Never


Notas iniciais do capítulo

Penúltimo capítulo no ar pra deixar a galera tristinha.
Só não me matem por esse capítulo antes de lerem o final, pf.
Nem me joguem macumba. A história terá um final digno.
Beijos e vejo vocês no fim.



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A batalha estava acontecendo a mais de uma hora, pelo que eu calculei. Eu coordenava todo esquema, ali, em pé, apenas observando o senhor do submundo, assim como ele fazia. Por mais que eu insistisse em lutar, ninguém deixava. Diziam que essa não era minha obrigação naquele momento, e que o exército do céu estava ali pra me ajudar com isso. Carl acabou com alguns demônios, assim como Peter e meu pai. Eu curava alguns anjos feridos. Mas eles eram muitos. E a poção de cura estava acabando. Tenho a certeza de que o outro exército estava passando pelos mesmos problemas, ao julgar pela tensão na cara de Lazarius.

Eu derrotei alguns demônios que tentavam se aproximar de algum membro da minha família apenas com meus poderes mentais. Naquele momento, nenhum tipo de temor passou por mim. Não me sentia mais a simples Amber, ou Clarisse, como preferir. Sentia-me realmente alguma espécie de ser superior. Não que eu estivesse me achando, mas um poder diferente realmente estava tomando conta de meu ser. Eu simplesmente sabia sempre o que fazer, e o talismã inundava aquela manhã com seu brilho perolado. Impossível de não se notar. E um veneno pros demônios. Era só olhar diretamente pro meu amuleto, que eles queimavam e voltavam ao pó. Ao longo de algum tempo, os nossos exércitos já estavam muitíssimo enfraquecidos e restavam poucos soldados. Eu sentia que faltava pouco pro confronto final, que já estava iminente. E eu não errei. Dentro de pouco tempo, o senhor do submundo já caminhava em minha direção, assim como eu na dele. Num momento de distração, Lazarius pegou Carl e amarrou-o. Foi nessa hora que o desespero se instalou em mim.

- E agora, queridinha? O que você vai fazer? Você não é toda fortona? Acabe comigo agora. Chame seus dois papaizinhos queridos ali pra acabarem com Lazarius.

- Cale a boca.

- Não, eu não me calo não, e sabe por quê? Porque finalmente eu vou vencer. Vou ser dono desse mundo inteiro. As trevas dominarão esses humanos nojentos. Eles já se submetem a tantos idiotas corruptos, que não tem nem metade do meu poder. Por que eles não se submeteriam a nós? Hã? É tão fácil de manipulá-los. Pense só. Um exército de escravos inteiro pra nós. Tudo feito a nossa vontade. Isso sim é o paraíso. Falta pouco pra eu atacar. Você ainda pode se render. Você e Carl poderiam ficar felizes pra sempre numa masmorra confortável. Eu até te daria um bom cargo em meu governo, por ter sido uma boa garotinha. Ande, tire logo esse talismã, vai.

- Você é um doente!

- Eu não falaria assim comigo. Sua última palavra é não? ÓTIMO.

E assim, de surpresa, ele me lançou seu cetro, e tudo em mim simplesmente paralisou. Eu não conseguia mais pensar em nada, falar nada.

Eu só conseguia enxergar uma faca vinda em minha direção. Bem no meu coração. Mas eu não conseguia sair do lugar. Então, vi um vulto entrar na minha frente. Ele urrou de dor. Isso me fez despertar. Logo notei que o “vulto” era Peter.

- Gabriel! –eu disse chamando o anjo.

- Sim senhora.

- Cure-o, Gabriel. Cure-o, faça o que for preciso, mas cure-o.

- Oh, que cena emocionante. Pena que eu não tenho lencinhos pra enxugar minhas lágrimas de emoção.

- Você vai se arrepender, seu imundo.

E dizendo isso, lancei-lhe o que eu mais tinha de poderoso como poder mental. Ele caiu pra trás e me deu vantagem de avançar com minha já esvaída força pra cima dele com minha espada. Quando ia acertá-lo, ouvi mais um urro de dor. Era meu pai.

- Não me agüentei e virei pra trás. Pude ver meu pai lutando com Lazárius, com um braço quebrado e sua forma de lobo toda ensangüentada. Carl estava apagado mais perto. Mas não estava morto.

Então o mestre me lançou o cetro mais uma vez, me fazendo gritar de dor. Eu sentia que estava sendo queimada viva. Como da outra vez. Mas dessa vez com uma intensidade ainda maior. Então, algo veio em minha mente. Eu já não suportava mais. Alguns segundos e pronto. Estaria acabada. Talvez não morta, mas condenada a uma vida inteira de dor e sofrimento. Simplesmente não podia mais aceitar isso. Com o resquício de força e lucidez que ainda me sobravam, alcancei a faca que estava na minha outra perna, e enfiei no meu coração. Então, eu caí ali mesmo, sentindo a poça de sangue se formava ao meu redor. Depois, só escuridão. A morte chegara pra mim.

Pov Carl.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO! –escutei o grito ensurdecedor do senhor das trevas.

Eu estava imóvel ali, dando a impressão de que eu estava morto, ou desmaiado. A questão é que simplesmente eu não conseguia me mover. Deve ser feitiço ou algo assim. Naquele momento, eu soube que Clarisse tinha vencido, só não sabia como. O senhor das trevas desapareceu, assim como todo seu exército. Eles ficariam presos por apenas mais uns mil anos. O feitiço que me prendia ao solo já tinha acabado, e eu me levantei pra comemorar com Clarisse. Nesse momento, eu vi seu corpo inerte todo ensangüentado. Uma faca cortava seu peito.

- Oh meu Deus!

- Paul, com um braço quebrado, e Peter, ainda se recuperando, se aproximaram do corpo dela, todos chorando. Nesse momento, Valéria e Ness também chegaram, provavelmente pensando que a batalha tinha terminado. Ninguém ali continha as lágrimas, nem mesmo eu. Alguns anjos vieram ao nosso redor, provavelmente nos confortando.

- Clarisse foi uma heroína. Se matando, ela quebrou a maldição para todo o sempre. Ou seja, mais nada de talismãs. As forças do mal ficarão pra sempre presas lá em baixo. Em todos os outros escolhidos, faltou a coragem dela. Eu sei que todos vocês ficarão completamente abalados, mas não há o que possamos fazer. Que o céu a receba.

Eu me ajoelhei ao seu lado, sem me importar com o sangue.

- Clarisse. Eu te amo. Sempre amei, sempre amarei. Jamais vou amar outra além de você.

- Acho melhor levar o corpo pra um lugar apropriado, onde nos lembraremos dela pra sempre. –disse um dos anjos.

- Eu conheço o lugar perfeito. –eu disse.

- Então acompanhemos esse jovem.

Carregando-a nos braços, levei todos pra outra floresta. O primeiro lugar que eu a levei nos meus sonhos. Ás margens de um rio. Ninguém sabia da existência desse lugar. Depositei-a embaixo de uma árvore bem escondida.

Acariciei seus cabelos e murmurei as últimas palavras.

- Descanse em paz, meu amor.

Todos nós a deixamos ali. Chegando à casa de Valéria e Paul, acendemos algumas velas em sua homenagem. No quarto dela. Onde eu havia ido tantas vezes quando ela nem mesmo sabia de minha existência.

Esse foi meu fim.


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Notas finais do capítulo

Não me matem mesmo, girls. Pleease.



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