Talismã escrita por ALima


Capítulo 14
Capítulo 14


Notas iniciais do capítulo

Bom, me desculpem novamente pela demora. Mesmo de férias, eu tô fazendo muitas coisas, e isso me atrapalha um pouco a escrever.
Espero que vocês gostem desse capítulo, de verdade.
Estaria a fic quase no fim?
beeijos



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Frio. Escuridão. Todos os músculos e ossos do meu corpo vibravam em uma dor aguda. Meus olhos se negavam em abrir. Pensei que estivesse morta, mas logo sentia minha respiração naquele lugar que não me parecia nem um pouco familiar. Tinha um leve odor de enxofre. Com relutância, abri os olhos. Percebi que estava presa. O lugar era escuro, mas haviam enormes tochas no lugar. Fitei um homem, sentado em um trono, com uma túnica, com um capuz que cobria seu rosto.

- Ora, ora. Nossa querida dama acordou. –disse a voz grave.

- Quem é você e o que eu estou fazendo aqui? –perguntei, tentando soar firme, mas percebi que minha garganta estava incrivelmente dolorida.

- Nossa, que garotinha curiosa, não é mesmo? Sou a pessoa que você não gostaria de conhecer. Mas conheceu. Você está no submundo. Não que isso faça alguma diferença.

- Me prenderam pra todo aquele discurso de “fique do nosso lado blá blá blá?

- Senhor! Como é convencida, também! Pra sua informação, já sei que fez o juramento e encontrou seu papaizinho. Mas você está aqui porque eu quero o talismã, digo, o colar.

- Para que?

- Você está aniquilando minha paciência. Seja boazinha e será livre pra viver seu romance idiota com o fugitivo.

- Você diz, o Carl? O que se cansou da sua imprudência?

- Cale a boca. Apenas me entregue o talismã e deixe o mundo feliz.

- Por que você ainda não o pegou enquanto eu estava inconsciente?

- Porque não consegui nem encostar nessa droga. Ele pertence a você e apenas a você agora. Só você pode tirá-lo.

- E se eu disser não?

- Vai morrer.

- Beleza, vai em frente e me mate.

- Não acabe com minha paciência, sua idiota.

- Olha só quem fala.

- Já disse, me dê isto agora.

- Não.

- Então vai sofrer.

Ele me apontou seu tridente e uma onda de dor passou por todo o meu corpo. Senti-me queimando viva.

- Ouch! Faça isso parar. Tá doendo muito.

- O talismã primeiro.

- Haha. Só quando eu morrer.

A intensidade aumentou. Comecei a suar muito, minha pele doía demais, e meus olhos queriam saltar das órbitas. Realmente achei que fosse morrer, Mas...

- Pare já com isso. – disse a voz que eu reconheceria a 20 km de distância. Carl.

O tridente voou da mão do senhor, e a dor cessou imediatamente.

- Ora, ora. Não é que o traidor veio resgatar a boa moça! – disse o senhor ironizando.

- Vim buscá-la sim. E vou levá-la comigo.

- Cuidado, Carl Santhiago. Irá se arrepender depois. Ainda tem chance. Pode voltar e tomar o lugar que é seu por direito, o trono.

- Jamais Breane. Tenho nojo de tudo isso, dessa sujeira.

- Coitado de seu pai, está morrendo de desgosto nesse momento. Sua mãe deve estar tremendo no túmulo. Pelo menos ela morreu antes de ver o que o filhinho querido e protegido dela se tornou. Hahaha.

Sem perder tempo, Carl acertou-lhe um soco em cheio no rosto, fazendo-o cambalear e cair no chão. Pegou o tridente dele e partiu-o no meio. Me pegou no colo e fugimos dali.

- Você vai se arrepender, Carl... Vai se arrepender. –dizia Breane, o mestre.

Tive um vislumbre de uma floresta, mas minha mente estava cansada demais. Algo estava me puxando pra escuridão, mas eu não sonhei com nada. Apenas escuridão.

_________________________________________________________________

Voltei a abrir os olhos.  Estava no banco do carona de um carro que eu desconhecia. Meus olhos estavam embaçados, mas conseguia destinguir a sirulheta que estava ao meu lado.

- Clarisse, olá. Você está bem? –ele perguntou enquanto dirigia.

- Eu tô bem sim. Pra onde estamos indo?

- Pra onde você acha? Pra casa de seu pai.

- Estamos quase lá?

- Na verdade sim.

Poucos minutos depois, estacionamos na garagem da casa de meu pai. Entramos. Para a minha surpresa, meus outros pais, Valéria e Paul, estavam sentados na sala de estar com meu pai.

- Oh, céus. Está tudo bem com você, bebê? –minha mãe veio em minha direção me abraçando.

- Eu tô bem, mãe.

- Nenhum machucado, cicatriz ou...

- Não, mãe. Estou ótima. Mas, o que a senhora está fazendo aqui?

- Ah, bebê, eu fiquei extremamente preocupada com o que pudesse acontecer com você. Patrick nos ligou, contando tudo o que houve com você. Viemos no mesmo instante.

- Espera. Eu fiquei no submundo por quanto tempo?

- Dois dias. Você enfraqueceu demais, por isso não conseguia acordar. Carl, nosso herói, salvou você, boneca. –disse Patrick, meu pai.

- Eu te disse que tudo daria certo. –sussurrou meu pai.

Não pude evitar sorrir.

Sentamos e ficamos conversando por horas. Estava me sentindo exausta, e resolvi ir meditar um pouco, relaxar.

Fui pro meu quarto de meditação. Fiquei um bom tempo lá. Eu tinha melhorado uns 90%. Desci pra sala, e todos ainda estavam conversando. Aliás, todos menos Carl.

- Olá bebê. Patrick providenciou um pouco de sangue pra você. Está na cozinha. Aposto que ainda se sente fraca, não é mesmo? –disse mamãe.

- Sim, eu realmente estou um pouco fraca. Vou lá tomar. –disse, me dirigindo pra cozinha. Mas parei bruscamente. – Ah, onde está Carl?

- Disse que ia sair um pouco, tomar ar puro. Ele também parecia muito cansado. Exigiu muito dos poderes dele hoje.

Tomei meu sangue e saí pra procurá-lo.  Encontrei-o deitado nas campinas um pouco distante da cabana. Tentei não fazer barulho e me deitei ao seu lado, evitando fazer barulho. Ele encarava o céu fixamente.

- Se importa em dizer no que está pensando. –eu disse depois de alguns minutos, pra quebrar o silêncio.

- Estava repassando esses últimos dias. Pensando em quão perto eu estive de perder você. Se eu tivesse chegado dois minutos depois, você estaria morta. Isso custaria muita coisa.

- Relaxe, Carl. Vê? Eu estou aqui, mais viva do que nunca, ao seu lado.

- Eu sei. Mas quando você não estava, eu praticamente entrei em desespero. Imaginando onde estaria, como estaria, o que faria pra te salvar... essas coisas. Sabe o que isso significa, Clarisse?

- N-não. –disse meio hesitante.

- Que eu já não posso mais viver sem você.

- Isso é bom ou ruim?

- Isso é bom e ruim. Bom porque ah, você é maravilhosa. Porque está comigo, mesmo sabendo que não poderíamos estar juntos, porque você me faz feliz e temos a eternidade toda pra estarmos juntos. E ruim, porque eu traí minha família e tudo mais pra estar a seu lado. Eles irão fazer de tudo pra acabar com você. Já fariam, de certa forma, pois você se posicionou contra eles na grande guerra, mas eles farão ainda pior, simplesmente porque sabem que isso me afetaria imensamente.
- Não se preocupe, Carl. Eu... Eu amo você. Jamais deixarei nada acontecer a nós dois. Eu sei que te custou muita coisa largar tudo, mas você fez isso porque não podia concordar com tanta maldade, não é mesmo? Vamos viver uma coisa de cada vez.

- Eu também te amo, Clarisse. –ele me abraçou. – Mas acho que já é minha hora de partir.

- Partir pra onde? –eu perguntei, tentando não mostrar meu desapontamento.

- Não se preocupe com isso. Eu voltarei. Voltarei por você e pra você. Quando menos esperar me verá. Tentarei me encontrar com você em sonhos também. Não será freqüente, pois meus poderes estão meio limitados, mas eu vou tentar. Tente não morrer, ok?

Eu sorri.

- Vou tentar. O mesmo vale pra você.

Ele se levantou e me ajudou a me levantar, e me agarrou pela cintura.

- Não vou te perder. Nunca.

Depois me beijou com desejo e nós ficamos ali por um bom tempo, apenas desfrutando o máximo que podíamos um do outro.

- É minha hora, baby.

E assim como chegou, sem nenhuma bagagem, se foi floresta a dentro, me deixando ali, com uma saudade que eu não sabia como iria suportar. Mas eu iria. Eu tinha muito trabalho pela frente.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? amaram? Odiaram? Ficaram muito tristes com a partida do Carl? Não, isso não será Lua Nova, se vocês se perguntaram.
Mas eu acho que mereço reviews, não é mesmo?
beijos



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