Setton-san: Ontem foi uma ótima noite.

Saika-san: Gostaria de dizer o mesmo.

Tanaka Tarou-san: Para mim foi cansativo, mas legal. Encontrei-me com Bakyura-san!

Bakyura-san: É isso aí! Mas sim, foi meio estranho.

Kanra-san: Quase morri ontem.

Kanra-san: Mas fora isso foi bem proveitoso. Quando cheguei em casa fiz uma ligação e estou feliz em anunciar que decidi minha relação com a pessoa com quem eu estava saindo. Lembram-se?

Bakyura-san: Meu Deus, pobre coitado.

Saika-san: Essa pessoa deve gostar muito de você, Kanra-san.

Kanra-san: Estou pensando em convidá-lo para o chat. Tudo bem por vocês?

Setton-san: Claro! Quanto mais gente melhor!

Tanaka Tarou-san: Tudo bem.

Saika-san: Sem problemas, acho...

Bakyura-san: Ah, Kanra-san, convide logo!

Kanra-san: Ooook.

Kanra-san: Lá vai!

– Novo membro no chat: Touga-san –

Touga-san: Olá!

Setton-san: Seja bem vindo, Touga-san!

Saika-san: Olá também.

Tanaka Tarou-san: Bem vindo!

Touga-san: Obrigado!

Touga-san: É legal conhecer vocês.

Bakyura-san: Então, você é o pobre coitado e infeliz?

Touga-san: Hã? Pobre coitado infeliz...? Kanra-san tem falado o que de mim?

Kanra-san: Só tenho falado bem! Não ligue para o Bakyura-san.

Bakyura-san: Bem, você é um pobre coitado e infeliz por sair com Kanra-san, oras!

Bakyura-san: Não tem castigo pior!!

Bakyura-san: D:

Kanra-san: Não seja tão mau, Bak-san!

Kanra-san: Ou devo dizer... Baka-san? Ha-ha.

Kanra-san: Enfim. Sou um anjo em incontáveis proporções.

Touga-san: Hã... Kanra-san, você não é um anjo nem aqui nem na China…

Touga-san: Mas eu te amo mesmo assim! ♥

Setton-san: Minha nossa! É o apocalipse!

Tanaka Tarou-san: Pois é! O mundo vai acabar! Kanra-san é amada por alguém!

Setton-san: Corram para as colinas!

Kanra-san: Vocês são uns invejosos!

Kanra-san: Amo você também, Touga-san ♥

Saika-san: Eu fico feliz por você, Kanra-san.

Saika-san: Acho que todos merecem ser amados.

Miyazaki Toshiyuka soltou uma gargalhada imensa, assustando sua assistente, Chiba Amy.

– A-Algum problema, Toshiyuka-sama? – perguntou a garota, encolhendo-se na mesa de jantar enquanto organizava a contabilidade da chefa.

– Nenhum, nenhum, Chibi-chan – respondeu a outra. Como o sobrenome da assistente era Chiba, ela a apelidara de Chibi, por ser muito pequena apesar da idade. A garota também morria de medo de Miyazaki.

Ela se voltou para o computador novamente, relendo a frase. Sabia que Izaya estaria tendo o mesmo ataque de riso em seu escritório, assim como Toshiyuka o estava tendo em seu apartamento. Eles, entre aspas, “fizeram as pazes” graças a uma ligação de Izaya tarde da noite anterior. Toshiyuka ainda nem tinha voltado para casa àquela hora, apenas estivera zanzando por aí. Quando sentira o telefone vibrar e vira o nome de Izaya no visor, esperou mais alguns segundos antes de atender.

– Alô – dissera.

– Toshi-chaan, estou tão feliz por você não ter me matado que acho que vou te dar outra chance – ele foi dizendo.

– Outra chance do quê? – perguntou ela, sem rir.

– Outra chance para o nosso relacionamento – ele parecia estar animado. Na verdade, parecia quase bêbado, mas esse era o normal de Izaya quando ele estava contente.

– Ora, e a que devo a honra de uma segunda chance?

– Bem, primeiro porque sou um cara generosíssimo! E segundo... – ele respondera, já não parecendo mais extrovertido, e sim, sério e talvez um pouco devaneador. – Bem, não consigo tirar você da cabeça, Toshi-chan. Tenho que admitir.

Ela sentiu seu coração bater um pouco mais rápido. Quando notou isso, repreendeu a si mesma mentalmente. Tentou ordenar para que ele voltasse ao ritmo normal, mas de nada adiantou. Toshiyuka engoliu em seco e baixou o olhar para o chão. Tudo isso estava sendo tão estranho. Tão incomum. Era isso? Já estava acontecendo? Ela cedera demais e agora Izaya virara sua fraqueza? Tentou imaginar como se sentiria caso tivesse atirado nele enquanto pôde, mas sentiu uma pressão na boca do estômago com a ideia.

– Droga – disse, sabendo que Izaya escutava pelo telefone. – Odeio você, Izzy-chan. Eu odeio você porque também não consigo te tirar da cabeça.

– Você disse que não queria que eu fosse sua fraqueza – ele disse. – Mas tudo bem se formos a fraqueza um do outro?

Ela pensou por um momento.

– Não, não está tudo bem – respondeu por fim. – Eu preciso fazer uma coisa antes.

– Hã? O quê?

Um sorriso malicioso voltou a sua face.

– Preciso dominar Ikebukuro. Depois estarei pronta para permitir que você seja minha fraqueza.

Ele riu sem humor.

– Bem, isso acho que não posso permitir.

– Então que vença o melhor.

– Tudo bem. Hmm. Toshi-chan?

– O que foi, Izzy-chan?

– Eu gostaria de estar aí para te dar um beijo.

Ela deu risada.

– Também gostaria de te beijar. Até outra hora.

– Até.

Ela riu consigo mesma com a lembrança. Mas... Não. Ela tinha razão. Precisava dominar Ikebukuro antes de se permitir ter algum ponto fraco. Ela voltou a atenção para o computador novamente, voltando para seu disfarce masculino: Touga-san.

Saika-san: Fico feliz por você, Kanra-san.

Saika-san: Acho que todos merecem ser amados.

Kanra-san: Ora, obrigada, Saika-san!

Touga-san: E você, Saika-san?

Touga-san: Ama alguém?

Touga-san: Tenho a séria impressão de que não.

Sonohara Anri olhou fixamente para as palavras, demorando um pouco a responder. Impossível. Aquela mulher a perseguiria até em seus sonhos se permitisse. Ela estreitou os olhos para a tela. E dessa vez, usou o modo de mensagem privada corretamente.

Saika-san [Private Message for Touga-san]: É você, não é?

Saika-san [Private Message for Touga-san]: Miyazaki Toshiyuka.

Touga-san [Private Message for Saika-san]: Hein? Do que está falando?

Saika-san [Private Message for Touga-san]: Responda-me.

Touga-san [Private Message for Saika-san]: Ok, Anri-chan, você é bem rápida. Acho que te subestimei novamente!

Touga-san [Private Message for Saika-san]: E então, o que vai fazer comigo?

Toshiyuka sorriu mais consigo mesma, esperando a resposta. Demorou muito a vir. De fato, se queria mesmo dominar Ikebukuro, Sonohara Anri seria um desafio. Mas ela conseguiria, ah sim. Afinal, ela era Miyazaki Toshiyuka. E sempre conseguia o que queria.

Aquela história estava apenas começando. E ela mal podia esperar. Porque Miyazaki Toshiyuka tinha o mundo na palma da mão.

Saika-san [Private Message for Touga-san]: Nada… Por enquanto.