Apaixonada por Um Fantasma escrita por Gibs


Capítulo 25
Cap 24 - Um banco, uma folha de papel e uma caneta


Notas iniciais do capítulo

ultimo capitulo galera, espero que tenham gostado da fic, como eu gostei de escreve-la. Bom, vamos la...



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Tudo foi recriado.

Tudo foi errado.

Tudo foi certo.

Eu morri.

Eu nasci.

Eu amei.

Eu odiei.


Julian estava preparando tudo para poder me receber. As contrações são fortes, meu bebê está pronto para vir ao mundo. Eu estava deitada no quarto de hospital, esperando que a hora chegasse. O tempo entre cada contração diminuiu, e eu estava pronta.

– E então, como está? - perguntou Julian.

– Com dor. Não podemos ir logo?

– Podemos sim. - ele acariciou meus cabelos e me ajudou a deitar em outra cama, a empurrando para a sala de parto. Preparados, seu pessoal me ajudava. Uma bela mulher limpava minha testa encharcada de suor, Julian pedia que eu fizesse mais força. Outra senhora segurava minha mão e não reclamava quando eu a esmagava. Depois de gritos, empurrões, pedidos de mais força vindos de Julian, eu enfim, ouvi o choro do meu bebê. Julian o segurava pelos pés, e ele, roxinho, chorava a plenos pulmões. Seria um garoto forte, determinado. Era grande, nascera com 53 cm e 3,258 kg. Encostei minha cabeça, cansada, exausta no travesseiro.

Eu sorria, eu chorava, eu ria feliz e satisfeita por ter aguentado, por ter tido meu bebê perfeito, saudável, por ver o filho de Sebastian, agora sendo aninhado em meus braços, me olhando com aqueles olhos redondos e de um tom de castanho claro que me lembrava de Sebastian, como uma lembrança que agora era concreta, e que esta lembrança, nesse momento, chupava sua mão e me olhava com curiosidade. E hoje, finalmente, eu tive meu filho, Ned.


Na cama de hospital, com Ned dormindo serenamente no bercinho improvisado, levantei-me da cama e fui até a janela. Lá no céu, uma lua cheia brilhava intensamente. Pedi-lhe proteção, paz e segurança. Ned resmungou, acordando. Fui até ele e o pegando no colo, voltei para cama, sentando-me nela. Dei-lhe de mamar, o olhando cheia de amor.

– Tão pequeno e já cheio de mistérios e responsabilidades o rondando. Eu sinto muito bebê. Sinto tanto por tê-lo que deixar passar por isso. Mas saiba que a mamãe estará sempre ao seu lado, ajudando-o em tudo que precisar. Mesmo não podendo vê-los, sei que eles o assustarão. Mas saiba que eles não lhe farão mal porque, a mamãe estará te protegendo. Você tem um destino Ned, e eu queria poder mudá-lo. Mas sei muito bem que se você não passar por isso, nunca será o homem que deve ser. Você está seguro. Sei que o papai também estará te protegendo, estando onde estiver. E sei que ele queria estar aqui, todos iriam adorar te ver. Eu o amo tanto bebê. - enquanto eu falava, Ned sugava o leite que escorria de meu seio esquerdo. Dando por satisfeito, adormeceu em meus braços novamente. Repousei-o no berço e voltei para cama. Observando a lua iluminar meu quarto, deixei minha mente passear pelo mundo fora daquele quarto de hospital. Onde Sebastian estaria me esperando. Se Deus quiser.


“Vi-me sentada num banco branco. Ao longe as ondas do mar batiam revoltas nas pedras. No horizonte, uma tempestade se aproximava. Senti que alguém me esperava, que alguém ansiava me encontrar. No banco, ao meu lado, vi uma folha de papel e uma caneta. Imaginei que fosse para escrever uma carta, talvez fosse melhor. Quem sabe fui eu que desejei isso e como estou sonhando, apareceu. Peguei a folha e a caneta. Relutante, comecei a escrever:


“Você foi o maior dos meus casos, de todos os abraços, o único que nunca esqueci; você foi dos amores que eu tive o mais complicado, e o mais simples para mim; você foi o melhor dos meus erros, a mais estranha historia que alguém já escreveu e é por essas e outras, que a minha saudade, faz lembrar-me de tudo outra vez; você foi a mentira sincera, a brincadeira mais séria que me aconteceu; você foi o caso mais antigo e o amor mais amigo que me apareceu...

Das lembranças que eu trago na vida, você é a saudade que eu gosto de ter; só assim, sinto você bem perto de mim, outra vez; esqueci-me, de tentar te esquecer; resolvi te querer por querer; decidi te lembrar quantas vezes eu tenha vontade, sem nada perder; Ah, você foi, toda a felicidade, você foi a maldade, que só me fez bem; Você foi, o melhor dos meus planos e o maior dos enganos que eu pude ter;

só assim, sinto você bem perto de mim... Outra vez.”


Deixei a folha em cima do banco, sabendo que ele a encontraria. Caminhando a passos lentos e calmos, senti-me sumindo gradativamente daquele mar, deixando para trás: um banco, uma folha de papel e uma caneta.



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