A Garota da Cama de Cima escrita por dayane


Capítulo 15
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

Neste capitulo começa a aparecer pontos de Homossexualismo. Se você não gosta ou sua mãe não te deixa ler peço desculpas, mas eu ja tinha avisado =D



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Quando eu era garoto, pensava que a vida se resumia em doces e futebol. Agora que tenho 16 anos, só penso em quem não deveria pensar...

09- Que me leve com você, pois sem você eu não sobrevivo.

- Oba!

Mark começava a achar que não deveria ter saído da cama. Era sábado e faltavam 18 dias para acabarem as férias. Seu plano era de aproveitar para dormir mais, porem foi acordado por sua mãe gritando “Oba” e sua irmã cantando “vamos viajar, viajar!” o que lhe tirava toda a privacidade de dormir.

-O que esta acontecendo?

-Vamos viajar, viajar! –Kill sorria –Mas para onde? – Olhou para Lail que sorria.

- Minha amiga me alugou um chalé perto de umas montanhas que fica no interior, ela disse que tem uma cidade perto, mas que é bem tranqüilo.

- Ótimo quanto tempo vamos viajar? – Kill perguntou.

- Cerca de 10 dias – A mulher respondeu e logo bebeu seu café.

- Vamos viajar! – Kill cantarolava e rodopiava.

- Ótimo! 10 dias sozinho! - Mark sorria.

-Nada disso mocinho, você vai!- Lail já falou sorrindo.

- Mas, mãe! – ajoelhou aos pés da mãe. Era humilhante, ele sabia, mas para ficar só ele e sua cama, faria de tudo.

- Se você não for chamarei a dona Margaret!

- Quando devo arrumar minhas malas? – O garoto levantou e logo correu para o quarto.

- Quem é Margarete?

- A dona Margarete é uma senhora gentil, ela era Babá do Mark até os nove anos, depois disso ele já sabia ficar em casa, o fato é que dona Margarete é o pesadelo dele, já que ela vivia achando que ele estava doente e dava um remédio caseiro esquisito, fedorento e com um gosto horrível. Mark vai para todo lugar que eu peço porque eu sempre o ameaço. – A mulher ria.

- Você é muito cruel, muito cruel – Kill olhava para ela com a feição assustada – Quando eu for mãe eu quero ser que nem você! – Kill sorria.

As duas mulheres riram.

Apesar de para alguns o dia ser alegre e com boas noticias, a vida de duas jovens vai ser mudada de forma drástica.

A rua estava calma, até que o barulho de vidro quebrando cortou a calmaria.

O barulho que vinha da sala chamou a atenção da vizinha que decidiu ver o que acontecia.

A janela da sala era voltada para a garagem, o portão cinza não impedia as pessoas de observarem.

- Meu Deus! – assustada a vizinha voltou para sua casa correndo.

Sara podia ouvir o barulho de objetos quebrando, sentia uma forte dor em suas costas, sua cabeça latejava e seus olhos não queriam abrir.

Julha caminhava cantarolando, tinha prometido levar algo para Sara comer, esperava que ela aprovasse o bolo. A verdadeira intenção estava oculta em meio a canção de amor que saia pelos lábios da garota.

Ao chegar perto da rua da amiga pode ouvir barulhos, como se fosse uma briga. Sua mente parecia alertar de que algo ruim acontecia com sua amiga.

Com o mal estar, Julha passou a correr. Seus olhos se arregalaram ao ver o que mais temia.

- Sara!

Teve vontade de abrir os olhos, mas o corpo não respondia.

- Julha, me ajuda – a voz era um sussurro baixo quase impossível de se ouvir.

Mas como? O portão estava trancado e os pais dela não iriam abrir, estavam ocupados demais brigando.

- A chave – sussurrou.

Foi então que Julha se lembrou do dia em que a amiga perdeu a chave. Ao pedir emprestada e dizer que o portão tinha uma falha em que uma chave dela poderia abri-lo.

A garota pegou o molho de chaves e passou a tentar todas, na quarta ela acertou. Abriu o portão, correu ate a amiga e abraçou o corpo machucado.

- O que houve?

- Minha mãe e eu pai.

- Como você veio parar aqui? – a preocupação era visível.

- Eu – Sara tossiu um pouco de sangue, seu corpo não estava machucado só externamente, mas também internamente – pedi para eles pararem, então meu pai começou a me empurrar, quando eu tentei reagir ele me segurou e me jogou de encontro com a janela. – Sara riu. - Minha mãe voltou a brigar com ele.

- Há quanto tempo eles brigam desse jeito?

- Pouco.

- É por isto que você só usa blusas de frio?

- Não, esta foi a primeira agressão em mim.

- Pare de mentir para mim! – O grito fez com que Sara abrisse os olhos.

- Julha... – Sussurrou enquanto olhava os olhos preocupados da amiga.

- Eu me preocupo com você Sara! – Julha apertou o corpo da amiga contra o seu – Não minta para mim, em um calor de quase 29 graus você usava blusas de frio.

- Julha. Ta doendo. -  a amiga afrouxou o abraço.

- Todos na escola me perguntavam o motivo e eu não sabia responder, isso me magoava. Você transpirava e nem se quer tirava a blusa.

- Esqueça isso Julha. – os olhos eram machucados e isto só machucava Julha, cada vez mais.

- Não! – Gritou novamente com a amiga – Eu não posso esquecer. Me conta Sara.

- Esqueça. – Cortou o contato visual. A cabeça de Sara virou no sentido contrário ao de Julha.

Barulhos de sirenes chamaram a atenção das duas garotas.

- Vocês duas venham rápido! – A vizinha apareceu no portão.

Julha segurou a amiga no colo e se levantou. Tiraria Sara daquela casa e a protegeria de tudo. Independente do que tivesse que fazer.

O barulho das sirenes cessou, o barulho de objetos cessou e as pessoas que pararam para ver, resolveram seguir suas vidas. O quarto estava escuro, a noite cairia logo.

O corpo estava medicado e Sara dormia.

Julha acompanhava a amiga, os olhos atentos na face dela.

A dona da casa bateu algumas vezes na porta antes de entrar.

- Se quiser pode ir para casa, eu te ligo assim que ela acordar.

- Não – Julha não desviou os olhos da amiga – não posso.

- Me diga – A senhora de 70 anos ajoelhou-se na frente da menina – para você ela é mais importante do que você mesma não é?

- Como? – E pela primeira vez desde que entrou naquele quarto, Julha desviou os olhos da amiga.

- Não tenha medo de me contar – O sorriso da senhora foi o bastante para passar a confiança necessária.

- Sim.

- Tudo bem. Eu não posso dizer que ela vai aceitar ou rejeitar este sentimento, mas eu duvido que ela queira que você parta.

- Como você pode saber?

- Meu filho passou pela mesma coisa. Então se você precisar de apoio pode me chamar.

O telefone tocou e a senhora foi atender. Julha observou a porta fechada por alguns momentos. Os olhos vagaram pelo quarto que recebia alguns pontos de iluminação devido a lua. Observou alguns retratos, um em especial lhe chamou a atenção. Nele havia um garoto de cabelos curtos, pele morena e olhos verdes, tinha um sorriso contagiante, demonstrava tanta felicidade que Julha acabou sorrindo. Ao lado dele, havia um garoto, as bochechas estavam avermelhadas, tinha os cabelos igualmente curtos, mas arrepiados, a coloração negra do cabelo entrava em perfeito contraste com a pele branca. Era menor do que o outro e tinha um sorriso tímido. Um estava de mãos dadas com o outro. Julha entendeu o que a senhora tinha falado.

- Julha? – Os olhos se encontraram.

- Como você se sente?

- Bem... – Sara estava seria – machucada.

Sara sentou e Julha sentou ao lado da amiga, passou envolveu o corpo e a puxou para perto.

- A partir de hoje, eu serei o seu anjo da guarda.

- Obrigada – O sussurro de Sara foi acompanhado de um sorriso.

- Eu te amo. – A voz saiu suave e confiante. – Eu te amo demais para deixar alguém te tirar de mim.

- Obrigada Julha.

Enquanto a noite cobria a cidade, Sara rezava para poder corresponder ao sentimento da amiga. Apesar de ser lenta para entender os sentimentos das pessoas, conseguiu captar rapidamente que o amor de Julha era muito mais forte do que o amor de amiga.

O dia mal tinha amanhecido e as duas jovens preparavam o café da manhã.

- Julha.

- O que foi?

- Não tem problema eu ficar aqui?

- Meus pais não vão ligar e meu quarto é bem espaçoso.

- Certo.

- Sabe – Julha observou as costas da amiga – Você ainda gosta do Mark?

- Não sei.

- Eu não quero que se machuque, mas você vai ter que escolher. – Sara parou de lavar a louça. - Porem eu quero que faça com o seu coração.

- Por favor, não me peça isso.

- Não tenha medo, eu vou agüentar sua decisão. – Sorriu. – Oras, eu sou forte e madura – Julha sorria mas estava nervosa, na verdade ela não sabia se agüentaria a resposta.

- Eu não quero escolher.

- Por quê?

- Creio que eu vou me machucar se fizer isto.

- Me desculpe, mas vai ser necessário. – O sorriso morreu. Teria que machucar a amiga.


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Notas finais do capítulo

é isso aí =P (escritora sem nada para falar).



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