Quem, o Tokio? De todas as formas possíveis! Eu conheço cada milímetro e cada arquivo que nos permitem saber sobre Bill e Tom Kaulitz, Georg Listing e Gustav Schäfer – falei toda animada, mas logo uma sombra de dúvida incomodou-me – porque quer saber?
Ela demorou uma eternidade pra se mexer.
-É que...eu tô com esse papel... - reconheci instantaneamene a pesquisa made Wikipédia – e vi um vídeo no youtube... a música é igual a que está tocando...
-E você está perguntando sobre eles porque... - como se eu não soubesse, como se o ar de repente tivesse ficado pesado demais para jogar pros pulmões!
-São eles que Ester... quer que eu escreva...

Fragmentos de pensamento na hora do desespero:
-Você liga Tokio Hotel a sua mãe
-Que por sua vez liga a Ester
-Que por sua vez liga a Kyra
-Que por sua vez liga a mim
-Que por sua vez se liga denovo ao Tokio: a banda que mais amo no mundo

-O QUÊ?! - Gritei, e fui até ela num jato – bebeu por acaso? Tá usando drogas? Começou a cheirar gatinhos?! Não pode fazer deles seu alvo anual, nunca!
-Eu não tenho tanta escolha assim, Lillyth... se não fizer o jornal vai pagar muito caro.
-Dane-se essa po***! Você não pode os destruir como faz com todos! Eles não merecm, eu não vou permitir!
-Ei, e quem é você para permitir? Eu vou escrever sobre eles, você querendo ou não!
-M-mas...
-Estou com minhas mãos atadas, menina. O emprego de várias pessoas dependem desde contrato, está nas minhas mãos o sustento delas.
-Mas mãe!
-Olha – ela deixou os olhos sérios – Eu não conheço nada desses garotos, ok? Mas isso não significa que vou falar mal deles! Tenho que conhecer antes, não é?!
Eu voltei pra cama e me sentei, mas não sentia nada.
-Já perdeu sua primeira oportunidade...
-Como? Porque?
-Sabe quando estávamos na casa da vovó e eu queria voltar até dia 14? Pois é, eles fizeram um show em Avalon dia 15.
-Nossa! Tão perto de nós! - Ela se sentou do meu lado
-É...mas vovó ficou doente então...ficamos lá mais tempo.
-Se bem que estamos duplamente atrasadas!
-Oi?
-Um deles...ah, não lembro o nome, ficou por aqui.
-C-Como?! Tem um deles aqui?!
-Tinha. Ele pegou um vôo pra Berlim hoje cedo, com uma das staff deles...-Ela consultou o maço de folhas – nossa, o nome dela é meu alter-ego!
-Claro, a Nathalie! - Eu me deitei, prestes a chorar por puro medo – meu Deus! Eu os vi!
-Onde?!
-Na boate, no sábado. Eu vi ela indo pra aréa VIP, e vi as rastas do Tom.
-Isso! O nome dele é esse!
-Ela...foi quem me fechou no estacionamento no shopping – mas eu me perguntava o porque.
-Se soubéssemos... - ela se levantou – bem, hoje vou parar um pouco, mas amanhã já vou atrás da minha passagem.
-E-eu vou junto! - disse, pulando.
-De jeito nenhum! Você tem seu último ano da escola para cumprir!
-Mãe, você não pode estar sozinha nessa!
-Filha, eu sempre trabalhei bem melhor sozinha, trazer uma adolescente comigo é trabalho dobrado!
-Eu posso fazer as lições por internet numa boa.
-Lillyth – ela segurou nos meus ombros - por mais estranho que pareça, eu também já fui adolescente, entendo sua preocupação com os integrantes da banda, e tudo mais. Mas não se preocupe: se eles forem bons eu não vou inventar mentiras.
-MAS ELES SÃO!
-Eu é que decido isso.

Ainda tentei falar, mas não deu certo. Com a minha mãe é assim: uma vez falado, sem conversa. Eu voltei pro quarto, coloquei a cabeça no travesseiro e gritei, mas gritei mesmo!
Gritei por ter ficado tão perto de um deles e não ter nem tirado uma foto
Gritei de raiva pra que o dia amanhecesse logo. Eu ia caçar a Kyra na escola, nem que tirar aquele mega hair mal feito dela fosse a última coisa que fosse fazer na vida!
Sim, eu queria briga.