A Colunista. escrita por Avrillafly


Capítulo 6
Sábado de sol e surpresa - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Mais um capitulo. Espero que gostem!



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De certa forma é até bom ter uma vida programada. Você acorda todas as manhãs tendo exatamente tudo planejado na mente. Mas na minha casa, isso não acontecia no sábado.
Assim que acordei, fui até a janela redonda que dava pra frente da rua e a abri. Me forcei a tomar altos goles de sol e de brisa fria. Meu quarto era no sóton. Não que eu fosse gótica, mas aquele sóton era do comprimento da casa, de teto baixo, e algumas janelas que abriam no telhado. Era tão grande que tinha banheiro, uma sala que eu mesma havia projetado, e até um friogobar. Minha cama ficava perto da janela, onde eu podia observar a Lua. Por toda a parte haviam molduras com retratos e gravuras. Isso era o que mais amava fazer no mundo:fotografar e desenhar.
Ainda sem falar com Emily, deixei um recado na geladeira dizendo minha localização. Com a mochila nas costas, fui de BMX até a praia mais próxima. Se tratando de LA, tinha várias praias legais, com pouca gente e muitas gaivotas. Costumava me sentar num banco e esperar por alguma coisa interessante pra registrar. Enquanto dava alguns cliques, percebi que não estava mais sozinha ali.
-Oi, Lillyth - aquela voz tremendamente familiar disse.
-O-oi. Que está fa-fazendo aqui?
-O sol hoje tá uma maravilha, sê não acha?
-É... - desviei o olhar, sentindo o sangue ferver nas bochechas.
-Como foram suas férias?
-A mesma coisa. Connecticut, casa da vovó, cidade pequena, sem internet...mas foi bom visitar o Spinix e tirar fotos.
-Imagino, você é uma excelente fotógrafa.
-Que isso, só fiz um curso meia-boca – olhava pro meu All Star, super constrangida.
-Mas você tem talento, e sabe disso. Eu sempre te disse: essa é a sua vocação... é sério, devia levar suas fotos pra alguma exposição!
-Quem sabe...
-Posso te perguntar uma coisa?
-Manda.
-Porque tem que ser tão fechada comigo? Tá certo, nós terminamos. Mas nõa precisa ser assim. Já vai fazer um ano.
-Oito meses – corrigi.
-Tá vendo? Esse foi um dos motivos. Você nunca quis se abrir comigo.
-Matt – tentei acrescentar algo, mas o garoto de olhos verde-água já havia sumido pela calçada, em seu skate. Eu me encolhi, abraçando as pernas dobradas na altura dos joelhos.
“Você nunca soube de nada, nem tem que saber”.

Quando voltei, Emily estava entertida na tela do laptop, escrevendo sua coluna. Ela me viu, e disse que já tinha o almoço pronto pra esquantar no microondas: arroz colorido com frango xadrez.

Pequena Nota sobre a Querida Emily:
Ela ama comida oriental: japonesa, chinesa, coreana... mas acha que eu gosto também. Pra dizer a verdade eu detesto frango xadrez.



Comi sem vontade, acompanhado de suco de laranja.
-Sabe hoje... as meninas lá do trabalho me convidaram pra ir ao shopping. Quer ir? - Disse Emily, tentando “reatar” comigo.
-Acho melhor não, elas não me suportam.
-Como assim?
-Meu estilo emo, mãe. Chegam a ter medo de mim.
-Bem que você podia... diminuir um pouco seu estilo.
-Porque eu tenho que reprimir o que eu sou pra agradar alguém? Se elas querem minha companhia, que me aceitem do jeito que sou!
-Mas eu não disse que elas querem sua companhia! Eu....
-Aí está a resposta! Elas não querem – subi as escadas pro segundo andar rapidamente, mas mesmo assim pude escutá-la dizer: “ Eu é que quero, filha”. Senti uma certa aflição, e cheguei a dar um passao pra trás. Mas não voltei.

“Turn around... Turn around, I am here” - toque do meu celular.
-Hummm.... alô...
-Tá dormindo há essa hora?
-Danny... que horas são?
-Seis da tarde. Pra quem fica no MSN até tarde, é bem cedo.
-Não é que... eu dormi meio sem-querer – levantei-me, e vi no horizonte oeste os últimos raios de sol. Apoiei a testa no vidro da janela.
-Ahmmmm.... hein, a Cris ligou, disse que a casa dela vai estar liberada esta noite, vamo?
-Sei lá, tô meio sem vontade. Olha, eu vou pedir autorização da dona da casa e já te ligo de volta.
-Ok, não demora.


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Notas finais do capítulo

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