A Colunista. escrita por Avrillafly


Capítulo 4
Motivos para odiar a minha vida - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Aí esta o capitulo 2, a primeira parte.
Postarei a segunda e breve.



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O resto daquele dia foi bem normal. Aulas chatas e repetitivas no qual já sabia de tudo. Como? Bem, sou tipo uma CDF até hoje mas trabalho “no escuro”. Por isso, era uma das únicas pessoas que podia ficar viajando na capa do meu caderno enquanto o professor explicava a matéria.
-Então, senhorita Jangerdof.
-É Jankersdorf – o corrigi, sem dirigir meu olhar a ele.
-Pode nos dizer algumas das economias mas importantes da Alemanha? - Eu olhei nos olhos do professor, e dei um meio sorriso de satisfação.
-Berlim, Frankfurt, Liepzig, Magdenburgo, Hamburgo e Munique.
No intervalo, nós três sempre ficávamos meio isoladas, nem mesmo junto aos outros emos. Eu acreditava – e ainda acredito – que somos uma subespécie de vampiro, por isso até mesmo os emuxos tinham um certo medo.
Cheguei em casa lá pelas umas da tarde, a secretária eletrônica avisou que Emily só chegaria as seis. Pra aproveitar meu tempo, coloquei a lasanha no microondas e o Schrei – So Laut Du Kannst no som, num volume que fazia as paredes ecoarem. A vizinhasnça que me desculpe, mas não tem como ouvir Tokio de outra forma.

Uma Pequena Nota:
Lembro-me de quando falei isso pra ele, mas lembro principalmente da risada gostosa aos ouvidos que ele deu.


Fiz os inúteis deveres de casa, customizei mais algumas roupas, uma hora de net entre Msn e ver as últimas notícias dos ninos, tomei banho... logo a noite chegou.
Estava na cozinha quando escutei o Corolla prata estacionando. Terminei de fazer o cereal rapidamente e subi pro quarto com a tigela em mãos. Desta vez, Holliday do American Idiot afastou o volume da voz dela, dizendo “oi, cheguei”. Era sempre a mesma coisa: ela chegava do trabalho, eu me trancava no meu próprio “País das Maravilhas”, e fingíamos nos entender. Só aparecia as sete, quando o jornal começava. Estava com meu pijama quadriculado quando me esparramei no sofa, Emily já havia espalhado seus papéis na mesinha de centro, e disse “oi” com os óculos pendendo no nariz fino. A Tv fazia o papel de diálogo, o nosso nem era considerado um.

Um Exemplo:
1 – Mãe pergunta pra filha como foi na escola.
2 – Filha responde “ a mesma coisa”, por educação pergunta como foi no trabalho.
3 – Mãe dá detalhes com certo entusiasmo, mas ao ver o tédio na cara da filha, cala-se.


É, esse era o máximo que nos conhecíamos. Na verdade tinha um abismo entre nós, cada uma em uma ponta, com as ferramentas certas para construir a ponte, mas sempre dando desculpas para não martelar o primeiro prego. E o abismo só aumentava.
O jornal deitou e rolou na crítica de Emily, ou melhor, Nathalie, muitos concordavam, as fãs estavam histéricas (opa, Kyra xD), e no final, a pergunta que não calava: quem seria o alvo anual da perversa Nathalie? E foi por essa pergunta que tive o impulso de perguntar:
-E aí, quem vai ser dessa vez? -Emily, surpresa por eu ter usado uma nova frase em nosso limitado vocabulário, respondeu sorrindo:
-Ainda não tenho tanta certeza. Snoop Dogg, ou quem sabe a Hannah Montana.
-Wow, cuidado com os hormônios das adolescentes de 14 anos! - Brinquei, pensando “desencana Lillyth, eles estão longe da cabeça dela”.
-Não se preocupe, este ano eu pretendo enaltecer minha vítima... pretendo! Por isso, tenho que pesquisar bastante.
-Imagino. Ó, eu sei que ainda tá meio cedo, mas já vou indo, ok?
-Mas já? São 9 da noite agora, nem jantamos ainda.
-Te preocupa não, tô sem fome – disse boa noite e saí andando. E como toda noite, senti aquele olhar de pena de pena que ela me dirigia toda vez que eu matava aquela plantinha da amizade que havia se esforçado o dia todo pra vingar. Ela tentava se aproximar, eu me esquivava. Como eu era idiota... depois não sabia o motivo de cortar os pulsos e chorar ao escutar emocore. Eu só trazia coisas negativas pra mim, e isso a afetava.
Sem ânimo nenhum, nem liguei o PC, somente apaguei as luzes, peguei a lanterna debaixo da cama, e fiquei apagando e acendendo, focalizando o teto. Lá eu tinha colado uma foto que gostava muito: a foto que Bill está sorrindo enquanto vê Jumbie voando. Ainda com os dentes de coelho, e aquele brilho infantil nos olhos castanhos. Desejei boa noite para os 4 como sempre e fechei os olhos.
E nunca esperaria que os dias seguintes marcariam para sempre a maior virada de nossas vidas.


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Notas finais do capítulo

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