Passos.

Seu coração batia em um ritmo acelerado.

Por amor? Quem dera. Acontece que ás suas costas, um indivíduo parecia estar a seguí-lo. Isso só fez com que seus pés adquirissem uma velocidade maior.

O clima úmido daquela madrugada escura de nada ajudara seu pobre coração, cujo parecia querer saltar de sua boca a qualquer instante. 

Marica? Longe disso. Vai você ter a sensação - ou a certeza, como era naquele caso - de estar sendo seguido e não ter nenhuma pessoa ao alcance de seus olhos, completamente mercê de sabe-se-lá-quem e sem a minima chance de ser ajudado.

E saiba você, caro cidadão, que no Japão o tráfico de orgãos é muito comum. Vai que de repente, estão interessados no meu pulmão?

E foda-se, eu sou muito novo - e bonito - para morrer.

Mas foi em meio a divagações com um alguém - não tão - imaginário que tudo aconteceu.

A pessoa, coisa, indivíduo, fulano, energúmeno ou qualquer outro adjetivo retardado impregado para referir-se ao ser em seu encalço, finalmente o alcançara. Os dedos agéis agarraram o seu pulso com força, impossibilitanto qualquer modo de fuga. Kouyou tentou botar em sua cara uma expressão de macho passivo, mas quando sentiu seu corpo ser virado de modo ríspido pelo desconhecido, a cor de sua face sumiu-lhe por completo.

E quando seus olhos fitaram o seu algoz, sentira que não era tão mal a idéia de ser sequestrado.

PORRA, por um cara daqueles eu não teria problemas em ser abusado. Na realidade, eu até curtia uma seção de masoquismo, sabe?

Ô garanhão, não quer ver meu orgão não?! Pode roubar minha sanidade também, se quiser.

Apesar dos pensamentos pervertidos que rondavam a mente nunca cásta do rapaz, mal percebera este que seu rosto ainda expremia uma reação de puro terror. O outro energúmio, por sua vez, mantinha-se impassível. Dedicou um longo olhar de cima à baixo para o loiro, antes de constatar o óbvio:

- Você é um homem. - Oh! Prêmio para ele. Chegou nessa conclusão sozinho?

É como dizem: Se o cara é bonito, não precisa ser inteligente. Então o moreno sedutor à sua frente estava perdoado.

Mexeu-se inquieto ainda com o outro a agarrar-lhe o pulso. Agora recuperado, dirigiu a fala ao rapaz, como se lhe fosse um velho conhecido e não um cara que, até pouco tempo atrás, julgava ser um psicopota cujo estava interessado em seus membros ou orgãos. E não, eu não me referia à um membro especifico qual o loiro levava no meio de suas pernas...

- Oh! Você percebeu! - Estreitou os olhos, ironico.

- É, foi difícil. - Deu de ombros - Mas agora que te olho de perto chego a conclusão que você se parece ainda mais com uma garota.

Me diga que aquilo na face do infeliz não era um sorriso cínico?

- Ora, seu...

E me diga que o loiro não voaria no pescoço do desconhecido?

- Shiroyama. - O interrompeu, ignorando o olhar raivoso que lhe era direcionado. - Shiroyama Yuu.

- Que? - A expressão de cólera dera lugar para à de pura confusão.

- Meu nome. - Sorriu.

- Não perguntei. - Bufou.

- Mas vai precisar - E dito aquilo, ele se aproximou.

Uh-uou. Sinônimo de perigo.

- Vai precisar... - Continuou em um tom sedutor - Para saber por qual nome chamar quando tiver seus sonhos eróticos... - Sorriu ao completar - Comigo, claro.

E ele me beijou. Digo, não foi um beijo. Foi um PUTA beijo.

E apesar dos exageiros do loiro, este, por mais que eu odeie concordar, estava certo.

O moreno, que agora descobrira-se atender pelo nome de Yuu, quebrara a pouca distância que os separava no instante em que puxara, com brusquidão, o loiro ao seu encontro. Voraz e sem delongas, tomou os lábios para si, deliciando-se com o sabor único da boca do desconhecido. O outro nem se fizera de rogado, correspondendo o beijo lascivo conforme suas mãos passeavam por entre os cabelos negros daquele a quem beijava. Pareciam íntimos, pelo modo como as mãos do moreno passaram a se insinuarem por entre a camiseta do loiro. Ou como este erguera uma de suas pernas, enroscando-a ao redor da cintura do jovem misterioso.

Yuu arranhou por sobre a calça que o outro trajava, a coxa insinuante do loiro, fato que levara este último a gemer por entre o beijo. O ar se fez ausente, mas não fora por este fato que Yuu interrompeu o contato de seus lábios.

- Belas coxas. -  Ofegou, atacando em seguida o pescoço desnudo a sua frente.

- M-mamãe que fez. - Brincou. Iria fazer outra piada quando sentiu dentes serem cravados na região próxima ao ombro.

Gemeu baixinho, em um misto de dor e prazer. A lingua do outro acariciou tal região dolorida, e então os lábios seguiram até o lóbulo de sua orelha, onde o moreno começou a depositar leves mordidas.

- Hm, Yuuuu... - Gemeu seu nome em deleite.

Sentiu um sorriso em seu pescoço. O moreno parecia ter se divertido ao ouvi-lo chamar por seu nome. Dedicou mais algumas mordidinhas no pescoço do loiro, para então se afastar. Quando digo "se afastar" me refiro à ter desenroscado-se do loiro e tomado uma distância consideravel.

Ou seja: Deixara a nossa querida personagem com uma expressão idiota na face e totalmente excitada.

A princípio, sem entender, Kouyou se aproximou do homem à sua frente, ansiando por um novo contado. Mas Yuu tornou a se afastar, com um sorriso malicioso nos lábios.

- Eu disse que você ia precisar saber meu nome.

Silêncio.

Um. Dois. Três segundos e a ficha caiu. Aquele idiotava estava tirando uma com a sua cara.

- Bom, nos vemos por aí.

E a expressão do loiro não poderia ser de maior perplexidade.

- E quando isso acontecer, você não me escapará.

E o coração de Kouyou voltou a bater em ritmo acelerado. Desta vez, pela esperança de um novo encontro com seu energúmio misterioso que o deixara naquele estado de topor.

Mas, ao contrário do que se imaginara, o ser não se fora de imediato. Antes, o moreno aproximou-se do rapaz uma vez mais e sem nada dizer, o beijou. Diferente do anterior, este beijo continha um sentimento de esperança e promessa. Quase como se fossem dois apaixonados...

E não como dois estranhos que estavam quase se comendo no meio da rua há menos de cinco minutos atrás, é.

E quando separarem, ambos sorriam.

- Oh sim. Da próxima vez, quem não o deixará escapar será eu. - E um brilho malicioso despontara nos olhos do loiro.

- Até logo, minha loura. - Sorriu, divertido.

O moreno virou-se de costas para o outro, não sem antes notá-lo torcer o nariz mediante as suas palavras.

E quando já estavam longe, separados por uma boa distância, ouvira as palavras que fizeram com que um sorriso sorrateiro se instalasse em sua face:

- Apropósito. Takashima Kouyou. Apenas para saber por quem chamar quando tiver seus sonhos eróticos... - E mesmo que ele tenha diminuido sua voz, ao completar a frase, esta ainda sôou auditivel aos seus ouvidos. - Comigo, claro.

 -

  AxU 

 -

E porra!

Mas eles estavam certos. Realmente precisaram saber o nome um do outro para quando estivessem aliviando a tensão de seus corpos. Ou quando, naquela noite, tiveram sonhos nada puros sobre o desenrolar de um espisódio bizarro que acontecera em uma fática madrugada de sábado.

Mas o destino não deixaria barato. Muito menos Kouyou!

Haveria um novo encontro. E desta vez, como prometera, ele não escaparia de seus braços. Não mesmo!