Love Bar

Capítulo Três: Guess I’m Falling For You

"When I look into your eyes

I see sunshine

The clouds are blown away

I hope you're here to stay

'Cause I've got me needing more of you

Guess I'm falling for you.

You walk alway

My eyes caress you

Then you turn and smile

You've caught me thinkin' of love with you

Guess I'm falling. I may be falling for you.

Since I met you days are brighter

Life's uneven loads are lighter

When I hear you whisper the words I long to hear dear

Now I look into your eyes

I'm lost in knowing that you are all I want

My need for you is growing

Guess I'm falling. I think I'm falling for you;

Think about falling for me too." - Michael Buble

Acabara por aceitar a ajuda do fotógrafo, já que mal ou bem não tinha como convencê-lo de que não precisava de ajuda.

Enquanto terminavam a limpeza, teve a chance de observar o outro com calma. Não entendia como ele conseguia manter sempre aquele semblante terno e pacífico: Shishido se via intrigado.

Quando tudo estava terminado, agradeceu ao mais alto. Naquele momento notou como um "obrigado" saíra estranho de sua boca. Falta de hábito? Talvez... já que nunca conhecera uma pessoa tão amável antes.

Cessou seu questionamento interno - entre vários pedidos - quando notou que Atobe já havia chegado no local e que era intrevistado por um rapaz de estatura baixa: ele tinha fios também ruivos, mas não tão vermelhos como o do garoto que se acidentara há pouco.
Aquele que conversava animadamento com Atobe tinha fios ruivos naturais... Poderia quase dizer-se que ele era loiro, e não ruivo.

Junto a eles estava Choutarou, fotografando diversos momentos daquela entrevista.
Certo. Sabia que ele era fotógrafo e que estava apenas fazendo seu trabalho. Mas ainda assim, não podia conter a sensação incômoda que sentia ao ver toda a sua atenção dirigida a Atobe... Por mais culto que fosse, aquele "bastardo" não era tão interessante assim. Ou era?

Tudo aconteceu tão rápido que ele não sabia direito o que perguntar, ao início da entrevista, tendo que consultar rapidamente um roteiro que fizera outrora.

Parecia-se com uma criança a muito desejar um brinquedo: quando finalmente o tinha, não sabia exatamente o que fazer com ele.

Mas para sua sorte o homem a sua frente era uma pessoa que já lhe parecia acostumada com entrevistas e tinha uma conversa agradável.
Agradável? É... agradável... e envolvente...e sedutora...

Tanto que em alguns momentos Jirou se sentia o entrevistado e não o entrevistador.

Após passados alguns minutos, a entrevista já havia ficado mais solta. Logo o foco do assunto saía do bar em si e passava para música, literatura e particularidades do entrevistado.

E a cada resposta recebida, Jirou se via querendo perguntar mais e mais.
Tanto que quando deu por si, já havia terminado todos os tópicos da entrevista, mas continuava com o gravador ligado, conversando com Atobe sobre como era bom tirar uns minutinhos de sono durante a tarde e como fazia disso um hábito.

- Oshitari-san... Daijoubu. Eu realmente posso andar. - o ruivo protestou, um pouco constrangido. Mas tal protesto fora aparentemente ignorado por Oshitari, que o apertou ainda mais entre seus braços.

O mais alto só deu-se por satisfeito quando largou-lhe, com cuidado, no sofá do quartinho indicado pelo barman.

Gakuto olhou ao seu redor, estranhamente incomodado... Droga, não era conhecido de Oshitari-san, por isso o fato de ele teoricamente usar aquele quartinho para outros fins não deveria lhe incomodar.

Mas, Oshitari?! Por que aquele nome lhe parecia tão familiar?
Todas as suas preocupações foram esquecidas quando seu alvo de pensamentos se aproximou, para começar a limpar os ferimentos. Seus olhos eram determinados, mas preguiçosos ao mesmo tempo... E se perfume era inebriante...

Ele pegou o braço machucado com cuidado e o elevou à altura de seus olhos, procurando por possíveis cacos de vidro.

- Isso pode doer, Mukahi-san, mas tente relaxar. - ele disse. E mesmo que os cortes estivessem doendo absurdamente, como não relaxar ao ouvir aquela voz?

- Hai. - fora difícil encontrar sua própria voz para responder. - "Itaii~yo!" - Gakuto mordeu o lábio inferior com força e fechou os olhos, para não emitir nenhum som quando os pequenos cacos começaram a ser retirados.

Enquanto tirava as fotos, podia observar algo diferente do normal naquele momento: Jirou-senpai estava elétrico. E Atobe-san parecia notar, assim como também parecia bem confortável ao responder o questionário - ou bombardeamento de perguntas - que Jirou-senpai lhe lançava.

De repente ele, que conhecia o repórter já há um tempo considerável, se sentia um estranho entre os três.
Ainda que seu tempo tirando fotos da dupla não estivesse sendo desagrádavel, não pode evitar de achar ótimo quando Jirou-senpai dera o trabalho por terminado. Queria deixar aqueles dois sozinhos.

Mas antes que pudesse se manifestar sobre ir buscar algo para beber, ou qualquer outra desculpa do gênero, seus pés ancoraram no mesmo lugar quando finalmente notou certa atividade numa área elevada, que funcionava como um palco: havia um apresentador chamando várias pessoas para cantar - ao que havia entendido.

E Ohtori se viu preso no mesmo lugar quando um certo barman subiu ao palco, o que indicava que seria o próximo a cantar.

- E quem disse que eu ia cantar hoje, Takki, seu infeliz? - o fotógrafo não sabia dizer se o ar indignado na voz do modelo era verdadeiro, ou apenas teatro.

- Ora, vamos Shishido. Com certeza todos aqui querem ouvir você cantar... - o 'apresentador' respondeu - ...Então?

Nesse momento Ohtori pode jurar que o par de olhos azuis voltara-se para si, antes de Shishido responder ao outro:

- Certo. Código 0044. Antes que eu desista da idéia... - sim, o ar de desdém não era verdadeiro, além de ser contradito pelo sorriso petulante que aparecia aos poucos no rosto dele.

O rapaz de longos fios castanhos começou a cantar e Ohtori esqueceu que o resto do mundo existia. Não havia bar, não havia 'apresentador', não havia pessoas acidentadas, tampouco Jirou-senpai e Atobe-san ao seu lado.
Ohtori apenas via o barman a sua frente, cantando a música "Guess I'm Falling For You", como se estivesse direcionando todo aquele espetáculo para alguém.

"You walk alway

My eyes caress you

Then you turn and smile

You've caught me thinkin' of love with you

Guess I'm falling. I may be falling for you."

Ohtori estava sem palavras. Seus olhos estavam vidrados e sua boca estava seca, talvez por pouco ainda lembrasse de respirar. Uma parte de si voltou à consciência quando ouviu um riso ao seu lado.

Voltou-se para essa pessoa, apenas para encontrar Atobe-san, com olhos de "peguei você em flagrante". Sentiu suas bochechas esquentando, havia sido pego de surpresa. Aquele olhar indicava que o dono do lugar sabia muito bem tudo o que se passava em sua cabeça.

"My need for you is growing

Guess I'm falling. I think I'm falling for you;

Think about falling for me too."

Nesse momento Shishido lhe sorriu e soltou os fios do rabo de cavalo, num ato que por falta de palavras...era muito sexy.