Meu Eterno Inimigo escrita por maaione


Capítulo 1
Capítulo 1




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Encontrava-se no meio da aula de feitiços, ela era a mais aplicada de sua turma, e agora seu esforço dobrava-se em relação à chegada dos N.O.M.s, um mês apenas, e isso decidiria sua vida. Estava tão atordoada com esses pensamentos que dificultava prestar atenção sobre o que o professor Flitwick falava. Deu um tapinha em sua testa para tentar voltar a realidade, e sentou-se mais ereta, tentando entender o que estava acontecendo na aula.
Um zumbido de uma voz que tanto irritava Rose Weasley dificultava a concentração da garota. Virou-se e deparou com umas carteiras atrás, uma delas ocupava um garoto pálido, com feições finas, exatamente iguais as de seu pai.
Rose encarou Scorpius Malfoy com desprezo. Isso o fez calar-se. Não que tivesse intimidado-o, era apenas mais um proveito para provocar a menina. Sorriu ironicamente em direção a ela e continuou o que estava fazendo, ampliando a sua voz duas vezes mais do que anteriormente.
Rose fechou os olhos, pedindo calma e paciência. O filho dos Malfoy era exatamente como seu pai dissera. Mas o pior era que apesar de sua falta de competência e interesse, ele mostrava-se um excelente aluno. Suas notas eram tão altas que disputava com as de Rose. No todo, o pacote completo de Scorpius Malfoy não podia ser menos detestável.
Alvo também olhava o garoto com raiva. Sua inimizade com o sonserino era visível a qualquer um que passasse pelo menos cinco minutos em uma aula com os dois. Rose olhou para o primo e este entendeu o recado: Melhor fingir que ele não existe.

- Sr Malfoy – chamou o bondoso professor de feitiços – Poderia nos falar um pouco sobre feitiços convocatórios?

O sorriso de Rose foi vitorioso. Sabia que ele não estava prestando atenção, e isso lhe renderia pelo menos 5 pontos a menos para Sonserina, assim desempatariam na liderança com Grifinória nas casas. Mal prestara atenção na resposta do loiro, até ouvir o tom de orgulho de Flitwick. Ele havia respondido corretamente.

- Muito bem!10 pontos para Sonserina!! – falou asmático.

A expressão no rosto de Scorpius não podia ser mais satisfatória. No momento em que sentiu o olhar de Rose sobre si, sorriu e lhe mandou um beijo na mais pura ironia. A garota girou os olhos e quase o xingou, mas infelizmente lembrou-se que esse ato custaria pontos a menos para Grifinória. O sorriso que esboçara a pouco tempo havia desaparecido, dando lugar a uma feição de mais puro ódio.
Como ele podia ser tão irritante? Apenas o ato de olhar para ela a irritava, mas apesar de tudo, nem ela própria poderia definir o porquê de tanto ódio. Tudo o que ele fazia parecia ser para provocá-la, perguntava-se se quando sua mãe estudava em Hogwarts se sentia da mesma maneira.
O professor havia mandado os alunos praticarem alguns feitiços que anotava no quadro negro enquanto os alunos se dividiam em pares para praticá-los juntos.
Alvo se aproximou da prima. Eles eram sempre dupla, os dois se entendiam como ninguém, e além de primos eram melhores amigos Rose sorriu, e começou a praticar com Alvo alguns feitiços. Não havia como negar que ele era muito melhor na prática do que na teoria, e isso suspeitava ter herdado do pai.
De longe, pode ver Scorpius treinando com Alicia Stragnos, mais uma de suas fãs, provavelmente. Apesar de nunca admitir para si mesma, Scorpius era muito bonito, e seu charme atraía as mais diversas garotas de Hogwarts. E aparentemente Stragnos não era uma a mais para ele, pois apesar de gostar de Scorpius, eles eram muito amigos, e Rose a noite, antes de dormir, sempre imaginava se isso tudo era apenas amizade. Ao perceber que Scorpius notara que ela os admirava, corou imensamente e voltou a sua posição a tempo de ver Alvo apontando a varinha para ela.
Feitiços jorravam para todas as direções, até que finalmente o sinal anunciando o fim das aulas tocou. Vários alunos saíram apressados, tomando rumos diferentes. Rose ficou terminando de arrumar seu material em silêncio, com Alvo a sua espera.

- Se quiser, pode ir indo – comentou com o primo – Tenho que perguntar umas coisas ao Flitwick sobre os N.O.M.s.
- Sabia que faria uma coisa do tipo, você se preocupa demais Rose – Respondeu Alvo.
- Falta apenas um mês para os exames! – respondeu indignada – Você deveria estar preocupado também!

Ele girou os olhos, já acostumado com esse tipo de reação.

- Ok – concordou – Enquanto você tira suas dúvidas, vou falar uma coisa com James, a gente se vê no salão comunal – e dizendo isso se retirou da sala.

Somente quando Alvo saiu, que Rose pode perceber que não estava sozinha. Malfoy estava um pouco mais adiante, fingindo arrumar seu material. A garota fingiu não notar sua presença, e nem reparar que o menino parecia estar travando uma luta interna.
Esquecendo-se de falar com o professor, Rose colocou a mochila nas costas e se dirigiu para a porta, esperando não ser notada. Não estava afim de discussões com Scorpius, seu humor não era um dos melhores.
Quando finalmente levantou a mão para abrir a porta um grito a chamou.
Incrédula que ele ainda quisesse discutir com ela, se virou para ver o que Scorpius queria.

- Eu... Preciso falar com você – falou um pouco receoso
- Diga Malfoy – Respondeu secamente.
- Você está sabendo que... Apesar das provas estarem perto – Ele estava cada vez mais corado – McGonagall promoveu um passeio para Hogsmead...

Ela não podia acreditar no que estava ouvindo. Scorpius Malfoy estava chamando-a para sair? Era inacreditável! Ele só podia estar de brincadeira com ela. Mas sem se dar conta, suas mãos começaram a suar, e a tremer. Sua face antes rosada de raiva por se encontrar sozinha com Malfoy, agora tomavam lugar ao vermelho por estar exatamente na mesma situação. Sem se dar conta de que o professor já havia ido para sua cabine, continuou ouvindo o que Scorpius tinha a dizer.

- Estava pensando... Se você gostaria de ir... Comigo? – terminou sem coragem de encara-la nos olhos. Achando-se ridículo de estar convidando uma Weasley para sair com ele. E se ela dissesse que não? Agora já estava feito, tudo o que tinha a fazer era esperar pela resposta.

Rose não sabia o que fazer. Seu intimo sussurrava para que aceitasse o pedido, e aos poucos começava a se imaginar tomando uma xícara de cerveja amanteigada com Scorpius no Três vassouras, enquanto a neve caia delicadamente sobre o pub. Os segundos tornaram-se horas e ela começou a imaginar o que seu pai acharia se sua filha começasse a se encontrar com um Malfoy. A realidade caiu à tona, e antes que pudesse protestar contra si mesma ela disse:

- Nem morta, Malfoy!

Sentiu-se esbofeteado, sua expressão facial tornou-se irritada. Antes que pudesse processar o que ela havia dito, abriu um sorriso de desdém.

- Anda ficando esperta Weasley – falou secamente com o sorriso de deboche estampado que Rose tanto detestava – Sorte sua por não ter caído. Não acreditou que eu convidaria alguém da sua laia para sair comigo, não é mesmo?

Ele se dirigiu a porta rapidamente, Rose ficou estática parada no mesmo local onde ele a deixou. Era nojento o modo como ele tratava as pessoas, como andava e como mexia nos cabelos daquela forma tão irritante. Ele parou diante a porta, e virou-se para ela. Encararam-se nos olhos como nunca haviam feito antes, nem mesmo percebiam o que se passava ao redor. Ela sentiu como brasa o azul dos olhos dele perfurarem o seu peito, e ele diante o olhar dela, perdeu-se em si próprio. Não souberam quanto tempo se passou, até Scorpius virar-se e sair da sala, sem olhar novamente para a menina.
Sentindo-se uma estúpida, voltou para o salão comunal da Grifinória. Alvo estava sentado em uma poltrona em frente a lareira a sua espera. Sorriu ao ver a prima se aproximar.

- Você não sabe o que perdeu! – falou Alvo animado – Quando estava voltando, deparei com o Escorpião! Ele não estava com uma cara muito boa, será que tomou mais uma detenção?
- Eu não tenho a menor idéia – Mentiu Rose perguntando-se como estaria sua expressão, será que Alvo notaria algo?

Scorpius Malfoy era realmente uma figura estranha. Achava que nunca poderia entende-lo. Ele não era como os outros garotos, como seus amigos, e por mais incrível que pareça também não era como seus outros inimigos. Era diferente, misterioso e imprevisível. E não importava como ele fosse. Rose sabia desde que olhara para ele pela primeira vez na estação King Cross que seus destinos já estavam traçados. Ele era um Malfoy e ela era uma Weasley. Eles nunca poderiam ser amigos.


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Notas finais do capítulo

Velha essa fic, mas foi a única que sobreviveu depois que formatei o computador. Não haverá continuação para que não estrague o suspense da história.