Meu Doce Vampiro escrita por Clari78


Capítulo 1
Prólogo




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Prólogo

 

Eu ouvia a minha mãe despedir de mim enquanto eu tentava subir no trem.

Ela falava algumas bobagens como “não se esqueça da camisinha” ou então “nunca beba redbull com pílulas para gripe”.

—Mãe,eu tenho que ir...—eu disse para ela.Minha mãe logo limpou as lágrimas que permaneciam a querer cair sobre a minha nova camisa Sandro Cleo de algodão.

—Tudo bem. Se cuide Nicolle!Mamãe te ama—por deus!Eu tenho 16 anos. Não sou mias uma criancinha que precisa ser cuidada!

Peguei minha mala vermelha e minha bolsa de couro e subi no trem que estava a caminho de algum lugar.

Minha mãe acredita que eu estou pegando o trem para ir morar com meu irmão,Lucas.

Ele mora em Washington,e faz faculdade de direito.É o filho exemplar: certinho,inteligente,carinhoso,e que ao invés de ir para as baladas na nona avenida,fica tomando café e lendo jornal em uma coffee shop.

A verdade é que eu não vou morar com meu irmão.

—Têm alguém sentado aqui?—um rapaz de cabelos castanhos e óculos ray-ban de aresta preta perguntou.Fiz que não com a cabeça e ele jogou a mochila preta no banco ao meu lado e se sentou na minha frente.

—Vai mudar,ou algo assim?—ele perguntou,quando viu minhas malas.

—Mais ou menos.

—Como assim?Mais ou menos?—ele perguntou enquanto remexia na pulseira de couro do rolex.

—Bom,eu vou me mudar,só não sei pra onde.Acho que pra onde a vida me levar...—eu sorri e tirei uma mexa loira do meu rosto.

—É uma poeta?Artista?geralmente poetas e artistas que fazem isto.—ele retirou um maço de cigarro do bolso e me ofereceu um.Recusei.

—Eu só...cansei da vida em Nova York,entende?Acho que lá é muita futilidade para uma pessoa só.—eu peguei um livro que estava dentro da minha bolsa.Era o Iluminista.

—Todo lugar têm futilidades,não só Nova York.Pode crer,disso eu sei.—ele soprou a fumaça do cigarro de sabor de café.

—Não entendi...er..?

—Nate.

—Niki.—apertei as mãos grandes dele.Eram frias.Até demais.Queria saber como era o rosto que ele escondia pelo óculos escuro.

—Bom é que...eu já me mudei tanto,Niki,que eu sei como as pessoas de provavelmente todo continente são.

Ele abriu um sorriso muito bonito e singelo.Não sei porque,mas me sentia protegida perto dele.

—Então você é multicultural,é isso?—eu abri um sorriso também.

—Talvez.Você está lendo um bom livro.—ele olhou meu livro e depois eu sorri e agradeci.Senti alguma coisa estremecer...

O chão parecia estranho e de repente ouvi uma batida,uns gritos e o maquinista gritou.

Vários gritos e meus olhos se apagaram...

 

—Você poderia me explicar novamente oque aconteceu?—ouvia vozes de mais de uma pessoa ao mesmo tempo.Eu forcei para abrir meus olhos.Oque?Eu não morri?

—Ei ela está acordando...—eu via as coisas embaçadas,porem concerteza reconheci a voz de um homem.

—Niki,está tudo bem?—abri meus olhos e encarei belos olhos azuis lisonjeiros e apaixonantes.

—O-oque aconteceu?—eu então tentava me sentar.Olhei em volta e vi.Já era de noite.Vários guardas e pessoas chorando.Ambulâncias.

—O trem desviou dos trilhos e bateu com um prédio.—dizia um guarda—se não fosse por este jovem,você poderia ter morrido.Você e suas roupas caras.—o guarda apontou para minhas malas e minha bolsa intactas.

—Obrigado.—eu olhei para Nate e ele fez “não têm de que” .O guarda me ajudou a  levantar e eu arrumei minha saia pregueada creme de veludo.Agradeço por ter posto essas calças leggins roxas por baixo da saia,se não,todo mundo veria minha calcinha da Hello Kitty branca.

—Bom,você têm algum lugar para ficar,certo?—dizia o policial.

Eu iria falar algo,mas Nate me cortou.

—Têm sim.Muito obrigado,policial.—o policial barbudo fez um sim com a cabeça e se virou.Oque diabos foi aquilo?

—Oque você fez?Eu não tenho um lugar pra ficar...aqui seja lá onde estamos...—eu disse,raivosamente.

—Bom,você quer ir para lugar nenhum,eu quero ir para lugar nenhum.Você não têm dinheiro,eu tenho sete cartões de crédito que estão sendo pagos pelo meu pai.Uma mão lava a outra—ele disse.Eu fiquei admirada de ver o quão bonito ele poderia ser.Cabelos castanhos claros com algumas mechas louras,olhos de um azul inexistente,pele branca como um sorvete de creme,lábios carnudos e bochechas rosadas.Até que não seria uma má idéia.

—Ok.—ele começou a andar e eu seguia ele.—Ei,espere um minuto—disse.

—Oque foi?

—Onde iremos dormir?—perguntei.

Ele virou o rosto e olhou para o horizonte. Estava frio aqui fora. Estava com saudades de minha mãe maluca e de meu pai ausente,do meu apartamento no Upper East Side,das minha amigas fúteis que só se importavam comigo quando eu ganhava dinheiro para comprar as novas roupas da prada,e que eu deixava de existir caso eu usasse alguma roupa fora de moda.

—Em algum hotel com um serviço de quarto decente. Acho que têm algum por aqui, táxi!—ele gritou para o taxista e pegou no meu pulso e me levou junto dele.

Entramos no táxi que estava abafado e Nate logo pediu algum hotel bom por perto.

Era estranho e ao mesmo tempo muito bom; Era estranho eu ir junto de um estranho a um hotel, e ele tinha uma pele gelada e olhos muito bonitos.Era bom por eu me sentir segura junto dele,o cheiro dele era de baunilha e ele possuía um sorriso belíssimo.

—Eu me lembro quando eu e minha querida Anita estávamos apaixonadas assim... As noites que passamos no hotel, Woof! —disse o motorista

—Ah,nós não somos...—eu tentei dizer mas,novamente,Nate me cortou.

—Não é oque você pensa. Somos apenas, amigos... —ele disse.

—Eu e Anita éramos amigos também, e olha pra gente agora!Estamos casados a mais de 14 anos!—enrubesci. Ele estava insinuado que eu e Nate iríamos acabar juntos?

Bom, não era tão ruim afinal, mas, eu nunca me vi presa a ninguém.

Mal sou presa a minha vida, como seria presa a alguém?

—Aqui estamos. Lourdes hotel. —Eu desci do táxi e Nate deixou uma nota de 20 para o motorista. Ele pegou minhas malas. Que cavalheiro.

—Vai entrando, eu faço o check-in ok?

 

Eu entrei e pude ver várias pessoas.

Sou de Nova York, então, para mim, muitas pessoas não são problemas.

A candelária de cristal no teto era algo muito convidativo para hospedes.

O cheiro era uma mistura de morango e uva... Odiava morango e uva.

Só espero que o quarto não tenha estes cheiros.

Deveria ligar para mamãe. Ela provavelmente esta enlouquecendo por causa do acidente que teve.

—Quarto 34, terceiro andar. —ele disse me mostrando um cartão digital. As “chaves” do momento. Eu assenti com a cabeça e peguei minha bolsa. Eu ouvi algumas mulheres fofocarem.

“—Olha só! Aquele homem é tão cavalheiro! Não existem homens que ainda levem malas para a dama. Mas a jovem é tão pettit... tão nova.”

“—Aquela mulher deve estar tão feliz por estar com um moço tão bondoso.”

 

Pegamos o elevador e subimos.Nos dirigimos para o quarto.

Ele passou o cartão e a porta abriu.

Era um quarto grande,mas não tão grande.Tinha uma cama de casal,uma cama de solteiro,uma mesinha,um sofá,uma televisão de 21 polegadas,um banheiro...

—A previsão de tempo para Los Angeles,é de...—Nate havia ligado a televisão e eu coloquei minha bolsa em cima da cama de solteiro.

—Peça algo para comer...uma pizza.—ele disse retirando o cachecol preto que estava enrolado no pescoço.

—Está bem.—eu fui no telefone da mini-cozinha e ele se sentou no sofá e ficou vendo televisão.Eu pedi uma de mussarela e iriam entregar daqui 30 minutos.

—Então,Niki,me conte mais sobre você—ele disse.—deixe-me saber de seus segredos mais obscuros.

—Meu nome não é Niki.É Nicolle Englesia,mas todos me chamam de Niki.Eu sou de Nova York,minha mãe é uma estilista famosa,meu pai é dono de uma boate em NY,meu sangue é OB+,minhas cores preferidas são vermelho,preto e branco.E meu músico preferido  é Neil Diamond.E você,Nate?—me sentei ao lado dele no sofá.

Ele ficou me olhando.

—Meu nome é Nate Antonis,tenho 24 anos,sou da Itália ocidental,eu gosto de preto e vermelho e sou atualmente um filinho de papai rico.—Ambos sorrimos.Decidi tomar um banho e trocar de roupa.

Terminei o banho,que durou uns 25 minutos,penteei meus cabelos loiros escuros e ondulados.

Coloquei minha camiseta branca lisa fina e meus shorts azuis.Um casaco azul claro bem fininho de algodão e minhas meias listradas de preto e branco 7/8 completaram o look.

Eu peguei a pizza e paguei o vendedor.

—Nate,pizza!—gritei.Nada.

Onde ele pode ter se metido?Bom,ele talvez deva ter saído,fazer alguma coisa.

Ele mesmo já disse que era um filinho de papai rico.

Bom,sobra mais pra mim.

 Peguei um delicioso pedaço de pizza em que o queijo derretia de tão quente que estava.ótimo para um dia frio.

 

 

Deixei dois pedaços para ele.A chuva começou a cair e foi aumentando a intensidade.

Liguei a televisão e fiquei assistindo por mais ou menos 2 horas.

Só haviam novelas e filmes de terror.

Fui ver se tinha algum filme em DVD bom.

Não encontrei nenhum,porém,encontrei alguns livros legais.

Um me chamou a atenção.Era negro de capa de couro grossa e brilhante.Havia uma imagem de um rapaz com presas a mostras.O título era “O doce vampiro”.

Comecei a folheá-lo e encontrei alguns trechos legais.Como que um vampiro é bastante sedutor e que ele necessariamente não é incapaz de andar na luz do sol.

Que eles possuem maravilhosos olhos excêntricos e diferentes.São simpáticos e vêm de famílias Italianas,gregas ou romanas.

A maioria possuem missões de protegerem alguns humanos seletos...essa parte eu não entendi.

Mas,e daí?

Nate não apareceu,muito menos  mostrou algum sinal de vida e fui dormir.

 

 

 

O trovão incendiou o quarto de luz,oque me fez acordar.

—Niki...—eu ouvia Nate sussurrar.

—Nate,oque?oque está fazendo?—olhei e pude ver ele em cima de mim.Os olhos sonolentos e embriagados.—Você bebeu,ou algo assim?

Outro trovão.Eu jurei que pude ver ódio nos olhos do rapaz.

—Eu esqueci de te contar uma coisa...—ele disse,a voz rouca e máscula saia fria.

—Oque você está dizendo Nate!

—Niki...eu sou...—ele levantou o rosto e pude ver as presas.As presas cheias de sangue e impressionantemente brancas.

—Vampiro...você é um...—eu passei a mão pelo meu pescoço e pude sentir dois furos.Depois olhei minha mão e a vi cheia de sangue.

—Eu sou um vampiro...e você é minha seleta....

 

 

Fiquei com medo.Ele parou de me morder.

—Isso não está acontecendo...não comigo.—eu disse,chorando.

—Está traçado seu destino,Niki.Não pode evitar...


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