Dream Land - o Jardim escrita por PerkyeFreak


Capítulo 19
Capítulo 18 - Devo contar á Anne?




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[Nar.Anne]

            Elliot me avisou sobre o evento que Claire havia programado um evento de comemoração daqui á dois dias, á noite. O que achei legal da parte dela, mas no dia seguinte, quando a Lily se recuperou da hemorragia e voltou para casa, fiquei o dia inteiro com ela, á consolando-a.

            -Eu não quero ficar com vocês, eu só quero a minha irmã de volta. – Ela disse entre soluços e choros.

Elliot e Trevor estavam lá. Mas alguma coisa, me dizia que eles não estavam lá por causa da Lily, pois pareciam evitá-la.

            Eu á abracei.

            -Vai dar tudo certo. Ela está bem, e ela vai voltar.

Ela retribuiu o abraço. Não pude evitar de chorar também.

            -Tre- Trevor, pelo pouco que eu me lembro, voc-cê foi o último á vê-la. Tem alguma ideia de onde ela pode estar? – Ela disse soluçando.

Ele permaneceu calado.

            -Responda!

            -Eu não sei, Lily. Foi tudo...rápido demais. Mas se Alice está destruída, significa que ela está bem, e que nada aconteceu á ela.

            -E como ela morreu?

            -Elliot atirou uma flecha nela. – Eu disse. – Ela simplesmente...se despedaçou e...se destruiu.

-Uma simples flecha á destruiu? – Ela fez uma pausa. – E qual foi a reação dela?

-Ela estava...com uma expressão assustada e preocupada. E não conseguia se mover.

Lily se permaneceu calada, chorando.

            -Eu não me lembro de nada. – Ela disse. – Por que eu não me lembro de nada?! – Disse ela quase gritando. – Por que eu? Por que Alice escolheu...á mim? Eu sei que aconteceu alguma coisa naquela sala. Por que eu não me lembro? Por que?

Ela me apertou contra si, chorando rios.

Acariciei sua cabeça. Ela precisava de carinho, e de atenção mais do que qual quer outro. Ela precisava de um amigo, já que sua única e melhor amiga, está desaparecida.

* * * * * * *

Já era noite, do dia seguinte. Lily disse para eu ir para a casa dela, que ela iria me emprestar um vestido para a ocasião.       

            Bati na porta.

Segundos depois, ela abre com um largo sorriso no rosto.

            -Anne, entre.

Era impressionante a maneira como ela conseguia conter suas emoções, de um dia para o outro.

            Reparei no vestido da Lily. Era vermelho e ia até os joelhos, com um belo decote.

            -Gosta de branco? – Ela disse pegando em cima de sua cama, um vestido curto, branco com detalhes azuis turquesa. Era maravilhoso.

            -Geralmente não, mas esse vestido é...perfeito.

Ela sorriu.

            -Faz tempo que não uso esse. E acho que ficaria bem em você. A Amy adora esse vestido, mas ela diz que tem medo de sujar roupas brancas...– Sua felicidade foi caindo. – Mas acho que ela adoraria que você usasse. – Ela disse retomando o sorriso.

Confesso que eu não o usaria, algo que pertenceu á irmã dela, mas ela parecia estar tão frágil, que se eu disse-se ‘’não’’ ela se despedaçaria na minha frente.

                Vesti o Vestido e me virei para o espelho.

Ficou meio apertado da barriga para o quadril, mas o vestido ficava tão bem que eu poderia deixar de respirar o tempo que for preciso para vesti-lo.

                -Acho que ficou legal em você. – Disse ela com aprovação.

 Sorri me olhando para o espelho.

-Ainda está pensando no seu pai, Anne? – Perguntou a Lily de surpresa.

                -Na verdade sim. Mesmo se ele não recuperar hoje, eu não irei voltar ao meu mundo sem ele.

                -Entendo. É só isso?

                -Sim, é só isso.

Não. Não era só isso.

 Ainda não contamos á elas sobre o que aconteceu realmente com o Elliot quando ela estava inconsciente, e acho que não tem necessidade de saber. Da mesma forma que eu não iria (ou queria) mencionar sobre o fato delas (as gêmeas) terem atacado o Trevor e o Elliot por efeito de uma lavagem cerebral de Alice.

Pois é...Elliot teve de me contar o por que a flecha DELE estava atravessado no corpo da Lily.

* * * * * * *

Nós tínhamos combinado de nos encontrar na porta da casa grande. Pela primeira vez eu vi o Elliot e o Trevor com uma roupa mais formal, e eles não pareciam muito á vontade com ela.

Elliot sorriu para mim, me olhando da cabeça aos pés.

Corei.

Entramos na casa grande, onde vi uma mesa enorme, com pelo menos dez pessoas sentadas, entre elas, Claire que se levantou para nos receber.

Eu já tinha ido á casa grande antes, claro. Mas antes, tudo que eu via no cômodo, era uma mesa antiga enorme, com dez cadeiras. Mas dessa vez, é a mesa antiga enorme, forrada com uma toalha de mesa branca e com comida de todo tipo á mesa.

  -E chegaram os convidados de ouro para a comemoração! – Disse ela Claire levantando uma taça vazia, anunciando nossa chegada com um sorriso.

Todos nos aprovaram com um sorriso

                -Foram essas as crianças que trouxeram a chave de volta? – Disse um velho com dois chifres pequenos na cabeça. – Que sejam bem-vindas! Sentem-se.

Agradecemos com um sorriso um tanto orgulhoso, e nos sentamos no meio das espécies. Percebi que haviam 10 na mesa.

               Lily parecia se divertir, o que era bom. Sorrindo e observando com graça todas as pessoas da mesa.

                -Quem são esses? – Perguntei em voz baixa á ela.

                -São todos os mais velhos das 10 espécies de humanóides mais antigas de Dream Land. Que algum dia defenderam, ajudaram, ou então fundaram nossas terras. Aqui temos o Near, o elfo de umas das espécies mais antigas e extintas, que liderou um exército para acabar com Hidra, Ptolomeu, o Sátiro que descobriu a cura para Intormildémelis, Maria, a Ninfa que um dia salvou a flora de uma doença que fazia as plantas pegar fogo. Louis, o druida do clã Adustus, Nicholas, o último oculino de sua espécie, Beatrice, a líder das Amazonas, Evan, um vampiro psíquico do norte. Não esquenta, eles são pacíficos, Evan então inventou mais de 1000 técnicas de luta. E Everin, o líder da primeira aldeia de Sonus. – Ela disse apontando com o dedo discretamente. –hhhhhjhj De dez, eu só sei sobre uns quatro, mas estou simplesmente fascinada por estar comendo carne de Kraken ao lado da Heide, a Nephirim, e co-fundadora de Dream Land.

Entendo sua diversão. Mas eu não estou me divertindo. – Eu pensei.

Ficava um tanto deslocada em pensar que todos os meus amigos estavam se divertindo, trocando ideias e duvidas com os tais membros da união. E eu não sabia o nome de mais da metade das pessoas dali.

-Então? Me contem! Como pegaram o ladrão? – Perguntou um garoto que pelo que me lembro do nome, era Nicholas. Ele tinha os olhos brancos- acizentados.

-Descobriram o nome dele? – Perguntou uma mulher com uma inacreditável coroa de flores na cabeça.

-Hum...na verdade era ‘’ela’’, e se chamava Alice. – Disse o Trevor.

Percebi a curiosidade nos olhos da Claire.

                -A Anne havia desaparecido, e confesso que deveríamos agradecê-la por isso. Procuramos ela pela cidade, e havia uma mulher que disse que uma menina chamada Anne estava na casa da patroa dela. – Disse a Lily meio tímida. – E então decidimos ir lá.

                -Mas por que a Anne foi na casa de um estranho de Nightmare Land? – Disse uma mulher ruiva.

                -Eu...havia sido atacada por um vampiro psíquico, e daí tinha perdido minhas lembranças. Não sabia nem onde estava, e se fosse por mais tempo, naquele ‘’escuro’’, talvez eu nem soubesse meu nome. – Eu disse entrando na conversa, ainda pouco a vontade. – Mas acho que Alice já havia planejado isso. Não acredito que tenha sido coincidência ela me encontrar logo depois de eu ter sido atacada.

                -E como é essa tal de Alice? Nenhum de nossos guardas havia visto o rosto! – Disse o Nicholas.

                -Ela tem cara de criança. Literalmente. – Eu disse sorrindo. – Os cabelos são brancos, e os olhos...amarelos.

                -E como encontraram a chave? – Perguntou a mesma ruiva.

                -Ela simplesmente apareceu quando Alice se partiu em pedaços. – Respondeu o Elliot.

-Impressionante...Ela deve saber muito de Dream Land, da casa grande, e sobre a árvore divina para pegar a chave tão facilmente assim. – Disse um homem que parecia ser um elfo. – Essa menina lhe parece familiar, Claire?

Percebi que Claire estava séria, com um sorriso forçado e mantendo os olhos em cada um de nós.

Isso me deu calafrios.

                -Não muito. – Ela disse com uma cara despreocupada. – Mas uma coisa me interessou, como exatamente Alice foi destruída?

                -Elliot atirou uma flecha no peito dela. – Eu disse.

                -Uma flecha simples? – Perguntou um homem com pequenos chifres na cabeça, que por sinal, deveria ser o sátiro.

                -Ela estava molhada com o meu sangue, e pela preocupação da Alice...talvez fosse isso que á fez se destruir assim.

                -Hum...entendo. – Disse a Claire acabando com as perguntas, que provavelmente as próximas seriam ‘’como o seu sangue? Você se machucou?’’ e finalizando com um ‘’como você se machucou?’’ ela estava com uma taça de algo que parecia ser vinho na mão. -Mas isso não importa agora, a chave está de volta, Dream Land não corre nenhum risco. Um brinde aos nossos atuais heróis. – Ela disse levantando a taça. Todos repetiram o mesmo, e a sala ecoou com o barulho de taças brindando.

Eu sorri. Estava feliz com a minha glória, a nossa glória.

[Nar. Elliot]

Como líder do conselho de Dream Land, acho que um ‘’entendo’’ da Claire, significa ‘’eu já entendi do que se trata, todos fiquem calados’’. Mas fiquei aliviado de todas as formas. No fim das contas, Anne estava sorrindo, não é?

No fim, todos estavam se divertindo, comentando algo á mesa, fazendo piadas. Enchiam-se com carne, massas e saladas. E Claire olhou com um sorriso para mim, e não sei se me sinto a vontade ou preocupado com isso. Antes que ninguém percebesse, Claire levantou-se e olhou para mim, observei–a indo até a varanda.

Me levantei da mesa.

                -Elliot, aonde vai? – A Anne me perguntou.

                -Vou tomar um ar fresco. – A desculpa mais velha e mais eficiente.

Me encontrei com Claire na varanda, que ficava logo depois de um corredor.

                -O que é?

                -Não posso me levantar de uma mesa para andar um pouco?

                -Não finja. O que aconteceu?

                -Como encontrou a chave, Elliot? Seja sincero.

                -Eu já disse. Quando Alice se despedaçou, e sumiu a Chave apareceu no chão.

                -Humpf. – Ela disse se virando para olhar pela varanda.

                -O que é?

                -Não sei o que Alice é.

                -Era. – Eu disse a corrigindo.

                -Não, é ‘’é’’ mesmo. Não acho que ela esteja morta... Se despedaçar como um vidro? Não se mover?

                -O que quer dizer?

                -Serei direta. Alice deve ter usado um escudo de espelhos, que provavelmente dentro dele estava a chave. Assim que ele se destruiu, Alice deixou o escudo e a chave para trás. Ela tentou fugir quando a flecha havia acertado ela?

Pensei por uns instantes.

                -Não. Na verdade...é como se ela não conseguisse se mover.

Ela sorriu. O seu típico sorriso de ‘’eu estou certa e você não’’.

                -Alice...está viva?

                -Suponho que sim. Ela...não é uma pessoa qual quer, Elliot. Entenda isso. Tenho leves suspeitas de que seja a mesma garota que veio aqui á...um século atrás. Deve ser ela, tenho certeza. – Ela riu consigo mesma. – Como se aprisioná-la em um espelho com uma poderosa escrita de selamento não fosse o suficiente para mantê-la longe de meus ouvidos...

            -O que aconteceu com o espelho?

           -Desapareceu. E depois, descobrimos que foi comprado por um casal rico da Itália. E depois e depois...humpf. Coincidência demais. A filha desse casal, conseguiu tirá-la de lá. Como? Eu não sei. Ela era...um sonhado. Ela deveria ter descoberto algo estranho com o espelho, desde inicio.

            -Emily?

Ela me olhou com um sorriso de malícia.

            -Sim, Emily.

            -Como? Precisaria de um encanto muito poderoso para quebrar um outro.

            -Ou um item poderoso.

Entendi. A chave.

            -Me lembro como se fosse ontem. – Ela disse. - Aquela maldita...mas quem diria que a garota que havia tirado uma força maligna de um espelho, seria a mesma que á aprisionaria de novo...

Permaneci calado, por um breve tempo.

                -Devo contar á Anne, para o  Trevor e Lily? – Perguntei.

                -Não...por enquanto. Agora os deixe descansar.

Sorri e voltei á festa.

                -Demorou. – Disse a Anne.

                -Desculpe. Claire queria me dizer algumas coisas. – Eu disse me sentando e olhando a mesa. – Onde está o Trevor?

                -Ele saiu faz algum tempo.

O Trevor entra na sala com uma expressão diferente.

                -Anne, seu pai acordou. – Ele disse.

Deu para ver a sua expressão de alegria, que transbordava pelo rosto.

Mas se antes ela não voltava por causa do pai, o que irá impedi-la de ir agora?


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