Alma Gemea escrita por LiLy Uchiha


Capítulo 1
Alma Gemea


Notas iniciais do capítulo

^^
fancic nova, espero que alguem goste...



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Eu tinha esses sonhos. Era estranho, porque de uma forma maluca, eu não era eu nos sonhos, embora soubesse que eu não poderia ser nenhuma outra. As vezes, uma pessoa aparecia, e só o que eu podia sentir era essa  forte e sensação perturbadora que ia  tomando conta de tudo. Eu amava alguém. Não, aquela que não era eu, mas que ainda assim vivia em mim, ela sim o amava. Eu não acho que seria capaz de ter um sentimento tão intenso dentro de mim.

 

Eu costumava ir até o cemitério perto da igreja, visitar a minha avó. Não é um habito muito comum, mas para pessoas com dificuldade em fazer amigos, às vezes é a única solução.

 

Eu estava lá, na tarde em que tudo aquilo começou. Eu passei a tarde inteira sentada, ao lado do tumulo lendo um livro sobre um cara incrivelmente gentil, que vive num ambiente hostil. Ao fim do livro – pois eu já o estava lendo a alguns dias – o crepúsculo se pos no céu e meu estomago começou a reclamar. Decidida a não me atrasar – mais uma vez – para o jantar, fui correndo entre os túmulos. Ao descer a colina, porém, encontrei alguém que eu não esperava ver ali. Era um homem alto, moreno, com traços interessantes. Ele estava meio sentado, meio deitado num tumulo, dormindo profundamente ao que parecia. Meu primeiro impulso foi continuar correndo e esquece-lo, porém algo dentro de mim, uma compulsão – ou talvez só o sentimento de culpa por deixa-lo ali – me fez chegar perto dele, tocar levemente seu ombro, e acorda-lo. Ao sentir seu corpo, uma corrente elétrica passou por mim. Era algo que nunca tinha sentido antes, era forte, e deixava um gosto de adrenalina pelo meu corpo, mas também era calmante, confortador. Era uma estranha e nova sensação na minha mente, mas ainda assim eu achava que a conhecia. O estranho abriu os olhos e sorriu com ternura pra mim, e eu assustada com sua expressão que me era tão familiar e ao mesmo tempo desconhecida, dei um sorriso amarelo.

 

Eu não sabia o que dizer, nem o que fazer. Embora uma voz gritasse na minha cabeça para eu sair correndo dali, aquele homem simplesmente me prendia com seu magnetismo, ao mesmo tempo doce e sexy. Passamos a caminhar juntos em direção a saída do cemitério, meu corpo se arrepiou quando ele me deu um beijo na bochecha se apresentando.

 

      - Leo, me chame de Leo. – ele me pediu uma voz rouca, baixa que fluía como uma música.

 

Não falamos muito. Eu estava envergonhada demais pra puxar assunto e pra responder pra ele com mais que monossílabos. Finalmente chegamos à entrada do cemitério.

 

      - Foi um prazer conhece-la, LiLy. Espero poder te ver algum dia de novo.

 

      - Sim. – foi apenas o que eu respondi, quando devia ter dito, eu também gostei muito de conhecê-lo, e amaria te ver novamente.

 

Fui pra casa, dessa vez não tão atrasada.

 

Leo

 

Meus lábios ainda sentiam o calor da pele dela. O toque suave, macio e delicioso. Meu corpo tremia, meu coração disparava. Toda minha vida eu quis encontrá-la e lá estava ela, apenas uma estudante de colégio, tão jovem.

 

Eu comecei a cogitar todas as impossibilidades de ficarmos juntos, embora só uma realmente me assustasse: e se ela não me amasse? E se, depois de tantas vidas, de tanto tempo, ela simplesmente não me quisesse mais? Era isso que me matava. Mas, eu não podia simplesmente só pensar em impossibilidades. Eu tinha que ser confiante e conquista-la. E eu teria todo o tempo para fazer isso, já que eu sou seu novo professor de historia.

 

 

LiLy

 

A noite passada eu não sonhei com a mulher, apaixonada, que eu penso ter sido um dia. Eu sonhei com um par de olhos negros que me consumiam. Impossibilitavam-me de respirar e me concentrar em qualquer coisa. Poderia eu, estar apaixonada por alguém que não conheço? Perguntei-me o que minha mãe falaria disso...

 

No colégio estava tudo igual. Eu sempre andava com uma garota, Agda. A mãe dela era uma espécie de bruxa, e agora ela morava com o pai. Era tão deslocada quanto eu. Assim que cheguei, lá estava ele me provocando de novo.

 

      - Bom dia, minha linda! – eu não agüentava mais ouvir, ‘Bom dia, minha linda!’ – me diga que quer ir ao cinema comigo hoje.

 

      - Não Cris, obrigada, mas eu tenho mais o que fazer?

      - O que, por exemplo? – ele perguntou se aproximando de mim. Nesse momento ele passou a sussurrar no meu ouvido – ficar indo dia e noite naquele cemitério? Diz-me que tipo de coisa você faz lá? Alguma magia com sua amiga bruxinha? – eu me virei furiosa pra ele:

 

      - Some daqui!

 

Ele saiu sorrindo e vitorioso.

 

      - Você ainda vai implorar por mim, espere e verá. – eu rolei os olhos e fui pra sala.

 

Não gosto muito de falar sobre as aulas. Elas são chatas, e sinceramente, eu nunca presto muita atenção. Não sei bem sobre o que os professores falaram aquele dia. Depois do almoço eu teria dois tempos de historia. Lembrei-me, enquanto me dirigia pra sala, que no começo da manhã Agda disse que tinha um novo professor, já que Michelle Santos, estava com licença maternidade. Que mágico, um substituto.

 

Entrei na sala desanimada, e me sentei numa carteira ao fundo. Deitei-me sobre meus braços e fiquei de olhos fechados pensando. Eu não estava exatamente dormindo. Só pensando. É estranho quando se coloca assim, mas foi como se meu pensamento atraísse a realidade. Uma mão tocou meu ombro e a mesma corrente elétrica da tarde de ontem passou, dessa vez mais demoradamente, pelo meu corpo. A voz rouca falou bem baixa, no meu ouvido:

 

      - Agora,foi minha vez de te acordar. -

Eu olhei pro rosto dele e vi o par de olhos negros que me perseguiu a noite inteira. Foi impossível segurar meu sorriso de felicidade. Sim, por mais incrível que pareça, eu estava feliz, por estar vendo aquele estranho de novo.

 

Depois disso eu tentei prestar atenção na aula, mas foi inútil de novo. Eu só olhava pra ele, e me surpreendia, ao me imaginar em seus braços, ao imaginar sua boca na minha. Eram pensamentos que eu não costumava ter e dos quais me envergonhava. Ao final da aula, ele me pediu que ficasse um pouco mais na sala. Depois que todos saíram, ele se sentou ao meu lado. Eu fiquei surpresa e estranhamente ansiosa com o pedido, será que ele me castigaria por dormir na aula?

 

      - Que bom te ver de novo – ele disse com um sorriso de anjo. Depois sua expressão mudou com um sorriso torto – e muito sexy – ele segurou a minha mão – é tão difícil resistir... – ele murmurou. Eu quase não tinha certeza que tinha realmente ouvido aquilo.

Embora eu soubesse que ele era meu professor, eu não queria que ele resistisse, pois eu mesma, não conseguia resistir. Eu passei minha mão pela dele, subindo lentamente para tocar seu rosto, depois, puxando devagar em direção ao meu. Era algo que eu nunca tinha feito, mas parecia tão natural entre nós.

 

Nossos lábios se tocaram de leve, nem por um momento eu me preocupei que alguém estivesse nos vendo ou algo assim. Eu senti a boca dele mordendo de leve meu lábio inferior, e de repente eu queria sentir mais o corpo dele perto do meu. Como se ele lesse meus pensamentos – ou os movimentos do meu corpo – ele me guiou, para ficar de pé e com um abraço continuamos nosso beijo apaixonado. Depois de infinitos segundos, eu  tenho certeza que não poderia numera-los, a mão dele, passou a invadir a minha blusa, abrindo os botões sutilmente, começando de baixo, depois os de cima,deixando minha barriga e meus seios a mostra. Ele beijou meu pescoço, fazendo um caminho em direção aos meus seios, que ele mordeu, não com força, mas com vontade. Meu corpo já tremia arrepiado, de tanto ousadia dele e minha. Eu sabia que não era o certo, mas eu queria muito continuar fazendo a coisa errada com aquele homem.

 

A corrente elétrica passava cada vez mais forte por nós, quando ele sentou-me à mesa do professor. De repente ele se afastou e foi até a porta, se certificar de fechá-la. Como a sala era no terceiro andar, não tinha como alguém nos observar através da janela. Ele voltou ofegante, como uma expressão de desespero no rosto. Era como se o fato de ficar longe de mim fosse terrível para ele.

 

Eu aproximei nossos corpos retirando sua blusa, depois ele afastou meus joelhos e encaixou seu corpo no meu. Suas mãos e as minhas passeavam pelo corpo um do outro, ora acariciando, ora apertando.

 

Naquele momento eu senti meu coração se encher de um amor, que me partiria por dentro se ele se afastasse de mim. Eu amava aquele homem, eu precisava dele e ele era parte da minha alma agora. Foi ao pensar nisso, que me dei conta. Todo amor que eu costumava sonhar, estando na pele de outra mulher, eu podia senti-lo agora. Podia sentir que ele preenchia meu coração. Eu pertencia a ele, talvez desde outras vidas.

 

Pois este não era o tipo de amor que acontece do nada, mas um amor que nos acompanha, vida após vida, um amor que faz parte da nossa alma, do nosso carma.

 

As mãos dele, cada vez mais ousadas pelo meu corpo, retiraram meu sutian, permitindo que ele agora pudesse tocar, morder e chupar meus seios como bem entendesse. Uma de suas mãos estava na minha nuca, puxando levemente meu cabelo, o que me fez gemer, e eu pude ver o sorriso de prazer que se formou em seu rosto.

 

De repente era uma necessidade física que eu estivesse assim tão próxima dele. Eu não conseguia entender, como eu tinha passado à vida inteira sem ele. Vendo que não era mais possível pra nenhum de nós dois resistir, ele habilmente, colocou a mão por debaixo da minha saia, e retirou delicadamente a minha calcinha. Sua língua penetrou fortemente a minha boca, enquanto o seu corpo penetrava o meu.

 

Não tem como descrever o que aconteceu depois disso. Eu não estava consciente o suficiente. Eu estava num lugar chamado paraíso

 

 

Leo

 

Eu ainda não consigo simplesmente acreditar que seja verdade, que ela, que sempre foi minha nos meus desejos e sonhos, era toda minha agora.

 

Ela se assustou um pouco enquanto eu a explicava tudo. Nós éramos almas gêmeas. Bem isso parece realmente piegas, mas era isso mesmo. Em algum momento, minha alma encontrou a dela e simplesmente, aconteça o que for, eu viva onde e quando for, eu sempre amarei ela. É um amor que nasce comigo, cresce comigo, e acompanha cada batida do meu coração.

 

Ela compreendeu tudo. Ela sentia também então, aquilo não foi grande surpresa pra ela.

Seria especialmente complicado daqui pra frente. Tem o colégio. Tem os outros professores e professoras. Os outros alunos. Os pais dela. Tudo isso vai nos influenciar e tentar nos afastar, mas... bem meu medo era que ela talvez não posso nem cogitar a possibilidade de me afastar dele agora. Da minha alma gêmea.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Depois, bem depois que finalmente pudemos nos separar, ele me explicou tudo. Explicou que me procurou por vários, e vários anos e que quando me viu no cemitério, sabia que era eu. Disse que sentiu vontade de me ter ali mesmo entre os túmulos – o que eu achei incrivelmente sexy – mas achou melhor me dar um tempo, e disse que quando eu puxei a boca dela pra minha hoje, era como se o seu mundo inteiro tivesse feito sentido finalmente.

 

Será bastante complicado daqui pra frente. Tem o colégio. Tem os outros professores e professoras. Os outros alunos. Meus pais. Tudo isso vai nos influenciar e tentar nos afastar, mas... bem mas eu não posso nem cogitar a possibilidade de me afastar dele agora. Da minha alma gêmea.


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Notas finais do capítulo

^^
beem curta néh?! e piegas, eu sei... na verdade nem imagino onde estava minha cabeça ao escrever isso
o.Ó



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